Confesso que cheguei a desejar a vitória de Segoléne Royal. Não durou muito, só mesmo até ao debate. Confesso que estive a segundos de escrever que estranhava não ver ninguém pelos blogues a exigir que também queria votar em França, como tantos fizeram, ardentemente, aquando das eleições nos EUA. Mudei de ideias, nos dois casos.
Segoléne é bonita e é mulher. Não é só mulher porque sim, é também na pose, no sorriso, no discurso. Não é como Thatcher, como Hilary, como Merkel. Acredito piamente que foi por isso que perdeu - porque a política não está preparada para uma senhora. Porque ela, a primeira, não percebeu que na política francesa era preciso mais do que isso - a França precisa de mais do que isso.
Gostei da campanha e, confesso, gostaria de ter votado. Para nós, é mais importante o que se passou por lá do que o que fica por cá. Nem Lisboa, nem Madeira, nem Sócrates. Nada. Os votos em França, pese embora o doce charme que se perde, ganhou uma dimensão nova.
Nunca a França tentou ir tão longe como hoje se propõe. Sarkosy tem nas mãos mais do que os destinos da França que jura amar. Tem também os destinos das almas de uma Europa que precisa de deixar de ser a velha Europa. Daquela que ou vai atrás do futuro, ou não sairá mais das amarras da Revolução.
Liberdade e Fraternidade? Esqueçam. A França vai atrás da prosperidade. E é agora ou nunca, para ela e para nós.
07 maio 2007
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1 comentário:
muito bom
antónio mira
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