29 outubro 2004

não II !!!

Como se nota pela minha posição, estou-me a borrifar para o contraditório, quando em causa está Portugal e o seu futuro como Estado Soberano.

Ouçam por favor o Professor Jorge Miranda que também já se pronunciou sobre esta matéria.

Tudo de bom

não I !!!

Sou Português.

Sou liberal clássico de orientação conservadora.

Sou anti-federalista.

Sou contra a Constituição que acriticamente Pedro Lopes e António Monteiro hoje assinaram na "Sala Orazi i pimpinazzi i spinafri i stratciatella com molho de nati" em Roma, onde foram acolhidos pelo Pirata do Laço Branco (julgo que se chama Bertolucci, Zeffirelli, Briscotucci...enfim qualquer coisa que parece nome de pasta)

Farei campanha pelo Não no próximo referendo.

Encontrarei mil e um argumentos racionais e emocionais para impressionar letrados e iletrados.

Sairei à rua e colocarei autocolantes nos sítios mais incríveis à semelhança do que o Bloco de Esquerda costuma fazer (exemplo: parte de baixo dos lavatórios das casas de banho públicas da estação de comboios do Pragal).

Para já e como resposta ao DD fica a seguinte respeitosa indignação institucional:

É minha profunda convicção que uma comunidade política soberana, politicamente coerente e consistente há mais de 855 anos, decide melhor sobre os seus assuntos políticos (quaisquer que eles sejam), do que alguém que não é dessa comunidade. Na pior das hipóteses institucionais, os responsáveis políticos legitimamente mandatados pelos membros dessa comunidade política para os representar, poderão, sob delegação, negociar tratados de partilha de responsabilidade sobre as decisões de certas áreas dos seus interesses soberanos, em matérias específicas e por prazo definido e determinado. Esses delegados dos membros da comunidade política nunca poderão, em qualquer circunstância, ceder elemntos da soberania dessa nação, sob pena de prejudicarem a vida boa das futuras gerações com as quais qualquer membro actual tem um dever de continuidade.

A minha posição é irredutível e inegociável e decorre directa e linearmente do princípio da liberdade individual responsável que é princípio fundador deste espaço de discussão digital.

Ponto final.

Tenho dito.

Tudo de bom.

Vivam as Quinas.

Não - parte 3

Por falta de tempo não consegui responder ao contraditório do federalista DD. A resposta desenvolvida seguirá mais tarde. Para já, em relação ao mesmo assunto, excertos da excelente entrevista do ministro dos Negócios Estrangeiros, António Monteiro, ao "Público":

"Não gostei da declaração de Monti. A teoria da exclusão é má. Não estamos a fazer alargamentos para depois admitir que vamos cortar partes da Europa, a não ser que alguém queira mesmo sair. Dizer «não» pode não indicar isso. Se os ingleses disserem «não», significa isso que não querem a Europa? Quer apenas dizer que não querem uma certa forma de Europa".

"[se um ou mais países chumbarem o Tratado Constitucional de Roma] Os governos têm de regressar a formas de consultas. E é preciso ver se essa rejeição é de um texto específico ou de uma ideia de Europa".

"[se um ou mais países chumbarem o Tratado Constitucional de Roma] Haverá um Conselho Europeu para ver o que se faz. Vamos decidir nessa altura".


Ou seja, o Tratado Constitucional hoje assinado em Roma não prevê a recusa de ratificação. Não hã opção.

Dos 25 Estados-Membros apenas 9 anunciaram a intenção de ratificar o texto de Roma através de consulta popular.

Esta, meus caro DD e MS, é a democraticidade do federalismo europeu - escrevi "EUROPEU", David.

Porque razão os federalistas têm medo dos referendos? Porque razão as instituições europeias não propoem um referendo único em todos os Estados-Membros? LR




28 outubro 2004

Resposta à letra a um companheiro insubmisso

Eu estava a guardar silêncio sobre matérias europeias - porque o silêncio, às vezes, é uma maneira de falar. Mas depois de uma provocação em casa própria não posso evitar umas linhas sobre o assunto.
Seguem-se curtas respontas ao meu caro Luís Rosa - Primeiro as frases dele, depois o que tenho a dizer.

1. "Para mim, a Nação portuguesa está acima do bem comum europeu. Ou seja, os representantes do Estado português nunca podem deixar que o bem comum dos restantes 24 Estados-Membros se sobreponha ao bem comum da comunidade portuguesa".
Ok. Se todos os 25 países da UE pensarem assim, não há UE. É uma opção. Deve ser assumida por cada páis, individualmente. É para isso que vai haver, por cá, um referendo.

2. "Ideal político não existe, meu caro.O que existe é um ideal económico que, realmente, como mercado único se revelou fundamental para o desenvolvimento do económico e social do continente."
Contradição em termos, meu caro. Não conheço melhor ideal político do que procurar garantir melhores condições de vida a cada cidadão. Ou seja, garantir que eles tenham todas as condições para o usufruir.

3. "No que diz respeito a Portugal, a história demonstra que poucas foram as vezes, desde 1986, que os políticos portugueses bateram o pé a Bruxelas."Perdão pela ignorância: não sabia que valia mais bater o pé do que negociar sem barulho. Fiquei a saber agora. É uma opção. Acho até que já a li numa entrevista de Santana Lopes ao Expresso, dois meses antes de ser PM.

4. "O federalismo europeu é tudo menos democrático".
Não é verdade. É ver na internet - podes encontrar tudo sobre o conceito de federação. Mas começa por ler o próprio conceito de federação, num dicionário. A saber: "Estado formado por outros estados; forma de organização política em que estados se unem, mantendo cada um o controlo de algumas actividades sectoriais, mas entregando a um Governo central a diplomacia, a moeda, a defesa nacional, etc; união, associação". Está na Porto Editora.

5."Porque razão os federalistas repetem referendo atrás de referendo até o "sim" ganhar?
Não sei. É perguntar em cada país. E, já agora, perguntar aos respectivos povos porque acabaram por votar sim de forma maioritária. Chama-se democracia. E pode ser invertida: se houver contestação suficiente, pode haver sucessivos referendos para pedir o contrário. Pode até decidir-se que se quer sair. Vê lá tu!

Abraços insubmissos,
DD

Não

Escreve o MS, com razão, que a União Europeia voltou a demonstrar uma total e absoluta falta de democraticidade formal com o facto de o Tratado de Nice não prever um "não" do Parlamento Europeu à equipa "escolhida" pelo líder da Comissão, como esteve prestes a acontecer hoje em Bruxelas.
Meu caro, já sabes o que poderá acontecer caso um - e basta um - Estado-Membro não ratifique o futuro Tratado de Roma? O que acontecerá se os cidadãos de um Estado-Membro responderem "não" a mais uma evolução federal do ideal comunitário europeu?
Na semana passada, o comissário europeu de nacionalidade italiana Mário Monti afirmou que ao membro da União Europeia que não ratifique o futuro texto principal da União Europeia só resta uma saída: a porta da rua.
Em Portugal, onde o unanimismo europeu do Bloco Central impera, a abstenção ganhará - verdadeira prova do interesse do povo português noutra coisa que não os fundos comunitários -, mas o "sim" ficará com a maioria dos votos expressos. Isto, claro, se houver referendo. As primeiras tricas entre o PS e o PSD acerca da data já cheiram mal. E ainda não discutimos a pergunta que vai ser feita aos portugueses...
O "problema" não se coloca no nosso país. Mas sim no Reino Unido, em França - onde no referendo ao Tratado de Maastricht, o "sim" ganhou por 3 pontos - ou nos paises nórdicos - recordemos o "não" dinamarquês a Maastricht.
Com o aproximar da hora dos referendos europeus a chantagem de senhores como Mário Monti vai subir de tom. "Ou votas como eu quero ou vais para o olho da rua!".
Federalistas, como o senhor Barroso, pensam assim. Para estes só existe uma resposta possível: "sim". Para os federalistas só é possível uma Europa Federalista, uma Europa onde Bruxelas ordena seguindo as indicações de Berlim, Paris, Londres, Roma e Madrid. Esta Europa interessa a Portugal? A minha resposta é "não". LR

Não - parte 2

O meu caro MS, fruto do mau tempo que assola o nosso canil, picou-se. O que é bom.
Ele não gosta de misturas. Ele é federalista e eu sou reaccionário. É uma divisão simples e compreensível por todos.
O problema é que eu também desejo, como ele, mais democracia, mais paz e mais desenvolvimento económico para o continente europeu. Mas os caminhos escolhidos são praticamente opostos.
Eis as razões do meu pessimismo:

1 - Para mim, a Nação portuguesa está acima do bem comum europeu. Ou seja, os representantes do Estado português nunca podem deixar que o bem comum dos restantes 24 Estados-Membros se sobreponha ao bem comum da comunidade portuguesa.
A "Europa", sob o ponto de vista político, como entidade colectiva não existe. O que existe são os interesses dos cinco grandes que prevalecem sempre sobre os restantes. Os próprios cinco também têm interesses próprios historicamente conflituosos que propriciam mais desacordos do que acordos nas mais diversas matérias de que a política externa é o principal. Ideal político não existe, meu caro.
O que existe é um ideal económico que, realmente, como mercado único se revelou fundamental para o desenvolvimento do económico e social do continente.

2 - No que diz respeito a Portugal, a história demonstra que poucas foram as vezes, desde 1986, que os políticos portugueses bateram o pé a Bruxelas. Que me recorde, António Guterres foi o único primeiro-ministro que ameaçou vetar em Nice um Tratado caso os interesses de Portugal não fossem acautelados. Foi também a única vez que Portugal liderou alguma discussãodurante um Conselho Europeu em que tenha um interesse directo. Antes andou sempre atrás da Espanha, qual menino coqueiro à espera de um ressalto para marcar um golo à boca da baliza.
Antes tinha sido também Guterres, durante a presidência portuguesa, a levar a Europa a discutir uma nova estratégia para o desenvolvimento económico do continente na cimeira de Lisboa.

3 - Hoje temos Durão Barroso à frente da Comissão Europeia. Federalista convicto, mas não assumido, Barroso tentará tudo por tudo para levar longe o ideal federalista.
O problema, meu caro MS, é que o federalismo europeu é tudo menos democrático. Só agora, com um Tratado que assumirá carácter constitucional, é que todos os povos europeus serão chamados a pronunciar-se sobre a União Europeia. Antes ninguém se lembrou de legitimar democraticamente todos os avanços de integração económica e política que levaram à passagem da Comunidade Económica Europeia para uma União Europeia.
Não sei se te recordas, mas em todos os referendos que foram feitos em toda a União, nunca o "sim" ganhou claramente. A propósito de Maastricht, em França, o berço do europeísmo, o "sim" ganhou por três pontos; na Dinamarca o "não" ganhou no primeiro, ganhando o "sim" de no segundo, depois de todos os primeiros-ministros europeus terem ameaçado a Dinamarca com a expulsão- se não fosse o facto de a Dinamarca pagar para estar na Mercado Único ainda prometiam uma invasão. Na Irlanda, único país a ratificar Nice por referendo, o "não" ganhou em 2001. Lembras-te, MS? Um país, da nossa dimensão, que lucrou imenso com os fundos europeus, teve receio de ser relegado para segundo plano em termos políticos. Um ano depois, repetindo-se o drama normal nas chancelarias europeias - "como pode isto acontecer?!" - o referendo lá foi repetido e o "sim" ganhou.
Eu, que sou reaccionário, não percebo uma coisa. Porque razão os federalistas se contentam em ganhar por um por cento referendos que devem ratificar tratados que impõem mudanças radicais nas relações de soberania dos Estados-Membros com um poder executivo central sedeado em Bruxelas que não é eleito? Porque razão não defendem maiorias de dois terços?
Pior: Porque razão os federalistas repetem referendo atrás de referendo até o "sim" ganhar? Porque razão não se contentam com o primeiro resultado?

Em conclusão: o que achas que deve ser feito caso um Estado-Membro diga "não" em referendo. Repete-se o mesmo, não é? Isso é democracia? Parece-me mais vanguardismo democrático. LR



Prioridade Total

Marcelo Rebelo de Sousa disse finalmente porque razão saiu da TVI. Com algum dramatismo à mistura acusou Miguel Paes de Amaral de o ter pressionado a mudar o seu tom crítico face ao Governo de Pedro Santana Lopes. Tudo por causa de necessidades económicas da Media Capital face a uma entrada hostil dos alemães da RTL.
Fernando Lima negou ontem ao princípio da noite à Lusa que tenha apresentado a sua demissão de director do "Diário de Notícias", depois de ter constatado que Luís Delgado e Mário Betencourt Resendes lhe tinham mentido nos desmentidos que lhe fizeram quanto aos convites a Clara Ferreira Alves. Mas Miguel Horta Costa, CEO da Portugal Telecom, afirmou que mantém a confiança em Lima "até ser encontrada uma nova solução directiva no quadro da avaliação que vem sendo feita". Lima está de saída.
No meio destas duas tempestades a Portugal Telecom: proprietária do "DN", "Jornal de Notícias". "TSF", "24 Horas", entre outros títulos.
Ponto um: o "DN" e o "JN" foram privatizados pelo segundo Governo de Cavaco Silva em 1992 e vendidos à empresa Lusomundo.
Ponto dois: em Novembro de 2000 o Governo do Partido Socialista liderado por António Guterres autorizou a compra de 58 por cento da Lusomundo por parte da PT Multimédia, depois de oito meses antes ter dado o "OK" à aquisição dos primeiros 42 por cento do capital da empresa do coronel Luís Silva através da mesma sucursal da PT.
Ponto três: o Estado mantém uma golden-share na PT que lhe permite nomear o presidente do Conselho de Administração e interferir na gestão da maior empresa portuguesa.
Ponto quatro: o Governo de António Guterres autorizou uma reprivatização do "Diário de Notícias" e do "Jornal de Notícias", passando o Governo a ter uma palavra a dizer também na TSF - comprada pela Lusomundo no final dos anos 90.

Pergunta 1: Se o Governo de Santana Lopes garante que não houve qualquer pressão sobre a TVI; se garante que não está a tentar controlar os órgãos de comunicação social dominados pela PT, por que razão não autoriza a PT a vender os títulos e a rádio que possui?

Pergunta 2: Se o PS de José Sócrates, ex-ministro de Guterres com a tutela da comunicação socal, está tão preocupado com o condicionamento dos media por parte do Executivo, porque razão não defende publicamente a venda dos órgãos de comunicação social dominados pela PT?

Resposta: O Estado não precisa de controlar mais do que um canal de televisão e uma rádio. Mas o PSD e o PS necessitam de controlar órgãos de comunicação social, necessitam de pressionar os media. Faz parte do seu ADN. A diferença é que uns são mais inteligentes do que outros a fazé-lo. LR

27 outubro 2004

A Reacção

José Rodrigues dos Santos e Nuno Santos reagem e dão ordens para a exibição na RTP 1 do "Manobras na Casa Branca". A fita com Dustin Hofman e Robert de Niro relata uma guerra fictícia dos Estados Unidos contra a Albânia promovida pela presidência para desviar as atenções da opinião pública de um escândalo sexual que envolve o chefe de Estado norte-americano.
Ninguém avisou o Morais Sarmento. O que é que aconteceu ao controle da programação? LR

26 outubro 2004

Suspirar por John Ford

Acabei de comprar "Os Dominadores" - "She Wore a Yellow Ribbon", no original -, que o Público tem a gentileza de nos oferecer, numa notável colecção de clássicos do cinema norte-americano em DVD.

Comprei-o porque me deu uma saudade enorme de John Ford, mas também porque me situa, na História, num tempo em que não há Governos, nem Justiça. Apenas alguns bons e outros tantos maus, que não prestam contas a ninguém.
Não sei porquê esta "lei da selva" fez-me lembrar os tempos que correm. Com uma diferença: faz-nos falta um John Wayne que nos livre de quem não queremos, nem precisamos.

Para já é só.
Abraços para todos.
U.

22 outubro 2004

Um repto falhado

"(...) Toda a redacção da TVI, o seu director de informação e eu próprio denunciamos no ecrã da própria estação o acto objectivo de saneamento político de Marcelo Rebelo de Sousa e a vontade de resistir e não entregar de mão beijada ao Governo os célebres "conteúdos" que somos nós próprios. (...) Infelizmente, não vi nenhum jornalista do "Diário de Notícias", e designadamente, António Ribeiro Ferreira, ousar sequer um suspiro público de protesto quando o administrador Henrique Granadeiro, foi convenientemente substituído pelo mais adequado Luís Delgado". Miguel Sousa Tavares, hoje no "Público".

Ó MS e NS, o Sousa Tavares quer que a redacção do DN promova um levantamento de rancho! Às canetas! O lápis azul tratará do resto.

Professores para os Tribunais e...Porcos fora das Pocilgas

Não nos contentamos com a brilhante sugestão de Pedro Santana Lopes sobre a gestão integrada de Recursos Humanos do Estado. Queremos ir mais além e avançamos de imediato com 5 sugestões adicionais de gestão criativa do pessoal excedentário:

-assessores de ministros (excesso de 1237) passam a arquivistas da biblioteca municipal de Celorico de Basto, cujo património aumentou em + de 50.000 volumes desde que Marcelo Rebelo de Sousa resolveu libertar 2 assoalhadas da sua casa de Cascais

-contínuos do Ministério da Agricultura (excesso de 1500)passam a serralheiros de 1ª classe das oficinas gerais de artilharia do Estado Maior General das Forças Armadas

-funcionários da Divisão de Transportes da C.M.Lisboa (excesso de 536 devido à falta de dinheiro para manutenção de material circulante da referida autarquia) passam a motoristas de 2ªclasse do Ministério das Cidades

-Ministro da Presidência e seus adjuntos (excesso 325 onde se inclui o pessoal altamente qualificado da C.P.I.G."António Ferro"...OK! eu explico: "central de propaganda e informação geral"..."António Ferro" em homenagem À figura do Antigo Regime) passam a integrar o Corpo de Guardas Prisionais com colocação imediata na Ala Psiquiátrica do Hospital-Prisão de Caxias

-Porcos da Pocilga Experimental da Faculdade de Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa (excesso de 27, após o parto de CliCLi, uma porca alentejana de fina cepa) integram de imediato os lugares deixados vagos pelo Ministro da Presidência e seus adjuntos

Ficamos à espera de sugestões dos nossos amigos e parceiros. A gerência deste estabelecimento compromete-se a dar um cabaz de natal à sugestão de "gestão criativa", mais criativa

Tudo de Bom

21 outubro 2004

Lisboa Gás, o escândalo público

Os leitores que me desculpem o desabafo que se segue, mas os blogs, pessoais como são, também se fazem disto. Neste caso, o desabafo é ainda mais justificado, quando se trata de um problema de políticas públicas. Eis o que vos quero dizer:

Os factos:
1)Compra-se uma casa;
2)Muda-se o titular do contrato com a Lisboa Gás, empresa pública;
3)A Lisboa Gás faz uma inspecção, que é paga à cabeça. Nessa inspecção é detectada uma fuga de gás e, obrigatoriamente, é "fechada" a torneira. Ou seja, não há gás para ninguém, mesmo que não exista perigo imediato.
4)O cliente, desesperado, chama uma empresa (através de contactos da própria Lisboa Gás) para que resolva o problema. Até que isto seja feito passam dias... a frio.
5)Depois disso, passam não se sabe quantos dias até que a Lisboa Gás volte a fazer uma inspecção - ou, em alternativa, uma empresa privada, também ela com "autorização do Estado", seguramente paga ao mesmo. Essa inspecção, por sua vez, também tem despesas a sobrar ao consumidor - que continua sem gás em casa.
6)Três semanas depois, numa perspectiva optimista, a empresa pública tem a gentileza de voltar a abrir a torneira de gás, que volta a entrar em casa do cliente. Com sorte, muita sorte, este ainda não estará com uma pneumonia.

A análise segue-se nestas linhas:
Tudo isto só acontece por uma razão: a Lisboa Gás tem o monopólio do sector. Faz como bem entende, saca dinheiro do contribinte a cada fase de um processo, sem atender a uma simples necessidade do consumidor que é hoje básica: ter gás em casa.
Alternativas? Nenhuma. Formas de protesto? Nem uma - à excepção de uma cartinha que se pode enviar para lá, cujo destino está mais que visto.

Meus amigos, que venha o capitalismo selvagem - por selvagem que seja, sempre nos dá uma alternativa e alguém que culpar que não seja uma entidade abstracta e inimputável como o Estado.

Sem mais assunto,
D.D.

20 outubro 2004

Ler a aprender II

...Sobre a censura, para Santana Lopes, Morais Sarmento e Gomes da Silva, com carinho.


"In France, an institution as arbitrary as censorship would be at once ineffective and intolerable. In the present conditions of society, morals are formed by subtle, fluctuating, elusive nuances, which would be distorted in a thousand ways if one attempted to define them more precisely. Public opinion alone can reach them; public opinion alone can judge them, because it is of the same nature. It would rebel against any positive authority which wanted to give it greater precision. If a government of a modern people wanted, like the censors in Rome, to censure a citizen arbitrarily, the entire nation would protest against this arrest by refusing to retify the decisions of the authority".


Benjamin Constant, 1819,
in "The Liberty of the Ancients Compared with that of the Moderns".

Ler e aprender

"Comprometer-se quer simplesmente dizer: que os ministros nos demitam dos nossos empregos, que os centros políticos nos expulsem, que os partidos nos reneguem, que os frequentadores do Grémio ou do Martinho deixem de cumprimentar-nos e que alguns dos nossos conterrâneos discutam nos periódicos a nossa vida pública e a nossa vida particular, ou que meramente nos espanquem à esquina das nossas ruas. "

Marcelo Rebelo de Sousa, hoje, citando Eça de Queiroz, na apresentação do novo livro de Maria Filomena Mónica sobre o escritor português.


Boxeur não é nome de raça canina? Então qual é a surpresa!

Meu caro Luís Rosa

Este singelo post é para te agradecer teres formalizado tão bem aquelas que são também as minhas ideias sobre esse cão de fila do PSD. Não há muito a esperar da criatura.

A ligação directa que Morais Sarmento tem entre o intestino grosso e o que resta de massa cinzenta dentro da sua (dele) caixa craniana, vai inevitavelmente continuar a produzir estas elegâncias.

O Senhor é uma besta, ignorante, de tendências autoritárias e prosecutórias. Na minha modesta opinião, até ele "sair do armário", vamos continuar a assistir a este triste espectáculo...Freud explicaria estas atitudes.

Cada vez que Morais Sarmento, Santana Lopes, Gomes da Silva ou qualquer outro governante vem a terreiro com estas brilhantes tiradas, eu lembro-me de Popper, da sua "Open Society" e daquilo que ele afirmou sobre o problema da democracia: "o problema da democracia não é como eleger os melhores, antes como nos vermos livres dos piores".

De facto a democracia portuguesa é muito infantil e recente e tem muito que crescer e evoluir.

Um abraço

Tudo de bom

Gomes da Silva insiste na cabala...2 milhões de portugueses concordam com ele

O futuro ex-ministro G. Silva defendeu em sede de inquirição da Alta Autoridade para a Comunicação Social (essa instituição cripto-maoísta-estalinista-reconstrucionista) que existe uma cabala contra o Governo.

Gomes da Silva ainda não compreendeu que toda a gente já percebeu isso e concorda com ele.

O que Gomes da Silva também ainda não comprendeu é que a cabala está a ser organizada e quotidianamente alimentada por 2 milhões de portugueses que se sentem defraudados pela governação PSD-CDS e que se sentem violentados por terem votado num partido com uma certa liderança e com uma certa orientação que já não existe(por mais que o Sr. Lopes argumente que está legitimado pelos estatutos do seu partido, a verdade e os factos são que ele não foi escolhido pelos Portugueses)

Devaneios de um ex-boxeur

“Um jornal pode ser muito mais que um jornal. Pode ser, sobretudo, um organizador colectivo” Lenine.

Desconheço se Nuno Morais Sarmento, como o seu antigo chefe, leu Marx, Engels e o seu discípulo Lenine. Ignoro também se Estaline ou Goebels foram uma referência do ministro responsável pela pasta da comunicação social.
Certo é que o Governo liderado por Pedro Santana Lopes continua a aplicar a velha máxima leninista acima reproduzida. Basta adaptar a citação ao tempo presente e substituir “jornal” por “televisão” para constatar que a suposta direita a ocupar neste momento o Governo leu demasiados pensadores totalitários na adolescência.
Segundo o ex-boxeur, o órgão executivo da República não pode escolher responsáveis pelas áreas de programa e de informação, mas pode escolher a administração que decide essas matérias. Tudo bem. Mas “não são os jornalistas nem as administrações que vão responder perante os eleitores". Daí os “limites à independência" dos operadores públicos sob pena de ser adoptado "um modelo perverso" que exige responsabilidades a quem não toma as decisões."Não tenho direito a mandar, mas tenho direito a ter opinião", concluiu o responsável pela Central de Informação governamental que custará, no mínimo, 2 milhões de euros no ano de 2005.
Um conselho para Nuno Morais Sarmento: leia a Constituição da República Portuguesa aprovada em 1975 e actualizada em 2004 e verifique se não está escrito na lei máxima da República o seguinte:

“Art 2º: A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa”

(…)

Art. 38º: “Artigo 38.º(Liberdade de imprensa e meios de comunicação social)
1. É garantida a liberdade de imprensa.

(…)

6. A estrutura e o funcionamento dos meios de comunicação social do sector público devem salvaguardar a sua independência perante o Governo, a Administração e os demais poderes públicos, bem como assegurar a possibilidade de expressão e confronto das diversas correntes de opinião.
7. As estações emissoras de radiodifusão e de radiotelevisão só podem funcionar mediante licença, a conferir por concurso público, nos termos da lei.”


Mas se o senhor ministro não concorda com a actual Constituição, não há problema nenhum. Pega numa caneta, escreve uma proposta de alteração, aprova em Conselho de Ministros, chega a acordo com o PS e submete ao Parlamento.
Caso algo falhe, só tem uma solução: demite-se e emigra para Angola onde o José Eduardo, amigo do José Manuel, o receberá de braços abertos.

19 outubro 2004

Gostava muito de vos dizer isto, porque acho que vem a propósito

Saiu agora na Lusa. Agradecimentos ao meu amigo Jorge.


«
RTP: Morais Sarmento defende definição do modelo da estação pelo Governo

Lisboa, 19 Out (Lusa) - O ministro da Presidência, Nuno Morais Sarmento, defendeu hoje que deve ser o Governo a definir o modelo de programação da RTP, porque é o Executivo que responde pelas decisões praticadas na televisão pública.
"Deve haver uma definição por parte do poder político acerca do modelo de programação do operador de serviço público", afirmou Morais Sarmento, durante o primeiro colóquio da Rádio e Televisão dePortugal, que hoje decorreu em Lisboa.
O ministro reagia ao deputado socialista e ex-secretário deEstado da Comunicação Social, Alberto Arons de Carvalho, que, segunda-feira, pediu a Morais Sarmento para se pronunciar acerca da notícia do semanário Expresso intitulada "Governo admite mexer na direcção daRTP" e que anunciava a substituição para breve do actual director de Informação da RTP, José Rodrigues dos Santos.
Apesar de sublinhar que o papel do Governo "não pode envolver o que são as competências da administração, como seja a escolha dos responsáveis" pelas áreas de programas ou de informação, o ministro que tutela a pasta da Comunicação Social lembrou serem "os responsáveis políticos que respondem perante o povo". "Não são os jornalistas nem as administrações que vão responder perante os eleitores" pela informação ou pela programação da estação pública, sublinhou o ministro.
Por isso, defendeu, é necessário "haver limites à independência" dos operadores públicos sob pena de ser adoptado "um modelo perverso" que exige responsabilidades a quem não toma as decisões.
"Não tenho direito a mandar, mas tenho direito a ter opinião", sublinhou Morais Sarmento, defendendo que "a RTP ainda tem um longo percurso [a percorrer] a nível dos conteúdos" que transmite.

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Essa não, Avelino!

Dizem-me que o Avelino Ferreira Torres saiu da Quinta das Celebridades.

Tá mal: nos últimos dias habituei-me a ver o dr. presidente como o fiel da balança dentro da Quinta e como um dos mais "normais" políticos da nossa praça. Ao ponto que chegamos, não é?

"France is urged to cut work deficit"

Aconselho a leitura da manchete de hoje do FT.
Um pequeno resumo:

O ministro das Finanças de França, Nicolas Sarkozy, encomendou um relatório a Michel Camdessus, ex-presidente do FMI, para perceber porque a economia francesa está a crescer muito abaixo da norte-americana e inglesa.

Recomendações do relatório: acabar com défice do mercado de trabalho; diminuir o Estado; reformar o sistema de educação; aumentar investimento em Investigação e Desenvolvimento.

Poucos dias depois da apresentação do nosso OE para 2005, atrevo-me a recomendar que leiam o texto do FT, numa tentativa (que sei desesperada) de pôr alguns (mesmo que poucos)a pensar em alguma coisa verdadeiramente importante, só para variar. Para isso, levo a (boa) pergunta de Sarkozy mais longe: porque a economia portuguesa cresce abaixo da francesa, inglesa, norte-americana, quando recebemos mais fundos comunitários per capita do que o resto da Europa?

Considerações,



O Fado do Estudante ou o Fado do Vasquinho da Canção de Lisboa

Que negra sina ver-me assim
Que sorte e vil degradante
Ai que saudades eu sinto em mim
Do meu viver de estudante

Nesse fugaz tempo de Amor
Que de um rapaz é o melhor
Era um audaz conquistador das raparigas
De capa ao ar cabeça ao léu
Sem me ralar vivia eu
A vadiar e tudo mais eram cantigas

Nenhuma delas me prendeu
Deixa-las eu era canja
Até ao dia que apareceu
Essa traidora de franja

Sempre a tinir sem um tostão
Batina a abrir por um rasgão
Botas a rir num bengalão e ar descarado
A malandrar com outros tais
E a dançar para os arraiais
Para namorar beber, folgar cantar o fado

Recordo agora com saudade
Os calhamaços que eu lia
Os professores da faculdade
E a mesa da anatomia

Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho campo de Santana
Aulas que eu dava se eu estudasse
Onde ainda estava nessa classe
A que eu faltava sete dias por semana

O Fado é toda a minha fé
Embala, encanta e inebria
Dá gosto à gente ouvi-lo até
Na radio - telefonia

Quando é cantado e a rigor
Bem afinado e com fulgor
É belo o Fado, ninguém há quem lhe resista
É a canção mais popular, toda a emoção faz-nos vibrar
Eis a razão de ser Doutor e ser Fadista



Carta Aberta ao Tio Marcelo

Professor Marcelo

Eu fui o primeiro a elogiar a forma superior, discreta e nobre como V. Exa. saiu daquele difusor de folhetins de Queluz.

Durante anos habituei-me a considerá-lo uma das pessoas mais lúcidas a comentar política nos media portugueses.Adicionalmente, porque tive oportunidade de privar com V. Exa., considero-o uma das mais brilhantes cabeças do Portugal democrático, quer em termos jurídico-políticos como em termos jurídico-administrativo.

Considero-o uma mente enciclopédica, com uma memória ciclópica, um poder de síntese hercúleo, e uma acutilância retórica própria dos tribunos romanos.

A sua inteligência cognitiva é provavelmente uma das maiores do nosso pequeno burgo; já no que respeita à sua inteligência emocional, ela é practicamente inexistente.Por essa razão, consigo comprender a sua arrogência e a sua superioridade intelectual para com a vulgaridade com que V. Exa. se tem que cruzar quotidianamente.

Posso compreender mas não posso aceitar. O respeito pelo ser humano nas suas mais diversas expressões e manifestações, naquilo que de ser humano ele tem, é o maior sinal de inteligência e humanidade.

A sua afirmação sobre a falta de qualidade de análise dos aprendizes de comentador político, ofendeu-me.

Ofendeu-me porque eu fui um dos primeiros a nível nacional a afirmá-lo, passadas poucas horas de V. Exa ter falado com a Lusa.

Afirmei, e volto a fazê-lo, que V. Exa. aproveitou o primeiro motivo que lhe apareceu (V. Exa. alegou um motivo de consciência ... esta ideia de invocar a consciência é a nova capa de quem não quer entrar em contraditório nem dar explicações....o Pedro Lopes também o fez no Parlamento para não responder às questões do BE do PC e do PS) para se retirar de uma situação de exposição pública que o impediria de prosseguir os seus objectivos políticos.

Repare o Senhor Professor que eu não referi a sua eventual candidatura à Presidência da República. Não o fiz por uma razão simples: porque o considero inteligente suficiente para saber, tão bem quanto eu, que ninguém o quereria para essa função depois das misérias que V. Exas anda a causar na Comunicação Social desde há vários anos.

V. Exa não ganharia Portugal tal como não ganhou Lisboa.

É todavia minha firme convicção que V. Exa vai entrar no jogo político a muito breve trecho. Vai mexer-se na arena e vai começar a actuar.

Não sei o que V. Exa irá fazer, mas a minha intuição behaviorista indica-me que a saída de cena de V. Exa. não é inocente. Tal como não o foram os seus comentários nos últimos anos...nenhum deles, e V. Exa sabe-o bem, foi inocente...visava um fim ou vários...e um sujeito...ou vários... e relativamente a este tópico permita-me Senhor Professor dar-lhe os parabéns, porque V. Exa. conseguiu atingir os seus objectivos em 96% das situações (no último ano em bloco A6 de folha branca todos os domingos apontei, à laia de exercício, aquilo que Marcelo queria com os seus comentários. Escrevia este meu texto e passadas semanas verificava aquilo que se tinha passado e avaliava e interpreteva a intenção e o sucesso do Professor...ça suffit comme explication cientifique!?).

É por causa desta falta de inocência das suas intervenções públicas que eu acredito que V. Exa vai fazer aquilo que anunciei. Tem que haver um valor mais alto do que os milhares de contos da TVI e do que a sua vaidade em se ver todos os domingos na caixinha, a mexer com a vida de milhões de portugueses e a dar cacetadinhas nos seus adversários. E esse valor, na minha humilde perspectiva, é a aquilo que o marca por dentro e que é seu traço de personalidade:

V. Exa. precisa de intervir publicamente para se sentir influente e importante, para ter impacto na vida das pessoas...precisa de ser apreciado, amado e idolatrado mesmo por aqueles que o detestam... V. Exa. é um daqueles que inveja Cunhal (a quem todos admiram pela coerência, pela firmeza, pela inteligência, pela coragem e pela argúcia; personagem que já tem biografia não autorizada, algo que V. Exa teve de fazer para si) pelo facto de ele ficar na história e não pelo facto de ter escrito ou dito qualquer coisita em programas televisivos ou na imprensa.

Com o que V. Exa fez até agora, V. Exa ficará apenas na história dos media e não na história política. E isso, embora o Senhor Professor não o queira aceitar, angustia-o e consome-o por dentro. Daí que , e atendendo ao facto do seu prazo de validade de actor político começar a chegar aos limites, V. Exa. necessita de intervir rapidamente. Como não pode ser numa TV (depois daquela homenagem do José Eduardo e sus muchachos não acredito que V. Exa vá para a SIC...e RTP nem pensar) tem que ser em todas e isso só se consegue marcando o Portugal político.


E porque não, Luís Osório?

O director da Capital, Luís Osório, fez a capa de hoje do jornal com um rotundo "Não", posto ao lado da fotografia de George W. Bush. Assumiu o que muitos pensam no país e no jornalismo português: tornou clara a sua posição - ligando o jornal que dirige à sua posição de princípio.

Tudo isto será muito louvável - se os jornais o fizessem sempre desta forma clara no que diz respeito ao seu próprio país, a democracia seria mais saudável. Mas, se lermos as justificações de Osório, talvez não seja tanto.

Luís Osório diz que não a W. Bush. Ok. E porque não? Porque estamos "numa situação limite" e porque Bush "coloca em causa os princípios básicos da civilização". Lê-se e não se acredita. Mais, diz-se que as políticas de Bush radicam num moralismo cristão, nacionalismo e "menorização do papel do Governo a nível social".

Isto, meu caro Osório, é não conhecer os EUA de hoje. Sem querer ir mais longe - não gosto de posts longos - gostaria de o informar que John Kerry, caso eleito, nunca será diferente de Bush em todos os defeitos o que lhe aponta hoje.

1. A América é um país conservador, com princípios morais (goste-se ou não deles) e um Presidente que actue de outra forma (da forma que a Europa de hoje gosta, ou seja, amoral e sem qualquer princípio básico) é um presidente condenado ao ostracismo. Para o perceber, aconselho um livro: "The Right Nation", de dois editores da Economist, vindos da Europa que partilhamos.

2. Depois, pense um bocadinho no que é um "perigo para a nossa civilização". Verá que entre os factores mais importantes está o preconceito e a falta de compreensão do outro. Se a velha Europa e a nova América o perceberem, acabando com preconceitos mútuos, mais fácil será construir um mundo em torno de consensos. E isso não aconteceu nos últimos quatro anos, com culpas dos dois lados da "barricada".

3. Quanto ao nacionalismo, simplesmente não é verdade: aliás, o que os seus colegas lhe poderão explicar é que Bush, depois do 11 de Setembro, virou um internacionalista - o que lhe é apontado como um defeito, como antes lhe era apontado o defeito do nacionalismo.

4. Por último, o papel social do Estado: aí Kerry é ligeiramente diferente de Bush. Deixo a discussão para mais tarde, mas lanço uma simples pergunta: onde é que o Estado Social português ajudou os mais fracos a crescer?
Termino, aliás, lembrando o Osório, mas também o Amílcar Correia (editorial de hoje do Público) de uma frase de um político norte-americano, lá pelos idos anos 60: "Quiseram fazer uma guerra pelos pobres. Os pobres ganharam".


Um abraço ao Osório,
D.D.


P.S. Já agora, meu caro L.O., não será pretencioso fazer da primeira opção do seu jornal um manifesto anti-Bush? Só faltava uma frase para ser pior: "Nós também devíamos votar". Uma sugestão: começe por aqui mesmo, tá bem?

18 outubro 2004

O problema. segundo Berlusconi

“O problema deste país, hoje, é o de juízes perseguirem adversários políticos e não dever, num país que se pretende democrático ser consentido que gente ideologicamente comprometida possa iniciar inquéritos e julgar quem considere inimigo político” – Sílvio Berlusconi, num debate televisivo da campanha para eleições legislativas antecipadas italianas de 1996.

Algum dia ouviremos isto por cá.

Folow the money

Hoje, no “Público”, surgiu uma notícia curiosa. O PSD resolveu pedir 33 mil contos de indemnização para sair de um andar em Lisboa que lhe tinha sido emprestado a título gratuito nos tempos revolucionários do PREC. Segundo o jornal, alguém descontou o cheque, levantou o dinheiro e colocou-o numa mala. Não se sabe se o cheque entrou nas contas do PSD.
O inefável José Luís Arnaut diz que não é nada com ele. O seu ex-braço direito na secretaria-geral laranja contradiz-se, Miguel Relvas não esclarece e António Capucho diz que esta situação "não é normal".
Boa! Onde estão os 33 mil contos?

Força de bloqueio

O prémio para a fotografia mais ridícula da semana vai para o “Público” e a imagem, publicada na pág. 17 da edição do último sábado, do almoço “secreto” entre Fernando Lima, director do “Diário de Notícias”, e João Gabriel, adjunto do Presidente da República.
A citada refeição serviu para Lima “sentir” o apoio do chefe de Estado.
É pena que Jorge Sampaio não se tenha preocupado com a "renacionalização" do "DN" e do "JN" levada a cabo pela PT por ordem expressa do Governo socialista de António Guterres.
O Presidente está calado mas os seus adjuntos não. É a táctica das forças de bloqueio. A foto é que era dispensável.

Exclusivo: a primeira versão da carta de Ana Costa Almeida ao Expresso

Por mero acaso do destino, o Insubmisso teve acesso à primeira versão da carta que Ana Costa Almeida, chefe de gabinete do Primeiro Ministro, mandou ao Expresso, protestando porque Santana Lopes não dormiu uma sesta antes de ir para o Moda Lisboa. Seguem-se essas breves linhas:

"Sr. Director,

na falta de mais qualquer coisa útil para fazer em s. Bento, resolvi escrever-lhe para deixar bem claro que o Sr. Primeiro-Ministro não dormiu uma sesta entre o debate parlamentar de quinta-feira e a sua deslocação à Moda Lisboa, ao contrário do que dizia o jornal de Vexa.
Garanto-lhe: o Sr. Primeiro-Ministro saiu da Assembleia da República às 18h30, e não às 17h como dizia o Expresso, tendo estado no meu gabinete comigo todo o tempo antes de se deslocar à dita festa da moda - onde ele se sente à-vontade. Mais lhe garanto: durante esse tempo que estivémos no mesmo gabinete, o Sr. Primeiro-Ministro não dormiu: falou mesmo ao telefone com o Presidente Fidel (de quem ouviu um monólogo de 2 horas) e com o Presidente João Jardim (de quem ouviu um sermão contra a República das Bananas de 45 minutos). Fique sabendo que o Primeiro-Ministro ainda tentou falar com o ex-líder Mao Tse-Tung, mas não conseguiu contacto.
O que o Expresso escreveu, aliás, é sinal de qualquer coisa de estranho se passa com esse jornal que Vexa dirige. Tome atenção.

Ao seu dispôr, e sem mais assunto - não me ocorre nenhum neste momento -

Ana Costa Almeida
Chefe de Gabinete do Sr. Primeiro Ministro"


P.S. Tanto quanto o Insubmisso conseguiu apurar, a dra. Ana Costa Almeida já está a trabalhar numa nova carta, agora dirigida a um jornal norte-americano que identificava o Dr. Santana Lopes como "homem desconhecido, ao lado do primeiro-ministro da Colômbia". Aguardamos com ansiedade.


Nota do Editor: a versão anterior deste texto foi censurada, por respeito aos leitores e princípios orientadores deste blog. Que seja tão claro quanto isto - com o mea culpa necessário e respectivo pedido de desculpas.

17 outubro 2004

A contra-reforma das metalidades

Meu caro LR,

acabei de ler o teu texto e quero acrescentar-te umas questões.

Dizes tu que precisamos de uma reforma das mentalidades. Muito bem, concordamos. É um passo decisivo para tornar Portugal um país democrático - que não é.
Mas acrescentas que vês sinais positivos, com o aparecimento de casos judiciais que entram em sectores difíceis, como a política e o futebol. Dois pontos sobre o assunto:

1. Quando a política reage como reagiu a «case-studies» como Felgueiras, Apito Dourado ou Casa Pia, que tipo de sinais são esses? Que me recorde, casos polémicos não faltaram no nosso país nas últimas décadas. Mas quais desses casos tiveram um final claro? Qual destes casos - os supracitados - chegarão ao fim?

2. Mesmo partindo do pressuposto que tens razão, será que o nosso sistema (diria Dias da Cunha) está a salvo de novas orientações? Ou seja, será que estamos a salvo que um qualquer novo poder consiga inverter um suposto caminho que estava a ser traçado?

Dirás, estou certo, qualquer coisa assim: "Lá estás tu, Ulisses, com o teu pessimismo". Talvez. Mas não estou certo que num país onde se excluem militantes de um congresso, ou onde se empurra uma televisão privada contra um comentador incómodo, não se possa igualmente fazer uma Justiça à imagem de Berlusconi. Com a diferença que, por cá, nada é tão transparente. É que este país é pequeno, mas os poderes são muito grandes. É tudo.

Um abraço,
e até sempre nestas páginas.
U.

A reforma das mentalidades

Do Portugal salazarista para o Portugal democrático muitas foram as transformações, mas o nível de corrupção pouco ou nada se alterou. Mudaram as caras, verificou-se uma mutação de processos criminosos mas o Estado continua a ter um número significativo de agentes que se deixam corromper ou que promovem a corrupção, inviabilizando a competitividade económica saudável e a justiça social e fiscal.
Se antes era necessário pagar 20 ou 30 contos – quando este valor era o salário mínimo – para acelerar uma escritura de compra e venda ou “comprar” um chefe de uma repartição de finanças para rasgar um processo de dívida ao fisco, hoje as necessidades são outras.
Mas concordo com o RCP que o maior dos problemas não é a pequena corrupção, mas sim os processos criminosos que estão invariavelmente ligados ao financiamento ilícito dos partidos políticos portugueses. Só não acho que a solução legislativa chegue. É necessário uma forte acção dissuasora por parte do poder judicial.
O fenómeno não é exclusivo de Portugal – basta olhar para os casos do ex-maire Chirac, do ex-primeiro-ministro Kohl ou dos vereadores do PSOE de Madrid e as suas relações com empreiteiros locais – apenas a ineficácia, inexistência, receio ou desinteresse do poder judicial. Isto sim é único na Europa desenvolvida.
O aparecimento de casos como o de Felgueiras, Amadora, Apito Dourado ou de António Preto revelam que algo está a mudar em Portugal. O facto de uma magistrada judicial de 30 e poucos anos ter coragem para impôr a detenção preventiva durante 48 horas do presidente do Metro do Porto, da Câmara de Gondomar e da Liga Portuguesa de Futebol Profissional numa prisão por este estreada, representa um corte epistemológico. Assim como o trabalho de juiz Carlos Teixeira do Ministério Público na investigação do caso Apito Dourado também deve ser tomado como exemplar.
Uma nova geração de magistrados judiciais e do Ministério Público com um nova mentalidade capaz de exercer os poderes fiscalizadores dos Tribunais é essencial para combater o cancro da democracia portuguesa: a corrupção ligada ao financiamento ilícito partidário.
Por alguma razão, o Bloco Central reage. Não só PSD e PS querem mudar o regime de escutas em vigor, como nos bastidores as pressões não cessam. Homens como Isaltino Morais, Valentim Loureiro e Joaquim Raposo sabem muitos segredos da República. Os pés de barro do regime podem não aguentar certas revelações.
As relações de promiscuidade entre futebol, política e obras públicas (caso Apito Dourado), entre poder autárquico e promotores imobiliários (caso Amadora) e um que pode ser a mistura de todos estes (caso Isaltino) são um teste ao Ministério Público e à sua hierarquia.
Nada pode ficar no “congelador” outrora inventado por Cunha Rodrigues. Essa seria a reforma das reformas.

Para os mais distraídos...

...temos no canto superior esquerdo do Insubmisso uma nova assinatura. LRosa "stands for" Luís Rosa, jornalista da nossa praça, de alma e coração. O Luís é um grande amigo mas, acima de tudo (no que vos dirá respeito) um homem de convicções: afirma, como nós, a liberdade responsável; é um português de sangue; e um cidadão de carácter.
A partir de hoje (dentro em breve) é um dos Insubmissos. Só podia. Seja bem-vindo.

Os Deuses Devem Estar Loucos

Sporting venceu Estoril, por 4-1.

15 outubro 2004

Pedrocas, Janeiro de 2005

3 de Janeiro de 2005.
Caro Major,

acabei de saber, pelo nosso companheiro Joaquim Camilo, que já tens em tua posse o Apito.

Queria, como é tradição e bom costume, mandar-te um grande abraço de solidariedade.
Sabes que o Zé Pedro é um tipo chato: já lhe pedi o telefone do tipo da PJ, mas ele insiste que não tem nada a ver com a PJ, só com advogados. Mas não te preocupes. Tou a pensar em nomear o Alberto João para o lugar dele muito em breve.
O teu caso está em boas mãos.

Aquele abraço do
Pedro Miguel

S. Bento, Lisboa


P.S. Se voltares àquele sítio, quando saíres, faz-me o favor de não me agradecer. É que senão ainda levo com o professor, o baixinho e o de Boliqueime outra vez. E isso não me apetece nada.


Partidos à beira de um ataque de nervos

Mandou-me um amigo meu. Aqui está:

Do Jornal de Notícias de hoje:
«Vários militantes sociais-democratas de Lamego estão a contestar a eleição de Amândio da Fonseca para a liderança da Concelhia. Alegam que o dirigente ainda é militante do CDS-PP e exigem a «nulidade do acto eleitoral e aplicação da respectiva sanção disciplina»: O CDS-PP confirmou que Amândio Fonseca é filiado no partido, desde 31 de Dezembro de 1993, com o número 180500245. »

A Quinta que nos anima, mesmo!

à notícia de mais uma família famosa (ver em baixo), juntou-se ontem mais uma manchete, que aconselho vivamente ao 24 Horas:

ontem à noite vi, com os meus próprios olhos, o ministro da Agricultura a comentar (melhor, a elogiar) a Quinta das Celebridades no espaço da TVI reservado ao programa. Percebi logo: "Foi por isto que o Governo quis correr com o Marcelo: duas estrelas a comentar os animais não podia ser. Ganhou o que fala das vaquinhas, perdeu o que falava do Governo".

Divirtam-se, que o país está para isso.
Ulisses


A Quinta que nos anima!

Leiam na Sábado:

O José Castelo Branco, vulgo "O Conde", é primo do António Costa, excelso socialista da nossa praça!

Não sei se é verdade, mas a minha mulher fartou-se de rir. É, aliás, a primeira vez que o António Costa dá um motivo de risota cá à malta. Viva a Quinta!

Será que Portugal sobrevive a mais quatro dias de comentários de Miguel Sousa Tavares???

?????
Depois do artigo de hoje no Público, tenho dúvidas.
Parece, caro MST, que o mundo terá que sobreviver. E eu, para mal dos meus pecados, também.
É a vida

14 outubro 2004

Debates e o bom Governo

Ligo a televisão de manhã e vejo que John Kerry ganhou a George W. Bush no terceiro (e talvez decisivo) debate televisivo. Ouço até Nuno Rogeiro concordar com esta análise.

Esta tarde, ouço partes do debate mensal na AR. Percebo que Santana Lopes se mostrou melhor do que previsto - no seu registo preferido, aliás: o dos duelos em directo.

Penso uns minutos no assunto, leio Pacheco Pereira, no Abrupto, e só depois me lembro que os debates não passam disso mesmo: debates. São uma peça importante numa democracia, mas nunca fizeram um bom governante. Ponto final.

P.S. Vi em alguns blogs amigos que não gostaram muito de ver o José Raúl dos Santos falar da espuma da cerveja. Acho mal. Será que um homem já não pode falar do seu dia-a-dia?

13 outubro 2004

Uma pérola de coligação III

Ando para aqui a escrever posts e a minha filha, que precisa de atenção, não me deixa mais.
Ficam só duas perguntinhas:

1. O dr. Jorge Sampaio não escreveu, há três semanas no Expresso, que isso das receitas extraordinárias tinha que acabar?
2. O dr. Jorge Sampaio, para dar posse a este Governo, não tinha exigido que as Finanças tinham que continuar no caminho da consolidação?; E que a política externa não podia sofrer alterações?

Desisto. Vou ver Portugal. Mal por mal, venha a bola.

Uma pérola de coligação II

Depois do ministro das Finanças ter dito, sic, que «serão escassas as possibilidades de recorrer, com racionalidade, a receitas extraordinárias que, aliás, nunca seriam a cura do mal»...

...o ministro das Finanças veio dizer hoje (ouvi na RTP) que vai recorrer a medidas extraordinárias no Orçamento de Estado de 2005.

Que raio! Esta de ministros contrariarem os seus colegas de Governo está mal! Não acha sr. ministro das Finanças? Perdão, sr. ministro das Finanças?


Um pérola de coligação

Depois do MNE, António Monteiro, ter anunciado o apoio português, o CDS pronunciou-se hoje sobre a adesão turca à UE.

Para ler, sem mais comentários:

«
UE: CDS manifesta dúvidas sobre adesão da Turquia e propõe debate nacional

O CDS-PP manifestou hoje dúvidas quanto à adesão da Turquia à União Europeia, mas só tomará uma posição definitiva após um amplo debate sobre este assunto. Até ao final de Novembro, o CDS pretende organizar quatro grandes debates sobre a adesão da Turquia à União Europeia, o primeiro a ser realizado pelo grupo parlamentar, outro organizado em conjunto com a Juventude Popular e mais dois, em Lisboa e no Porto. "É verdadeiramente estranho que, no nosso país político, se discutam tantas irrelevâncias e tantos factos virtuais e não se debata, como deve ser, um facto de extraordinário alcance como este",afirmou o vice-presidente do CDS-PP, António Pires de Lima, em conferência de imprensa na Assembleia da República. Sublinhando que o partido "ainda não estabeleceu uma posição definitiva", Pires de Lima admitiu que "é certo que o CDS-PP tem dúvidas" sobre a entrada da Turquia na UE, à semelhança do que acontece com outros partidos democrata-cristãos europeus, alguns dos quais já se manifestaram contrários a esta adesão.
»

Resposta tardia ao meu amigo João Pedro

Antes tarde que nunca, meu caro. Sobre o teu post acerca do Sporting, seguem dois curtos comentários:

1. O irracional, ao contrário do que pensas, está sempre presente na nossa vida e nas nossas decisões. Um irracional não é um homem anormal, é um ser humano, com tudo de bom que isso implica. Basta leres Hayek, Popper, Oakeshott para perceberes como funciona. Se for muito chato, recomendo o António Damásio – não, não o ex-presidente do Benfica, mas aquele cientista português que ensina nos EUA e escreve uns livros hitóricos. ao caso, recomendo o "Erro de Decartes". Verás que é suficiente.

2. Quanto à provocação final - e passando ao de leve sobre o lápis azul que me impede de ir mais longe -, gostaria muito, mesmo muito, que o Presidente Sampaio invocasse seja o que for que lhe passe pela cabeça para demitir o dr. Dias da Cunha. Ele que dê lá as voltas que der, mas que o faça esta legislatura. Perdão, esta época futebolística, bem entendido.

Aquele abraço,
com amizade quase irracional.
David

Descubra as diferenças

Notícias frequinhas sobre o país que temos:

1. Audiências: "Quinta das Celebridades" lidera tabela de terça-feira.

2. Segurança Social poderá vir a inspeccionar clubes da I Liga - Ministro.

3. Ourives assaltado por dois jovens fica sem ouro avaliado em 25 mil euros.

Pergunta final: quem engana mais quem? Resposta amanhã, na Rua de S. Bento, às 15h, num edifício perto de si (mesmo que não queira mesmo nada).

Já agora, uma notícia bónus, também de hoje:
Fátima: Peregrinos do Santuário rezam pelos governantes.



12 outubro 2004

E vão mais 3,75 votos para o Pedrocas

Meus amigos,

O nosso Pedrocas entrou-nos ontem casa dentro para nos dar umas palavrinhas.
Agora, na impossibilidade de lhe retribuir a simpatia, resolvi entrar-lhe pelo computador – salvo seja! – para lhe explicar a minha emoção ao vê-lo e ouvi-lo. Foi uma coisa que me bateu forte, tão forte que me ia dando uma coisinha má.

Antes do mais, caro Pedrocas, gostei muito do enquadramento. Muito mesmo. Achei a auréula à volta da sua cabeça muito chique (naquele quadro modernaço, percebe?), especialmente tendo como enquadramento a sua foto beijando a mão de Sua Santidade (à sua esquerda, tá a ver?). Deu um sinal muito angélico à intervenção e acho que conseguiu convencer dois portugueses e meio: o seu pai, católico praticante, e o embaixador de Portugal no Vaticano, que o levou lá – a que podemos juntar o cão dele que, com a boa vontade da mesa de voto, também pode ter direito a um papelinho, não acha?

Depois, meu caro, achei uma enorme piada à maneira como falou directamente com o dr. Sampaio e o prof. Marcelo: aquele estilo-confessionário, a lembrar os tempos do Big Brother e da Quinta das Celebridades, foi lindo de morrer, sabe?
Cá para nós, que ninguém nos ouve, os dois primeiros só se calam assim: com um votinho em confessionário para saírem da casa. Aposto que foi a Cinha quem se lembrou, não foi Pedrocas? Vá lá! Confesse! Ainda ontem a vi na Quinta a falar ao telemóvel consigo...
Seja como for, com isso meu caro, estão certinhos mais um voto e um quarto nas próximas legislativas: o primeiro do Zé Castelo Branco, que vale um porque é Conde; e outro do cão do Conde, que valia meio mas a que tem que subtrair 0,25 votos porque também leva o voto do José Peseiro, que tem de ser descontado.

Feitas as contas, meu caro Pedrocas, são 3,75 votos conseguidos. O que, em apenas 14 minutinhos, é obra.
Aconselho que siga os mesmos passos nos próximos 170 dias, talvez em permanência, através de um contrato com a TV Cabo – que pertence àquele grupo do Delgado, aquele seu amigo para as ocasiões. Mas que seja ainda antes do dr. Sampaio dissolver a Assembleia. Com sorte, Pedrocas, saem-lhe mais votos nas urnas do que lugares no táxi do CDS.

Abraços a si e aos restantes leitores,
com a amizade do
Ulisses.

O que um Lampião passa!?

Toda a gente sabe que eu detesto o Sporting Clube de Portugal. Mas, meus caros David e Ulisses, imaginem o que eu penso sobre o Lopes a Primeiro Ministro para não desejar aos meus piores inimigos que o tenham como Presidente!!!???


Tudo de bom
...e vejam lá "ò lagartagem" se desta vez conseguem ganhar à Naval...
é uma equipa difícil é certo, mas o Santana Lopes é sócio deles,
pelo que é meio caminho para eles fazerem grandes asneiras durante o jogo
e vos darem a passagem à eliminatória seguinte de mão beijada...AH AH AH

A minha opinião sobre a "tentativa de manipulação do povo que não surtiu efeito nenhum e a que o Lopes chamou de discurso ao país"

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Tudo de bom
...cuidado que eles os 3 andem aí aos pares e voem baixinho para nos tentarem apanhar desprevenidos...
Ó orwell anda cá!!!!
Olha se eu era comentador...chiça

"O Rei vai nú"

É muito triste para um país quando um homem que sempre se considerou de direita e anticomunista (como eu) é forçado a concordar com Carlos Carvalhas sobre o Primeiro Ministro.

Será que sou só eu (e mais os 8 que o queriam colocar na Quinta das Celebridades) que vejo que no caso de Santana Lopes e da corja de incompetentes que o acompanham, "O Rei vai nú"

11 outubro 2004

Nota de decepção

O país está triste. Muito triste.

O nosso primeiro desiludiu a Grande Nação Leonina ao não anunciar, como se esperava, a sua candidatura à presidência do Sporting Clube de Portugal.

Ouvimos falar de impostos, pensões e salários. Sobre o que realmente importa, nem uma palavra.

Berlusconi continua, assim, sem companhia à altura nesta Europa sem comandante e naquele clube sem líder à altura.

Resta-nos suspirar, à espera da resposta do dr. Sampaio.

Que Deus nos ajude.




Resumo do que disse o sr primeiro-ministro

O sr. primeiro-ministro falou, sem teleponto.
O sr. primeiro-ministro falou, às 20h, durante 15 minutos, na abertura dos telejornais.
O sr. primeiro-ministro falou, sem contraditório.
O sr. primeiro-ministro falou, e deu-me sono.
Vou dormir.
Ámen.

Silêncio, por favor...

...que vai falar o sr. Primeiro Ministro.

Exactamente às 21h10, é favor desligar os telemóveis e dar Graças ao Senhor:
O dr. Santana Lopes fala na RTP e Antena 1, numa intervenção gravada, que se saiba sem teleponto, mas também sem contraditório.

O espectáculo está prestes a começar.

Obrigado

U.

07 outubro 2004

SMS (Santana, Marcelo, Sampaio)

Acabei de ouvir o primeiro-ministro à saída de Belém. Não sei se ouvi bem, mas pareceu-me que o dr. Santana Lopes desafiou o Presidente da República a convocar eleições, caso considere que existiu uma pressão do Governo sobre a TVI para acalmar Marcelo Rebelo de Sousa.

Se é verdade que ouvi mesmo aquilo que julgo ter ouvido, fica-me uma dúvida: que raio terá o primeiro-ministro ouvido do Presidente da República para responder desta maneira?

Em bom rigor, concordo – por uma vez – com o dr. Santana Lopes: ou o Governo exerceu pressão sobre a TVI, e aí está em causa um pilar democrático do país; ou não, e aí está em causa uma estratégia de oposição ao Governo. E esta verdade, creio, nunca iremos conhecer.

Mas sejamos claros: mesmo nesta última hipótese, o mínimo que se pode dizer é que o Governo foi como Romano Prodi definiu o Pacto de Estabilidade: estúpido. Apenas porque entrou num "lose-lose game".
Até posso perceber que o dr. Santana Lopes, através de Gomes da Silva, tenha pretendido convocar um adversário para o Congresso, seguindo a estratégia secular de Maquiavel. Mas na política há uma regra de ouro: nunca faças teu inimigo alguém que tem mais armas do que tu. Menos ainda quando se tem acima um Presidente vigilante, como o próprio prometeu desde o minuto zero.
É o mínimo que se pode dizer. O resto fica para o prof. Cavaco, o dr. Marques Mendes, o dr. Miguel Veiga, o prof. Graça Moura e até para o prof. Marcelo – talvez no próximo sábado, na edição do Expresso.

Até tu, Brutus?

Imaginem só o que consegue este Governo:
até a dra. Ana Gomes consegue passar por séria e equilibrada. É ver no Causa Nossa.

Últimos dias de Pompeia

Síntese da matéria dada, para quem acabou de acordar:

1. Marques Mendes, Pacheco Pereira, Vasco Graça Moura e Miguel Veiga já acusam directamente o Governo de pressionar a TVI para silenciar MRS. O primeiro é deputado, foi ministro dos Assuntos Parlamentares e tem influência reconhecida na bancada do PSD.
2. O CDS remeteu-se ao silêncio, a mando do próprio Paulo Portas. Nuno Melo, líder parlamentar, justifica o silêncio com bom-senso, numa crítica mais que directa ao ministro que o tutela.
3. O Presidente da República achou que a matéria era muito sensível, tanto que chamou Marcelo a Belém – o que foi de imediato transmitido aos média.
4. Passados três meses, sobra o quê, exactamente?

Conclusão: A única manchete de hoje que pode ter acertado quase em cheio foi esta. Vamos ver: se se confirma; em caso de resposta positiva, para quando.


Até mais logo.

TVI, Marcelo e o PR

Disseram-me fontes bem informadas do Palácio de Belem que a mostarda já chegou ao nariz de Jorge Sampaio e que o Presidente desta vez se passou por completo. Disse-me esta fonte, igualmente, que o período de nojo pós-Barroso acabou e que o prazo de validade de Lopes também acabou. Esta mesma fonte aconselhou-me a , enquanto consultor político, posicionar-me junto dos partidos, porque as eleições antecipadas estavam para breve.

A ver o que isto dá

Tudo de bom.

Marcelo, PT e TVI

Dizem as más línguas que o despedimento de Marcelo Rebelo de Sousa teve a ver com a mais que provável aquisição da TVI pela PT. Será verdade que o Sarmento teve coragem para fazer isto com o Horta e Costa?????

Marcelo, telenovelas e o burro da Júlia Pinheiro

A TVI apostou forte na rentrée. Estava decidida a ganhar a batalha das audiências

Estou profundamente convencido que nesta agitada semana de Outubro esteve a mão maquiavélica de José Eduardo Moniz.

Estou a ver o filme...numa noite do passsado mês de Junho ZéDu chega a casa e diz:

"Manelita, môr ?! Onde tás, chega-te aqui à minha beira. Estive a pensar...o que tu achas de arranjarmos um programa qualquer em que entre a Júlia Pinheiro, aquela coisa das jóias que foi parada na Portela, e uma atracção mundial como por exemplo o Pavarotti".

Manuela Boca-de-incêndio-da-CML-Guedes responde-lhe com voz grossa
"Olha ZeDu, isso era giro mas acho que as audiências só melhoram se tu encontrares um "número" verdadeiramente dramático, tipo guerra à Murdoch ou se fizeres uma grande injustiça a uma pessoa que o público verdadeiramente adore, como aquilo que eu fiz ao Miguel Sousa Tavares no outro dia. Lembras-te ZéDu como eu fui malcriada e ordinária...ai..fiquei tão excitada...e as audiências subiram e tudo."

Moniz virou-se para a Boca-de-Incêndio e disse-lhe
"Boa, boa...grande malha...vou já falar com o Paes do Amaral a ver se ele alinha...estava a pensar??? que tal se despedíssemos o Marcelo???"

Manelita não resistiu, saltou-lhe ao regaço e disse-lhe
"Ai ZéDu tu és tão esperto que vais ficar para a história dos media em Portugal".

E assim surgiu a Quinta das Celebridades e o despedimento do Marcelo

Tudo de bom para vós

06 outubro 2004

Aceitam-se apostas

O que vai fazer o professor Marcelo?
Hipóteses a considerar:
1. Candidato à Presidência da República.
2. Número um numa lista ao Conselho Nacional do PSD, no Congresso de Novembro, em desafio à liderança.
3. Comentador na SIC-Radical, sob patrocínio de Rui Unas.
4. Treinador do Sporting Clube de Portugal, substituindo José Peseiro.

Votações para este email ou, por telefone, para S. Bento.


Abraços para todos

Não há almoços grátis, professor Marcelo

Mandaram-me isto da Agência Lusa. Leiam com atenção. Releiam se necessário.

«
Marcelo Rebelo de Sousa sai da TVI após conversa com Paes do Amaral
Lisboa, 06 Out (Lusa) - O ex-presidente do PSD Marcelo Rebelo de Sousa anunciou hoje à agência Lusa a sua saída imediata da TVI, na sequência de uma conversa com o presidente da Media Capital, ocorrida a pedido de Miguel Paes do Amaral. "Na sequência de conversa da iniciativa do presidente da Media Capital, Miguel Paes do Amaral, decidi cessar, de imediato, a colaboração na TVI, a qual sempre pude livremente conceber e executar durante quatro anos e meio", declarou Marcelo Rebelo de Sousa à agência Lusa. Marcelo Rebelo de Sousa fazia comentários políticos ao domingo no telejornal da TVI desde 13 de Maio de 2000.
»

Alguém julgava que os jogos de futebol na TVI não tinham um preço?

Informação desportiva útil

[L.R. vezes dois. Nada mau]

Eis um bom exemplo do "óptimo" jornalismo desportivo português:

«O Record sabe que a paciência dos dirigentes do Sporting não vai durar eternamente».

Deve-se acrescentar que foram necessárias as técnicas de investigação mais apuradas e mais vanguardistas para chegar a esta "informação" preciosa, útil e nada, mas mesmo nada, redudante. LR

A viragem está ai

[aqui fica uma nova contribuição do nosso caro L.R.]

É dos livros, chama-se "viragem" ou "turn-over" e define o momento político específico em que o líder da maioria bem pode arrumar as malas e preparar-se para ser substituído. Na passada segunda-feira, a notícia de abertura dos telejornais da SIC e da TVI foi a mesma: feriado custa ao país 50 milhões de euros. É certo que em vésperas de feriado nacional, ainda por cima a meio de "uma ponte de improdutividade" não havia muitos "scoops", mas abrir os noticiários das 8 com uma notícia que visa mexer com a boa consciência de quem está de folga durante quatro dias, é obra! A partir do momento em que as televisões se atiram ao Governo por decretar tolerância de ponto à segunda-feira, é melhor Santana Lopes, habitual espectador dos noticiários da CNN Internacional, BBC World e Sky News, começar a preocupar-se menos com os seus seguranças e as críticas do professor Marcelo e dar atenção ao trabalho para que é pago: governar. Mas governar mesmo e não jogar ao pé-coxinho do anuncia-desanuncia-volta-a-anunciar-desmente-o-segundo-anúncio-e-finalmente-inve
nta-outro-anúncio-para-fazer-esquecer-o-primeiro-anúncio.
Ah!, e só mais uma coisinha. O PS voltou a ter uma liderança, depois de um interregno de dois anos e meio. Como o comentador já avisou, "cuidadinho!". Ou muito me engano ou a equipa José Sócrates/António Costa/Jaime Gama/Pina Moura com a ajuda de Jorge Coelho vai dar uma cabazada nos quatro tristes tigres: Pedro Santana Lopes/Henrique Chaves/ Nuno Morais Sarmento e Rui Gomes da Silva. Paulo Portas é a excepção porque já lhe cheirou que "isto" não vai durar muito. LR

As sobrancelhas do Lopes

Meus amigos,

será que algum de vocês reparou?

Estava eu à frente da televisão, naqueles minutos de tranquilidade que sublinham a importância do descanso, quando a minha mulher - com uma capacidade de observação que em muito me ultrapassa - lança um grito: «Ele pintou as sobrancelhas!».

Ainda pensei que ela estivesse a falar do tal Castelo Branco, ou mesmo do Avelino Ferreira Torres - vulgo, Bebé, nas palavras da Júlia Pinheiro - numa manobra táctica para distrair as vacas na altura da ordenha.

Não. Nada disso. Era o Santana Lopes quem ali estava, a falar com as televisões num sítio qualquer, com aquele ar muito concentrado nos seus sapatos que adoptou desde que a vida se tornou difícil. E a minha mulher repetiu:

«Já viste? Ele pintou as sobrancelhas de ruivo!. Está cheio de cabelos brancos e agora pintou aquilo!»

Confesso que desde então ando à procura de uma confirmação, naquelas fotos de arquivo das revistas. Mas ainda não consegui. Daí que procure a vossa ajuda, para acabar com esta angústia que me afecta:
Será que alguém viu? Será que a Central de Comunicação já está a funcionar? Será que as vacas vão sobreviver aos famosos na Quinta das Celebridades?

Agradeço qualquer colaboração,

ao vosso dispôr,
U.

Braga da Cruz ou Braga da Foice ???!!!

Porque que é que o Reitor da grande UCP (Universidade Católica Portuguesa e não Unidade Cooperativa de Produção…senão o Magnifico Reitor chamar-se-ia Braga da Foice e não Braga da Cruz: uma pitada de humor britânico para mentes requintadas como as de V. Exas., coisa que me ficou do tempo vivido para lá do canal mas que não é muito apreciado em Portugal) tem que “palpitar” sobre a vida nocturna das cidades universitárias?

Mesmo que fosse politicamente correcto, será que um sociólogo dotado e reputado comete a leviandade de atribuir a um só factor a força de “causation” de um fenómeno complexo como este: será que a recta de regressão explicativa desta variável dependente (insucesso escolar) tem um contributo assim tão grande da variável saídas nocturnas? Qual a variância explicada Senhor Professor? Então e outros factores como a envolvente familiar, o envolvimento social, grupos de pertença e referência, estímulos para-laborais e motivações profissionais, a progressiva degradação da qualidade dos corpos docentes, a diminuição de financiamento disponível (quer público como privado) e por consequência de investimento? E será que o Senhor Reitor terá reparado que enquanto isso acontece ao nivel das licenciaturas, o “mercado (feia palavra para este sector)” de Pós-Graduações, Mestrados e Doutoramentos disparou e que nestes os niveis de aproveitamento e a qualidade da formação e dos formandos é bastante confortável? Terá o Magnífico Reitor reparado que curiosamente estamos a assistir a um fenómeno de maturidade tardia que se projecta sobre as licenciaturas e só se resolve por alturas dos 25 e das Pós-Graduações e Mestrados? Será que não estamos a querer que um sistema de ensino superior deficiente dê respostas suficientes quando não está preparado para isso? Em 1973 o sistema era um, passados 30 anos o sistema é outro completamente diferente…se calhar hoje em dia em termos relativos, temos niveis de excelência no ensino superior superiores àquilo que existia nos anos 70?

Senhor Reitor, isto são só suposições, porque enquanto cientista social exijo a mim próprio a corroboração ou refutação (sim,sim, à la Popper) das minhas hipóteses depois de um amplo debate de qualificação das mais válidas a serem testadas! Cientificamente recuso aceitar que V. Exa tenha proferida a afirmação que eu lhe ouvi sem ter provas irrefutáveis da veracidade da mesma…

…a menos que a afirmação tenha um sentido moral e, nessa circunstância não me cabe a mim criticar o Magnifico Reitor da UCP, apenas lamentar que ele se chame mesmo Braga da Foice ao contrário do que eu pensava e desejava; foice não por causa da “cooperativa de produção” mas porque pretende cortar rentinho os costumes e atitudes impróprios àquilo que acha o Reitor dever ser a monástica vida de universitário.

Mas o mais grave deste fait divers é que o Reitor está convencido do que disse, e na Reitoria da UCP centenas de pessoas lhe deram os “parabéns pela excelente entrevista e pela oportunidade, sabedoria e superioridade da análise apresentada”.

Senhor Reitor só para estragar a sua teoria deixe-me confessar-lhe que terminei a minha licenciatura com média de 16 valores, o meu mestrado com 18, e a parte lectiva do programa doutoral com 17 valores….durante este período de formação tive uma vida dissoluta saindo, bebendo, namorando, escrevendo, etc.. Só para estragar um pouco mais a sua teoria…parte da minha formação foi feita numa UCP deste nosso triste país. Como eu, posso contar pelo menos mais 5 a 8 colegas nas mesmas circunstâncias.

Tudo de Bom

Mas porque é que o deixam mexer no que quer que seja ?!

O Mexia foi a uma reunião ao Algarve anunciar que as SCUTS vão mesmo para a frente, incluindo a da Via do Infante de Sagres. Saiu da mesma reunião anunciando que o caso vai ser estudado mais 6 meses para apurar o verdadeiro impacto da portagem na Via do Infante.

MAS ENTÃO SE O MEXIA NÃO TINHA A CERTEZA DO QUE FOI LÁ FAZER PORQUE É QUE FOI??? SE NÃO TEM CERTEZA PORQUE ANUNCIA? VAI FAZER O MESMO PARA TODAS AS OUTRAS SCUTS? FICA TUDO EM BANHO MARIA MAIS 6 MESES?? E O QUE É QUE O BAGÃO DIZ DESTAS MEDIDAS “LESA RECEITA”??? VÃO-SE CURAR, TÁ TUDO GROSSO!!!!


Tudo de bom

Ó Gomes da Silva vai aos búzios!!!!

O que é que os comentários de Rui Gomes da Silva sobre o Professor Marcelo Rebelo de Sousa nos dizem sobre o Ministro dos Assuntos Parlamentares?

Que o Ministro dos Assuntos Parlamentares é muito burro, politicamente míope, estruturalmente bruto e que pensa como o treinador do Sporting, ou seja com os pés (desculpa David).

Já tínhamos visto o miúdo Silva na AR a falar com Louçã da única forma que não se pode falar com Louçã, isto é menosprezando-o (se há coisa que não se pode desprezar é o ego do Xiquinho, a propósito, “Ó Francisco gostei muito do seu pullover pelos ombros à saida do Saldanha, very bourgeois), agora mete-se com o Professor. A isto eu chamo um "animal com forte sentido de oportunidade no exercício do contraditório politico”.

Será que o Lopes ainda não percebeu que as bocas que o Sampaio mandou lhe são dirigidas e não porque o Lopes “tenha uma vida negra feita pela oposição” mas antes porque o Lopes teve o mesmo jeito a escolher a sua equipa, que o Pinto da Costa a escolher o Del Neri?

Ó Lopes o problema está DENTRO de ti e não é um Alien (bem, mas o Lopes também não é a Sigourney Weaver).

Com Ministros destes não é necessário oposição…basta a RTP cobrir o Conselho de Ministros.

Obviamente o Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa não respondeu ao miúdo Silva e esperamos que a Alta Autoridade para a Comunicação Social tenha desta vez o bom senso de não nos brindar com deliberações Dickensianas e Salomónicas


Tudo de bom

Carvalhazzzs, Cunhal e o 3º Segredo de Fátima

Agora tenho a certeza que o 3º segredo de Fátima, preservado pela irmã Lucia e pelo seu silêncio, tem a ver com Portugal e com o Comunismo (e não com aquilo que o Vaticano anunciou como oficial).

Em primeiro lugar, porque um dos homens políticos (no sentido aristotélico do termo) mais inteligentes (mente brilhante mas preversa) que Portugal conheceu no século XX, já está incapacitado e, felizmente, nunca conseguiu impôr as suas ideias no nosso país: refiro-me, claro está, a Álvaro Cunhal e queira Sta. Clementina que se mantenha em tranquilidade no lar de idosos que escolheu para sua última casa na clandestinidade (para mais informações consultar o Pacheco Pereira que parece que sabe tudo sobre a criatura).

Em segundo lugar, as grandes esperanças do Comunismo português, outras duas cabeças iluminadas e homens corajosos, morreram prematuramente: Luís Sá e João Amaral não cumpriram os desígnios que a sibila augurava (acho que foi Maria João Avillez que chamou a Amaral o Príncipe Vermelho…se não foi poderia ter sido, já que o cognome é bom e aplica-se, e a Senhora é inteligente e sensível em suficiência para dizer tais coisas bonitas).

Em terceiro lugar porque Cunhal e a troika dirigente da Soeiro Pereira Gomes (para os mais distraídos é nome de rua e é onde está a Bolsa Euronext Lisboa: grande crueldade esta do destino: ter o supremo símbolo do capitalismo português em frente ao último reduto do marxismo-leninismo nacional: será que os PC’s já abandonaram o estalinismo, ou continuam a acreditar que o velho José da Geórgia aquilo que de facto fazia era, graciosamente, enviar para férias em locais exóticos os seus concidadãos?) na dúvida entre o marketing e a coerência ideológica, optaram por este última e escolheram o sibilante Carvalhazzzs para gerir os destinos do Partido sem brilho e sem chama.

Em quarto lugar porque quando Carvalhazzzs decide (ou por ele decidiram!!) sair, em quem pensam os arejados membros do Comité Central para o substituir??? Nessa pérola da boçalidade chamada Jerónimo de Sousa: o deputado-operário.

Por este conjunto de razões acredito seriamente que Deus existe, que tem um plano para Portugal, que este plano não contempla passar 75 anos sob domínio vermelho, e que a irmã Lúcia, grande marota, já sabia disto há muito tempo.

O terceiro segredo era este: o PC nunca será nada no nosso país.

Tudo de Bom

O país ideal não é...

1. um território onde o PC tenha Jerónimo de Sousa como secretário-geral.
2. um território onde um ministro, só depois de ser ministro, se lembre de mandar calar um comentador.
3. um território onde seja o líder da CGTP a dizer que o Governo é populista por conceder uma tolerância de ponto inédita.
4. um território onde um Governo concede tolerância de ponto à função pública porque «muitos feriados têm coincidido com fins-de-semana», proclamando por outro lado a improdutividade do país.
5. um território onde o Presidente da República diz coisas por dizer, sem sentido aparente ou, pelo menos, ser claro para todos.
6. um território onde o chefe-mor das autarquias exige dinheiro ao Governo porque «senão somos nós (PSD) a apertar o cinto e depois vêm os socialistas e gastam».

Bem hajam.
U.

04 outubro 2004

O João Pedro e o Sporting

Caro JPH,

duas observações sobre o teu post leonino:

1. Os benfiquistas não são autorizados a falar sobre o clube mais sério do país. Faz parte dos estatutos não oficiais do S.C.P. Aliás, os mesmos estatutos diziam o seguinte no início do século passado: que só os aristocratas podiam pertencer ao clube. A razão é a mesma; o objecto também.

2. Eu que não acredito em revoluções não abdico de as ver ao vivo, se possível, ou em directo na tv, se não for. É uma questão de história, que não se deve perder. O fim de um regime, mesmo que deposto por métodos que não partilho, deve ser observada de perto.

P.S. Esta última observação só vale para questões futebolísticas. É, aliás, a razão de ser do próprio futebol – vale tudo.


Considerações ao Glória Fácil,
D.D.

03 outubro 2004

Pedido pouco católico

E ainda dizem que a Universidade Católica não tem sentido de humor...
Alguém viu o Reitor, Manuel Braga da Cruz, desafiar o dr. Santana Lopes (hoje, na manchete do Público) para impôr regras aos bares nocturnos do país? Logo ao dr. Lopes, senhor Reitor?

01 outubro 2004

Carta aberta ao meu caro António Mira

António,

passei todo o dia a matutar sobre as razões da fraca afluência dos nossos leitores ao mail do Insubmisso, perante o desafio tão actual que lançaste ontem.
Refiro-me, é claro, ao manifesto «Lopes para a Casa dos Famosos». Até esta hora, o desafio teve apenas sete respostas, pese embora o acréscimo de visitas que a iniciativa trouxe à nossa humilde página.

Estive horas nisto, até que me ocorreu esta pergunta: com que empresa é que falaste para colocar as respostas dos nossos leitores online? Não terá sido a mesma que a Dra. Carmo Seabra deixou a fazer a lista informática dos professores?

Deixo-te uma proposta: o melhor é falar com o outro rapaz, aquele dos algoritmos. Não há nada como uma fórmula matemática para fazer um milagre. Se tivermos sorte, passadas 12 horas já temos o Lopes na TVI, com o Marcelo a comentar o desempenho nos serões de domingo. Para isso até me disponibilizo para colocar as respostas à mão!

Pensa no assunto, ok?
Abraços para ti e bom fim-de-semana.



O ozono e o porquê do murro na mesa do Sr. Lopes

Há pouco ouvi na TSF que o buraco de ozono diminuiu.
Isto é um perigo, meus amigos. Primeiro, o Sr. Lopes vai ter menos uma justificação para as loucuras que se vão acentuando no Governo; Segundo, o Sr. Guedes vai ter grandes problemas para fazer do Ambiente um ministério de acção política, como prometeu há uma semana no Público; Terceiro, os senhores dos passarinhos estão em risco de perder o emprego, o que é um grande problema para o Sr. Félix – que anda há que tempos a falar na retoma e no crescimento e fica em risco de ver a taxa de desemprego subir. Bom, bom, só mesmo para o Sr. Neves, aquele do ministério da Agricultura, que pode conseguir um reforço orçamental, com mais peixinhos nas águas para pescar e mais passarinhos no ar para caçar. O problema é que o Sr. Neves é do PSD e, portanto, não deve durar muito no Governo.

No meio de todos estes problemas acrescidos para o Sr. Lopes, soube-se hoje que o Sr. Silva, mais conhecido por "rapaz-lá-de-baixo-de-Boliqueime" já se reformou do Banco de Portugal e que o seu ex-assessor, Sr. Lima, está de malas aviadas do Diário de Notícias.

Francamente! Era o que mais faltava ao Sr. Lopes! Se o ozono acaba e o Sr. Silva vai para Belém, daqui a nada é o povo que acorda e o tira de S. Bento. «O melhor», pensou o Sr. Lopes ontem à noite, «é dar um murro na mesa. Vou já ligar para o Independente!».


A varina do CDS fez chorar S. Bento


A R. de S. Bento chorou.

Milhares de portugueses alinharam-se, de luto vestidos, pelos passeios daquela a que o povo chamou de R. Amália.

Mulheres em turbilhão de emoções saltaram para a escadaria da Assembleia em pranto convulsivo.

Nas janelas do edifício novo da Assembleia da República viam-se colchas de Castelo Branco e os assesores de todos os grupos parlamentares abriram lenços e vibraram bandeiras nacionais.

Mota Amaral lembrou os bons momentos passados, invocou o saber de experiência erguido da sua Tia Maria do Carmo, pediu a ajuda do beato Escribá e de todos os outros santos da Obra, para dizer as palavras de despedida.

Almeida Santos lembrou-se, com um sorriso discreto, de 1975 e dos escritórios da Lisnave onde ela começou a sua caminhada política.

Era a despedida de Celeste Cardona da Assembleia da República e Francisco Louçã emocionado até vestiu um fato do seu tio Hermínio num discreto azul mar. E disse com lágrimas

"ADEUS CELESTE, ADEUS PRINCESA ATÉ SEMPRE COMPANHEIRA"

Notícia DN 1-10-2004
"Hoje, no mesmo dia em que Celeste Cardona renuncia ao seu mandato de deputada à Assembleia da República (AR) pelo CDS, para ocupar um lugar na administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BE deve apresentar um projecto de lei que visa acabar com as chamadas «reformas douradas», depois dos casos recentemente vindos a lume envolvendo precisamente aquele banco público."

Lopes zanga-se com a Barbie e contribui para o crescimento do sector da marcenaria e restauro de móveis


O independente escreve na sua edição de hoje que
"Governo esteve à beira de uma remodelação Santana dá murro na mesa".e mais "Santana Lopes decidiu esclarecer de uma vez por todas que é ele quem manda no Governo e controla a informação. Depois de falar com Paulo Portas, o primeiro-ministro chamou Morais Sarmento e Nobre Guedes, a quem advertiu sobre o excesso de protagonismo e descoordenação"

Pergunta a minha ingenuidade:
Porque é que o Lopes não remodelou? Porque é que o Lopes não se auto-remodelou? Afinal já não pode alegar que isso iria causar instabilidade...já que afinal de contas ele é a instabilidade! Será que ele ainda não percebeu que "isto" não é um governo...é uma hipótese de...que teria sido chumbada em qualquer Parlamento sério de qualquer democracia séria de um país sério??

Porque não fez ele algo de construtivo, para variar, em vez de andar a estragar a mobília dando murros na mesa?

Será que já não chega o que os "ENERGÚMENOS" do Ministério da Agricultura fizeram ao salão nobre do Ministério, onde deram cabo de mobiliário e antiguidades, sob o pretexto de levarem "material de gabinete" para aquele posto avançado do déficit público na Golegã a que deram o nome de Secretaria de Estado?

Ó Pedro embora você conheça o Port...perdão, a Barbie, há muito tempo não se deve zangar com ela dessa maneira...afinal de contas ela é uma boneca cara e sensível, e para lhe mostrar quem manda basta só fazer voz grossa, cara de mau, dizer MIAUUU e no final levá-la a jantar.

Dar murros na mesa só ajuda Paços de Ferreira que é a capital do móvel

Tudo de bom para vós