Lisboa, à distância de Madrid, faz-me lembrar um diálogo de um filme português que por aí anda.
"Para onde vamos?
Para longe.
Onde é?
Perto"
Parece um disparate, mas faz mais sentido a esta distância. Por cá, por esplêndida que seja Madrid, Lisboa parece-me isso mesmo: Longe, tão perto. Ou serão, talvez, as saudades a falar mais alto.
25 setembro 2006
23 setembro 2006
22 setembro 2006
Um elogio merecido
O Pedro Adão e Silva, ali no Canhoto, deixou um vídeo notável de Chan Marshall, Cat Power, num daqueles momentos de brilhantismo que só quem a viu ao vivo pode reconhecer. O Pedrõ, aliás, não é só um (ainda) político de nova geração com um notável gosto musical. É também um político sério, que diz o que pensa e que continua a fazer um esforço por pensar antes de dizer. Cá fica um abraço.
P.S. Eu e a Marta tivémos a extraordinária sorte de ver Cat Power em Londres, num dos concertos mais bonitos que vimos nas nossas vidas. Quem não conhece, aconselho muito a compra do CD. Não é tudo (como o vídeo bem mostra), mas é do melhor.
P.S. Eu e a Marta tivémos a extraordinária sorte de ver Cat Power em Londres, num dos concertos mais bonitos que vimos nas nossas vidas. Quem não conhece, aconselho muito a compra do CD. Não é tudo (como o vídeo bem mostra), mas é do melhor.
19 setembro 2006
Paraíso, reduzido
Entramos no King e deparamos com uma curta fila. À nossa frente, uma voz familiar dizia: "Um bilhete para o 'Paraíso, Agora', sff".
Olhámos um para o outro e acertámos o pensamento, sem precisar de dizer palavra. "É o Raúl Solnado." Acenámos positivamente.
À nossa frente, ele olhava para o vidro e reformulava: "Um para o 'Paraíso', reduzido". Aceitou o bilhete e passou por nós, sem olhar, com andar meio trémulo e meio discreto. Seguimos e olhámos para o vidro. "Bilhete normal, 5 euros. Bilhete reduzido, (menores, idosos, estudantes) 4 euros". Olhámos um para o outro. "Está óptimo, o Solnado".
Entrámos na sala e começa o filme. Quando percebemos o cenário (terras palestianas sob ameaça permanente, terras israelitas na suspeita do próximo homem-bomba) pensei que Raúl Solnado tinha voltado a bater à porta da guerra. "A guerra não está", lembrei-me. Mas o mundo já não é mesmo. Ou se calhar é. E a guerra está lá, só que não abre a porta.
Mais tarde, o filme confirma. A suspeição, o temor, o ressentimento, a indefinição. A guerra está lá, pois claro, e para durar.
Para alívio meu - as memórias da infância são as mais difíceis de perder - o Solnado também. Valeu isso. E um filme notável, que nos deixa uma ínfima marca do que aquela gente (de um lado e do outro) sente no dia-a-dia.
Olhámos um para o outro e acertámos o pensamento, sem precisar de dizer palavra. "É o Raúl Solnado." Acenámos positivamente.
À nossa frente, ele olhava para o vidro e reformulava: "Um para o 'Paraíso', reduzido". Aceitou o bilhete e passou por nós, sem olhar, com andar meio trémulo e meio discreto. Seguimos e olhámos para o vidro. "Bilhete normal, 5 euros. Bilhete reduzido, (menores, idosos, estudantes) 4 euros". Olhámos um para o outro. "Está óptimo, o Solnado".
Entrámos na sala e começa o filme. Quando percebemos o cenário (terras palestianas sob ameaça permanente, terras israelitas na suspeita do próximo homem-bomba) pensei que Raúl Solnado tinha voltado a bater à porta da guerra. "A guerra não está", lembrei-me. Mas o mundo já não é mesmo. Ou se calhar é. E a guerra está lá, só que não abre a porta.
Mais tarde, o filme confirma. A suspeição, o temor, o ressentimento, a indefinição. A guerra está lá, pois claro, e para durar.
Para alívio meu - as memórias da infância são as mais difíceis de perder - o Solnado também. Valeu isso. E um filme notável, que nos deixa uma ínfima marca do que aquela gente (de um lado e do outro) sente no dia-a-dia.
17 setembro 2006
Burro velho...
Tenho visto vários jornais, uns de referência, outros nem tanto, tratarem o Apito Dourado. Escutas e mais escutas, tráfico de influências, "amiguismos", troca de favores e resultados combinados. Não sei quem são os árbitros. Sei que Valentim Loureiro, José Veiga, Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira estão metidos ao "barulho".
Ontem, fiquei irritado. Não gosto de ser roubado. Não gosto, é uma coisa que me chateia. Ser roubado é uma coisa que, realmente, me chateia. Mas, só hoje, percebi que o árbitro do SCP-Paços de Ferreira também foi apanhado no Apito Dourado. Nunca como hoje me interessei tanto pelo caso. Não falo do caso de justiça. Sim do de incompetência em que permanece a arbitragem em Portugal. Como é possível que aquele senhor não tenha visto uma mão na bola e um pé no pé do Liedson. Se não viu, como dita a versão optimista, é incompetente. Se viu, e não quis ver, como dita a versão negativista, então alguém que o prenda. Pode ser que aprenda...
Ontem, fiquei irritado. Não gosto de ser roubado. Não gosto, é uma coisa que me chateia. Ser roubado é uma coisa que, realmente, me chateia. Mas, só hoje, percebi que o árbitro do SCP-Paços de Ferreira também foi apanhado no Apito Dourado. Nunca como hoje me interessei tanto pelo caso. Não falo do caso de justiça. Sim do de incompetência em que permanece a arbitragem em Portugal. Como é possível que aquele senhor não tenha visto uma mão na bola e um pé no pé do Liedson. Se não viu, como dita a versão optimista, é incompetente. Se viu, e não quis ver, como dita a versão negativista, então alguém que o prenda. Pode ser que aprenda...
14 setembro 2006
Curious
1. O Apito Dourado emperra. No entretanto, a Justiça Desportiva (que não admite a civil) nada faz quanto aos dirigentes e árbitros envolvidos. A vida continua e o apito também.
2. O Sol aparece sábado, com o Expresso a aumentar tiragens. A guerra pelas notícias aumenta, face a uma maioria absoluta com pactos que seca a agenda.
3. A economia cresce acima do esperado. Ninguém sabe muito bem como.
4. O primeiro-ministro benze-se à entrada de uma escola. E os crucifixos ainda lá andam.
2. O Sol aparece sábado, com o Expresso a aumentar tiragens. A guerra pelas notícias aumenta, face a uma maioria absoluta com pactos que seca a agenda.
3. A economia cresce acima do esperado. Ninguém sabe muito bem como.
4. O primeiro-ministro benze-se à entrada de uma escola. E os crucifixos ainda lá andam.
11 setembro 2006
10 setembro 2006
Teleponto
Sócrates utilizou-o na campanha eleitoral mas trouxe mais ruído que benefício na transmissão da mensagem política. Vários se insurgiram contra a falta de capacidade oratória do candidato socialista e colocaram dúvidas quanto à cultura política (alguém se lembra da entrevista à Única com tantas citações quanto ideias?) de um líder que recorre ao artifício-barra-moleta como é conhecido o teleponto.
Agora tudo mudou. Sócrates solidificou uma imagem de decisor político com um discurso claro, bem dirigido e sustentado. Um ano de Governo com reformas e, até, um pacto fazem toda a diferença. O aparelho e o político são os mesmos. Mudou tudo o resto…
Agora tudo mudou. Sócrates solidificou uma imagem de decisor político com um discurso claro, bem dirigido e sustentado. Um ano de Governo com reformas e, até, um pacto fazem toda a diferença. O aparelho e o político são os mesmos. Mudou tudo o resto…
08 setembro 2006
O Pacto
Governo e PSD fecham, a esta hora, um acordo de regime para a reforma da Justiça. Pela primeira vez neste blog, dou-me ao luxo de fazer um elogio sem reservas a dois políticos: independentemente de estratégias políticas, o que foi conseguido é a prova de que o "sentido de Estado" não é uma expressão esquecida no nosso dicionário. O momento é histórico e quer José Sócrates, quer Marques Mendes, estiveram à altura da história. Mais: neste ponto - e perdoem-me a ingenuidade - recuso-me a especular sobre quem ganha mais com este acordo. Por uma vez que seja, acho que ganham todos eles e ganhamos todos nós.
Será?
Marques Mendes conquistou o PSD prometendo trabalhar para um pacto de regime na Justiça: escutas, reforma dos tribunais, violação do segredo de justiça...
O pacto de regime acabou de ser assinado depois de secretas negociações durante cinco meses. O líder do PSD tem uma bancada com laivos de hostilidade, um governo maioritário pela frente, um primeiro-ministro em alta mas acaba de provar que "sabe do que fala" em matéria de TPC´s. Pese embora exista sempre uma margem que não controla. Será que chega para entrar em São Bento em 2009?
O pacto de regime acabou de ser assinado depois de secretas negociações durante cinco meses. O líder do PSD tem uma bancada com laivos de hostilidade, um governo maioritário pela frente, um primeiro-ministro em alta mas acaba de provar que "sabe do que fala" em matéria de TPC´s. Pese embora exista sempre uma margem que não controla. Será que chega para entrar em São Bento em 2009?
07 setembro 2006
CIA
Os eurodeputados Ana Gomes (PS) e Carlos Coelho (PSD) querem cavalgar a onda dos voos-CIA em Portugal. PS, PSD e CDS/PP não. Os dois "patinhos feios" têm estado nas bocas do Mundo. Pela boca morre o peixe?...
04 setembro 2006
Olá
Só para vos dizer que as férias foram óptimas. E, lá está, que estou de volta.
Abraços para todos.
Abraços para todos.
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