23 fevereiro 2009

Quem tem a coragem?

Há ou não uma relação directa entre a qualidade média dos políticos portugueses e os ordenados que recebem? Há ou não uma relação directa entre a política em part-time de muitos deputados e os ordenados que recebem? Há, certamente. Com a crise a descer às ruas a discussão estará, desde logo, centrada nos chorudos ordenados dos gestores em contraste com os pobres desempregados que são lançados ao vazio. Mas uma coisa é certa: enquanto o ordenado dos políticos em Portugal não deixar de ser um entrave à captação da excelência não teremos uma melhor e mais produtiva classe política. Um exemplo: se todos os cargos políticos de carácter nacional e soberano exigissem exclusividade, os senhores e senhoras em causa passariam a ganhar um ordenado igual à média declarada por mês nos cinco anos anteriores. Zeinal Bava a ministro? Muito bem, a exclusividade custará 23 mil contos por mês aos contribuintes. O país ganharia, e muito, em dividendos.

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