damos pouco tempo ao tempo que é preciso para os outros. damos pouco espaço ao espaço que os outros precisam. os tempos em que vivemos trucidam o espaço que é preciso para termos tempo para o espaço dos outros. aquilo que o tempo me deu foi disponibilidade para me deixar invadir por quem tem para contar histórias que merecem ser ouvidas com tempo. com o meu tempo. e saber dar espaço para que o tempo surja. e o tempo e o espaço são processos. processos mentais que transformamos em "menos ou mais" . são 30 segundos de um telefonema que nos acompanham 72 horas. são acordes musicais que nos transportam para tempos presentes e espaços ausentes. são 81 linhas de um post que condensam peregrinações interiores, que prenunciam outro tanto volume de tempo, a contar o que o espaço dado aos textos não diz. o tempo é o que fazemos dele, no espaço que queremos que ele seja. linhas escritas em pouco tempo ocupam mais espaço do que o tempo que lhe devotarão. são mais do que são. o tempo e o espaço fazemo-lo nós com o que somos. e somos o que o tempo e o espaço sobre nós fizeram. sei ouvir-te mesmo nas frases que não escreves e nas letras que não cantas. sei ler-te nas entrelinhas das questões e das afirmações , das revoluções e guerras civis. sei que o tempo que passa ...é a serenidade de quem tem todo o tempo para ouvir o que tempo nos fará inventar.
10 outubro 2007
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3 comentários:
Tive que ler alto, e muito devagarinho. É um grande texto, e como tenho a mania que sou o centro do mundo, até me pareceu encontrar uma referência a moi meme. Será?
Bem, prefiro este desconcerto!
do melhor que já li por ai...
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