04 abril 2007

Sorte de Marquês de Pombal


Em política e na política a ocasião faz o estadista. Basta recordar o lado bom do terramoto de 1755 para Marquês de Pombal. Permitiu-lhe recompor o país e a sua capital. Permitiu-lhe brilhar.

Blair surpreendeu quando chegou a Downing Street. O mais jovem primeiro-ministro britânico de sempre deparou-se com a morte da Princesa Diana e com o azedume da família real. Conciliou a coroa com a pátria e apelidou Diana de "Princesa do Povo". Trocou por palavras um sentimento generalizado e obrigou a Rainha a torcer o braço.

Passados dez anos, antes de abandonar o poder, consegue conciliar os ingleses com o lado mais negro da história recente do país: a colagem aos EUA e o ataque concertado contra o eixo-do-mal. Libertados os 15 militares britânicos, hoje Blair fechou uma última página: "The disagreements we have with your government we wish to resolve peacefully through dialogue. I hope - as I've always hoped - that in the future we are able to do so."

As oportunidades são escassas. Blair consumou a sua última em crédito incontestado.

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