À esquerda, PCP e Bloco, estão o mais hostil possivel (fortes nas sondagens mas muito hostis) e até alguns notáveis socialistas ajudam à festa - Alegre vai dar-lhes uma mãozinha depois de Soares ter feito o mesmo.
A direita ainda se está a recompor de 2005, com o CDS focado mas a remar contra os casos de polícia, e o PSD à procura de rumo e timoneiro.
A economia só tenderá a piorar no próximo ano e o eleitorado vai continuar a provar a dura impotência dos sacrifícios a que este Governo os obrigou.
Não será melhor para Sócrates aproveitar a moção de censura da próxima quinta-feira e ir já às urnas fazendo uma campanha estilo Cavaco em 85 ? ("Não me deixam governar [ em tranquilidade, dado que a maioria existe]! Eles não fazem nada e nada querem que façamos!").
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2 comentários:
Caro FT,
se esse cenario estivesse disponivel para Socrates, tenho a certeza que ele teria muito gosto em concretiza-lo. Felizmente para a democracia portuguesa, não esta.
Em primeiro lugar, o poder de dissolução não esta nas mãos do PM mas sim do PR, que so o utilizaria se houvesse uma forte justificação. Ora o PS tem maioria absoluta, e não estou a ver a disciplina de voto a ser quebrada. Logo, a moção de censura devera ser chumbada. Sendo chumbada, o Governo não cai. A não ser que Socrates se demita.
Mas se Socrates se demitisse, como poderia fazer o choradinho de que você fala? O onus da instabilidade recairia sobre ele... ate porque o PR tentaria com certeza esgotar todas as soluções dentro do quadro parlamentar (ie. outra liderança do PS) de forma a não aparecer como cumplice de um comportamento irresponsavel. E o arrastar do processo daria tempo à oposição para se reforçar...
Não. Esse cenario é impossivel. Socrates ate gostaria de não ter maioria absoluta neste momento. Mas a verdade é que tem, e com a maioria absoluta, vem a responsabilidade total. Ja dizia o outro: é a vida...
Há de facto um ponto que me parece incontornável: seria, para Sócrates, muito melhor ter eleições agora do que dentro de um ano.
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