29 dezembro 2008

Cavaco, o político

Nunca foi deputado, liderou apenas cinco meses um partido político sem estar a liderar o país, governou dez anos com duas maiorias e foi eleito à primeira o primeiro Presidente da direita contra dois pesos pesados da esquerda. Se a 31 de Julho Cavaco falhou na transmissão da mensagem esta noite foi cristalino. Tem razão, o precedente é grave e, só não dissolve o Parlamento, porque o estado do país obriga-o a ser o que sempre foi: um institucionalista, formalista focado no interesse geral. Quanto tanto se fala se "change" na política é bom saber que a dignidade, seriedade e "lealdade" existem para alguns, mesmo quando são violadas por outros. Mesmo quando sabemos que os "interesses partidários de ocasião" se sobrepõem "aos superiores interesses nacionais". Do ponto de vista pessoal e partidário Sócrates esteve bem: fez uma boa esparregata e "encostou" o Presidente às cordas. Mas, como tudo na vida, terá de pagar a factura. Mais cedo do que tarde.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não dissolveu a Assembleia, entre outros motivos, porque não teria coragem para tanto! "Ele" sabe, assim como os portugueses (mesmo os que nunca admitem), que NINGUÉM, incluindo ele próprio, faria melhor do que este governo e Sócrates têm vindo a fazer nestes últimos quase 4 anos.

Anónimo disse...

"obriga-o a ser o que sempre foi: um institucionalista, formalista focado no interesse geral"

Era bom, não era?
O silêncio do Presidente sobre o BPN e as negociatas à custa do Estado.

FT disse...

Por Cavaco ser um institucionalista jamais falaria sobre o um caso de polícia ou de tribunal quando as polícias e os tribunais ainda não acabaram o seu trabalho. Seja o BPN, o Freeport ou os voos da CIA. Creio.