27 agosto 2008

Olha quem fala

A segurança interna precisa de nova estratégia e de mais meios e instrumentos. Deste presidente da República ninguém pode dizer o que se disse de Jorge Sampaio. É que Cavaco é cirúrgico na escolha do momento para falar, mas quando o faz toda a gente percebe o que quer dizer. Digamos que é um caso bem sucedido de gestão do silêncio. Pois ontem Cavaco apareceu para falar do que preocupa todo e cada português: o que chamou de “onda de violância”: “Não há dia em que não sejam noticiados assaltos, ou até crimes violentos”. E sejamos claros: voltou a ser pouco simpático para o Governo. Meteu o dedo na ferida, num momento de difícil gestão política. Sendo que o fez um dia depois de ter promulgado a leis de Segurança Interna, deixando poucos argumentos para desculpas. O presidente falou, e falou alto. Hoje, segue-se o PGR. E, feitas as contas, há silêncios que já parecem tão inexplicáveis como o do PSD. Afinal, onde anda Alberto Costa?

26 agosto 2008

Cito João Miguel Tavares

"Eu não tenho nada contra o silêncio de Manuela Ferreira Leite. O meu problema é mesmo quando ela fala". O João contesta, num belo artigo, não o silêncio mas as poucas intervenções públicas do novo PSD. Sobretudo o pedido de demissão do ministro da Administração Interna. E é a melhor crítica feita até hoje a Ferreira Leite. Leiam, por favor.

16 agosto 2008

Eu armado em JPP ou em VM

A partir de hoje vou voltar a escrever no meu jornal. Passei os primeiros meses no JN a respirar fundo e volto agora à guerra do grande público. Vou seguir o exemplo do Pacheco e do Vital e meto aqui também a crónica, sempre que ela existir. Cá vai a estreia

A regra de ouro
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Esqueçam o Pontal, porque Manuela Ferreira Leite não está na liderança do PSD_para falar às bases. O público da nova líder é o centro. E o seu púlpito, longe da Quarteira, é Lisboa. Manuela fala pouco. E esta, goste-se ou não, é a mulher que vai disputar São Bento com Sócrates. Habituem-se.
Os que, como Ângelo Correia, denunciam o silêncio da dama-de-ferro como um risco, sabem bem que esse silêncio pode ser também a sua maior virtude. Ângelo, aliás, lembra-se certamente como foi com Cavaco. E até se lembrará do que fez Sócrates: falou tão pouco que até lhe chamaram o Cavaco do PS. Mais: saberá o triste fim de Guterres, o picareta falante; de Marcelo, o frenético; de Santana, o menino de ouro; ou de Menezes, cujo fim de história ajudou a montar.
Pois é. Manuela Ferreira Leite não está a abrir um novo caminho, mas apenas a seguir uma regra de ouro da política portuguesa. A estratégia tem riscos? Muitos. Mas até Outubro de 2009 vem um mundo. E já António Vitorino dizia ontem, sabiamente, no Expresso: “Se me souber dizer com segurança o preço do Petróleo em Setembro de 2009, eu digo-lhe o que constará do programa eleitoral do PS”. E quem é que dizia “habituem-se”?
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01 agosto 2008

O que é melhor?

Jornalismo de causas ou o comentário de causas?