31 maio 2008
Casadevinho
Ponto prévio: a minha cultura musical é mediocre. Só ontem conheci uma senhora, inglesa, de 24 anos que se chama Amy Winehouse. Até ontem, desconhecia a sua existência e a onda de fãs que move, até mesmo em Portugal. Fiquei, por isso, impressionado e dividido. Impressionado pela voz. Dividido entre o que merece maior pena: se a dita vida desgraçada da senhora, se a promoção que foi dada pelos media portugueses à sua vida estúpida de consumo de drogas.
O jogo está perigoso, sr engenheiro
Manuela Ferreira Leite é a nova líder do PSD. Manuel Alegre junta-se num comício com bloquistas e renovadores comunistas, depois dos alertas de Soares. Cavaco vai deixando avisos sucessivos sobre a crise. Os combustíveis não páram de subir, nem tão pouco os preços dos alimentos. A crise subprime está a caminhar para o pico - com tudo o que isso implica no arrefecimento económico do Ocidente. E falta só um ano para as eleições. O eng. José Sócrates terá pela frente uma dura batalha.
E ando eu há dois anos a escrever que a maioria absoluta não era garantida...
E ando eu há dois anos a escrever que a maioria absoluta não era garantida...
Tendências ou certezas?
Os primeiros dados sobre a eleição directa do novo líder do PSD demonstram duas coisas: os partidos são máquinas de poder, com um grande instinto de poder; o cacique é uma espécie menor quando comparado com a qualidade instrínseca do candidato. A ver vamos se as tendências são para manter.
30 maio 2008
Caro Pacheco Pereira,
Jornalistas com opinião nunca fez mal a ninguém. É como ter militantes de um partido (o seu caso, por exemplo) a comentar a actualidade do país. Apesar do compromisso que tem em ser militante do PSD todos sentimos que faz uma assertiva análise da realidade. Mesmo quando tem que contrariar as suas próprias posições: ontem, por exemplo, como apoiante de Manuela Ferreira Leite teve a frontalidade de dizer que ela perdeu o último debate televisivo. Ainda bem. Com o jornalismo acontece o mesmo que acontece com os políticos. Há de tudo. O mais opinativo, o mais independente, o mais transparente, o mais obscuro... Tratar tudo por igual é que me parece um erro. É como meter no mesmo saco o comentário político de Marco António Costa no Corredor do Poder e o seu na Quadratura do Círculo...
Jornalistas com opinião nunca fez mal a ninguém. É como ter militantes de um partido (o seu caso, por exemplo) a comentar a actualidade do país. Apesar do compromisso que tem em ser militante do PSD todos sentimos que faz uma assertiva análise da realidade. Mesmo quando tem que contrariar as suas próprias posições: ontem, por exemplo, como apoiante de Manuela Ferreira Leite teve a frontalidade de dizer que ela perdeu o último debate televisivo. Ainda bem. Com o jornalismo acontece o mesmo que acontece com os políticos. Há de tudo. O mais opinativo, o mais independente, o mais transparente, o mais obscuro... Tratar tudo por igual é que me parece um erro. É como meter no mesmo saco o comentário político de Marco António Costa no Corredor do Poder e o seu na Quadratura do Círculo...
29 maio 2008
E se Sócrates aproveita a oportunidade?
À esquerda, PCP e Bloco, estão o mais hostil possivel (fortes nas sondagens mas muito hostis) e até alguns notáveis socialistas ajudam à festa - Alegre vai dar-lhes uma mãozinha depois de Soares ter feito o mesmo.
A direita ainda se está a recompor de 2005, com o CDS focado mas a remar contra os casos de polícia, e o PSD à procura de rumo e timoneiro.
A economia só tenderá a piorar no próximo ano e o eleitorado vai continuar a provar a dura impotência dos sacrifícios a que este Governo os obrigou.
Não será melhor para Sócrates aproveitar a moção de censura da próxima quinta-feira e ir já às urnas fazendo uma campanha estilo Cavaco em 85 ? ("Não me deixam governar [ em tranquilidade, dado que a maioria existe]! Eles não fazem nada e nada querem que façamos!").
A direita ainda se está a recompor de 2005, com o CDS focado mas a remar contra os casos de polícia, e o PSD à procura de rumo e timoneiro.
A economia só tenderá a piorar no próximo ano e o eleitorado vai continuar a provar a dura impotência dos sacrifícios a que este Governo os obrigou.
Não será melhor para Sócrates aproveitar a moção de censura da próxima quinta-feira e ir já às urnas fazendo uma campanha estilo Cavaco em 85 ? ("Não me deixam governar [ em tranquilidade, dado que a maioria existe]! Eles não fazem nada e nada querem que façamos!").
28 maio 2008
Passos venceu
Manuela Ferreira Leite cometeu um erro ao afirmar -se como contra-ponto dos deputados, denegrindo mesmo o grupo parlamentar. Não havia necessidade: não ganha um voto, não marca mais posição por isso ( já se sabia que discorda dos protagonistas do passado recente). E criou um novo problema: caso seja eleita vai precisar de ter um grupo parlamentar que a ajude a fazer oposição a Sócrates. E Aguiar Branco não basta...
Santana Lopes esteve mais apagado do que no primeiro debate mas com um sentido de sniper único. Viu a saída em falso de Ferreira Leite e entrou a pés juntos...
Passos Coelho ao contrário do primeiro debate foi afirmativo, distintivo e pouco reactivo. Por tudo isso, venceu.
Santana Lopes esteve mais apagado do que no primeiro debate mas com um sentido de sniper único. Viu a saída em falso de Ferreira Leite e entrou a pés juntos...
Passos Coelho ao contrário do primeiro debate foi afirmativo, distintivo e pouco reactivo. Por tudo isso, venceu.
Vencedor e meio
Passos Coelho não se meteu na guerra de capelinhas do PSD e ganhou. Ferreira Leite fez como Cavaco no debate com Soares: não respondeu aos ataques e saiu por alto. O duelo parece a dois. Mas parece-me que a campanha de Santana passou mais pelo veneno nas sessões cara a cara com militantes do que na guerra televisiva. Efeitos? Só Deus sabe.
27 maio 2008
Um voto perdido
Sócrates em segundo lugar, os portugueses em primeiro, vivem um momento de muita infortúnia. No final dos anos noventa início deste século, enquanto a economia mundial viveu dias gloriosos com um crescimento fixo acima dos 5%, Portugal esteve mergulhado numa crise grave das suas contas públicas. Guterres (em dois governos que Sócrates integrou, tendo mesmo num deles sido Adjunto do primeiro-ministro) esbanjou oportunidades únicas.
Seguiu-se Barroso que travou a fundo a derrapagem das contas públicas, controlou danos mas nada cultivou. Santana não é, sequer, digno de registo (foram quatro meses mais dois já demissionário).
Aqui chegados temos três anos de um Governo de maioria socialista que teve o enorme mérito de controlar o buraco das contas públicas (num percurso como não há memória). Mas, de repente, quando o país colocava finalmente a cabeça de fora, ex-senão-quando cai uma tempestade que assola tudo e todos. Trava o crescimento, decresce o investimento, desemprego em alta, poder de compra em baixa, aumentam os problemas sociais, dispara a pobreza. Depois de dois anos a vender que o ceú estava já ao virar da esquina, meses após uma descida injustificada do IVA, Sócrates, hoje, descobriu a pólvora: a culpa dos problemas sociais do país é da situação social desequilibrada que o PSD lhe deixou. Perdeu, neste preciso momento, o meu voto mas, mais grave, perdeu todo o decoro. Porquê?
Então e os seis anos de Guterres foram só fumaça? É como dizer que Sócrates que, enquanto ministro do Desporto defendeu a construção de dez estádios para o euro 2004 (muitos deles estão hoje vazios, vários falidos, alguns encerrados) é, por isso, responsável pelo estado de pobreza a que chegámos... Contribuiu, isso sim, tal como o PSD a quem hoje aponta o dedo.
Cavaco tem uma boa teoria para este tipo de comportamentos: Seis meses é o máximo de tempo que um Governo pode responsabilizar o seu antecessor pelos problemas que encontra (a partir de aí entramos no campo da demagogia política). Sócrates já governa há três anos... É, de facto, tempo de encarar o futuro sem andar a justificar o passado.
Seguiu-se Barroso que travou a fundo a derrapagem das contas públicas, controlou danos mas nada cultivou. Santana não é, sequer, digno de registo (foram quatro meses mais dois já demissionário).
Aqui chegados temos três anos de um Governo de maioria socialista que teve o enorme mérito de controlar o buraco das contas públicas (num percurso como não há memória). Mas, de repente, quando o país colocava finalmente a cabeça de fora, ex-senão-quando cai uma tempestade que assola tudo e todos. Trava o crescimento, decresce o investimento, desemprego em alta, poder de compra em baixa, aumentam os problemas sociais, dispara a pobreza. Depois de dois anos a vender que o ceú estava já ao virar da esquina, meses após uma descida injustificada do IVA, Sócrates, hoje, descobriu a pólvora: a culpa dos problemas sociais do país é da situação social desequilibrada que o PSD lhe deixou. Perdeu, neste preciso momento, o meu voto mas, mais grave, perdeu todo o decoro. Porquê?
Então e os seis anos de Guterres foram só fumaça? É como dizer que Sócrates que, enquanto ministro do Desporto defendeu a construção de dez estádios para o euro 2004 (muitos deles estão hoje vazios, vários falidos, alguns encerrados) é, por isso, responsável pelo estado de pobreza a que chegámos... Contribuiu, isso sim, tal como o PSD a quem hoje aponta o dedo.
Cavaco tem uma boa teoria para este tipo de comportamentos: Seis meses é o máximo de tempo que um Governo pode responsabilizar o seu antecessor pelos problemas que encontra (a partir de aí entramos no campo da demagogia política). Sócrates já governa há três anos... É, de facto, tempo de encarar o futuro sem andar a justificar o passado.
24 maio 2008
Sandwich
No início e no fim, para não haver saída. O debate ontem, na TVI, entre os candidatos, deu uma vitória na secretaria a Ferreira Leite. A sondagem no início apontava-a como a melhor candidata, o comentador no final garantiu-lhe o elogio a acabar. Chegará?
23 maio 2008
francisco lucas pires
fez ontem 10 anos que morreu Francisco Lucas Pires. um dos melhores comunicadores que eu tive a felicidade de observar.um inspirador. um virtuoso. um mago da letra e da palavra. viveu a um nível a que só os génios podem ambicionar. um daqueles artistas que trata a bola com magia no meio campo. obviamente era do Glorioso. morreu a caminho de coimbra e o filho jacinto, com quem me cruzei no S.J. Brito, faz-lhe hoje uma homenagem no P2. merecida. mais que merecida, obrigatória! a minha vénia, a alguém a quem o mesquinho português-médio não soube agradecer em tempo devido.
15 maio 2008
a família insubmissa
Até ontem éramos: a Bárbara, o David, o António, o Francisco, o Salvador, o Rodrigo e a Maria Clara. A partir de ontem contamos também com o Vicente. Lindo. Parabéns
07 maio 2008
A ministra MIC
Ana Jorge resolveu desafiar o seu colega Teixeira dos Santos em público, repreendendo a sua assinatura no acordo entre a ADSE e o Hospital da Luz. A resposta aos deputados concluiu-se desta forma: "Perguntem ao ministro das Finanças". Não há dúvidas: Ana Jorge é mesmo de Esquerda. E ainda acha que está no MIC de Manuel Alegre.
06 maio 2008
Santana está de volta
com o seu projecto de 2004. Quer a legitimidade eleitoral que lhe faltou. Devia acrescentar que esse projecto é oposto ao de Ferreira Leite, tal como era oposto ao de Barroso, que substituiu. E eis que, num ápice, a história se esclarece a si própria.
Sobre as desautorizações
A polémica com Alípio Ribeiro - e não só essa - leva-me a pensar até que ponto as relações hierárquicas devem ser construídas sobre uma base de lealdade.
05 maio 2008
Previsões para 31 de Maio
MFL: 36% - 46%
PPC: 32%- 44%
PSL: 20% - 30%
MPA: 1%
NS: 0%
Ficha técnica
Margem de erro: Total
Amostra: Nenhuma
Desvio padrão: Por calcular
PPC: 32%- 44%
PSL: 20% - 30%
MPA: 1%
NS: 0%
Ficha técnica
Margem de erro: Total
Amostra: Nenhuma
Desvio padrão: Por calcular
10 segundos na mente de Santana
"Se eu me candidatar, mesmo que perca, nenhum futuro líder terá coragem de me tirar da lista de deputados, sob pena de ser acusado de estalinismo militante e demoro mais tempo a passar à história e garanto mais uns anos o meu ganha pão. Se não me candidatar passo já à história"
Boas novas
02 maio 2008
O povo não é estúpido
Segundo o Expresso, a RR e a Sic o PSD (2,5%) e o Presidente (7,4%) cairam no índice de popularidade. Realmente, o povo não é estúpido. Embora pareça distraído, tem a frieza dos italianos: quando menos se espera já está lá dentro...
01 maio 2008
Zenit
Enquanto a minha filha dorme, vejo o Zenit de São Pertersburgo humilhar o Bayern de Munique (os alemães nunca se deram bem com aqueles ares). E lembro-me de uma das cidades mais belas do mundo, que bem merece uma vitória, mais de meio século depois.
Entre o que mais confusão me faz...
...nos dias que correm é a falta de capacidade de sofrimento que toda a gente mostra ("só se não der muito trabalho", ou "assim não fica tão bem feito" ou "só agora é que pedes?" ou ainda o infinitamente conhecido "ai"/suspiro).
A cada dia que passa me convenço mais disto: estamos defintivamente num tempo de "quero e quero depressa" quando se trata dos prazeres da vida e do "esquece, não é comigo" quando chega a vez das obrigações.
E agora, pergunto, como é que faz quem quer contrariar este estado das coisas, este estado de espírito?
A cada dia que passa me convenço mais disto: estamos defintivamente num tempo de "quero e quero depressa" quando se trata dos prazeres da vida e do "esquece, não é comigo" quando chega a vez das obrigações.
E agora, pergunto, como é que faz quem quer contrariar este estado das coisas, este estado de espírito?
Ler e não acreditar
"A repetência não serve os alunos, as escolas, os países", declarou ontem Maria de Lurdes Rodrigues.
Ler
Subscrever:
Mensagens (Atom)