24 agosto 2006

À atenção do SCP

O Dínamo de Moscovo dispensou o Eu-não-quero-ir (Enakarhire).

Coincidência?

Há uma semana e pouco Luís Filipe Vieira "soltou-se" e acusou Hermínio Loureiro de ser o homem certo para manter o Apito Dourado em banho-maria. Hoje o 24 horas diz que Vieira vai ser constituído arguido e será mesmo ouvido, em breve, pela Polícia Judiciária no caso Mantorras.

Um copo meio vazio


Os insultos com que nos brindam os leitores (anónimos) nos posts que escrevi sobre a saída de Carlos de Sousa da CM Setúbal não convencem o menos pragmático dos leitores.
Primeiro pela forma: nada a acrescentar, tudo a lamentar, nada a ensinar (quem opina nestes termos, seja menor de idade ou padeça de uma doença do foro psicológico, não deve ser tido em conta).
Mas o mais grave é que não existe um fio de sustento, uma linha de argumentação válida. Criticar a substituição de secretaria que o PCP efectuou em Setúbal não tem que ver com o posicionamento político, mas sim democrático. É como a pena de morte, ou se defende ou não se defende. Quem não vê isto é porque não quer, ou não pode. Em ambos os casos nada há a fazer, tudo a lamentar. Que tal um copinho de água com açucar para acalmar os ânimos? Aconselha-se...

21 agosto 2006

Pergunta para queijo

Os 139 mil 950 eleitores que votaram em Carlos de Sousa e na lista que integrou foram informados dos "camaradas" do comité regional que estavam escondidos no alçapão da avaliação política?

20 agosto 2006

Porquê "crucificar" Carlos Sousa?

O ainda presidente da Câmara de Setúbal confirmou a promessa que sobre ele pairava e fez um bom trabalho em Palmela. De tal forma que foi o às de copas com que o PCP lançou o assalto a Setúbal contra o "mata-cacerismo" que reinava neste antigo bastião comunista. Conquistar Setúbal significou para o pê-cê de Carvalhas mais um passo na recuperação da muralha de aço e um litro de oxigénio contra a secura eleitoral em que estavam os comunistas depois de Cunhal. Carlos Sousa cumpriu, chegou, viu e venceu.
Nos primeiros quatros anos, com a corda na garganta e os anéis hipotecados pelo antecessor, geriu batatas quentes até as arrefecer. Hoje, um ano depois da reeleição, foi denunciado, pelos comparsas que fazem uma "análise negativa do seu trabalho" e o acusam de falta de coordenação política. Bull-shit! Na Soeiro Pereira Gomes já se sabe que o pior está para vir porque os "radares" detectaram, nas margens do Sado, a sombra de uma senhora com olhos vendados e uma balança na mão ...

16 agosto 2006

Ainda a campanha de prevenção rodoviária

1. Uma mulher, de nacionalidade portuguesa, despistou-se. O carro captou, várias vezes. Morreu numa auto-estrada espanhola. Estava grávida de oito meses e após a rápida intervenção dos médicos a criança nasceu, apenas, com alguns problemas respiratórios.

2. Uma mulher grávida, de nacionalidade norte americana, despistou-se. O carro embateu nos separadores centrais de uma auto-estrada californiana. Partiu uma perna. Estava grávida de nove meses. A criança nasceu ainda antes da mãe ser desencarcerada.

Faz sentido apavorar as criancinhas com o medo dos aviões? Faltam casos dramáticos para sensibilizar os paizinhos quanto ao pé no acelerador?

14 agosto 2006

sobre a pré-época

O Benfica está igual a si próprio. O Porto está igual a si próprio. O Sporting faz sempre grandes pré-épocas e grandes campanhas de marketing para vender as suas "gameboxes", depois é que são elas. Conclusão: o SCP tem melhores gestores de empresas do que as outras equipas, já que conhece a fundo o ciclo de vidas dos seus produtos, e sabe que para vender "gameboxes" ou é agora....ou nunca!

sobre a campanha de prevenção rodoviária que tanta polémica lançou...

Há uns tempos apareceu aí uma campanha publicitária da prevenção rodoviária, na qual uma série de crianças entravam num avião.

Chocante???!!! Sim chocante sob todas as perspectivas...hoje descobri mais uma!!!

A campanha é "picada" (gíria publicitária) de uma outra internacional de prevenção contra a malária.

O link é http://www.worldswimformalaria.com/en/downloads_videos.aspx. Vejam...e depois elogiem a criatividade publicitária portuguesa

11 agosto 2006

Óóóóóoóóóoóóóóóóóó

"Ninguém pára o Benfica, ó-é-ô...Ninguém pára o Benfica ó-é-ô...", ouço este insulto, insistentemente, na telefonia. Apelo a qualquer entidade pública com poder na matéria, que acabe com este spot falso, falível e enganoso. As criancinhas (pelo menos por elas) merecem ser tratadas com alguma seriedade. Será pedir muito?

P.S. Como provas irrefutáveis da minha defesa apresento dvd´s dos jogos recentemente realizados pelo Sport Lisboa e Benfica com o Deportivo da Corunha, Sporting Clube de Portugal e Áustria de Viena.

A ditadura da ficção

(Escrevo a propósito do surpreendente evoluir do nosso opinómetro.)

A ameaça chegou pela imprensa: o democrata governo cubano promete multar todos os cidadãos apanhados a ver televisões estrangeiras por satélite, nomeadamente, os que assistem aos programas de "conteúdo destabilizador, intrometido e subversivo" que apelam a "actividades terroristas". A brincadeira custa aos endinheirados habitantes da ilha o equivalente a sete anos de ordenado.
Ao contrário do que o comum do mortal com uma réstia de bom-senso possa pensar, os programas não são emitidos pela Al Qaeda, o Hezbollah ou pelo governo iraniano. As emissões são feitas a partir de Miami, ex-libris da ditadura, dizem. Qualquer parecença com a realidade é pura ficção. Pior: é a ditadura da ficção.

07 agosto 2006

Que farei quando tudo arde?

Portugal está outra vez a arder. Nada de novo. O Ministério da Administração Interna empenhou-se em acções de campanha de sensibilização. "Em caso de incêndio, ligue 117 ou 112". Recebi um sms com essa recomendação. Julgo que toda a gente o recebeu. Este fim-de-semana, no norte, tentei ligar o 117 para dar conta de um fogo. Não consegui fazer a ligação. Fiz o que o MAI me mandou: liguei o 112. Resposta: "Ah, não pode ser para este número, tem que ligar para os bombeiros que é o 117". Há aqui qualquer coisa que não está a funcionar, diria...

06 agosto 2006

?

Enquanto esteve internado nos cuidados intensivos (2 dias) Fidel assinou dois comunicados. Primeiro a dar conta da passagem de testemunho "provisória" para o irmão, Raúl, depois para dizer que estava "animado". Seguiu-se o ministro da saúde que anunciou uma boa recuperação do presidente cubano e o vice-presidente que agora garante que Fidel regressa "dentro de algumas semanas". Sei que a medicina em Cuba é de ponta. Mas, ou descobriram a poção mágica do druida Panoramix, ou é a receita de sempre, especialidade das ditaduras: falo da propaganda, naturalmente.

05 agosto 2006

Cuba - parte !!

A propósito de um pseudopost meu sobre o que será Cuba quando o camarada Fidel morrer, surgiu um post do David – esse, sim, provocatório – que está a dar azo a um debate que já não é debate nem coisa nenhuma. É um conjunto de ataques sobre quem é mais de esquerda ou quem é mais de direita, sobre os falsos democratas da direita ou os relativistas-ortodoxos da esquerda, uma quantidade de caracteres que já está a resvalar para o tom displicente e quase agressivo.

Isto incomoda-me, desculpem lá. Sobretudo incomoda-me que vocês não aceitem as opiniões uns dos outros.
Incomoda-me que o David não admita que a Carla tenha dúvidas sobre a actual situação no Iraque (uma guerra desencadeada por causa de uns furos de petróleo e de uma indústria bélica que é preciso alimentar e que teve como desculpa deitar abaixo um ditador – valha-nos isso).
Incomoda-me que a Carla julgue a opinião do David para dizer que não recebe dele lições de democracia.
Incomoda-me que o António Mira se atire ao Rapaz Que Passou Por Aí, acusando-o de estar a fazer comentários sobre coisas “que não conhece”.
Incomoda-me que o Jolaze venha aconselhar o António Mira a ouvir e a ler mais um bocado e venha para aqui dizer que eu devo ser da Juventude Popular!!!
Incomoda-me que o António Mira entre numa guerra de orgulho por causa de erros ortográficos e (pior!) diga que já não tem idade para “fumar umas coisas à beira de um canal ali para os lados da Zambujeira”.
Por favor!!!

Vamos por partes.
Primeiro a minha orientação partidária para que fique tudo esclarecido e ninguém tenha dúvidas: sou swing vote! Voto em pessoas e não em partidos. Voto mais à esquerda, mas também voto à direita. Voto muitas vezes em branco.

Agora, Cuba. Só vou dizer o que vi.
Vi um cubano a queixar-se de que não há liberdade de imprensa em Cuba: “Aqui, temos três televisões: Fidel 1, Fidel 2, Fidel 3”.
Vi um cubano a dizer que Fidel era o maior.
Vi pobreza. Vi a casa do Reinaldo, que conheci na rua, com um boné do Che na cabeça, um charuto meio fumado meio por fumar e uma bebericalha qualquer a que ele chamou café, em que eu dei um trago curto de olhos fechados. Tinha uma filha mais nova que eu, linda, vaidosa até dizer chega, e com um verdadeiro cu de cubana. “O dinheiro que eu ganho é para os estudos dela”. A casa era um quarto, sem retrete, sem duche, com um fogão de dois bicos ao lado da cama.
Não vi lá, mas já vi em reportagens e documentários, um dos melhores serviços de saúde do Mundo (pelo menos nalgumas áreas – confesso que não sei em quais, mas julgo que a reabilitação fisioterapêutica é uma delas).
Vi um dos povos mais cultos do Mundo (“Ah! São de Portugal! A montanha mais alta é o Pico! Tem mais de dois mil metros! E o Rosa Coutinho? Já morreu?”).
Vi cubanos a “assaltarem-me” um saco de bonés, camisolas, medicamentos, champôs e sabonetes que eu tinha levado para dar.
Vi um carro da polícia a parar para fazer dispersar os cubanos que me “assaltavam”. Vi-me a mim a dizer à polícia: “Tranquilo, tranquilo”. Vi as coisas que tinha dentro do saco a desaparecerem num ápice.
Vi as comemorações do aniversário da JCP a serem suspensas por causa da morte do Papa.
Vi a Havana turística (impecável) e a outra Havana (decrépita).
Vi beijos e amassos e línguas e mãos e suor e saliva no Malecon.
Vi um cubano a correr atrás de mim para me entregar os óculos de sol de que me tinha esquecido numa banca de artesanato.
Vi uma cubanita com um turista europeu que teria seguramente mais de 50 anos. Aliás, vi várias.
Vi um cubano a dizer que, mal conseguisse, fugia de Cuba.
Vi um cubano a criticar os dissidentes.

Vi todos os cubanos felizes. Não há dinheiro, mas há sorrisos. E isso é inegável. Uma vontade de viver diferente da nossa.
Não há dinheiro, mas há sexo, há rum, há salsa.

Paguei sempre em pesos convertibles. Não sei o que vai ser Cuba pós-Fidel.

04 agosto 2006

Aos 35

Acabou o blog do Boucherie. Como prometido. Elogiei-o no início. Elogio-o no fim. Às vezes é preciso matar aquilo de que gostamos para que continuem a gostar de nós.

03 agosto 2006

Cuba libre

A propósito da provocação da Bárbara, aqui em baixo, leio um comentário que me deixa perplexo: "E o iraque? Ficou melhor sem o ditador?" É preciso lata. Gostava de perceber porque alguém pode, sequer, considerar, que uma ditadura pode ser melhor do que uma democracia. Pior ainda, dar a cara por tal disparate. Há gente a quem não vale a pena ensinar, diria o Vasco Pulido Valente.

Guerra justa

Vão dizer-me que é um teórico e eu responderei que é o melhor deles. Leiam, sff, o João Cardoso Rosas, aqui, a explicar porque esta guerra no Líbano é justa face às suas causas, embora não o seja sempre face à conduta.

02 agosto 2006

Cuba


Fidel Castro está doente.
O irmão assumiu o poder.

O que vai ser Cuba pós-Fidel?
Os cubanos são felizes?






Debate na caixa de comentários, para quem estiver interessado em mandar palpites.



foto: BB

O Provedor

Num país que pouco liga a instituições de recurso, o ofício de Nascimento Rodrigues sobre a polémica dos exames do 12º ano é um sinal importante. Contestando os argumentos do Governo, o Provedor não só mostra aos cidadãos que têm a quem recorrer, como lembra ao país que maioria absoluta não é sinónimo de poder absoluto. Para lá dos argumentos - sempre discutíveis, sempre necessários - é importante que o Governo não use a desculpa do costume nestas circunstâncias. É que ó tempo das "forças de bloqueio" já vai longe.

A prisão

A editora de política do Público, no último sábado, resolveu dedicar um editorial a criticar o Governo por nada fazer face à destruição de espaços que recordem os tempos de Salazar - "o fascismo", nas palavras escolhidas. No dia seguinte, Vasco Pulido Valente comentava o comentário assim: "Não vale a pena ensinar São José Almeida". Hoje, no mesmo jornal, o ministro da Justiça anuncia-se disposto a ceder o Aljube para albergar um museu da resistência. O ministro escolheu o Público, pois claro.

Ideólogo procura-se

“O que leva Ribeiro e Castro a pisar mais uma casca de banana?”, tem-me varrido, aqui e ali, o pensamento. Sim, talvez sejam “pérolas para porcos” os laivos de atenção dispendidos no enémiso deslize de Ribeiro e Castro, mas enfim....lá me debruço.
Manuel Monteiro não tem valor eleitoral, fundou um partido-triciclo-sem-rodas, saiu mal do CDS e pior ficou. Ribeiro e Castro procura um ideólogo? Alguém que o leve (?) a pensar política, intervenção assertiva, criação de agenda e conquista eleitoral? “Talvez seja, isso. Só pode mesmo ser isso, porque nem uma amizade bem sustentada justificaria uma aproximação destas..."
Bem, concluamos que sim.
- Caro Ribeiro e Castro escolheu o pior dos politólogos: Manuel Monteiro. Tem mais vícios que vicissitudes, ateia mais fogos que qualquer outro pirómano político da praça e na memória, até dos eleitores mais desatentos, permanecem apenas protestos e contra-protestos sem uma pífia de resultados. Olhe, vá pelo seu dedo. Vá às páginas amarelas...

P.S. É apenas uma ideia, sem querer com ela ser promovido a ideólogo, que penso poderá ajudá-lo. "Partido fundador da democracia portuguesa, de formação católica, com ebulições liberais e guerrilhas autonomizadas, em queda eleitoral e com bandeiras estropiadas, líder impopular, tantas tropas quanto dinheiro, procura ideólogo”. Se forem demasiados caracteres, recorra ao cartão que tem no bolso e que tanto chateia os funcionários do Caldas: o futuro usa visa. Quem o avisa...

01 agosto 2006

Talvez

Paulo Portas levou o PP ao poder. Ganhou e perdeu em sete anos de liderança, mas sobre o que não há dúvida é quanto ao embate que travou com Manuel Monteiro. Independentemente das "armas" erguidas no combate político, Portas venceu, Monteiro claudicou. Ponto.
O seu sucessor é puro "pasto" político. Pesado nas ideias, inútil no discurso, frágil na condução política. O que une Ribeiro e Castro e Manuel Monteiro? O "anti-portismo" conjuntural e de fundo, respectivamente?
É muito pouco para as baboseiras que o líder do PND nos presenteia hoje nas páginas dos jornais: [Paulo Portas] é um empecilho para entendimentos ou plataformas eleitorais à direita que sejam duradouros (...) com ele não se fala porque só pensa em benefício próprio, com Ribeiro e Castro já se pode falar". É de surdos, este diálogo de tão politicamente inútil. Mesmo o mais sagaz adversário do "portismo" tropeça na evidência de que goste-se ou não, Portas, o político, tem crédito à direita. Ribeiro e Castro e Manuel Monteiro também mas, talvez, junto dos amigos de Olivença. Talvez.