20 julho 2008

O Cordeiro, o lobo e o casamento 'gay'

Ainda a campanha não arrancou – embora às vezes pareça muito – e já o líder socialista tem um problema programático para resolver. Como se não bastassem as reiteradas críticas de Manuel Alegre às medidas “liberais” da maioria, como o recente Código de Trabalho, agora é o novo líder da Juventude Socialista, Duarte Cordeiro, a deixar um aviso: que não aceitará do seu líder menos para os homossexuais do que a liberdade de casamento.A declaração não é despropositada. É que nos últimos dias, no Diário de Notícias, foi lançada uma nova solução para a difícil polémica dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Passava por aligeirar o estatuto e conceder-lhes apenas uma união civil registada. A tese podia agradar – necessitado dos votos ao centro, para reconquistar a maioria absoluta, Sócrates teria aí o seu Ovo de Colombo. Agora, aparece-lhe um cordeiro novo com pele de lobo vestida para estragar a teoria. E falta um ano para as legislativas.

18 julho 2008

Diz a lei de Gresham


Menezes é moeda zimbabuena. Tem uma inflação de cerca de 2.200.000% (é preciso muita para se adquirir pouco). Então não era silêncio profundo até 2009? Incontinente no poder e longe dele. É mesmo má esta moeda.
[Reli o artigo e é óbvia a inspiração]

16 julho 2008

Problema das Pensões em 2030 resolvido? Ao cuidado de S. Exa. o Senhor Ministro do Emprego e da Seguraça Social


De acordo com os tablóides, a comunidade cigana que pretende realojamento e se refugiou junto da polícia por causa dos confrontos da Quinta da Fonte, era de 31 membros (identificados e referenciados) na 6ªfeira, e no dia seguinte já eram 60.

Sem que nada o fizesse prever, a comunidade em questão parece ter resolvido, de um dia para o outro, e com um baixo investimento em R&D, todo o problema da natalidade nacional, da inversão da pirâmide geracional e da gravidade da sustentabilidade financeira de médio prazo da segurança social.

Este episódio, se não fosse o risco de ser considerado uma heresia, podia também chamar-se o "milagre da multiplicação dos pães".

Para quê gastar rios de dinheiro em livros brancos e grupos de trabalho, se a solução está em Loures!

15 julho 2008

Real-politik


A memória, em política, é um coisa muito valiosa. À esquerda mas também à direita. No meio da troca de galhardetes estou com Bagão Félix: Como é possível que o país aceite que um ex-secretário-geral de um partido politico apresente cinco dias depois do debate do Estado da Nação a radiografia económica do país? Se isto não é política, eu tenho que admitir: não percebo nada da poda...

Mauzinho Pinto

Assisti ontem ao "prós e contras". Apanhei só o final e não percebi muito bem o tema. Aquilo de que me recordarei, por muito tempo, será da prestação do putativo Bastonário da Ordem dos Advogados. Algumas considerações, justificáveis pelo choque que tal figura me causou:

1- Ó Dr. Pinto, não se diz "Cai o mundo e a trindade" mas sim "Cai o Carmo e a Trindade"; embora haja dias em que o Carmo parece um mundo, não me parece adequada a indiferente substituição de desigações;

2- Percebi ontem, porque razão o Dr. Júdice o tem em tão pouca conta. Não! Não é qualquer ódio intra-corporativista! É porque o Dr. Júdice é um institucionalista, e sabe que as instituições sobrevêm a quem as ocupa; podemos e devemos, todavia, ajudar a que as necessárias reconstruções institucionais tendam a ser menores e menos dolorosas, após o período em que pessoas menores e indignas dos cargos que ocupam, ocupem sem honrar a história, esses cargos;

3- À sobriedade e superioridade no exercício dos seus cargos patenteada pelos Bastonários das outras Ordens, respondeu Dr. Pinto com discurso chineleiro, zapatista, chavista, basista, esquerdófilo e por isso ideologicamente manietado, enviesado e inconsequente, esquecendo por completo aquilo que é o dever superior do Bastonário da Ilustre Ordem dos Advogados, até à data exemplarmente seguido por todos os Bastonários, e que é a garantia de serviço público (nas suas várias facetas)de uma profissão por inteiro, pensando na relação dos profissionais com a sociedade sem a eivar de vectores politizantes e politizados. Caramba! O senhor é o Bastonário da Ordem dos Advogados...como se esquece disso?

4- Insurgiu-se o Dr. Pinto com o Professor Doutor Artur Anselmo ilustre académico, (comprovável por todo o seu percurso literário e profissional, bem como por aquilo que subtilmente tentou ontem ensinar ao Dr. Pinto (hellas, sem sucesso!)), por este último ter designado a 1ª República de República das bananas; o Dr. Pinto demonstrou com a sua reacção, chamemos-lhe de galvanizada!, uma inqualificável ignorância histórica, grave para um jurista, inaceitável para o Bastonário dos Advogados, já que esse período medíocre da história Portuguesa, só por eufemismo se pode chamar das Bananas, fruto nobre e nutritivo. A história (essa intepretação da realidade ida, feita pelas cabeças de "agora") já tratou de confinar esse período negro (algo que o Prof Artur Anselmo tentou educadamente dizer ontem, quando referia que a esquerda carbonária e republicana nos idos 20 e 30 tratou de apelidar o período, de negro)a adjectivos bem mais superlativos do que "das bananas";

5- O Dr. Pinto não só envergonhou uma classe inteira, que quero acreditar não se revê no verbo, na ideia e no porte quotidiano do presente Bastonário, como envergonhou a história de uma instituição séria e com pergaminhos como é a honorável Ordem dos Advogados e todos os seus anteriores Bastonários e mais altos representantes;

6- Por fim, o senhor Dr. Pinto não é Marinho, é Mauzinho! Considero, muito sinceramente, que a Ordem merecia melhor, "tant pis".

10 julho 2008

Diz o ex-ministro-Adjunto do pântano

Sócrates, primeiro-ministro há três anos, culpa os antecessores pela herança que recebeu. Alguém tem saco para isto?

09 julho 2008

Como está a nação?


Por comparação com os três últimos exercícios, os três últimos anos de Governo socialista eu diria que pior:
1. Pior do ponto de vista da economia: com mais desemprego, menos poder de compra e mais endividamento.
2. Pior do ponto de vista social: com mais portugueses a viverem na dependência do Estado e mais portugueses a viverem abaixo de limiares minimamente aceitáveis.
3. Pior do ponto de vista político: com a sociedade civil a dizer que o Governo está menos reformista e mais eleitoralista, e alguns sinais de tensão nas relações institucionais entre o Presidente da República e o primeiro-ministro principalmente no que diz respeito à definição dos grandes investimentos do Estado. Sócrates não tem a vida facilitada e os portugueses de férias ou prestes a irem de férias estão naturalmente mais desanimados.
O Governo tem méritos, no entanto. Alcançou o défice mais baixo da democracia portuguesa ( à custa dos porutgueses, é verdade, mas os portugueses sempre cá estiveram e ele nunca tinha sido alcançado), iniciou reformas na Saúde, educação e, acima de tudo, na Segurança Social que estava há três anos numa situação de pré-rotura.
Sócrates no Parlamento tudo fará para sublinhar o rumo e determinação que tem em continuar a conduzir o país. Resta saber se dentro de um ano e meio, no inferno do calendário de três eleições, os portugueses lhe voltam a reconhecer por maioria o mérito de timoneiro. Diria que é muito difícil.

05 julho 2008

Às vezes faz bem

Perder a cabeça

Sou um leitor Expresso

E hoje reparei que no primeiro caderno que tem 48 páginas foram publicadas 10 fotografias de ministros:
- 5 do primeiro-ministro (entre a página 4 e a 11...)
- 2 de Mário Lino
- 2 (contando como uma todas as fotografias da entrevista) de Maria de Lurdes Rodrigues
- 1 de Manuel Pinho
E então?
Tudo normal com a excepção do anormal número de fotografias do primeiro-ministro. Teve direito a mais do dobro das fotografias da líder da oposição (2). Uma distração, estou certo, até porque Sócrates foi um dos protagonistas da semana ao confirmar que a crise existe e veio para ficar, mas não foi o único...

Matéria de concorrência

A Sic acaba de contar que a crise chegou aos abutres. Têm falta de alimento e já atacam ovelhas de criação. Se a crise até já chegou ao desregulado mercado dos abutres o que dizer de tudo o resto?