31 outubro 2006

Gato Fedorento - Paulo Bento

Um post com tranquilidade.

27 outubro 2006

Contas à vida III (final)

Estava na cara. O barómetro do DN diz que Sócrates cai 16% no barómetro. Em apenas um mês. Contas feitas à vida, já há tantos a gostar de Sócrates como os que não gostam. Aceito que não é mau - não há popularidade que resista a tanto sacrifício. Mas bom não é seguramente.

P.S. Acabo de ler o editorial do próprio DN. E, sinceramente, não fazia ideia que o meu caro João Morgado Fernandes fosse do Sporting. É que não vejo outra maneira de perceber o que ele escreve. Ó João, então a sondagem é "animadora" para o PS?! Parece as nossas vitórias morais em Alvalade!

25 outubro 2006

Contas à vida II

Quem leia os jornais, quem tenha por obrigação falar com o Governo todos os dias percebe facilmente o óbvio: o estado de graça de Sócrates, se não acabou ainda, está no limbo. É só ler e ouvir. O teste decisivo chegou mais cedo do que se previa.

19 outubro 2006

Contas à vida

(Pediram-me no DE que escrevesse umas linhas. Saíram hoje. Como estou em dívida para com esta casa, ficam aqui também. Abraços a todos).

CONTAS À VIDA. Aqui ao lado, na sua crónica semanal, o experiente Jorge Coelho prevê mais um ano difícil para muitas famílias e atira para 2008 o início do novo ciclo. Sábias palavras. Os socialistas, pouco devotos à fé divina, querem muito acreditar em Pinho, mas não podem fugir à realidade de Teixeira dos Santos – encarregue das negociações com os sindicatos e do travão à máquina do Estado. O Orçamento volta a ser de contenção e Manuel Pinho, como Sócrates, terá que voltar ao silêncio dos prudentes. A palavra “retoma” fica para mais tarde. Se Deus quiser.


IMAGEM, MENSAGEM. Noite fora, terça-feira. Vejo finalmente “Alice”, um filme português sobre a procura desesperada de uma filha que desapareceu sem deixar rasto. Depois, passo os olhos pelas manchetes do dia seguinte e fico a ver um programa diário da RTP-N, dedicado aos negócios e finanças.

Logo a abrir, vejo dois minutos e meio, bem contados, com uma reportagem de rua com o ministro das Finanças. Notável momento. Teixeira dos Santos em casa, Teixeira dos Santos a andar pelas ruas de Lisboa, Teixeira dos Santos no carro, Teixeira dos Santos no gabinete. A jornalista diz que o ministro demorou 45 minutos até ao ministério, o que o próprio, descontraído, justifica : “ É bom, para fazer exercício”.

No final, deixa a sua palavra de optimismo face ao Orçamento que entregou no dia anterior e acentua (bem) o esforço de racionalização que exige. Percebe-se que o ministro esteja de consciência tranquila pelo trabalho feito. Percebe-se até a tentação de aparecer nas televisões, com sorriso estampado no rosto. O que já não se percebe é isto: como é que um ministro das Finanças, que volta a pedir a todos um apertar do cinto, está tão satisfeito com os sacrifícios que pede ao país?


ABORTO, SACRIFÍCIOS. O Parlamento vota hoje o referendo ao aborto, depois de José Sócrates ter lançado a campanha do “sim”. Percebe-se a pressa do primeiro-ministro - este referendo é um duplo risco para a sua liderança no PS.

O primeiro risco é fácil de perceber: Sócrates não pode perder outra vez. Já foi mau nas autárquicas, foi pior nas presidenciais. À terceira, para mais numa batalha tão cara à esquerda, a derrota seria catastrófica. E deitar fora todo um trabalho de Governo, ano e meio de sucesso, por causa do aborto, não é só um cenário. É um pesadelo.

O segundo risco é de natureza diferente: Portugal fez dois referendos nacionais nos últimos dez anos e, em qualquer dos casos, a abstenção foi elevadíssima. Neste caso, já não é Sócrates quem arrisca, mas o País: se a abstenção voltar aos níveis do passado é bom que alguém os enterre. Porque mortos ficam logo. E há ainda um, prometido para breve, sobre a Europa.

Daí que o primeiro-ministro se envolva, que exija moderação, que peça a todos no Governo uma palavra. É que está mais em jogo do que o aborto.

04 outubro 2006

Inimigo Público

Escreve o Público que o Público foi considerado o segundo jornal com melhor design gráfico da Península Ibérica, logo a seguir ao espanhol ABC. Lá para o fim do ano, o próprio Público promete mudar o dito grafismo. Parece o Inimigo...Público.

Souto

Ouvi Laborinho Lúcio apresentar o ainda Procurador-Geral da República como um homem "honesto". Mais: vi um ilustre socialista, Guilherme d'Oliveira Martins, na primeira fila da apresentação desse livro, batendo palmas e cumprimentando Souto Moura. "Parece que não acabei sozinho", conclui Souto Moura. Conclui bem.

01 outubro 2006

O espanto de Sampaio


(Jorge Sampaio está "espantado". Um mimo....)

Durante dez anos nos seus indecifráveis discursos o ex-Presidente da República precisou de uns tantos anos no cargo e outras tantas batatas quentes nas mãos para soltar uma posição de força - "Há vida para lá do défice", 2002.
Agora, solto que nem uma ave de rapina, 9 meses depois da despedida de Belém diz que está "espantado" com o desfecho do caso envelope 9 e que "ESTRANHA" que Cavaco Silva não o tenha ouvido sobre o caso.

Das duas uma: Ou Sampaio desconhece a capacidade interventiva do PR (hipótese que excluo, naturalmente), ou Sampaio entende que por ter manifestado uma posição pública sobre um caso de polícia, deve estar acima da lei, e ser ouvido antes do seu desfecho.

Caro senhor ex-Presidente da República, espantado estou eu, por ter votado em si. E não é pouco…