24 abril 2008

Os candidatos (II)

Pedro Santana Lopes reaparece para o tira-teimas. Desde o fatídico 2004 que tem uma conta a ajustar com o partido que o aceitou, em parte, sem qualquer gosto. Santana acredita até que foi essa parte do seu PSD que o tirou do lugar que lhe perteceu porque Barroso assim o quis. Aqui reside a razão de Santana: se há contas a ajustar no partido este é o momento. O ponto forte da sua candidatura é inegavelmente este: entra na corrida porque acha que foi injustiçado e porque acredita que vale mais do que o que ficou daqueles seis meses. Mais ainda, acredita que a sua ideia de país pode ter sucesso.
Eu, que tenho simpatia pelo homem e nenhuma pelo seu projecto, valorizo o acto. E acho que não só ele merece a oportunidade, como merecia mais dos amigos de Menezes que agora vêm declarar apoio a Passos Coelho.É a prova que em política poucos são os que podem contar com amigos. O que diz muito sobre a política e os políticos que temos.

1 comentário:

Anónimo disse...

O Ponto forte da sua candidatura, é precisamente o ponto fraco.Quem se candidata para dar um "toma lá" , quem centra a actuação política, numa lógica puramente pessoal, sem projecto e sem ideias, não me parece que venha a ser uma boa escolha. Por melhor pessoa que possa ser.

Se vale mais do que o ficou demonstrado "naqueles seis meses", pergunto-me sempre porque não o demonstrou nestes meses mais recentes. E não é uma pergunta retórica.

Quanto aos amigos em política, ou à lealdade em política, até seria um exercício engraçado, viver num mundo onde ela fosse definida pela qualidade dos projectos e dos valores, coisa que, a ser verdade, faria com que fossemos leais às ideias e ao trabalho das pessoas, e não às pessoas per si, com ou sem ideias e ideais.

O que me parece é que em política todos contam com os amigos dos amigos e, na prova dos nove, as contas não batem certo...