08 setembro 2006
O Pacto
Governo e PSD fecham, a esta hora, um acordo de regime para a reforma da Justiça. Pela primeira vez neste blog, dou-me ao luxo de fazer um elogio sem reservas a dois políticos: independentemente de estratégias políticas, o que foi conseguido é a prova de que o "sentido de Estado" não é uma expressão esquecida no nosso dicionário. O momento é histórico e quer José Sócrates, quer Marques Mendes, estiveram à altura da história. Mais: neste ponto - e perdoem-me a ingenuidade - recuso-me a especular sobre quem ganha mais com este acordo. Por uma vez que seja, acho que ganham todos eles e ganhamos todos nós.
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4 comentários:
Não há dúvida que cada um vê a realidade pelos móculos que compra...
Pelos móculos?
D.D.
Binóculos?
Prendem-se com uma palavrinha... que espirito, deuses! e tecem estas almas elogios a um acordo negociado em segredo pelo partido do governo, majoritário, e o maior sentado nos lugares da oposição.
Não fazendo caso no teor dos papeis assinados numa patética cerimonia no nobre salão do parlamento, não faz espécie que um acordo para a justiça, área onde as recentes medidas deste (des)governo provocaram a maior onda de protesto de todos os agentes da justiça, alguma vez conseguida por qualquer executivo, tenha sido motivo de segredo -por 5 meses (dizem eles, porque como foi secreto, vá lá uma pessoa confiar nestes tipos...) ao invés de ser provocado por um debate sério e aberto, entre todas as partes deste importante sector, garante supremo da liberdade democrática deste pais?
Isto já não é pensamento único nem bi-partidarização, isto começa a ser Partido único. E ainda aí vem a reforma da lei eleitoral, mas vai-se ficando com uma ideia do que estes secretíssimos andam a tramar(-nos)...
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