Faz hoje um ano que Teixeira dos Santos foi nomeado por José Sócrates ministro das Finanças, substituindo Campos e Cunha no cargo mais importante de uma democracia em estado de fragilidade.
Confesso que, até ontem, pensei que Teixeira dos Santos estivesse a provar ser uma boa aposta. Segue o programa, não tem medo de falar de sacrifícios nem de rigor. Mas no melhor pano cai a nódoa. E percebeu-se que o centro de toda a política do Governo começa a derrapar - ao caso, o número de funcionários públicos. Começou por se falar em cortes, agora um quadro oficial mostra que subiu cerca de 10 mil em apenas seis meses.
O facto é mau por si, mas o ministro veio piorar o cenário. Diz ele que os números não são verdadeiros, estando incompletos. Interessante. Daqui só podem resultar duas saídas:
1. Se os números estão errados, sendo eles oficiais (Direcção Geral de Orçamento), ficamos a saber que não podemos confiar nos números dados pelo Governo - porque não são rigorosos. O que nos levaria rapidamente ao caos da desconfiança permanente.
2. Se os números estão certos, significa que Teixeira dos Santos, perante uma dificuldade, resolve mandar poeira para os olhos de todos nós - o que nos leva para outro mau caminho: a palavra do ministro não é para levar a sério.
Como se vê, Teixeira dos Santos optou, julgo eu humildemente, pelo caminho errado - seja qual for o cenário, pelo caminho da falta de rigor. É, simplesmente, o pior defeito de um ministro das Finanças. Não há outra maneira de o dizer.
21 julho 2006
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