27 dezembro 2006

Oposição aproveita silly season para fazer oposição

Oposição critica mensagem de Natal optimista de Sócrates

25 dezembro 2006

Gosto sempre que o Natal do Tim Burton entre no meu Natal



Everybody has a chance, Charlie.

Diz que é uma espécie de serviço público

A RTP acabou de prestar um péssimo serviço público. Aquilo a que chamou um Especial Férias do Gato Fedorento resumiu-se a 15 minutos, se tanto, de repetições de rábulas. After all, there wasn't another.

Porque calar é difícil

Não, eu não deveria contar nem ouvir nada, porque nunca estará na minha mão que não se repita e se afeie contra mim, para me perder, ou ainda pior, que não se repita e se afeie contra aqueles a quem eu bem quero, para os condenar.

Javier Marías
O teu rosto amanhã

23 dezembro 2006

Santo Natal

... para todos. Descansem muito e sejam felizes. Até logo.

21 dezembro 2006

O debate mensal

1. Sócrates apostou bem na reforma do ensino superior português, que bem precisa de ser reformado. É, aliás, a última grande reforma no horizonte do Executivo socialista. Os próximos debates mensais, a partir de 2007, tenderão a ser bem mais difíceis. Depois dos anúncios, vem o tempo da prestação de contas. Um tempo longo, que exigirá mais do que palavras, mais do que intenções.

2. Ainda sobre o Ensino Superior, as linhas gerais da reforma, se bem que tardias, vão no sentido certo. Poderiam ser mais ambiciosas - é certo - mas são um bom primeiro passo. Marques Mendes, por seu lado, fez exactamente o que se exigia: pediu mais determinação na ligação das universidades à sociedade. Faz sentido, marca uma diferença e não perde tempo com demagogias. Bem melhor do que tem estado, Mendes marcou pontos numa altura em que é desafiado dentro do partido. Segue para Natal descansado e bem pode seguir o conselho de José Miguel Júdice: ir passear para a praia, de mão dada com a sua mulher.

3. Central no debate de hoje foi a questão da ERSE. O Governo foi acusado de tirar a palavra ao seu ex-presidente e até de interferir na reguladora. Sobre isto, Sócrates mostrou o que tem de melhor e o que tem de pior. Primeiro, defendeu com unhas e dentes a limitação (pelo Governo) dos aumentos de preço da electricidade. Acredita nisso piamente e desafiou quem o critica a dizer se faria diferente. Como ninguém o disse, saiu bem do problema...

4. ...Ou não. É que, no meio de tanto ataque, Sócrates não resistiu a acusar Marques Mendes de querer interferir na nomeação dos presidentes das entidades reguladoras antes de ser Governo. Para Sócrates, assim, o cargo de regulador é um cargo de nomeação governamental como qualquer outro. Não faz questão de manter, sequer, as aparências de isenção e independência. É pena. Já sabíamos que o Governo não lida bem com entidades independentes (nenhum lida). Agora, ficamos a saber que, por vontade de Sócrates, nenhuma o será. Em circunstâncias normais, seria uma má notícia para a oposição. Em maioria absoluta, é uma péssima notícia para o país.

20 dezembro 2006

A guerra constitucional

Em vez de tanto protestar por causa de uma carta do primeiro-ministro e dos cinco pareceres enviados, a oposição devia era seguir os mesmos passos e reforçar a sua argumentação. Um primeiro-ministro, por o ser, não pode ter menos direitos que qualquer outro político. Ou pode?

15 dezembro 2006

Time to move on



Fecha-se a porta - encosta-se, para dizer a verdade - e nunca se deixa nada para trás. Hoje é o meu último dia no Diário Económico, sete anos depois de ter entrado pela mão do Sérgio Figueiredo. Um jornal que me deu tudo e ao qual dei o mesmo que recebi.

Por aqui, por enquanto, ficam algumas pessoas que trabalharam comigo, que deram tudo, cresceram muito, mostraram-se a todos. Boa gente a quem devo muito. A eles (na esmagadora maioria, a elas) quero deixar a mensagem, adaptada, que aqui fixei no dia em que a minha saída foi concretizada.

"Conseguimos muito, algo, pouco, nada? Pouco importa. O que importa, creio, é ter ficado o sentimento de acreditarmos. Em nós. Nos outros. No país. No destino."



Beijos e abraços. Bom trabalho e até já.

14 dezembro 2006

A última crónica no DE

ANALOGIA DO PODER. Há 16 anos, no final da primeira maioria absoluta de Cavaco Silva, o então director do Expresso, José António Saraiva, analisava de maneira curiosa o estilo do cavaquismo. Dizia assim: “A verdade é que este Governo não caiu por si. Não apodreceu. Não se desagregou. Mais, geriu com notável mestria os seus quatro anos de poder.”
O analista, porém, não se ficava pelo elogio. “Durante os primeiros dois, fez as reformas que queria fazer, afrontando todas as classes: médicos, advogados, professores, militares, funcionários públicos... No ano e meio seguinte consolidou as reformas feitas e emendou aquilo que não podia deixar de emendar. Finalmente, guardou os últimos meses para mostrar trabalho feito”.

JOGOS DE SORTE. 16 anos depois, o mínimo que se pode dizer é que José Sócrates segue à letra a cartilha do cavaquismo, com o bónus de ter em Belém precisamente o autor da estratégia, e não um Mário Soares ávido de ganhar o seu quinhão de poder. Sócrates, assim, pode considerar-se um homem de sorte. E esta história só pode acabar com o apoio socialista a Cavaco nas presidenciais de 2011.

JOGOS DE AZAR. Mas se Sócrates pode agradecer aos deuses a sorte que lhe calhou, o que dizer de Marques Mendes? O líder do PSD, que há 16 anos era o porta-voz do cavaquismo, hoje é refém da estratégia que ajudou a montar. Mendes não só sabe o que Sócrates está a fazer, como sabe que o está a fazer bem feito. Mais ainda, Mendes conhece Cavaco e sabe que de Belém não sairá uma só palavra que coloque em causa o primeiro-ministro – porque Cavaco não fará a Sócrates o que Soares lhe fez a ele.

ALVO FÁCIL. Entre a espada e a parede, Mendes sabe também que é um alvo fácil dentro do próprio PSD. Tão fácil, aliás, que Morais Sarmento só teve que esperar a primeira entrevista de Cavaco para disparar o primeiro tiro: “Não o associo a nenhuma causa”, afirmou numa entrevista ao DN. Para admitir, logo a seguir, que ainda “é cedo para avaliar Sócrates” – a quem reconheceu, de resto, virtudes de reformismo.

CONSELHO DISCRETO. Quem se lembre da nossa história recente, sabe que durante a primeira maioria absoluta de Cavaco o PS deixou cair Almeida Santos e Vítor Constâncio. Sabe, também, que o próprio Jorge Sampaio só resistiu mais dois anos. Como estes – cuja carreira, como se sabe, esteve longe de terminar no Largo do Rato –, Mendes sabe que terá muitos obstáculos e adversários pela frente, se quiser ter a sua oportunidade. Mas, sobretudo, terá nas mãos um grande desafio: ter paciência com os seus, e a seriedade de reconhecer o bom que seja feito pelos outros. Acima de tudo, Marques Mendes deve seguir um conselho sábio e discreto que lhe chegou de Belém: exigir mais e melhor de Sócrates. Sem baixar os braços e sem as demagogias que a história e os livros nunca perdoam.

13 dezembro 2006

Mudanças

Aos poucos, fui voltando aqui. A partir da próxima semana, com a minha saída do Diário Económico, a reentrada será para valer. Este blog, a minha (a nossa) casa, voltará a ser a minha coluna preferencial de desabafos.

Com tamanhas mudanças para o ano que entra, o mínimo que se poderia fazer era isto: lavar a cara do Insubmisso e voltar à carga. Até amanhã, os links serão também revistos. Assim sendo, até já.

Calamity Campos?

A meio da primeira maioria absoluta cavaquista, Paulo Portas escrevia um artigo no Independente criticando a fúria reformadora da então ministra da Saúde, Leonor Beleza. O ataque à indústria farmacêutica, aos médicos, a centralização da gestão hospitalar, tudo junto, levavam Portas a apontar o dedo a "Calamity Leonor". Hoje, Correia de Campos segue, na prática, o mesmo caminho de Leonor Beleza - com o mesmo grau de impopularidade pública que aquela. Mas década e meia depois, nem Portas, nem a Ordem, nem quase ninguém se atreve a criticar o ministro. Das duas uma: ou o país já percebeu que Beleza estava certa, ou os lobbies já se renderam a "Calamity Campos".

12 dezembro 2006

Os novos do Restelo

O Governador do Banco de Portugal disse hoje que discorda do comissário europeu Almunia sobre os riscos de consolidação orçamental em Portugal, garantindo que Portugal está no bom caminho. Sem razão para discordar de um ou de outro, sempre vou notando em Vítor Constâncio uma defesa do Governo de intensidade curiosa. Talvez por isso o Governo, neste caso, não tenha tido dúvidas em reconduzir o único regulador que ainda não lhe mereceu críticas.

11 dezembro 2006

Coisas da social-democracia

Caladinho há ano e meio, Morais Sarmento saiu da toca para criticar Marques Mendes duas semanas depois de Cavaco Silva ter dito tudo numa entrevista à SIC. O timing não é coincidência: no PSD, até para se atacar a liderança é preciso a sombra protectora do Presidente. Amén.

04 dezembro 2006

Homenagem

"Conseguiu muito, algo, pouco, nada? Pouco importa. O que importa, creio, é ter ficado o sentimento de acreditar. Em si. Nos outros. No país. No destino."

Cito Francisco Sá Carneiro, filho, num discurso sobre o seu pai, num momento especialmente oportuno. Quando tiverem dúvidas, hesitações, medo, lembrem-se disto.

(versão corrigida)

30 novembro 2006

Cavaco e o referendo

O Presidente marcou ontem o referendo ao aborto, com uma pequena frase muito significativa: esta é "uma matéria que possui profundas implicações no plano ético". O tema do aborto tem destas coisas: para a esquerda, é uma questão de modernidade; para a direita, é um problema de ética. Se dúvidas restam, deixo esta pergunta: alguém imagina Jorge Sampaio dizer o mesmo?

28 novembro 2006

Crónica das maiorias

ORÇAMENTO MONOCOLOR. Depois da entrevista à SIC do Presidente da República, muitos se têm perguntado sobre as razões de tanto apoio de Cavaco ao Governo de Sócrates. A resposta está aí já na quinta-feira, quando o PS aprovar sozinho o Orçamento de Estado para 2007, sem que um único deputado da oposição deixe uma palavra de apoio, de hesitação ou sequer de benefício da dúvida ao documento.

A VERDADE é só uma: nos documentos centrais da governação, Sócrates conta apenas com um apoio, o do seu próprio partido. Não houvesse maioria absoluta e o país caía - uma vez mais - no pior do guterrismo. E desta feita nem um Campelo existiria para salvar a bancada do Governo e a estabilidade governativa.

SUSPIROS. Na entrevista de Maria João Avillez a Cavaco Silva, faltou apenas uma pergunta clarificadora: aprova o Presidente o Orçamento de Estado? Vistas bem as coisas, a resposta está lá - apoiando o reformismo, defendendo um esforço nacional de contenção, sugerindo que se expliquem as medidas, Cavaco deixou claro que nada o opõe ao Orçamento - o mesmo que merecerá de toda a oposição um voto contra. Defendendo a estabilidade, aliás, Cavaco só pode ter nesse dia a mesma reacção que Sócrates não evitará: um suspiro de alívio pela existência de uma maioria absoluta no Parlamento.

CAMINHO CERTO. É por isto que, aprovado o Orçamento, amaioria parlamentar deviameter na sua lista de prioridades a reforma da lei eleitoral da Assembleia da República. Não para criar círculos uninominais, nem tão-pouco para reduzir deputados. O que PS e PSD têm a obrigação de fazer é mexer na lei para aumentar a estabilidade do regime. Havendo coragem política, os dois partidos só teriam um caminho: deixar-se de conversa fiada e caminhar no sentido de um Parlamento bipolar, onde a alternância do poder estável seria a regra e onde o papel da oposição seria o de controlar a acção do Executivo. Só assim se reforçaria o papel do Parlamento e só assim nos deixaríamos de discussões fúteis que a nada levame que só atrasam o país.

E OS PEQUENOS partidos - perguntariam os mais contemporizadores? Basta olhar para eles para encontrarmos a resposta: alguém precisa de um CDS que só aparece nos momentos das guerrilhas internas? E de um PCP que teima em não entrar no arco de governabilidade, antes procurando um lugar na contestação de rua? Em qualquer dos dois casos, se é verdade que há bons elementos nestes partidos, também o é que esses teriam voz reforçada se assumissem papel de relevo no chamado Bloco Central. Mais, poderiam até ganhar espaço e assumir uma posição de liderança que hoje, por exemplo no PS, a ala esquerda teima em não conseguir.

HOUVESSE CORAGEM, portanto, e a lei mudava. Porque se prova que Portugal só anda para a frente em anos de maioria absoluta; e porque talvez assim a oposição tivesse espaço para maior responsabilidade.

Pedintes, pés-descalços e invejosos

Diz o major Loureiro, com autoridade perdida e abafada por sucessivos casos de polícia, que as críticas do Tribunal de Contas à utilização de cartões de crédito por parte de 2 administradores da Metro do Porto surgem, apenas, por que somos um país de "pedintes, pés-descalços e invejosos". Uma dúvida, uma confirmação. É ou não verdade que este major na reserva passou a sua vida a viver à custa do erário público pago por aqueles que segundo diz são "pedintes, pés-descalços e invejosos"? A confirmação: A lei de incompatibilidades no poder local e regional só peca por tardia....

24 novembro 2006

Às Vezes o Amor - Sérgio Godinho

Para o fim-de-semana, e por falar em PCP. Para quem não ouviu, o novo "Ligação Directa" é uma bela lição de como fazer música em bom português.

Meia confiança

A retirada de meia confiança política a uma deputada comunista é um facto inovador na política. Se a moda pega, Marques Mendes reduz o seu slogan a "crescer 1,5%". Era bem mais realista, não?

P.S. (sem desprimor): Ao caso, tenho que dar razão a Jerónimo de Sousa. Se a deputada aceitou integrar as listas do partido, sabia as regras com que lidava. No fundo, Luísa Mesquita parece o Gil Vicente: se não gosta das regras da Liga, bem pode jogar nos amadores de Barcelos.

Spin?

O Paulo Gorjão e o JMF acham que o Presidente da República deu um golpe de spin com a notícia de 5ª-feira do DE. Às vezes, o spin engana os próprios detectores.

23 novembro 2006

Jornalismo à portuguesa

Mais de mil jornalistas assinaram, em menos de cinco dias, o Manifesto em defesa da sua Caixa de Previdência, o que revela o profundo desagrado com que foi recebida a intenção do Governo em encerrar a instituição. O Manifesto, lançado pelo Sindicato dos Jornalistas

Este email que acabei de receber mostra à evidência que o jornalismo em Portugal é de esquerda - e não da alegadamente moderna do eng Sócrates. É o que temos.

Já agora: Comigo não contem, ok?

14 novembro 2006

A mulher de César


A rusga foi anunciada com pompa e circunstância. O BES voltava a estar na berlinda envolvido numa Operação Furacão à espanhola, sendo suspeito de "lavar" dinheiro com origem duvidosa. A fotografia nos jornais e telejornais era a da sede do BES, em Madrid, com polícias desfocados com pastas nas mãos. Em causa, supostamente, 1,8 mil milhões de euros que o Juiz Garzon decidiu congelar até apurar a sua validade. Na calha das autoridades espanholas estaria também o off shore da Madeira – chegou a fazer manchete em Portugal. Conclusão? Afinal, 99,6 % do dinheiro congelado pelos espanhóis...pertence a bancos espanhóis! Não tenho conta no BES, não conheço os Espírito Santo. Gosto de Espanha, gosto dos espanhóis, aprecio o perfil do Juiz Garzon. Mas tudo na vida tem limites. E não basta ser sério…

O congresso e os críticos

A união faz a força. Quem diz que um congresso de um partido no poder não serve para nada, seguramente nunca esteve num congresso. Este fim-de-semana, Sócrates entrou na reunião dos socialistas com uma mão-cheia de desafios. Era como se, em meia surdina, até a empregada protestasse com as ordens do patrão. De lá, o mesmo Sócrates saiu incontestável, aplaudido, elogiado por todos. Naquela casa, com o líder presente, não há quem levante a voz. Isso chega para Sócrates: com o aplauso do PS, fica pronto para os gritos nas ruas. A maioria fará o resto.

Alegre cavaqueira. Exemplo prático disso foi o discurso de Manuel Alegre. Lamentavelmente, o deputado que um dia antes tinha escrito duas páginas a arrasar o Orçamento de Sócrates, acabou a fazer uma intervenção que mais não foi que uma alegre cavaqueira. Lá fez o favor de se mostrar incomodado com algumas políticas, mas meteu as divergências num bolso - o mesmo de onde saiu uma folhinha, que entregou ao líder justificando a sua recusa de integrar os órgãos nacionais. Daqui para a frente, uma crítica de Alegre será lida no seu exacto valor: nenhum. Sobra Helena Roseta, que levou até ao fim a sua crítica.

Aborto até ao fim. Incompreensível foi o desafio da ala esquerda sobre o referendo ao aborto: se não for vinculativo, que se legisle na Assembleia. Ficamos a saber que, para eles, os votos só valem se forem muitos. Não tivesse cortado a polémica pela raiz, Sócrates caía no risco do passado: com tanta confusão, nem ida às urnas, nem “sim” que lhes valesse.

Reformas, pois claro. Saído de Santarém, o caminho do primeiro-ministro é óbvio: continuar as reformas. Cansados de apontar defeito às medidas, os críticos viram-se agora para os riscos de o Governo atacar todos os sectores, virando o país contra ele. Dizendo isto, não percebem que fazem a Sócrates um enorme favor: ao dizer que ataca todos, aceitam que o Governo tem feito por ser reformista - que é simplesmente o maior trunfo de um governante no Portugal imobilista de sempre.

O que faz falta, no Portugal de hoje, não é animar a malta. O que faz falta, sim, é quem perceba a urgência de cortar os bloqueios. Com o primeiro-ministro reforçado do congresso socialista, a única via possível de uma oposição responsável (à direita, claro está) é pedir mais a Sócrates. É que Portugal não tem tempo a perder. E o Governo ainda nem entrou na pior fase do mandato: a da execução. O futuro de Sócrates continua nas mãos de dois factores: a economia, que ao contrário do que o próprio imagina, nunca conseguirá controlar; e as reformas, que ou têm resultados efectivos ou acabam a matar o seu autor. Hoje, à luz do congresso, Sócrates parece um vencedor. Mas o caminho não é só longo: é estreito e ainda sem luz ao fundo do túnel.

(Publicado hoje no DE)

12 novembro 2006

XV Congresso do PS


Entrou em Santarém como secretário-geral do PS com um discurso virado para dentro, explicativo e justificativo, mas saiu da cidade a falar como primeiro-ministro com uma novidade relevante para o país [aumento do salário mínimo]. O discurso final foi esclarecedor: empolgante e carismático na comunicação, ambicioso no conteúdo e arrematador quanto ao poder que detém no PS e no país. Esperemos que venha a ter a taxa de execução anunciada, sem recuos nas reformas em curso.

10 novembro 2006

Para que servem os congressos?


Para disputar ou reforçar lideranças e estratégias.

O congresso socialista poderia ser um grande bocejo. Sócrates é um líder incontestado, recentemente reeleito por 97% dos militantes e não existe laivo de oposição capaz de lhe fazer frente.
Resta a segunda hipótese: reforçar lideranças e estratégias. E, aqui, é o país que reforça o enfoque no CNEMA. Greves, contestações, reformas em curso por concretizar, um Orçamento de Estado de aperto para muitos e esperança para poucos antevêem dificuldades na transmissão da mensagem. Não entre o líder e as tropas mas entre o descampado de Santarém e Portugal, do Minho ao Algarve, da Madeira ao Corvo

31 outubro 2006

Gato Fedorento - Paulo Bento

Um post com tranquilidade.

27 outubro 2006

Contas à vida III (final)

Estava na cara. O barómetro do DN diz que Sócrates cai 16% no barómetro. Em apenas um mês. Contas feitas à vida, já há tantos a gostar de Sócrates como os que não gostam. Aceito que não é mau - não há popularidade que resista a tanto sacrifício. Mas bom não é seguramente.

P.S. Acabo de ler o editorial do próprio DN. E, sinceramente, não fazia ideia que o meu caro João Morgado Fernandes fosse do Sporting. É que não vejo outra maneira de perceber o que ele escreve. Ó João, então a sondagem é "animadora" para o PS?! Parece as nossas vitórias morais em Alvalade!

25 outubro 2006

Contas à vida II

Quem leia os jornais, quem tenha por obrigação falar com o Governo todos os dias percebe facilmente o óbvio: o estado de graça de Sócrates, se não acabou ainda, está no limbo. É só ler e ouvir. O teste decisivo chegou mais cedo do que se previa.

19 outubro 2006

Contas à vida

(Pediram-me no DE que escrevesse umas linhas. Saíram hoje. Como estou em dívida para com esta casa, ficam aqui também. Abraços a todos).

CONTAS À VIDA. Aqui ao lado, na sua crónica semanal, o experiente Jorge Coelho prevê mais um ano difícil para muitas famílias e atira para 2008 o início do novo ciclo. Sábias palavras. Os socialistas, pouco devotos à fé divina, querem muito acreditar em Pinho, mas não podem fugir à realidade de Teixeira dos Santos – encarregue das negociações com os sindicatos e do travão à máquina do Estado. O Orçamento volta a ser de contenção e Manuel Pinho, como Sócrates, terá que voltar ao silêncio dos prudentes. A palavra “retoma” fica para mais tarde. Se Deus quiser.


IMAGEM, MENSAGEM. Noite fora, terça-feira. Vejo finalmente “Alice”, um filme português sobre a procura desesperada de uma filha que desapareceu sem deixar rasto. Depois, passo os olhos pelas manchetes do dia seguinte e fico a ver um programa diário da RTP-N, dedicado aos negócios e finanças.

Logo a abrir, vejo dois minutos e meio, bem contados, com uma reportagem de rua com o ministro das Finanças. Notável momento. Teixeira dos Santos em casa, Teixeira dos Santos a andar pelas ruas de Lisboa, Teixeira dos Santos no carro, Teixeira dos Santos no gabinete. A jornalista diz que o ministro demorou 45 minutos até ao ministério, o que o próprio, descontraído, justifica : “ É bom, para fazer exercício”.

No final, deixa a sua palavra de optimismo face ao Orçamento que entregou no dia anterior e acentua (bem) o esforço de racionalização que exige. Percebe-se que o ministro esteja de consciência tranquila pelo trabalho feito. Percebe-se até a tentação de aparecer nas televisões, com sorriso estampado no rosto. O que já não se percebe é isto: como é que um ministro das Finanças, que volta a pedir a todos um apertar do cinto, está tão satisfeito com os sacrifícios que pede ao país?


ABORTO, SACRIFÍCIOS. O Parlamento vota hoje o referendo ao aborto, depois de José Sócrates ter lançado a campanha do “sim”. Percebe-se a pressa do primeiro-ministro - este referendo é um duplo risco para a sua liderança no PS.

O primeiro risco é fácil de perceber: Sócrates não pode perder outra vez. Já foi mau nas autárquicas, foi pior nas presidenciais. À terceira, para mais numa batalha tão cara à esquerda, a derrota seria catastrófica. E deitar fora todo um trabalho de Governo, ano e meio de sucesso, por causa do aborto, não é só um cenário. É um pesadelo.

O segundo risco é de natureza diferente: Portugal fez dois referendos nacionais nos últimos dez anos e, em qualquer dos casos, a abstenção foi elevadíssima. Neste caso, já não é Sócrates quem arrisca, mas o País: se a abstenção voltar aos níveis do passado é bom que alguém os enterre. Porque mortos ficam logo. E há ainda um, prometido para breve, sobre a Europa.

Daí que o primeiro-ministro se envolva, que exija moderação, que peça a todos no Governo uma palavra. É que está mais em jogo do que o aborto.

04 outubro 2006

Inimigo Público

Escreve o Público que o Público foi considerado o segundo jornal com melhor design gráfico da Península Ibérica, logo a seguir ao espanhol ABC. Lá para o fim do ano, o próprio Público promete mudar o dito grafismo. Parece o Inimigo...Público.

Souto

Ouvi Laborinho Lúcio apresentar o ainda Procurador-Geral da República como um homem "honesto". Mais: vi um ilustre socialista, Guilherme d'Oliveira Martins, na primeira fila da apresentação desse livro, batendo palmas e cumprimentando Souto Moura. "Parece que não acabei sozinho", conclui Souto Moura. Conclui bem.

01 outubro 2006

O espanto de Sampaio


(Jorge Sampaio está "espantado". Um mimo....)

Durante dez anos nos seus indecifráveis discursos o ex-Presidente da República precisou de uns tantos anos no cargo e outras tantas batatas quentes nas mãos para soltar uma posição de força - "Há vida para lá do défice", 2002.
Agora, solto que nem uma ave de rapina, 9 meses depois da despedida de Belém diz que está "espantado" com o desfecho do caso envelope 9 e que "ESTRANHA" que Cavaco Silva não o tenha ouvido sobre o caso.

Das duas uma: Ou Sampaio desconhece a capacidade interventiva do PR (hipótese que excluo, naturalmente), ou Sampaio entende que por ter manifestado uma posição pública sobre um caso de polícia, deve estar acima da lei, e ser ouvido antes do seu desfecho.

Caro senhor ex-Presidente da República, espantado estou eu, por ter votado em si. E não é pouco…

25 setembro 2006

Longe, tão perto

Lisboa, à distância de Madrid, faz-me lembrar um diálogo de um filme português que por aí anda.
"Para onde vamos?
Para longe.
Onde é?
Perto"

Parece um disparate, mas faz mais sentido a esta distância. Por cá, por esplêndida que seja Madrid, Lisboa parece-me isso mesmo: Longe, tão perto. Ou serão, talvez, as saudades a falar mais alto.

23 setembro 2006

Gorillaz - Dirty Harry

Música para o fim-de-semana. Não resisti a seguir os passos do Pedro Adão e Silva e da Catarina, no "Talvez Um Dia" - os dois nos links cá em baixo. O Insubmisso acaba de se render à música online. Até já.

22 setembro 2006

Um elogio merecido

O Pedro Adão e Silva, ali no Canhoto, deixou um vídeo notável de Chan Marshall, Cat Power, num daqueles momentos de brilhantismo que só quem a viu ao vivo pode reconhecer. O Pedrõ, aliás, não é só um (ainda) político de nova geração com um notável gosto musical. É também um político sério, que diz o que pensa e que continua a fazer um esforço por pensar antes de dizer. Cá fica um abraço.

P.S. Eu e a Marta tivémos a extraordinária sorte de ver Cat Power em Londres, num dos concertos mais bonitos que vimos nas nossas vidas. Quem não conhece, aconselho muito a compra do CD. Não é tudo (como o vídeo bem mostra), mas é do melhor.

19 setembro 2006

Paraíso, reduzido

Entramos no King e deparamos com uma curta fila. À nossa frente, uma voz familiar dizia: "Um bilhete para o 'Paraíso, Agora', sff".
Olhámos um para o outro e acertámos o pensamento, sem precisar de dizer palavra. "É o Raúl Solnado." Acenámos positivamente.

À nossa frente, ele olhava para o vidro e reformulava: "Um para o 'Paraíso', reduzido". Aceitou o bilhete e passou por nós, sem olhar, com andar meio trémulo e meio discreto. Seguimos e olhámos para o vidro. "Bilhete normal, 5 euros. Bilhete reduzido, (menores, idosos, estudantes) 4 euros". Olhámos um para o outro. "Está óptimo, o Solnado".

Entrámos na sala e começa o filme. Quando percebemos o cenário (terras palestianas sob ameaça permanente, terras israelitas na suspeita do próximo homem-bomba) pensei que Raúl Solnado tinha voltado a bater à porta da guerra. "A guerra não está", lembrei-me. Mas o mundo já não é mesmo. Ou se calhar é. E a guerra está lá, só que não abre a porta.

Mais tarde, o filme confirma. A suspeição, o temor, o ressentimento, a indefinição. A guerra está lá, pois claro, e para durar.

Para alívio meu - as memórias da infância são as mais difíceis de perder - o Solnado também. Valeu isso. E um filme notável, que nos deixa uma ínfima marca do que aquela gente (de um lado e do outro) sente no dia-a-dia.

17 setembro 2006

Burro velho...

Tenho visto vários jornais, uns de referência, outros nem tanto, tratarem o Apito Dourado. Escutas e mais escutas, tráfico de influências, "amiguismos", troca de favores e resultados combinados. Não sei quem são os árbitros. Sei que Valentim Loureiro, José Veiga, Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira estão metidos ao "barulho".
Ontem, fiquei irritado. Não gosto de ser roubado. Não gosto, é uma coisa que me chateia. Ser roubado é uma coisa que, realmente, me chateia. Mas, só hoje, percebi que o árbitro do SCP-Paços de Ferreira também foi apanhado no Apito Dourado. Nunca como hoje me interessei tanto pelo caso. Não falo do caso de justiça. Sim do de incompetência em que permanece a arbitragem em Portugal. Como é possível que aquele senhor não tenha visto uma mão na bola e um pé no pé do Liedson. Se não viu, como dita a versão optimista, é incompetente. Se viu, e não quis ver, como dita a versão negativista, então alguém que o prenda. Pode ser que aprenda...

14 setembro 2006

Curious

1. O Apito Dourado emperra. No entretanto, a Justiça Desportiva (que não admite a civil) nada faz quanto aos dirigentes e árbitros envolvidos. A vida continua e o apito também.
2. O Sol aparece sábado, com o Expresso a aumentar tiragens. A guerra pelas notícias aumenta, face a uma maioria absoluta com pactos que seca a agenda.
3. A economia cresce acima do esperado. Ninguém sabe muito bem como.
4. O primeiro-ministro benze-se à entrada de uma escola. E os crucifixos ainda lá andam.

11 setembro 2006

Voo 93

Depois de ver o filme aconteceu o que previa. Aumentei a minha costela pró-Bush.

10 setembro 2006

Pensamento único

Gosto muito do Fernando Santos.

Teleponto

Sócrates utilizou-o na campanha eleitoral mas trouxe mais ruído que benefício na transmissão da mensagem política. Vários se insurgiram contra a falta de capacidade oratória do candidato socialista e colocaram dúvidas quanto à cultura política (alguém se lembra da entrevista à Única com tantas citações quanto ideias?) de um líder que recorre ao artifício-barra-moleta como é conhecido o teleponto.
Agora tudo mudou. Sócrates solidificou uma imagem de decisor político com um discurso claro, bem dirigido e sustentado. Um ano de Governo com reformas e, até, um pacto fazem toda a diferença. O aparelho e o político são os mesmos. Mudou tudo o resto…

08 setembro 2006

O Pacto

Governo e PSD fecham, a esta hora, um acordo de regime para a reforma da Justiça. Pela primeira vez neste blog, dou-me ao luxo de fazer um elogio sem reservas a dois políticos: independentemente de estratégias políticas, o que foi conseguido é a prova de que o "sentido de Estado" não é uma expressão esquecida no nosso dicionário. O momento é histórico e quer José Sócrates, quer Marques Mendes, estiveram à altura da história. Mais: neste ponto - e perdoem-me a ingenuidade - recuso-me a especular sobre quem ganha mais com este acordo. Por uma vez que seja, acho que ganham todos eles e ganhamos todos nós.

Será?

Marques Mendes conquistou o PSD prometendo trabalhar para um pacto de regime na Justiça: escutas, reforma dos tribunais, violação do segredo de justiça...
O pacto de regime acabou de ser assinado depois de secretas negociações durante cinco meses. O líder do PSD tem uma bancada com laivos de hostilidade, um governo maioritário pela frente, um primeiro-ministro em alta mas acaba de provar que "sabe do que fala" em matéria de TPC´s. Pese embora exista sempre uma margem que não controla. Será que chega para entrar em São Bento em 2009?

07 setembro 2006

CIA

Os eurodeputados Ana Gomes (PS) e Carlos Coelho (PSD) querem cavalgar a onda dos voos-CIA em Portugal. PS, PSD e CDS/PP não. Os dois "patinhos feios" têm estado nas bocas do Mundo. Pela boca morre o peixe?...

04 setembro 2006

Olá

Só para vos dizer que as férias foram óptimas. E, lá está, que estou de volta.
Abraços para todos.

24 agosto 2006

À atenção do SCP

O Dínamo de Moscovo dispensou o Eu-não-quero-ir (Enakarhire).

Coincidência?

Há uma semana e pouco Luís Filipe Vieira "soltou-se" e acusou Hermínio Loureiro de ser o homem certo para manter o Apito Dourado em banho-maria. Hoje o 24 horas diz que Vieira vai ser constituído arguido e será mesmo ouvido, em breve, pela Polícia Judiciária no caso Mantorras.

Um copo meio vazio


Os insultos com que nos brindam os leitores (anónimos) nos posts que escrevi sobre a saída de Carlos de Sousa da CM Setúbal não convencem o menos pragmático dos leitores.
Primeiro pela forma: nada a acrescentar, tudo a lamentar, nada a ensinar (quem opina nestes termos, seja menor de idade ou padeça de uma doença do foro psicológico, não deve ser tido em conta).
Mas o mais grave é que não existe um fio de sustento, uma linha de argumentação válida. Criticar a substituição de secretaria que o PCP efectuou em Setúbal não tem que ver com o posicionamento político, mas sim democrático. É como a pena de morte, ou se defende ou não se defende. Quem não vê isto é porque não quer, ou não pode. Em ambos os casos nada há a fazer, tudo a lamentar. Que tal um copinho de água com açucar para acalmar os ânimos? Aconselha-se...

21 agosto 2006

Pergunta para queijo

Os 139 mil 950 eleitores que votaram em Carlos de Sousa e na lista que integrou foram informados dos "camaradas" do comité regional que estavam escondidos no alçapão da avaliação política?

20 agosto 2006

Porquê "crucificar" Carlos Sousa?

O ainda presidente da Câmara de Setúbal confirmou a promessa que sobre ele pairava e fez um bom trabalho em Palmela. De tal forma que foi o às de copas com que o PCP lançou o assalto a Setúbal contra o "mata-cacerismo" que reinava neste antigo bastião comunista. Conquistar Setúbal significou para o pê-cê de Carvalhas mais um passo na recuperação da muralha de aço e um litro de oxigénio contra a secura eleitoral em que estavam os comunistas depois de Cunhal. Carlos Sousa cumpriu, chegou, viu e venceu.
Nos primeiros quatros anos, com a corda na garganta e os anéis hipotecados pelo antecessor, geriu batatas quentes até as arrefecer. Hoje, um ano depois da reeleição, foi denunciado, pelos comparsas que fazem uma "análise negativa do seu trabalho" e o acusam de falta de coordenação política. Bull-shit! Na Soeiro Pereira Gomes já se sabe que o pior está para vir porque os "radares" detectaram, nas margens do Sado, a sombra de uma senhora com olhos vendados e uma balança na mão ...

16 agosto 2006

Ainda a campanha de prevenção rodoviária

1. Uma mulher, de nacionalidade portuguesa, despistou-se. O carro captou, várias vezes. Morreu numa auto-estrada espanhola. Estava grávida de oito meses e após a rápida intervenção dos médicos a criança nasceu, apenas, com alguns problemas respiratórios.

2. Uma mulher grávida, de nacionalidade norte americana, despistou-se. O carro embateu nos separadores centrais de uma auto-estrada californiana. Partiu uma perna. Estava grávida de nove meses. A criança nasceu ainda antes da mãe ser desencarcerada.

Faz sentido apavorar as criancinhas com o medo dos aviões? Faltam casos dramáticos para sensibilizar os paizinhos quanto ao pé no acelerador?

14 agosto 2006

sobre a pré-época

O Benfica está igual a si próprio. O Porto está igual a si próprio. O Sporting faz sempre grandes pré-épocas e grandes campanhas de marketing para vender as suas "gameboxes", depois é que são elas. Conclusão: o SCP tem melhores gestores de empresas do que as outras equipas, já que conhece a fundo o ciclo de vidas dos seus produtos, e sabe que para vender "gameboxes" ou é agora....ou nunca!

sobre a campanha de prevenção rodoviária que tanta polémica lançou...

Há uns tempos apareceu aí uma campanha publicitária da prevenção rodoviária, na qual uma série de crianças entravam num avião.

Chocante???!!! Sim chocante sob todas as perspectivas...hoje descobri mais uma!!!

A campanha é "picada" (gíria publicitária) de uma outra internacional de prevenção contra a malária.

O link é http://www.worldswimformalaria.com/en/downloads_videos.aspx. Vejam...e depois elogiem a criatividade publicitária portuguesa

11 agosto 2006

Óóóóóoóóóoóóóóóóóó

"Ninguém pára o Benfica, ó-é-ô...Ninguém pára o Benfica ó-é-ô...", ouço este insulto, insistentemente, na telefonia. Apelo a qualquer entidade pública com poder na matéria, que acabe com este spot falso, falível e enganoso. As criancinhas (pelo menos por elas) merecem ser tratadas com alguma seriedade. Será pedir muito?

P.S. Como provas irrefutáveis da minha defesa apresento dvd´s dos jogos recentemente realizados pelo Sport Lisboa e Benfica com o Deportivo da Corunha, Sporting Clube de Portugal e Áustria de Viena.

A ditadura da ficção

(Escrevo a propósito do surpreendente evoluir do nosso opinómetro.)

A ameaça chegou pela imprensa: o democrata governo cubano promete multar todos os cidadãos apanhados a ver televisões estrangeiras por satélite, nomeadamente, os que assistem aos programas de "conteúdo destabilizador, intrometido e subversivo" que apelam a "actividades terroristas". A brincadeira custa aos endinheirados habitantes da ilha o equivalente a sete anos de ordenado.
Ao contrário do que o comum do mortal com uma réstia de bom-senso possa pensar, os programas não são emitidos pela Al Qaeda, o Hezbollah ou pelo governo iraniano. As emissões são feitas a partir de Miami, ex-libris da ditadura, dizem. Qualquer parecença com a realidade é pura ficção. Pior: é a ditadura da ficção.

07 agosto 2006

Que farei quando tudo arde?

Portugal está outra vez a arder. Nada de novo. O Ministério da Administração Interna empenhou-se em acções de campanha de sensibilização. "Em caso de incêndio, ligue 117 ou 112". Recebi um sms com essa recomendação. Julgo que toda a gente o recebeu. Este fim-de-semana, no norte, tentei ligar o 117 para dar conta de um fogo. Não consegui fazer a ligação. Fiz o que o MAI me mandou: liguei o 112. Resposta: "Ah, não pode ser para este número, tem que ligar para os bombeiros que é o 117". Há aqui qualquer coisa que não está a funcionar, diria...

06 agosto 2006

?

Enquanto esteve internado nos cuidados intensivos (2 dias) Fidel assinou dois comunicados. Primeiro a dar conta da passagem de testemunho "provisória" para o irmão, Raúl, depois para dizer que estava "animado". Seguiu-se o ministro da saúde que anunciou uma boa recuperação do presidente cubano e o vice-presidente que agora garante que Fidel regressa "dentro de algumas semanas". Sei que a medicina em Cuba é de ponta. Mas, ou descobriram a poção mágica do druida Panoramix, ou é a receita de sempre, especialidade das ditaduras: falo da propaganda, naturalmente.

05 agosto 2006

Cuba - parte !!

A propósito de um pseudopost meu sobre o que será Cuba quando o camarada Fidel morrer, surgiu um post do David – esse, sim, provocatório – que está a dar azo a um debate que já não é debate nem coisa nenhuma. É um conjunto de ataques sobre quem é mais de esquerda ou quem é mais de direita, sobre os falsos democratas da direita ou os relativistas-ortodoxos da esquerda, uma quantidade de caracteres que já está a resvalar para o tom displicente e quase agressivo.

Isto incomoda-me, desculpem lá. Sobretudo incomoda-me que vocês não aceitem as opiniões uns dos outros.
Incomoda-me que o David não admita que a Carla tenha dúvidas sobre a actual situação no Iraque (uma guerra desencadeada por causa de uns furos de petróleo e de uma indústria bélica que é preciso alimentar e que teve como desculpa deitar abaixo um ditador – valha-nos isso).
Incomoda-me que a Carla julgue a opinião do David para dizer que não recebe dele lições de democracia.
Incomoda-me que o António Mira se atire ao Rapaz Que Passou Por Aí, acusando-o de estar a fazer comentários sobre coisas “que não conhece”.
Incomoda-me que o Jolaze venha aconselhar o António Mira a ouvir e a ler mais um bocado e venha para aqui dizer que eu devo ser da Juventude Popular!!!
Incomoda-me que o António Mira entre numa guerra de orgulho por causa de erros ortográficos e (pior!) diga que já não tem idade para “fumar umas coisas à beira de um canal ali para os lados da Zambujeira”.
Por favor!!!

Vamos por partes.
Primeiro a minha orientação partidária para que fique tudo esclarecido e ninguém tenha dúvidas: sou swing vote! Voto em pessoas e não em partidos. Voto mais à esquerda, mas também voto à direita. Voto muitas vezes em branco.

Agora, Cuba. Só vou dizer o que vi.
Vi um cubano a queixar-se de que não há liberdade de imprensa em Cuba: “Aqui, temos três televisões: Fidel 1, Fidel 2, Fidel 3”.
Vi um cubano a dizer que Fidel era o maior.
Vi pobreza. Vi a casa do Reinaldo, que conheci na rua, com um boné do Che na cabeça, um charuto meio fumado meio por fumar e uma bebericalha qualquer a que ele chamou café, em que eu dei um trago curto de olhos fechados. Tinha uma filha mais nova que eu, linda, vaidosa até dizer chega, e com um verdadeiro cu de cubana. “O dinheiro que eu ganho é para os estudos dela”. A casa era um quarto, sem retrete, sem duche, com um fogão de dois bicos ao lado da cama.
Não vi lá, mas já vi em reportagens e documentários, um dos melhores serviços de saúde do Mundo (pelo menos nalgumas áreas – confesso que não sei em quais, mas julgo que a reabilitação fisioterapêutica é uma delas).
Vi um dos povos mais cultos do Mundo (“Ah! São de Portugal! A montanha mais alta é o Pico! Tem mais de dois mil metros! E o Rosa Coutinho? Já morreu?”).
Vi cubanos a “assaltarem-me” um saco de bonés, camisolas, medicamentos, champôs e sabonetes que eu tinha levado para dar.
Vi um carro da polícia a parar para fazer dispersar os cubanos que me “assaltavam”. Vi-me a mim a dizer à polícia: “Tranquilo, tranquilo”. Vi as coisas que tinha dentro do saco a desaparecerem num ápice.
Vi as comemorações do aniversário da JCP a serem suspensas por causa da morte do Papa.
Vi a Havana turística (impecável) e a outra Havana (decrépita).
Vi beijos e amassos e línguas e mãos e suor e saliva no Malecon.
Vi um cubano a correr atrás de mim para me entregar os óculos de sol de que me tinha esquecido numa banca de artesanato.
Vi uma cubanita com um turista europeu que teria seguramente mais de 50 anos. Aliás, vi várias.
Vi um cubano a dizer que, mal conseguisse, fugia de Cuba.
Vi um cubano a criticar os dissidentes.

Vi todos os cubanos felizes. Não há dinheiro, mas há sorrisos. E isso é inegável. Uma vontade de viver diferente da nossa.
Não há dinheiro, mas há sexo, há rum, há salsa.

Paguei sempre em pesos convertibles. Não sei o que vai ser Cuba pós-Fidel.

04 agosto 2006

Aos 35

Acabou o blog do Boucherie. Como prometido. Elogiei-o no início. Elogio-o no fim. Às vezes é preciso matar aquilo de que gostamos para que continuem a gostar de nós.

03 agosto 2006

Cuba libre

A propósito da provocação da Bárbara, aqui em baixo, leio um comentário que me deixa perplexo: "E o iraque? Ficou melhor sem o ditador?" É preciso lata. Gostava de perceber porque alguém pode, sequer, considerar, que uma ditadura pode ser melhor do que uma democracia. Pior ainda, dar a cara por tal disparate. Há gente a quem não vale a pena ensinar, diria o Vasco Pulido Valente.

Guerra justa

Vão dizer-me que é um teórico e eu responderei que é o melhor deles. Leiam, sff, o João Cardoso Rosas, aqui, a explicar porque esta guerra no Líbano é justa face às suas causas, embora não o seja sempre face à conduta.

02 agosto 2006

Cuba


Fidel Castro está doente.
O irmão assumiu o poder.

O que vai ser Cuba pós-Fidel?
Os cubanos são felizes?






Debate na caixa de comentários, para quem estiver interessado em mandar palpites.



foto: BB

O Provedor

Num país que pouco liga a instituições de recurso, o ofício de Nascimento Rodrigues sobre a polémica dos exames do 12º ano é um sinal importante. Contestando os argumentos do Governo, o Provedor não só mostra aos cidadãos que têm a quem recorrer, como lembra ao país que maioria absoluta não é sinónimo de poder absoluto. Para lá dos argumentos - sempre discutíveis, sempre necessários - é importante que o Governo não use a desculpa do costume nestas circunstâncias. É que ó tempo das "forças de bloqueio" já vai longe.

A prisão

A editora de política do Público, no último sábado, resolveu dedicar um editorial a criticar o Governo por nada fazer face à destruição de espaços que recordem os tempos de Salazar - "o fascismo", nas palavras escolhidas. No dia seguinte, Vasco Pulido Valente comentava o comentário assim: "Não vale a pena ensinar São José Almeida". Hoje, no mesmo jornal, o ministro da Justiça anuncia-se disposto a ceder o Aljube para albergar um museu da resistência. O ministro escolheu o Público, pois claro.

Ideólogo procura-se

“O que leva Ribeiro e Castro a pisar mais uma casca de banana?”, tem-me varrido, aqui e ali, o pensamento. Sim, talvez sejam “pérolas para porcos” os laivos de atenção dispendidos no enémiso deslize de Ribeiro e Castro, mas enfim....lá me debruço.
Manuel Monteiro não tem valor eleitoral, fundou um partido-triciclo-sem-rodas, saiu mal do CDS e pior ficou. Ribeiro e Castro procura um ideólogo? Alguém que o leve (?) a pensar política, intervenção assertiva, criação de agenda e conquista eleitoral? “Talvez seja, isso. Só pode mesmo ser isso, porque nem uma amizade bem sustentada justificaria uma aproximação destas..."
Bem, concluamos que sim.
- Caro Ribeiro e Castro escolheu o pior dos politólogos: Manuel Monteiro. Tem mais vícios que vicissitudes, ateia mais fogos que qualquer outro pirómano político da praça e na memória, até dos eleitores mais desatentos, permanecem apenas protestos e contra-protestos sem uma pífia de resultados. Olhe, vá pelo seu dedo. Vá às páginas amarelas...

P.S. É apenas uma ideia, sem querer com ela ser promovido a ideólogo, que penso poderá ajudá-lo. "Partido fundador da democracia portuguesa, de formação católica, com ebulições liberais e guerrilhas autonomizadas, em queda eleitoral e com bandeiras estropiadas, líder impopular, tantas tropas quanto dinheiro, procura ideólogo”. Se forem demasiados caracteres, recorra ao cartão que tem no bolso e que tanto chateia os funcionários do Caldas: o futuro usa visa. Quem o avisa...

01 agosto 2006

Talvez

Paulo Portas levou o PP ao poder. Ganhou e perdeu em sete anos de liderança, mas sobre o que não há dúvida é quanto ao embate que travou com Manuel Monteiro. Independentemente das "armas" erguidas no combate político, Portas venceu, Monteiro claudicou. Ponto.
O seu sucessor é puro "pasto" político. Pesado nas ideias, inútil no discurso, frágil na condução política. O que une Ribeiro e Castro e Manuel Monteiro? O "anti-portismo" conjuntural e de fundo, respectivamente?
É muito pouco para as baboseiras que o líder do PND nos presenteia hoje nas páginas dos jornais: [Paulo Portas] é um empecilho para entendimentos ou plataformas eleitorais à direita que sejam duradouros (...) com ele não se fala porque só pensa em benefício próprio, com Ribeiro e Castro já se pode falar". É de surdos, este diálogo de tão politicamente inútil. Mesmo o mais sagaz adversário do "portismo" tropeça na evidência de que goste-se ou não, Portas, o político, tem crédito à direita. Ribeiro e Castro e Manuel Monteiro também mas, talvez, junto dos amigos de Olivença. Talvez.

31 julho 2006

Como?

Como é que a comunidade internacional pode pôr fim a um conflito com que nunca soube lidar?

Como é que a comunidade internacional pode pôr fim a um conflito quando os seus próprios líderes estão a meses de sair do poder ou estão afundados nas sondagens?

Como é que a comunidade internacional pode pôr fim a um conflito quando não fala, diplomaticamente, a mesma língua?

O que os netos fazem a um homem

Primeiro, foi a PMA, agora a colecção Berardo. Cavaco, na presidência, raramente tem certezas e nunca deixa de ter dúvidas.

[Tinha decidido escrever o post mas, apenas, depois de uma terceira declaração de interesses do PR. Marcelo fez-me antecipá-lo.]

27 julho 2006

Cadê Lisboa? Cadê Lisboa?

Carmona Rodrigues anunciou 300 medidas para os primeiros 180 dias de mandato. Recordo-me das provedoras de bairro, de umas bombas de gasolina de bairro que fecharam, de um casino que foi inaugurado e pouco mais. Tomou posse em Outubro ou Novembro, pouco interessa, e desde aí? Caiu de quatro: com as dívidas, os assessores, a Infante Santo, o projecto de meio milhão de contos de Ghery que foi para o lixo, as guerras entre vereadores e a insegurança rodoviária na cidade. E o PS, cadê o PS? O Professor Carrilho, cadê o Professor Carrilho? Parece que escreveu um livro, dá umas conferências e umas faltas justificadas.

26 julho 2006

Assim mesmo

Acho que já tinha andado aqui, mas como nunca sei por onde é que ando nem o que é que ando a fazer, não chego a ter a certeza se já tinha andado aqui. Um insubmisso que cá veio levou-me aqui. A pôr nos favoritos.

Diálogos do trabalho em Portugal

Uma recém-mamã, com ar desesperado:

- Estou a trabalhar desde as oito e meia da manhã! Vocês nem imaginam como eu tenho as mamas!

Dá vontade de bocejar...

... diz o Pedro Correia, lembrando que todos os dirigentes políticos do momento são benfiquistas. É um sinal dos tempos, Pedro. Há dois anos, a cor era melhor, mas nem por isso deu resultados: Sampaio, Barroso (ou Santana, é à escolha), Ferro, Portas. Tudo de verde. Mas santos da casa não fazem milagres, não é?

25 julho 2006

O que explica por que a Itália ganhou o Mundial

a pior piada do dia [6]

porque é que os homens do mar se chamam marújos e os do ar não se chamam araújos?

A digestão das presidenciais

Ouvi Vitor Ramalho defender na TSF a reforma choruda de Manuel Alegre por três meses de trabalho na RDP. Se restassem dúvidas fica a prova de que (alguns) os soaristas superaram a candidatura presidencial do poeta.

...E levamos a vida nisto

- What are you doing that for?
- I'm just passing the time.

24 julho 2006

Os pecados da “Nova” Esperança

Júdice violou o código deontológico da ordem de que foi bastonário porque numa entrevista disse que o Estado devia contactar os três maiores escritórios do país “sempre” que tem em mãos negócios volumosos. Incluindo, a PLMJ e associados, escritório de que Júdice é um dos principais sócios.
Concorde-se ou não com o código, enquanto liderou a OA Júdice nada fez para alterar o documento tal como ele hoje existe.
Duas questões, uma grande desilusão.
Deve um ex - bastonário da OA ter direito a um tratamento especial? Todos os anos centenas de advogados – “colegas” de Júdice – são julgados com base nos ditames deste código. Porque o ex-bastonário nunca se insurgiu contra tão vil tratamento?
Agora a desilusão. Com o comentário de Marcelo Rebelo de Sousa na RTP em defesa de Júdice vêm (mais uma vez) ao de cima os princípios que originaram um movimento partidário que no final dos anos 70, princípio dos anos 80, chegou a acalentar esperança. A “Nova Esperança”, que trouxe Cavaco ao poder, morreu sem “rei nem roque”, vítima da politiquice e do amiguismo. Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa e José Miguel Júdice que o digam. Safou-se Durão Barroso, tal como os restantes, por culpa própria.

a pior piada do dia [5]

o que há debaixo do tapete do júlio de matos? doidos varridos!

22 julho 2006

Quentes e Boas à Gracinha

Dizem-me que Paula Teixeira da Cruz pretende arredar Carmona Rodrigues da re-eleição. Daí a conquista da "enfadonha" distrital. Chega de listas com independentes à cabeça!, parece...

Post à Gracinha

Dizem-me que o ex-secretário de estado do desporto, Hermínio Loureiro, será candidato à presidência da Liga de futebol e terá Valentim Loureiro como candidato à AG. A confirmar-se, o que dirá Marques Mendes ao ver um dos vice-presidentes da sua bancada parlamentar de braço dado com o major-valentão? Cheira-me a azedume...

Na R. das Bananas seria difícil melhor

Quem nos defende destas judiarias?

21 julho 2006

Carneiro Jacinto

O ex-porta-voz de Freitas do Amaral decidiu que se vai candidatar à Câmara de Silves nas próximas autárquicas (ver, com ar de espanto, no DN de hoje). Depois do louvor público do ex-ministro terá, no mínimo, o apoio pessoal do professor. Será uma campanha em grande.

O lado mau de Teixeira dos Santos

Faz hoje um ano que Teixeira dos Santos foi nomeado por José Sócrates ministro das Finanças, substituindo Campos e Cunha no cargo mais importante de uma democracia em estado de fragilidade.

Confesso que, até ontem, pensei que Teixeira dos Santos estivesse a provar ser uma boa aposta. Segue o programa, não tem medo de falar de sacrifícios nem de rigor. Mas no melhor pano cai a nódoa. E percebeu-se que o centro de toda a política do Governo começa a derrapar - ao caso, o número de funcionários públicos. Começou por se falar em cortes, agora um quadro oficial mostra que subiu cerca de 10 mil em apenas seis meses.

O facto é mau por si, mas o ministro veio piorar o cenário. Diz ele que os números não são verdadeiros, estando incompletos. Interessante. Daqui só podem resultar duas saídas:

1. Se os números estão errados, sendo eles oficiais (Direcção Geral de Orçamento), ficamos a saber que não podemos confiar nos números dados pelo Governo - porque não são rigorosos. O que nos levaria rapidamente ao caos da desconfiança permanente.
2. Se os números estão certos, significa que Teixeira dos Santos, perante uma dificuldade, resolve mandar poeira para os olhos de todos nós - o que nos leva para outro mau caminho: a palavra do ministro não é para levar a sério.

Como se vê, Teixeira dos Santos optou, julgo eu humildemente, pelo caminho errado - seja qual for o cenário, pelo caminho da falta de rigor. É, simplesmente, o pior defeito de um ministro das Finanças. Não há outra maneira de o dizer.

A bandeirada está cara

O taxista que me levou hoje à tarde à Assembleia, quando o polícia o manda parar o carro mais à frente:
- Se há coisa que eu odeio é polícias, pretos, paneleiros e pobres.
Eu:
- Olhe, nem de propósito! O meu pai é polícia, o meu namorado é preto, o meu irmão é paneleiro e o senhor é um pobre de espírito.

(Não tenho um pai polícia nem um namorado preto nem um irmão paneleiro, mas acho que resultou...)

19 julho 2006

Na cama com Javier

“Ninguém pensa senão em mulheres e homens, a totalidade do dia é um trâmite que se detém num dado momento para permitir pensar neles, o propósito da cessação do trabalho ou do estudo não é senão começar a pensar neles, mesmo quando estamos com eles pensamos neles, pelo menos eu. Os parênteses não são eles, mas as aulas e as investigações, as leituras e os escritos, as conferências e as cerimónias, as finanças e as politiquices, a globalidade daquilo que consideramos ser aqui a actividade. A actividade produtiva, a que proporciona dinheiro e segurança e apreço e nos permite viver, a que faz com que uma cidade ou um país andem e estejam organizados. A que depois nos permite dedicarmo-nos a pensar neles com toda a intensidade. (...) O parêntese é isso, e não o contrário. Tudo o que se faz, tudo o que se pensa, tudo o resto que se pensa e maquina é um meio para pensar neles. Mesmo as guerras são travadas para poder voltar a pensar, para renovar esse pensamento fixo dos nossos homens e das nossas mulheres, naqueles que já foram nossos ou poderiam ser, naqueles que já conhecemos e naqueles que nunca chegaremos a conhecer, naqueles que foram jovens e naqueles que hão-de sê-lo, naqueles que já estiveram nas nossas camas e naqueles que nunca passarão por elas”.

Javier Marías, in “Todas as almas”
(a foto é minha)

As memórias que se acumulam

O actor brasileiro Raul Cortez morreu hoje, aos 73 anos. As minhas novelas preferidas tinham-no no papel principal. Via-as com a minha mãe, lá em casa. Eram um factor de união da família.

Tem lumes? (versão tripeira)

Ontem descobri (disseram-me) que os veículos novos não vêm equipados com isqueiro. Fiquei muito contente por o meu carro ter 11 anos. Especialmente porque era uma da manhã.

a pior piada do dia [4]



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18 julho 2006

Hoje acordei assim

"Temos que conservar a bola o maior tempo possível em nosso poder"
O locutor da Antena 1 interrompia o discurso e concluia: "Carlos Dinis, treinador da selecção nacional de sub-19, que hoje começa o Europeu de Futebol na Polónia, num jogo contra a Escócia".

Foi a voz do meu pai que me acordou. Desejei-lhe boa sorte e parti para mais um dia, cheio de orgulho.

a pior piada do dia [3]




com bluetooth

17 julho 2006

a pior piada do dia [2]















finalmente a bandeira de Portugal no espaço

a pior piada do dia [1]

todos os cogumelos são comestíveis pelo menos uma vez

O punho ainda é fixe?


José Sócrates entrou na sala acompanhado pelo líder da JS. Os jotas de pé, braços bem no ar, punhos cerrados, gritam “JS”, “JS”.
O secretário-geral socialista pára e beija uma jovem militante. Discursa sem gravata e sem casaco e, no final, enquanto o líder da JS volta a levantar o braço esquerdo, punho cerrado, José Sócrates ergue o direito com o polegar virado, bem para cima! A imagem vale...mil palavras.

16 julho 2006

That´s the way life is

Everything is possible... but not always available.

14 julho 2006

Conversas de rua

Entre os alfarrabistas ambulantes do Príncipe Real:

- ... [incompreensível] do exagero da crítica ao humanismo...
- mas o que é exagero? A crítica ou o humanismo?

13 julho 2006

A nação não se recomenda

É o que de melhor se escreveu nos jornais de hoje sobre o debate de ontem.
Pedro Mexia, no DN. Vale a pena ler de uma ponta à outra.

A sauna da democracia

Há anos que não entrava no Parlamento. Uma vez no liceu e outra na faculdade, tinha sido solenemente guiado pelos soberanos corredores, sede monacal dessa tão benéfica maçadoria democrática. Confesso que não tinha saudades. Digamos que tenho pelo Parlamento o mesmo sentimento que tenho pela minha vesícula: agradeço em abstracto a sua diligente actividade, mas dispenso detalhes.

Há dias, a editora de política deste jornal sugeriu que eu assistisse ao debate do estado da Nação e contasse o que vi, no meu registo do costume. Imaginando que fosse uma homenagem à estação tola, aceitei. Disfarçado de jornalista (mas no meio das galerias comuns, entre Cátias e funcionários públicos), assisti pela terceira vez a uma sessão da Assembleia.

O hemiciclo, em termos arquitectónicos, tem estilo. Infelizmente, em tarde de ananases, a casa da democracia estava transformada em sauna da democracia. Uma caloraça insustentável, que pôs toda a gente a abanar no rosto relatórios do Banco de Portugal (excepto a ministra da Cultura, a qual, sendo da cultura, usava um leque).

Nunca tinha visto ao vivo dois terços dos nossos eminentes deputados. Tomei algumas notas. O monárquico Pignatelli Queiroz estava mais imóvel que um marco de correio, à espera que lhe dessem a palavra para que se pronunciasse sobre a Patuleia. Nuno Melo lembra um entusiasmo de magala que vai às meninas. Miguel Frasquilho cultiva uma pilosidade digna dos Habsburgos. João Soares, tal como me tinham garantido três taxistas, ostenta um índice de massa corporal em tudo semelhante ao meu (infelizmente para ambos). Alberto Martins usa um tom de tribuno eleito por Viseu em 1922 (temi que recorresse ao termo "debalde"). Há uma socialista que parece uma lojista de Carnide. Há um deputado ecologista com rabo- -de-cavalo. Bernardino Soares nunca foi novo. Fernando Rosas é mais credível de suspensórios. Quanto aos ministros, notei especialmente o aspecto distinto do ministro da Agricultura (que parece um membro do Conselho de Nobreza) e o aspecto maquiavélico do ministro dos Assuntos Parlamentares (sempre que pega no telefone e murmura, imagino logo que está a ordenar a liquidação do Doge de Veneza).

O debate é cansativamente previsível. O Governo invoca a pesada herança, excomunga os pessimistas, anuncia a retoma económica e sublinha os ímpetos reformistas (disciplina orçamental, diminuição da despesa, inovação tecnológica, combate à burocracia e mais coisas ainda). A oposição insiste nas promessas incumpridas, nos fiascos fragorosos, na propaganda enganosa. Cada bancada aplaude e apupa estritamente o que lhe compete e apenas isso, lança dichotes e risadas, os clichés são em grande estilo Gato Fedorento (com metáforas futebolísticas e tudo). O nível geral é fraquinho. Embora estejam presentes dois políticos com grande estaleca (o frenético Portas e o gélido Louçã), a média dos discursos ouvidos é tão acutilante como (eis uma metáfora futebolística) Pedro Pauleta.

Ideologicamente, a situação é ainda mais complicada. Eu sou um homem da direita moderada (aquilo que a direita musculada chama "um homem de esquerda"). O Governo é um Governo de centro-esquerda (aquilo a que esquerda ideológica chama "um Governo de direita"). Assim, tenho dificuldade em embirrar com este executivo dito socialista. Chego a pedir interiormente a Sócrates que diga qualquer coisa de esquerda (como no filme de Nanni Moretti), para que eu o critique com convicção. Mas o máximo que Sócrates consegue é um remoque à General Motors. No mais, um reformismo sem ideologia e muita bazófia. Alguns coices à "esquerda conservadora e corporativa". E a ideia totalmente direitista de que se há contestação sindicial, isso é uma "homenagem ao Governo".

Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Creio que não se recomenda, porque nunca se recomenda. Sei que teremos mais dois anos e meio, talvez seis e meio, disto. De socialismo sem cafeína, com um tecnocrata colérico mas reservado. De bloquismo bloqueado, entre o desengravatamento e o aburguesamento. De comunismo igual a sempre, barroco na linguagem maniqueísta a descambar para António Aleixo. De uma direita que não esconde algum contentamento por ver a esquerda fazer o seu trabalho sujo, enquanto se mantém aninhada entre o apagamento de Mendes e as Equipas de Nossa Senhora de Ribeiro e Castro. Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Mas creio que não se recomenda.


(A responsabilidade dos sublinhados é minha)

Zidane conta a verdade

Zidane foi ontem explicar na televisão francesa a cabeçada no peito que deu a Materazzi no final do Mundial. Segundo o jogador, tratou-se de uma reacção a ofensas verbais que, diz, o afectaram profundamente. Materazzi, relata o médio francês, ter-lhe-à dito que, na próxima época, Zidane iria jogar para o BENFICA.

Não incomodar

...o país está em época de descanso.

Um mais um igual a zero

Facto: a jornalista Maria João Avillez entrevista hoje o primeiro-ministro na SIC.
Facto: ontem, foi notificada para entregar a carteira profissional de jornalista.
Facto: os dois factos anteriores não têm relação directa.

12 julho 2006

Estado da coisa

O primeiro ministro, de forma previsível, garante que o país tem um rumo. A oposição duvida. Pelo nível de repetição de temas, críticas e vãs glórias governamentais, o estado da Nação não pode ser grande coisa.

09 julho 2006

Hélas!

(ih! ih! ih!)

Falem vocês de bola, das aventuras e desventuras do Mundial, das tristezas e das alegrias, das vitórias e das derrotas.

The sun is up, I'm so happy I could scream! And there's nowhere else in the world I'd rather be than here with you, it's perfect, it's all I ever wanted, I almost can't believe that it's for real.

I really don't think it gets any better than this, vanilla smile and a gorgeous strawberry kiss! Birds sing, we swing, clouds drift by and everything is like a dream, it's everything I wished.

The sun is up, I'm so fizzy I could burst! You wet through and me headfirst into this is perfect, it's all I ever wanted, ow! It feels so big it almost hurts!

Say it will always be like this, the two of us together. it will always be like this forever and ever and ever...


(The Cure)

06 julho 2006

Seis anos de alegrias

Saímos do mundial tristes, mas a verdade é que nos vamos lembrar destes seis anos como os melhores de sempre para o futebol português. Desde 2000 que os rapazes da bola só nos dão alegrias: dois europeus, um na final outro nas meias; dois mundiais, com uma meia-final; uma liga dos campeões e outra taça intercontinental; uma taça UEFA a que se junta outra final e mais uma meia-final. Do futebol, não dá para exigir mais nada. Agora é a nossa vez. Todos.

Que ganda galo!

Não vi o Deco a valer dois Zidanes. Não vi o Figo a atinar. Não vi o Ronaldo a marcar. Não vi os franceses a chorar nem os tugas a delirar. Não vi Portugal na final, nem a promessa do mundial.

(Mas, mais uma vez, vi o Nuno Lopes, numa das esquinas do bairro onde os lamentos eram entorpecidos. O Lomba e o Mexia não apareceram por lá.)

05 julho 2006

Estado de espírito


"Hoje, com a França, oscilo entre os dois pólos, desde o mais abjecto pessimismo até ao triunfalismo mais doentio, passando por todos os graus de superstição e de fezada".
Miguel Esteves Cardoso, hoje no Jogo

O que faz falta

Numa conversa intelectualizada sobre bola, a Marta acertou em cheio. Luiz Filipe Scolari já respondeu, nestes quatro anos de comando na selecção nacional, a uma dúvida que há muito nos aflige. Aos portugueses não falta qualidade, profissionalismo, empenho, sentido de colectivo. O que nos falta são lideranças competentes.

Temos muito mais a ganhar

Exmo director do jornal Público:

leio com consternação o título que vexa colocou na primeira página de hoje so seu jornal. Diz ele que "Já ganhámos tudo, mesmo se perdermos". Agora pergunto eu: ganhou o quê? E respondo: nada, meu caro director. Chegou às meias-finais, é certo, venceu a Holanda e a Inglaterra, pois claro, mas isso - para nós - não pode chegar.

É essa a diferença entre um país que se quer competitivo (tese que muitas vezes li nos seus editoriais) e um país remetido à sua história.

Se é na bola que nos podemos mostrar ao mundo, acho melhor do que nada. Se é na bola que a nossa nova cruzada pode começar, acho lindamente. Se é na bola que podemos tirar os melhores sorrisos de uma década triste, eu prefiro esse sorriso a sorriso nenhum. Enfim, eu quero mais. O meu amigo não?

Considerações amigáveis, com a fé inabalável numa vitória,

Taxas de câmbio

Hoje quero ver um Deco a valer dois Zidanes.

04 julho 2006

É o futebol, estúpido! 2

Hoje liguei para 10 (dez!) empresários portugueses. Em nenhum dos casos passei da secretária. Estimáveis e simpáticas à medida da linha telefónica, todas com a mesma conversa: "O senhor doutor não está. Vai ser complicado falar com ele. O senhor doutor está no estrangeiro". É certo que ouvi a variável: "O senhor engenheiro está fora do país. Mas se o senhor engenheiro ligar, eu dou-lhe o recado". Danke schon!

É o futebol, estúpido!

Eu vi. O Nuno Lopes, o Pedro Lomba e o Pedro Mexia. Estavam os três lá. Junto à barraquinha de gelados. Eu estava com quatro cervejas, o que, para mim, é quase um coma alcoólico. Mas eu juro que os vi. A comemorar a vitória de Portugal contra a Inglaterra, no Marquês de Pombal. Eu vi. Eramos todos bimbos e eramos todos felizes. Meninos, amanhã vemo-nos (vejo-vos) outra vez, ok?

Recadinho

(É só para dizer que não tenho aparecido, mas ando por aí. É que, de vez em quando, canso-me do mundo e quando me canso do mundo, canso-me de tudo. Mas agora ando outra vez a fazer as pazes com a vida. Só não me apetece escrever sobre política. E é só para dizer que é muito bom ser uma gaja no meio destes gajos todos. E é muito bom que os meus disparates sejam sempre maiores que os vossos. E por isso apetece-me escrever sobre o maior disparate de todos: os sentimentos e as relações humanas. A doença ataca a todos. E pronto. Foi um prazer. É sempre um prazer.)

O clube do défice

Já alguém anotou que só sobra a Europa no campeonato do mundo. Mas consta que o nosso ministro das Finanças, todo orgulhoso, anda a espalhar uma acertada análise sobre as meias-finais do mundial: só sobram países em défice excessivo: Alemanha, França, Itália e Portugal.

O facto, por si só, merece dois comentários: primeiro, que a confiança dos consumidores terá evolução favorável na zona euro; segundo, que com o recorde de dois procedimentos por défice excessivo, e com um défice de 4,6% esta ano, Portugal é o mais forte candidato ao título.

Se a previsão se confirmar, farei a devida vénia ao défice.

Os jornalistas e a bola

Dizem-me fontes muitissimo bem informadas que, a esta hora, o aeroporto de Lisboa está cheio de jornalistas económicos, que seguem caminho para Munique para ir ver OS DOIS jogos das meias-finais do mundial. Dizem-me as mesmas fontes, que essa malta (alguns deles, bons amigos meus) vai a convite do BES, essa instituição patriótica. Agora pergunto eu: porque é que eu não faço banca?!

P.S. Este post está a destilar de inveja.

03 julho 2006

será que foi abaixo a seriedade e independência?

lembram-se da tomada de posse do governo sócrates? recordam-se do unanimismo gerado em torno da seriedade que transparecia das opções de sócrates? campos e cunha , bem como freitas do amaral, eram apresentados como os pináculos de um edifício independente feito a pensar em Portugal?

olha!!!....foram-se embora!

30 junho 2006

Nem de propósito...

Lá foi o prof. Freitas do Amaral. A remodelação a sério fica para depois.

A incógnita chamada Freitas do Amaral

Amanhã, estaremos a um ano do início da presidência portuguesa da UE. Não me restam dúvidas de que vamos continuar a honrar a bandeira nessas circunstâncias. Só se será Freitas do Amaral a conduzir os destinos do país nessa honrosa presidência. Aí sim, tenho muitas dúvidas. Mais ainda pela não reacção socialista a essa dúvida (ver hoje, no DE).

28 junho 2006

Os sofredores

Andamos por cá eufóricos com a vitória sobre a Holanda. Tratamos os jogadores por "heróis", ou "gloriosos da batalha de Nuremberga", falamos deles como se o seu destino naquele jogo fosse, para nós, mais do que uma final, mais do que uma Aljubarrota.

Já no Euro, o espírito foi o mesmo. Ficámos tristes por perder a final com a Grécia, mas a nossa final, aquela a sério, foi o jogo com a Inglaterra. Aí, o jogo teve mais de duas horas, alguns golos, e emoção até ao fim. Ganhar, para nós - portugueses de gema - não é simplemente ganhar. É ganhar na marra, se possível depois de estar a perder e dar a volta ao resultado. Ou, como domingo, ficar com menos um jogador e ficar a defender a vantagem até ao último minuto.

Ganhar é isto. Ou alguém se lembrava que, no Euro, tínhamos ganho à Holanda na semi-final, num jogo chato, onde a vitória foi fácil e não contestada?

Estes jogos da bola mostram, enfim, o país que somos, o povo que temos nas veias. Hoje, passou-me pela cabeça uma imagem boa para esta malta: lembram-se do 1,2,3 - o concurso? Na segunda edição, havia sempre um casal, metido num gabinete fechado, que sabia onde estava o prémio mais alto, mas só o podia ganhar se os concorrentes que estavam lá no palco, a negociar com Carlos Cruz, acertassem no palpite. A esse casal, o programa chamava "os sofredores". Os sofredores somos nós.

26 junho 2006

Back in Town

Eu estive de férias, em Londres. O Francisco casou-se (e viverá feliz para sempre). A Bárbara anda por terras desconhecidas. E este blog ficou ausente, com o mercado a explodir de novidades. Enfim, estamos de volta. Keep you posted.

16 junho 2006

Inimigo Público

A GM demorou meses a compreender o apelo de José Sócrates durante a primeira visita que realizou ao exterior: “España! España! España!”. Depois venham-me falar de produtividade...

Newsmaking II

Estava eu à sombra, quando me passou o seguinte pensamento pela cabeça: "O que eu queria mesmo - mesmo, mesmo - era ser jornalista. Só jornalista". Só não me caiu uma maçã em cima da cabeça. Foi, ainda assim, a minha versão da teoria da relatividade.

14 junho 2006

Newsmaking

Um bom amigo meu, a que podemos chamar "anónimo", deixou-me a frase que melhor define o trabalho de um jornalista: "Há dez anos que me pagam para escrever sobre coisas que não percebo". Esta semana, essa frase acompanhou-me com amizade. Obrigado ao autor.

12 junho 2006

Tributo ao racionalismo brazuca

Para Scolari, no futebol não entra emoção. É por isso que deixa Romário, Quaresma ou Moutinho de fora das selecções que orienta. No Japão, o brazuca ganhou a taça assim - tirou o louco e meteu a equipa a jogar precisamente o que era preciso para ganhar tudo. Na Alemanha, ontem, começou o mesmo caminho para o mesmo objectivo. Jogou pouco? Não houve fantasia? Pois - ganhou, simplesmente. "Faltam seis jogos", disse Scolari. Pois é. Eu não protesto nadinha. Só quero que ele obrigue a história a repetir-se, quatro anos depois, com as cores de Portugal. O resto não conta.

Militantes do PNR


Os juízes, claro...

Ao cuidado do SOS Racismo

"Angola estaba perdida, pero se empezó a asentar en el campo gracias a su centrocampista Figueiredo (jugador de raza blanca) que tocaba el balón y organizaba a sus compañeros constantemente. Así, empezaron a llegar los angoleños a la portería de Ricardo", in El País.

11 junho 2006

Bola é assunto sério

Diz-se que o futebol não é um assunto sério. Errado. Não há mais sério, até. Basta pensarmos nos efeitos indutores que um bom resultado tem para a economia. Vejamos, então, os primeiros resultados. A Alemanha ganhou, o que é bom; a Inglaterra também, tal como a Holanda, o que dá três pontos para o PIB europeu. Só a Polónia (derrota) e a Suécia (empate) fizeram tremer o crescimento na europa. Mas ainda há tempo. É torcer pela França e pela Itália. E continuar a rezar por Portugal.

Tudo made in China, claro está!!

O Turismo de Lisboa distribuiu a todos os passageiros que rumaram, esta manhã, até à Alemanha o Kit Adepto. Um saco verde, vermelho e amarelo. Uma fita para a cabeça com pelo verde, vermelho e amarelo. E dois balões cilíndricos, um verde e outro um vermelho. Um pequeno pormenor: nos cilindros lê-se "Forca Portugal . 2006". Valerá mesmo a pena poupar uns euros e meter esta gente toda a torcer por uma forca?!!

10 junho 2006

Percalço

Avariou antes de chegar à tribuna presidencial.

09 junho 2006

O mundo gira ao contrário

Não sou adepto de touros. Não gosto. Não gosto. É uma coisa que me chateia ver touros, ou toiros se preferirem, a morrer, pouco a pouco, numa arena para gáudio das massas. Mas o contra-senso tem limites e Pedrito de Portugal tem toda a razão. Pagar 100 mil euros por matar uma vaca numa corrida na Moita, quando o Estado português pagou apenas 50 mil euros por cada vida perdida na queda da ponte de Entre-os-rios...
Pergunta o toureiro e bem: uma vida humana vale meia vaca? Ou depende de quem paga?

08 junho 2006

Rostos e sonhos


A morte, como a vida, perdem força sem um rosto. Foi assim com Savimbi estendido e rodeado por moscas. Foi assim com Al Zarqaui. Bush e Blair assim o sonham com Bin Laden.

Franz Ferdinand



Ontem, foi a reconciliação. Os Franz Ferdinand trouxeram de volta a paixão, num concerto bonito, cheio de energia, pleno de pulmões, vibrante como há dois anos, quando os descobrimos lá na Zambujeira do Mar.
Depois de terem deixado de fora o fogo há uns meses ("this fire is out of control"), ontem voltaram a ver-nos juntos - para eles, para nós, para um público que não os largou até ao fogo ("this fire is out of control"). Reconciliados, voltamos a casa, arrasados pelo cansaço, mas com incontroláveis sorrisos na cara.

Uma "pérola" via lusa

Setúbal: Director Casas do Gaiato dá bofetada a miúdo durante entrevista à Lusa



Setúbal, 08 Jun (Lusa) - O responsável máximo das Casas do
Gaiato, padre Acílio Fernandes, deu hoje uma bofetada a uma criança de
cinco anos enquanto desmentia à Lusa os maus-tratos na instituição que
constam de uma acusação do Ministério Público.
O padre Acílio Fernandes, que também foi director da Casa do
Gaiato de Setúbal até Julho de 2001, quando foi substituído pelo
actual director, Júlio Pereira, deu a bofetada ao menino porque este
teimava em aproximar-se do local onde o responsável prestava
declarações à agência Lusa.
Depois de o mandar embora por duas ou três vezes, à última
tentativa de aproximação da criança, que diz chamar-se Jaime e ter
cinco anos, o padre Acílio não hesitou e deu-lhe uma estalada.
"A criança estava aqui à minha volta e [eu] já a tinha mandado
embora várias vezes. Ele agora foi-se embora. Não lhe dei um estalo,
bati-lhe com a mão para ele se ir embora", justificou-se o director-
geral das Casas do Gaiato, esclarecendo que o Jaime é filho de um
"gaiato", mas não pertence à instituição.
"Isto não foi um mau trato, foi um bom trato. Não me viu antes
agarrá-lo ao colo, acariciá-lo e beijá-lo? Sabe quem faz isso? É um
pai. Nós aqui não somos directores, somos pais de família", justificou-
se o responsável nacional pelas Casas do Gaiato.
A Lusa contactou o padre Acílio Fernandes para que este
reagisse a uma notícia de hoje do Diário de Notícias, segundo a qual o
Ministério Público acusou o director da Casa do Gaiato de Setúbal,
padre Júlio Pereira, da prática de quatro crimes de maus-tratos a
crianças bem como outros três funcionários da instituição.
Anteriormente, em conversa telefónica com a agência Lusa, o
padre Acílio Fernandes tinha dito que "nenhuma das acusações tem
fundamento" e elogiou o trabalho do sacerdote responsável pela Casa do
Gaiato de Setúbal.

GR/NVI.
Lusa/Fim

07 junho 2006

Diário da bola II

1. A selecção nacional treina à porta fechada. Ao contrário do sentimento geral nos meios informados, eu torço por Scolari, como torço por Deco. São dois bons profissionais, ao serviço do nosso país. E se é preciso coragem para servir este país, meu amigos. Dizem que os brasileiros são favoritos? Só se forem os nossos!

2. Volto à série da BBC ("Muito mais que um jogo", RTP1), para lamentar o facto de não estar disponível em DVD.
Ontem fiquei uma hora a ver a Argentina. Vi o Kempes nadar pela relva como um peixe que não sobreviveria fora de água, o Maradona voar pelos adversários com a elegância própria de uma garça, ouvi o Valdano a lembrar como pediu a Deus que a bola entrasse na baliza, naquela final de 1986 e o mesmo Valdano a explicar que a "Gambetta" é mais que saber fintar: é a confiança de quem faz o que quer com os pés e, também, a capacidade de iludir um adversário. Tudo na mesma jogada. A "Gambetta" era, claro, de Maradona. E depois de ver aquela, não há quem possa dizer que o futebol não é "muito mais do que um jogo".

06 junho 2006

Diário da Bola

1. Chama-se "muito mais que um jogo", é da BBC e passa na RTP1, lá pelo final da noite. É um prazer absoluto ver o futebol tratado assim: como uma arte que envolve pessoas, daquelas a sério, que têm coisas belas e tristes para dizer - mesmo que pareça só um jogo de futebol.

2. Agora por isso, a Pública de domingo (a melhor dos últimos tempos) tinha uma reportagem de derreter sobre Zidane, o homem que é demasiado frágil para a bola, o homem que coloca a mesma onde quer, que pensa o jogo como se da vida se tratasse. Zidane é, para mim, o melhor do mundo, e prepara-se para abdicar do futebol neste mundial. É a razão número um para ver França jogar - prestando homenagem ao homem e ao jogador. E chorar, depois.

3. Por falar em chorar, a Câncio estreia-se hoje no DN a falar de bola. Aliás, a falar de homens. Faz bem e escreve bem. Como diria o João Pedro Henriques, "só tenho um adjectivo: gostei".

4. A selecção do Brasil foi recebida em festa na Alemanha por 500 compatriotas. Pois. Só as quinas tiveram mais, muito mais, na chegada e no treino. Ainda não começou e já estamos a ganhar.

05 junho 2006

Será ciência?

Portugal treinou hoje em Marienfeld com uma temperatura inferior a 10 graus. Ainda bem que nos preparámos nos 40 graus de Évora.

O mundo anda estranho

O casamento nasceu gordo mas não pára de emagrecer (em 1975 casaram 103 mil portugueses, em 2005 48 mil).
O divórcio nasceu pálido e tarde mas não pára de ganhar fôlego (desde 2002 que Portugal é um dos países com mais divórcios na União Europeia; por exemplo entre 2001 e 2002 a taxa de divorcio aumentou 46 por cento). Estranhos siameses estes...
Para católicos convictos, como eu, salta uma conclusão: vivemos num mundo onde a criação da família perde terreno para a destruição da família.Porque será?

02 junho 2006

Começou hoje


Enganavam-se os que pensavam que o Roteiro da Inclusão significava a imersão de Cavaco Silva no pântano de Belém. Hoje, Cavaco Silva anunciou o seu primeiro veto, à Lei da Igualdade vinda da maioria socialista, aprovada apenas pela maioria socialista e pelos oito deputados do Bloco de Esquerda. E agora?

P.S. Este post foi corrigido por sugestão de um anónimo atento.

Disseram-me que era mentira!!!

Eu pensei que a polémica terminaria depois de me terem dito que era mentira que a jornalista em questão não era filha do Senhor Ministro, e de eu ter referido em espaço de comentário a correcção em questão. Mas não. A mulher do Senhor Ministro insurgiu-se em espaço de comentário. Por respeito à mulher do Senhor Ministro que teve a gentileza de me comentar, reproduzo na íntegra o seguinte comentário por ela efectuado:

"Senhor Antonio Mira,Pelo que leio parece-me que o senhor é jornalista. Pois eu sou Professora. E também sou a legitima mulher do Ministro da Justiça! Há pois é!! Sou eu agora que entro no seu blog para o chamar à responsabilidade do que anda a difundir! O senhor sabe que (ou devia saber porque é jornalista) que uma mentira muitas vezes repetida quer tornar-se verdade! Mas não é verdade! O Ministro da Justiça e eu própria temos 3 filhos: Jaime Trindade BErnardes Costa, Joana Trindade Bernardes Costa e Inês Trindade Bernardes Costa. E só estes! Se o senhor que tem acesso ao site do Ministério da Justiça não quis ler o desmentido que foi aí feito, então qual é a sua intenção? Que mais confirmação quer afinal?! Esta mentira circula desde Setembro de 2005. Eu e a minha família estamos fartos de tanta calúnia! O senhor sabe bem (ou devia saber) que a Jornalisa Susana Costa Dutra não é da família do Ministro da Justiça. Já reparou que o nome Costa é um nome vulgar em Portugal?Alguém que me diga que esta mentira não é escandalosa! O mínimo que se exige é que peçam desculpa! Maria E. Costa (Quer a certidão de nascimento dos filhos do Ministro da Justiça?) "


Esclarecido aquilo que era mentira (e que eu pedi para me dizerem que era mentira!!!)...
eu volto a apresentar aquilo que ainda não me desmentiram e que continua a ser a base da minha indignação relativamente a este desgoverno e aos tachos que tem assegurado a certas pessoas, ao mesmo tempo que manda para os supranumerários pessoas qualificadas:

"Alguém por favor me diga que ela não vai efectuar essa tarefa tão especial, técnica e de confiança que é actualizar conteúdos de um site. Alguém por favor me diga que ela não vai ganhar €3254 x 14 meses mais subsídio de refeição. Alguem me diga que esta tarefa tão especial não tem uma retribuição superior à de um professor do ensino universitário do sistema público. Alguém me diga que mais nenhum dos perto de 200.000 excedentários previsíveis da função pública não tinha as qualidades que esta tão especial nomeada.Alguem me diga que esta nomeação é mentira. Alguem me diga que tudo isto é apenas uma embirração minha com os socialistas. Alguem me diga que isto não acontece no mesmo governo em que se fala do défice e do buraco da segurança social. Alguem me diga que isto não é escandaloso.Se calhar são só manias minha e se calhar aquilo que eu considero ser ética política só é aplicável em Marte, quiçá em Vénus."

Roteiro de Leituras



1. Carlos Marques de Almeida explica, com bom-senso e perspicácia, porque a cooperação estratégica entre PR e Governo estão a colocar o país numa velocidade reduzida. Não concordo inteiramente - a vigilância reservada é mais eficaz -, mas muitos dos argumentos usados são de registar.

2. Sérgio Figueiredo, no Jornal de Negócios, sobre a lei da mobilidade de Teixeira dos Santos. A prudência é sinónimo de sabedoria, diz ele. Foi seguramente o melhor director com quem trabalhei. É um dos melhores cronistas do país.

01 junho 2006

Correcção ao post anterior

Dizem-me bons amigos, confiáveis, do jornal Público, que o Conselho de Redacção não se pronunciou contra o curso da Católica e que nem protesto levantou. Dizem-me, até, que a maioria dos jornalistas do Público gostaram do dito curso. A maioria. Depois, dizem-me também que é feio generalizar. "A malta do Público", assim, é aqui humildemente substituído por "alguma malta do Público".
Agora, que houve queixas sobre os crucifixos, isso houve mesmo. Mas no Público, como na sociedade portuguesa, a maioria ainda é tolerante. O que é bom.

Discurso directo

Pergunta do DN: "O Sporting ficou onde mereceu?"
Resposta de Paulo Bento: "Ficou. Pelo que o Porto fez foi um justo vencedor, foi o mais regular".
A honestidade nunca fez mal a ninguém. A humildade também não. Um exemplo, este Bento.

Jornalistas e jornaleiros

Contaram-me que o prof. Marcelo - falando de comentaristas - foi chamado a analisar uma história peculiar: o conselho de redacção do Público que terá criticado o seu director por "obrigar" jornalistas da casa a "ter aulas na Católica, em salas com crucifixos", onde - lá está, coitados - "não se sentiam bem". Acho toda a história genial. Palavra de honra. O meu pai, quando soube que eu, há 11 anos, ia começar a escrevinhar num jornal, perguntou-me se eu ia ser jornalista ou jornaleiro. Até hoje, tenho pouca certeza da resposta. Tenho a certeza, porém, que essa malta do Público sabe bem a sua própria resposta.

Comentador de comentaristas

A Ana Sá Lopes e a Fernanda Câncio foram convocadas pelo DN para comentaristas do Mundial de Futebol. Prometo acompanhar e comentar, daqui do Insubmisso.

Menezes fala sobre o professor no CM

Marcelo tinha tudo para ser tudo mas politicamente não é nada. Ganhou a assembleia municipal de Celorico de Basto: "sabe-se lá se por influência do prestígio do Professor Albertino, competentíssimo presidente da Câmara local". Parte II: RTP, domingo.

31 maio 2006

Uma justiça do Além

"Carta ditada por morto a médium ajuda a absolver acusado
Uma carta ditada por uma vítima de assassínio através de um médium foi aceite como prova por um Tribunal brasileiro e ajudou à absolvição de uma acusada de homicídio, divulgou a imprensa brasileira.
O facto decorreu a semana passada no Tribunal de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, durante o julgamento do assassínio de Ercy da Silva Cardoso, em Julho de 2003.
O assassino confesso, Leandro Rocha Almeida, que trabalhava para a vítima, já foi condenado, mas alegou ter cometido o crime a pedido da esposa de Ercy da Silva Cardoso.
O advogado de Iara Marques Barcelos apresentou então uma carta ditada supostamente ao médium Jorge Santana Maria, na qual a vítima Ercy da Silva Cardoso a isenta de qualquer participação no crime.
«O que mais pesa no meu coração é ver a minha Iara acusada dessa forma por mentes astutas dos meus algozes», referiu a vítima num dos trechos da carta do médium, membro da Sociedade de Beneficência Espiritual Amor e Luz de Porto Alegre". in DD

28 maio 2006

Digam-me que é mentira


Alguém por favor, me diga que o Ministro da Justiça não nomeou a filha para o seu gabinete. Alguém por favor me diga que ela não vai efectuar essa tarefa tão especial, técnica e de confiança que é actualizar conteúdos de um site. Alguém por favor me diga que ela não vai ganhar €3254 x 14 meses mais subsídio de refeição. Alguem me diga que esta tarefa tão especial não tem uma retribuição superior à de um professor do ensino universitário do sistema público. Alguém me diga que mais nenhum dos perto de 200.000 excedentários previsíveis da função pública não tinha as qualidades que esta tão especial nomeada.


Alguem me diga que esta nomeação é mentira. Alguem me diga que tudo isto é apenas uma embirração minha com os socialistas. Alguem me diga que isto não acontece no mesmo governo em que se fala do défice e do buraco da segurança social. Alguem me diga que isto não é escandaloso.

Se calhar são só manias minha e se calhar aquilo que eu considero ser ética política só é aplicável em Marte, quiçá em Vénus.

27 maio 2006

G´anda barrete

VPV: "O mundo anda perigoso". E a América Latina tem um viveiro...

26 maio 2006

Pergunta para queijo

o que pensa o "chefe dos sub-21" sobre as duas derrotas da equipa no europeu que organiza?

24 maio 2006

Timor de sempre

A pergunta não é porque a GNR vai para Timor. É, antes, por que raio saiu de lá.

Jornalismo em SOS

Timor-Leste: Major Reinado diz que está a "uma hora de Díli"

Díli, 24 Mai (Lusa) - O major Alfredo Reinado, líder dos militares revoltosos que hoje lançaram vários ataques às forças armadas timorenses indicou à Lusa que as suas forças dirigem-se para Díli, encontrando-se a uma hora da capital.
Questionado por SMS sobre a sua localização, o major Reinado respondeu,
pela mesma via, estar "a uma hora de Díli".
Também por SMS, a Lusa questionou o major Reinado sobre declarações de
fontes militares de que teria sofrido muitas baixas, tendo respondido: "uma".

P.S. Take da Lusa colocado em linha hoje às 7 h45m.

23 maio 2006

O sexo e os tribunais

Ele pediu-me. Eu acho que ele merece. É um bom rapaz. É um bom trabalho.

Viola de forma grave o dever de respeito para com o outro cônjuge a mulher que apelida o marido de "corno", "chibarro", "filho da puta" e de "cachorro" e o tenta agredir com uma faca de cozinha e pratica os factos à vista de, pelo menos, uma das empregadas do casal.

Há mais aqui.

20 maio 2006

Como é que eu ponho gargalhadas aqui????

O novo treinador do Benfica é o engenheiro Fernando Santos. Livra-te Deus! Deste já nos livrámos!

Consciência II

Há 15 dias, Maria José Nogueira Pinto fez o discurso da consciência para o CDS. Hoje, Manuela Ferreira Leite faz o discurso da consciência para o PSD. As duas vêm dar razão aos que gostam de dizer que é preciso o pragmatismo das mulheres ou que um grande homem tem sempre atrás uma grande mulher.
Girls on top.

(enorme bocejo)

Consciência

Na Póvoa, Manuela Ferreira Leite fez, na prática, o único discurso importante do congresso do PSD (so far). Deixou claro que espera de Marques Mendes uma oposição responsável, perante um PS que se aproximou da estrutura genética dos social-democratas. A ex-ministra é hoje a única consciência crítica do partido. Nestes anos, e até 2009, é entre ela e Mendes. Não há mais.

19 maio 2006

O tejadilho

Correia de Campos tem razão quando fala no contorcionismo de Mendes em matéria materno - ifantil. Pena que se esqueça do que prometeu até Feveriero de 2005 em matéria tributária. Não se enxergam estes políticos?

17 maio 2006

Pela causa do costume

Um grupo de cidadãos está, a partir de hoje, a recolher assinaturas para que o Parlamento discuta uma muito interessante iniciativa legislativa. São necessárias 35 mil. Para interessados.

Resposta devida

Certo. Faltava esta frase: "O medo do veto de Cavaco é uma das justificações".
"Don't take it personaly", cara f.. É só a opinião de quem a lê sempre com atenção e com consideração. O inverso será sempre aceite com a mesma atitude - porque o jornalismo, especialmente o sério, precisa da auto-crítica para crescer.

Quanto à opinião implícita, quem sou eu para ensinar a missa ao padre - salvo seja.

Considerações,

David

Ver!ssimo, "Sexo e Futebol"

Ontem reli algumas das crónicas de Luis Fernando Veríssimo, no maravilhoso "Sexo na Cabeça". Como vamos entrar em maré de futebol, achei por bem partilhar este texto fantástico. Na conclusão, é só trocar CBF (Confederação Brasileira de Futebol) por FPF (Federação Portuguesa de Futebol). Fica perfeito. Enjoy.


"
No que se parecem: o sexo e o futebol?
No futebol, como no sexo, as pessoas suam ao mesmo tempo, avançam e recuam, quase sempre vão pelo meio, mas também caem para um lado ou para o outro, e às vezes há um deslocamento. Nos dois é importantíssimo ter jogo de cintura.

No sexo, como no futebol, muitas vezes acontece um cotovelaço no olho sem querer, ou um desentendimento que acaba em expulsão. Aí um vai para o chuveiro mais cedo.

Dizem que a única diferença entre uma festa de amasso e a cobrança de um escanteio é que na grande área não tem música, porque o agarramento é o mesmo, e no escanteio também tem gente que fica quase sem roupa.

Também dizem que uma das diferenças entre o futebol e o sexo é a diferença entre camiseta e camisinha. Mas a camisinha, como a camiseta, não distingue, ela tanto pode vestir um craque como um medíocre.

No sexo, como no futebol, você amacia no peito, bota no chão, cadencia, e tem que ter uma explicação pronta na saída para o caso de não dar certo.

No futebol, como no sexo, tem gente que se benze antes de entrar e sempre sai ofegante.

No sexo, como no futebol, tem o feijão com arroz, mas também tem o requintado, a firula e o lance de efeito. E, claro o lençol.

No sexo também tem gente que vai direto no calcanhar.

E tanto no sexo quanto no futebol o som que mais se ouve é aquele “uuu”.

No fim sexo e futebol só são diferentes, mesmo, em duas coisas. No futebol não pode usar as mãos. E o sexo, graças a Deus, não é organizado pela CBF.

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