15 julho 2008

Mauzinho Pinto

Assisti ontem ao "prós e contras". Apanhei só o final e não percebi muito bem o tema. Aquilo de que me recordarei, por muito tempo, será da prestação do putativo Bastonário da Ordem dos Advogados. Algumas considerações, justificáveis pelo choque que tal figura me causou:

1- Ó Dr. Pinto, não se diz "Cai o mundo e a trindade" mas sim "Cai o Carmo e a Trindade"; embora haja dias em que o Carmo parece um mundo, não me parece adequada a indiferente substituição de desigações;

2- Percebi ontem, porque razão o Dr. Júdice o tem em tão pouca conta. Não! Não é qualquer ódio intra-corporativista! É porque o Dr. Júdice é um institucionalista, e sabe que as instituições sobrevêm a quem as ocupa; podemos e devemos, todavia, ajudar a que as necessárias reconstruções institucionais tendam a ser menores e menos dolorosas, após o período em que pessoas menores e indignas dos cargos que ocupam, ocupem sem honrar a história, esses cargos;

3- À sobriedade e superioridade no exercício dos seus cargos patenteada pelos Bastonários das outras Ordens, respondeu Dr. Pinto com discurso chineleiro, zapatista, chavista, basista, esquerdófilo e por isso ideologicamente manietado, enviesado e inconsequente, esquecendo por completo aquilo que é o dever superior do Bastonário da Ilustre Ordem dos Advogados, até à data exemplarmente seguido por todos os Bastonários, e que é a garantia de serviço público (nas suas várias facetas)de uma profissão por inteiro, pensando na relação dos profissionais com a sociedade sem a eivar de vectores politizantes e politizados. Caramba! O senhor é o Bastonário da Ordem dos Advogados...como se esquece disso?

4- Insurgiu-se o Dr. Pinto com o Professor Doutor Artur Anselmo ilustre académico, (comprovável por todo o seu percurso literário e profissional, bem como por aquilo que subtilmente tentou ontem ensinar ao Dr. Pinto (hellas, sem sucesso!)), por este último ter designado a 1ª República de República das bananas; o Dr. Pinto demonstrou com a sua reacção, chamemos-lhe de galvanizada!, uma inqualificável ignorância histórica, grave para um jurista, inaceitável para o Bastonário dos Advogados, já que esse período medíocre da história Portuguesa, só por eufemismo se pode chamar das Bananas, fruto nobre e nutritivo. A história (essa intepretação da realidade ida, feita pelas cabeças de "agora") já tratou de confinar esse período negro (algo que o Prof Artur Anselmo tentou educadamente dizer ontem, quando referia que a esquerda carbonária e republicana nos idos 20 e 30 tratou de apelidar o período, de negro)a adjectivos bem mais superlativos do que "das bananas";

5- O Dr. Pinto não só envergonhou uma classe inteira, que quero acreditar não se revê no verbo, na ideia e no porte quotidiano do presente Bastonário, como envergonhou a história de uma instituição séria e com pergaminhos como é a honorável Ordem dos Advogados e todos os seus anteriores Bastonários e mais altos representantes;

6- Por fim, o senhor Dr. Pinto não é Marinho, é Mauzinho! Considero, muito sinceramente, que a Ordem merecia melhor, "tant pis".

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