O líder comunista já tinha ameaçado com um pedido de mobilização para uma greve geral para contestar a revisão do Código do Trabalho, mas ontem resolveu subir a fasquia e propôr uma moção de censura ao Governo, com esse motivo no centro da argumentação.
Em circunstâncias normais, dir-se-ia que a luta de Jerónimo o tinha que o levar aqui. Percebe-se, até, que a defesa dos trabalhadores (no conceito comunista de “defesa” e de “trabalhadores”) teria que ter como consequência a mais forte das batalhas políticas - uma censura no Parlamento.
Mas, desta vez, algumas batalhas (e vitórias) depois, o líder comunista levou longe demais o conceito de vanguarda. É que anunciando já uma moção de censura, e marcando-a para a próxima semana, o PCP antecipa-se à própria discussão do Código de Trabalho, sem sequer esperar pelas medidas (e pelos recuos) dos socialistas nesta matéria.
Pior ainda: em plena crise do PSD, tudo o que Sócrates mais poderia desejar era uma guerra com a esquerda, para mostrar que as reformas seguem caminho. Ontem, para ser justo, Sócrates só podia ter tido uma palavra para Jerónimo: “Obrigado”.
30 abril 2008
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