30 junho 2006

Nem de propósito...

Lá foi o prof. Freitas do Amaral. A remodelação a sério fica para depois.

A incógnita chamada Freitas do Amaral

Amanhã, estaremos a um ano do início da presidência portuguesa da UE. Não me restam dúvidas de que vamos continuar a honrar a bandeira nessas circunstâncias. Só se será Freitas do Amaral a conduzir os destinos do país nessa honrosa presidência. Aí sim, tenho muitas dúvidas. Mais ainda pela não reacção socialista a essa dúvida (ver hoje, no DE).

28 junho 2006

Os sofredores

Andamos por cá eufóricos com a vitória sobre a Holanda. Tratamos os jogadores por "heróis", ou "gloriosos da batalha de Nuremberga", falamos deles como se o seu destino naquele jogo fosse, para nós, mais do que uma final, mais do que uma Aljubarrota.

Já no Euro, o espírito foi o mesmo. Ficámos tristes por perder a final com a Grécia, mas a nossa final, aquela a sério, foi o jogo com a Inglaterra. Aí, o jogo teve mais de duas horas, alguns golos, e emoção até ao fim. Ganhar, para nós - portugueses de gema - não é simplemente ganhar. É ganhar na marra, se possível depois de estar a perder e dar a volta ao resultado. Ou, como domingo, ficar com menos um jogador e ficar a defender a vantagem até ao último minuto.

Ganhar é isto. Ou alguém se lembrava que, no Euro, tínhamos ganho à Holanda na semi-final, num jogo chato, onde a vitória foi fácil e não contestada?

Estes jogos da bola mostram, enfim, o país que somos, o povo que temos nas veias. Hoje, passou-me pela cabeça uma imagem boa para esta malta: lembram-se do 1,2,3 - o concurso? Na segunda edição, havia sempre um casal, metido num gabinete fechado, que sabia onde estava o prémio mais alto, mas só o podia ganhar se os concorrentes que estavam lá no palco, a negociar com Carlos Cruz, acertassem no palpite. A esse casal, o programa chamava "os sofredores". Os sofredores somos nós.

26 junho 2006

Back in Town

Eu estive de férias, em Londres. O Francisco casou-se (e viverá feliz para sempre). A Bárbara anda por terras desconhecidas. E este blog ficou ausente, com o mercado a explodir de novidades. Enfim, estamos de volta. Keep you posted.

16 junho 2006

Inimigo Público

A GM demorou meses a compreender o apelo de José Sócrates durante a primeira visita que realizou ao exterior: “España! España! España!”. Depois venham-me falar de produtividade...

Newsmaking II

Estava eu à sombra, quando me passou o seguinte pensamento pela cabeça: "O que eu queria mesmo - mesmo, mesmo - era ser jornalista. Só jornalista". Só não me caiu uma maçã em cima da cabeça. Foi, ainda assim, a minha versão da teoria da relatividade.

14 junho 2006

Newsmaking

Um bom amigo meu, a que podemos chamar "anónimo", deixou-me a frase que melhor define o trabalho de um jornalista: "Há dez anos que me pagam para escrever sobre coisas que não percebo". Esta semana, essa frase acompanhou-me com amizade. Obrigado ao autor.

12 junho 2006

Tributo ao racionalismo brazuca

Para Scolari, no futebol não entra emoção. É por isso que deixa Romário, Quaresma ou Moutinho de fora das selecções que orienta. No Japão, o brazuca ganhou a taça assim - tirou o louco e meteu a equipa a jogar precisamente o que era preciso para ganhar tudo. Na Alemanha, ontem, começou o mesmo caminho para o mesmo objectivo. Jogou pouco? Não houve fantasia? Pois - ganhou, simplesmente. "Faltam seis jogos", disse Scolari. Pois é. Eu não protesto nadinha. Só quero que ele obrigue a história a repetir-se, quatro anos depois, com as cores de Portugal. O resto não conta.

Militantes do PNR


Os juízes, claro...

Ao cuidado do SOS Racismo

"Angola estaba perdida, pero se empezó a asentar en el campo gracias a su centrocampista Figueiredo (jugador de raza blanca) que tocaba el balón y organizaba a sus compañeros constantemente. Así, empezaron a llegar los angoleños a la portería de Ricardo", in El País.

11 junho 2006

Bola é assunto sério

Diz-se que o futebol não é um assunto sério. Errado. Não há mais sério, até. Basta pensarmos nos efeitos indutores que um bom resultado tem para a economia. Vejamos, então, os primeiros resultados. A Alemanha ganhou, o que é bom; a Inglaterra também, tal como a Holanda, o que dá três pontos para o PIB europeu. Só a Polónia (derrota) e a Suécia (empate) fizeram tremer o crescimento na europa. Mas ainda há tempo. É torcer pela França e pela Itália. E continuar a rezar por Portugal.

Tudo made in China, claro está!!

O Turismo de Lisboa distribuiu a todos os passageiros que rumaram, esta manhã, até à Alemanha o Kit Adepto. Um saco verde, vermelho e amarelo. Uma fita para a cabeça com pelo verde, vermelho e amarelo. E dois balões cilíndricos, um verde e outro um vermelho. Um pequeno pormenor: nos cilindros lê-se "Forca Portugal . 2006". Valerá mesmo a pena poupar uns euros e meter esta gente toda a torcer por uma forca?!!

10 junho 2006

Percalço

Avariou antes de chegar à tribuna presidencial.

09 junho 2006

O mundo gira ao contrário

Não sou adepto de touros. Não gosto. Não gosto. É uma coisa que me chateia ver touros, ou toiros se preferirem, a morrer, pouco a pouco, numa arena para gáudio das massas. Mas o contra-senso tem limites e Pedrito de Portugal tem toda a razão. Pagar 100 mil euros por matar uma vaca numa corrida na Moita, quando o Estado português pagou apenas 50 mil euros por cada vida perdida na queda da ponte de Entre-os-rios...
Pergunta o toureiro e bem: uma vida humana vale meia vaca? Ou depende de quem paga?

08 junho 2006

Rostos e sonhos


A morte, como a vida, perdem força sem um rosto. Foi assim com Savimbi estendido e rodeado por moscas. Foi assim com Al Zarqaui. Bush e Blair assim o sonham com Bin Laden.

Franz Ferdinand



Ontem, foi a reconciliação. Os Franz Ferdinand trouxeram de volta a paixão, num concerto bonito, cheio de energia, pleno de pulmões, vibrante como há dois anos, quando os descobrimos lá na Zambujeira do Mar.
Depois de terem deixado de fora o fogo há uns meses ("this fire is out of control"), ontem voltaram a ver-nos juntos - para eles, para nós, para um público que não os largou até ao fogo ("this fire is out of control"). Reconciliados, voltamos a casa, arrasados pelo cansaço, mas com incontroláveis sorrisos na cara.

Uma "pérola" via lusa

Setúbal: Director Casas do Gaiato dá bofetada a miúdo durante entrevista à Lusa



Setúbal, 08 Jun (Lusa) - O responsável máximo das Casas do
Gaiato, padre Acílio Fernandes, deu hoje uma bofetada a uma criança de
cinco anos enquanto desmentia à Lusa os maus-tratos na instituição que
constam de uma acusação do Ministério Público.
O padre Acílio Fernandes, que também foi director da Casa do
Gaiato de Setúbal até Julho de 2001, quando foi substituído pelo
actual director, Júlio Pereira, deu a bofetada ao menino porque este
teimava em aproximar-se do local onde o responsável prestava
declarações à agência Lusa.
Depois de o mandar embora por duas ou três vezes, à última
tentativa de aproximação da criança, que diz chamar-se Jaime e ter
cinco anos, o padre Acílio não hesitou e deu-lhe uma estalada.
"A criança estava aqui à minha volta e [eu] já a tinha mandado
embora várias vezes. Ele agora foi-se embora. Não lhe dei um estalo,
bati-lhe com a mão para ele se ir embora", justificou-se o director-
geral das Casas do Gaiato, esclarecendo que o Jaime é filho de um
"gaiato", mas não pertence à instituição.
"Isto não foi um mau trato, foi um bom trato. Não me viu antes
agarrá-lo ao colo, acariciá-lo e beijá-lo? Sabe quem faz isso? É um
pai. Nós aqui não somos directores, somos pais de família", justificou-
se o responsável nacional pelas Casas do Gaiato.
A Lusa contactou o padre Acílio Fernandes para que este
reagisse a uma notícia de hoje do Diário de Notícias, segundo a qual o
Ministério Público acusou o director da Casa do Gaiato de Setúbal,
padre Júlio Pereira, da prática de quatro crimes de maus-tratos a
crianças bem como outros três funcionários da instituição.
Anteriormente, em conversa telefónica com a agência Lusa, o
padre Acílio Fernandes tinha dito que "nenhuma das acusações tem
fundamento" e elogiou o trabalho do sacerdote responsável pela Casa do
Gaiato de Setúbal.

GR/NVI.
Lusa/Fim

07 junho 2006

Diário da bola II

1. A selecção nacional treina à porta fechada. Ao contrário do sentimento geral nos meios informados, eu torço por Scolari, como torço por Deco. São dois bons profissionais, ao serviço do nosso país. E se é preciso coragem para servir este país, meu amigos. Dizem que os brasileiros são favoritos? Só se forem os nossos!

2. Volto à série da BBC ("Muito mais que um jogo", RTP1), para lamentar o facto de não estar disponível em DVD.
Ontem fiquei uma hora a ver a Argentina. Vi o Kempes nadar pela relva como um peixe que não sobreviveria fora de água, o Maradona voar pelos adversários com a elegância própria de uma garça, ouvi o Valdano a lembrar como pediu a Deus que a bola entrasse na baliza, naquela final de 1986 e o mesmo Valdano a explicar que a "Gambetta" é mais que saber fintar: é a confiança de quem faz o que quer com os pés e, também, a capacidade de iludir um adversário. Tudo na mesma jogada. A "Gambetta" era, claro, de Maradona. E depois de ver aquela, não há quem possa dizer que o futebol não é "muito mais do que um jogo".

06 junho 2006

Diário da Bola

1. Chama-se "muito mais que um jogo", é da BBC e passa na RTP1, lá pelo final da noite. É um prazer absoluto ver o futebol tratado assim: como uma arte que envolve pessoas, daquelas a sério, que têm coisas belas e tristes para dizer - mesmo que pareça só um jogo de futebol.

2. Agora por isso, a Pública de domingo (a melhor dos últimos tempos) tinha uma reportagem de derreter sobre Zidane, o homem que é demasiado frágil para a bola, o homem que coloca a mesma onde quer, que pensa o jogo como se da vida se tratasse. Zidane é, para mim, o melhor do mundo, e prepara-se para abdicar do futebol neste mundial. É a razão número um para ver França jogar - prestando homenagem ao homem e ao jogador. E chorar, depois.

3. Por falar em chorar, a Câncio estreia-se hoje no DN a falar de bola. Aliás, a falar de homens. Faz bem e escreve bem. Como diria o João Pedro Henriques, "só tenho um adjectivo: gostei".

4. A selecção do Brasil foi recebida em festa na Alemanha por 500 compatriotas. Pois. Só as quinas tiveram mais, muito mais, na chegada e no treino. Ainda não começou e já estamos a ganhar.

05 junho 2006

Será ciência?

Portugal treinou hoje em Marienfeld com uma temperatura inferior a 10 graus. Ainda bem que nos preparámos nos 40 graus de Évora.

O mundo anda estranho

O casamento nasceu gordo mas não pára de emagrecer (em 1975 casaram 103 mil portugueses, em 2005 48 mil).
O divórcio nasceu pálido e tarde mas não pára de ganhar fôlego (desde 2002 que Portugal é um dos países com mais divórcios na União Europeia; por exemplo entre 2001 e 2002 a taxa de divorcio aumentou 46 por cento). Estranhos siameses estes...
Para católicos convictos, como eu, salta uma conclusão: vivemos num mundo onde a criação da família perde terreno para a destruição da família.Porque será?

02 junho 2006

Começou hoje


Enganavam-se os que pensavam que o Roteiro da Inclusão significava a imersão de Cavaco Silva no pântano de Belém. Hoje, Cavaco Silva anunciou o seu primeiro veto, à Lei da Igualdade vinda da maioria socialista, aprovada apenas pela maioria socialista e pelos oito deputados do Bloco de Esquerda. E agora?

P.S. Este post foi corrigido por sugestão de um anónimo atento.

Disseram-me que era mentira!!!

Eu pensei que a polémica terminaria depois de me terem dito que era mentira que a jornalista em questão não era filha do Senhor Ministro, e de eu ter referido em espaço de comentário a correcção em questão. Mas não. A mulher do Senhor Ministro insurgiu-se em espaço de comentário. Por respeito à mulher do Senhor Ministro que teve a gentileza de me comentar, reproduzo na íntegra o seguinte comentário por ela efectuado:

"Senhor Antonio Mira,Pelo que leio parece-me que o senhor é jornalista. Pois eu sou Professora. E também sou a legitima mulher do Ministro da Justiça! Há pois é!! Sou eu agora que entro no seu blog para o chamar à responsabilidade do que anda a difundir! O senhor sabe que (ou devia saber porque é jornalista) que uma mentira muitas vezes repetida quer tornar-se verdade! Mas não é verdade! O Ministro da Justiça e eu própria temos 3 filhos: Jaime Trindade BErnardes Costa, Joana Trindade Bernardes Costa e Inês Trindade Bernardes Costa. E só estes! Se o senhor que tem acesso ao site do Ministério da Justiça não quis ler o desmentido que foi aí feito, então qual é a sua intenção? Que mais confirmação quer afinal?! Esta mentira circula desde Setembro de 2005. Eu e a minha família estamos fartos de tanta calúnia! O senhor sabe bem (ou devia saber) que a Jornalisa Susana Costa Dutra não é da família do Ministro da Justiça. Já reparou que o nome Costa é um nome vulgar em Portugal?Alguém que me diga que esta mentira não é escandalosa! O mínimo que se exige é que peçam desculpa! Maria E. Costa (Quer a certidão de nascimento dos filhos do Ministro da Justiça?) "


Esclarecido aquilo que era mentira (e que eu pedi para me dizerem que era mentira!!!)...
eu volto a apresentar aquilo que ainda não me desmentiram e que continua a ser a base da minha indignação relativamente a este desgoverno e aos tachos que tem assegurado a certas pessoas, ao mesmo tempo que manda para os supranumerários pessoas qualificadas:

"Alguém por favor me diga que ela não vai efectuar essa tarefa tão especial, técnica e de confiança que é actualizar conteúdos de um site. Alguém por favor me diga que ela não vai ganhar €3254 x 14 meses mais subsídio de refeição. Alguem me diga que esta tarefa tão especial não tem uma retribuição superior à de um professor do ensino universitário do sistema público. Alguém me diga que mais nenhum dos perto de 200.000 excedentários previsíveis da função pública não tinha as qualidades que esta tão especial nomeada.Alguem me diga que esta nomeação é mentira. Alguem me diga que tudo isto é apenas uma embirração minha com os socialistas. Alguem me diga que isto não acontece no mesmo governo em que se fala do défice e do buraco da segurança social. Alguem me diga que isto não é escandaloso.Se calhar são só manias minha e se calhar aquilo que eu considero ser ética política só é aplicável em Marte, quiçá em Vénus."

Roteiro de Leituras



1. Carlos Marques de Almeida explica, com bom-senso e perspicácia, porque a cooperação estratégica entre PR e Governo estão a colocar o país numa velocidade reduzida. Não concordo inteiramente - a vigilância reservada é mais eficaz -, mas muitos dos argumentos usados são de registar.

2. Sérgio Figueiredo, no Jornal de Negócios, sobre a lei da mobilidade de Teixeira dos Santos. A prudência é sinónimo de sabedoria, diz ele. Foi seguramente o melhor director com quem trabalhei. É um dos melhores cronistas do país.

01 junho 2006

Correcção ao post anterior

Dizem-me bons amigos, confiáveis, do jornal Público, que o Conselho de Redacção não se pronunciou contra o curso da Católica e que nem protesto levantou. Dizem-me, até, que a maioria dos jornalistas do Público gostaram do dito curso. A maioria. Depois, dizem-me também que é feio generalizar. "A malta do Público", assim, é aqui humildemente substituído por "alguma malta do Público".
Agora, que houve queixas sobre os crucifixos, isso houve mesmo. Mas no Público, como na sociedade portuguesa, a maioria ainda é tolerante. O que é bom.

Discurso directo

Pergunta do DN: "O Sporting ficou onde mereceu?"
Resposta de Paulo Bento: "Ficou. Pelo que o Porto fez foi um justo vencedor, foi o mais regular".
A honestidade nunca fez mal a ninguém. A humildade também não. Um exemplo, este Bento.

Jornalistas e jornaleiros

Contaram-me que o prof. Marcelo - falando de comentaristas - foi chamado a analisar uma história peculiar: o conselho de redacção do Público que terá criticado o seu director por "obrigar" jornalistas da casa a "ter aulas na Católica, em salas com crucifixos", onde - lá está, coitados - "não se sentiam bem". Acho toda a história genial. Palavra de honra. O meu pai, quando soube que eu, há 11 anos, ia começar a escrevinhar num jornal, perguntou-me se eu ia ser jornalista ou jornaleiro. Até hoje, tenho pouca certeza da resposta. Tenho a certeza, porém, que essa malta do Público sabe bem a sua própria resposta.

Comentador de comentaristas

A Ana Sá Lopes e a Fernanda Câncio foram convocadas pelo DN para comentaristas do Mundial de Futebol. Prometo acompanhar e comentar, daqui do Insubmisso.

Menezes fala sobre o professor no CM

Marcelo tinha tudo para ser tudo mas politicamente não é nada. Ganhou a assembleia municipal de Celorico de Basto: "sabe-se lá se por influência do prestígio do Professor Albertino, competentíssimo presidente da Câmara local". Parte II: RTP, domingo.