...uma manobra de diversão.
...uma maneira de nos obrigar a ir às urnas três vezes em cinco meses.
...uma tentativa de aprovar uma lei sem haver tempo de discussão de um assunto importante.
Dito isto, eu não vou votar. E, já agora, votaria sim.
29 junho 2005
28 junho 2005
O Iraque, tanto tempo depois
Faz 365 dias que o Iraque recebeu o seu primeiro governo democrático em meio século. José Lamego, socialista e ex-representante português na Administração Provisória, faz um balanço interessante, no DE. Diz que foi um ano sem progressos assinaláveis, situação atribuível ao clima de insegurança que persiste naquele território - uma espécide de PREC iraquiano, na escala devida, que não impede (como não impediu por cá) que se fale numa era de democracia. Instável, sim, perigosa, claro, mas democracia.
Depois, Lamego fala da intervenção que depôs Saddam. "Uma guerra é sempre um facto terrível e a história não pode ser avaliada de um ponto de vista normativo. De qualquer modo, no Iraque não houve progressos substanciais, mas há uma progressão em toda a região, nomeadamente na Síria, no Líbano, o regresso da Líbia à comunidade internacional, que tem a ver também com o facto de ter sido exercida uma ameaça militar credível sobre um país que se comportava como um agressor sistemático relativamente a vizinhos mais fracos". Por outras palavras, Lamego diz que o Médio Oriente está mais seguro. O que, há dois anos e meio, ninguém ousaria, sequer, pensar.
Depois, Lamego fala da intervenção que depôs Saddam. "Uma guerra é sempre um facto terrível e a história não pode ser avaliada de um ponto de vista normativo. De qualquer modo, no Iraque não houve progressos substanciais, mas há uma progressão em toda a região, nomeadamente na Síria, no Líbano, o regresso da Líbia à comunidade internacional, que tem a ver também com o facto de ter sido exercida uma ameaça militar credível sobre um país que se comportava como um agressor sistemático relativamente a vizinhos mais fracos". Por outras palavras, Lamego diz que o Médio Oriente está mais seguro. O que, há dois anos e meio, ninguém ousaria, sequer, pensar.
27 junho 2005
Comédia semântica
O Ministro das Finanças diz que o Rectificativo não tem um erro, mas apenas uma incorrecção. Essa incorrecção, entre outras coisas, implica que - afinal - a despesa do Estado não fica acima dos 50% e que os números podem bater certo com o Programa de Estabilidade, entregue há duas semanas em Bruxelas.
Acho que encontrei uma solução para esta pequena polémica. Mudem o OR para inglês e usem uma palavra sem sinónimos: incompetence. Assim arrumam o assunto de uma vez.
Acho que encontrei uma solução para esta pequena polémica. Mudem o OR para inglês e usem uma palavra sem sinónimos: incompetence. Assim arrumam o assunto de uma vez.
Resposta simples
ao Milhafre: não, dr., não acho bem que os jornalistas batam palmas ao Juncker ou a qualquer outro político. Apesar da independência não se medir pelo silêncio, mas pelo trabalho. Está bem assim?
Repetição por motivos nada técnicos
"É muito triste nascer entre estúpidos, viver entre estúpidos, morrer entre estúpidos."
26 junho 2005
O que nos resta
Acaba o dia, depois de um jogo de ténis, um almoço à beira rio - no local do costume - uma corrida pelos blogs, os jornais de fim-de-semana, e sobra pouco ou nada. Olha-se para as televisões: a RTP dá um concurso qualquer com rapazes e raparigas sem espelhos em casa que querem ser modelos; a SIC insiste no Herman, que já enjoa; a TVI é melhor não falar. Ok. O melhor é esquecer o zapping. O pior é que me falta o livro certo. Vou procurar qualquer coisinha - sempre é melhor que a Cabo.
Rectifica o quê?
Diz o Público de hoje que o Orçamento Rectificativo (o primeiro do eng. Sócrates) aumenta o peso do Estado para níveis nunca antes atingidos. É caso para perguntar ao sr.primeiro-ministro para que servem os sacrifícios que anda a pedir. E o que raio quer ele rectificar. Resposta nos próximos dias.
Ronda pelos jornais
Depois de ler os jornais do fim-de-semana de fio a pavio, cheguei à triste conclusão que nos resta o Vasco Pulido Valente. Em homenagem, aqui fica mais uma citação (que hoje é moda por aqui):
"É muito triste nascer entre estúpidos, viver entre estúpidos, morrer entre estúpidos." O Vasco atribui a frase a Joaquim António Aguiar que, como me lembrava um amigo meu, é o tipo mais martirizado dos últimos três anos: é na rua com o seu nome, em Lisboa, que andam as obras intermináveis do Túnel do Marquês, uma malfadada ideia do dr. Santana Lopes. Ironias.
"É muito triste nascer entre estúpidos, viver entre estúpidos, morrer entre estúpidos." O Vasco atribui a frase a Joaquim António Aguiar que, como me lembrava um amigo meu, é o tipo mais martirizado dos últimos três anos: é na rua com o seu nome, em Lisboa, que andam as obras intermináveis do Túnel do Marquês, uma malfadada ideia do dr. Santana Lopes. Ironias.
Bea
"Bea diz que a arte de ler está a morrer muito lentamente, que é um ritual íntimo, que um livro é um espelho e que só podemos encontrar nele o que já temos dentro, que ao ler aplicamos a mente e a alma, e que estes são bens cada vez mais escassos."
"Numa ocasião ouvi um cliente habitual comentar na livraria do meu pai que poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração. Aquelas primeiras imagens, e eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo - não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descobramos, tudo quanto aprendamos ou esqueçamos -, vamos regressar. Para mim, aquelas páginas enfeitiçadas serão sempre as que encontrei entre os corredores do Cemitério dos Livros Esquecidos."
"O homem mais sábio que alguma vez conheci tinha-me explicado numa ocasião que não existia na vida experiência comparável com a da primeira vez que se despe uma mulher. Sábio como era, não me tinha mentido, mas tão-pouco me contara toda a verdade. Nada me tinha dito daquele estranho tremelique das mãos que convertia cada botão, cada fecho-éclair,em tarefa de titãs. Nada me tinha dito daquele feitiço de pele pálida e trémula, daquele primeiro roçagar de lábios nem daquela miragem que parecia arder em cada poro da pele. Nada me contara de tudo aquilo porque sabia que o milagre só sucedia uma vez e que, ao suceder, falava uma língua de segredos que, mal se desvendavam, fugiam para sempre. Mil vezes quis recuperar aquela primeira tarde no casarão da Avenida del Tibidabo com Bea em que o rumor da chuva arrebatou o mundo. Mil vezes quis regressar e perder-me numa recordação da qual apenas consigo recuperar uma imagem roubada ao calor das chamas. (...) Tinha desassete anos e a vida nos labios".
A Sombra do Vento, (X),
Carlos Ruiz Zafón
"Numa ocasião ouvi um cliente habitual comentar na livraria do meu pai que poucas coisas marcam tanto um leitor como o primeiro livro que realmente abre caminho até ao seu coração. Aquelas primeiras imagens, e eco dessas palavras que julgamos ter deixado para trás, acompanham-nos toda a vida e esculpem um palácio na nossa memória ao qual, mais tarde ou mais cedo - não importa quantos livros leiamos, quantos mundos descobramos, tudo quanto aprendamos ou esqueçamos -, vamos regressar. Para mim, aquelas páginas enfeitiçadas serão sempre as que encontrei entre os corredores do Cemitério dos Livros Esquecidos."
"O homem mais sábio que alguma vez conheci tinha-me explicado numa ocasião que não existia na vida experiência comparável com a da primeira vez que se despe uma mulher. Sábio como era, não me tinha mentido, mas tão-pouco me contara toda a verdade. Nada me tinha dito daquele estranho tremelique das mãos que convertia cada botão, cada fecho-éclair,em tarefa de titãs. Nada me tinha dito daquele feitiço de pele pálida e trémula, daquele primeiro roçagar de lábios nem daquela miragem que parecia arder em cada poro da pele. Nada me contara de tudo aquilo porque sabia que o milagre só sucedia uma vez e que, ao suceder, falava uma língua de segredos que, mal se desvendavam, fugiam para sempre. Mil vezes quis recuperar aquela primeira tarde no casarão da Avenida del Tibidabo com Bea em que o rumor da chuva arrebatou o mundo. Mil vezes quis regressar e perder-me numa recordação da qual apenas consigo recuperar uma imagem roubada ao calor das chamas. (...) Tinha desassete anos e a vida nos labios".
A Sombra do Vento, (X),
Carlos Ruiz Zafón
23 junho 2005
Contestação
O grau de contestação nas ruas é um medidor excelente do grau de coragem de um Governo. Acabo de ouvir João Proença avisar José Sócrates que essa contestação vai aumentar e, de repente, lembrei-me que será a primeira vez desde o célebre Governo Soares/FMI que a esquerda tem os sindicatos nas ruas. Bom sinal, sim senhor. Um tipo so só preocupa quando ouve Santana Lopes a elogiar a "coragem" do Governo. Aí dá para desconfiar...
Leitura (quase) obrigatória
A segunda leitura. Recomendada, para não ofender o bloco pró-francês.
Um excerto da declaração de Blair, hoje no PE.
"Out of the carnage of the Second World War, political leaders had the vision to realise those days were gone. Today's world does not diminish that vision. It demonstrates its prescience. The USA is the world's only super power. But China and India in a few decades will be the world's largest economies, each of them with populations three times that of the whole of the EU. The idea of Europe, united and working together, is essential for our nations to be strong enough to keep our place in this world.
Now, almost 50 years on, we have to renew. There is no shame in that. All institutions must do it. And we can. But only if we remarry the European ideals we believe in with the modern world we live in.
If Europe defaulted to Euro scepticism, or if European nations faced with this immense challenge, decide to huddle together, hoping we can avoid globalisation, shrink away from confronting the changes around us, take refuge in the present policies of Europe as if by constantly repeating them, we would by the very act of repetition make them more relevant, then we risk failure. Failure on a grand, strategic, scale. This is not a time to accuse those who want Europe to change of betraying Europe. It is a time to recognise that only by change will Europe recover its strength, its relevance, its idealism and therefore its support amongst the people.
The issue is not about the idea of the European Union. It is about modernisation. It is about policy. It is not a debate about how to abandon Europe but how to make it do what it was set up to do: improve the lives of people. And right now, they aren't convinced. Consider this. "
Um excerto da declaração de Blair, hoje no PE.
"Out of the carnage of the Second World War, political leaders had the vision to realise those days were gone. Today's world does not diminish that vision. It demonstrates its prescience. The USA is the world's only super power. But China and India in a few decades will be the world's largest economies, each of them with populations three times that of the whole of the EU. The idea of Europe, united and working together, is essential for our nations to be strong enough to keep our place in this world.
Now, almost 50 years on, we have to renew. There is no shame in that. All institutions must do it. And we can. But only if we remarry the European ideals we believe in with the modern world we live in.
If Europe defaulted to Euro scepticism, or if European nations faced with this immense challenge, decide to huddle together, hoping we can avoid globalisation, shrink away from confronting the changes around us, take refuge in the present policies of Europe as if by constantly repeating them, we would by the very act of repetition make them more relevant, then we risk failure. Failure on a grand, strategic, scale. This is not a time to accuse those who want Europe to change of betraying Europe. It is a time to recognise that only by change will Europe recover its strength, its relevance, its idealism and therefore its support amongst the people.
The issue is not about the idea of the European Union. It is about modernisation. It is about policy. It is not a debate about how to abandon Europe but how to make it do what it was set up to do: improve the lives of people. And right now, they aren't convinced. Consider this. "
20 junho 2005
Da democracia na Europa (II)
O Milhafre volta à carga. Defende, e com razão, que a Europa deve escolher, de uma vez por todas, para onde vai. Pelos vistos estamos os dois de acordo com Mr. Blair, coisa rara, muito rara, nesta - é verdade - já longa discussão sobre a Europa.
Mas mais, o Milhafre argumenta que o "directório" (sem o qual a UE não seria nada) não deixaria Portugal sair sem uma compensação pelo dinheiro que nos dispensou. Dois pontos sobre o assunto:
1. Será que o Milhafre já se lembrou do que a Alemanha ou a França já ganharam com a entrada (e permanência) de Portugal entre os estados-membros? Ou o Luís acha que o eixo do mal fez caridade quando aceitou a nossa adesão?
2. Será que o Milhafre sabe que o Tratado Constitucional que tanto o repugna tem incluída uma cláusula de saída da UE? Não é isso a democracia que tanto reclama, dr?
Abçs
Mas mais, o Milhafre argumenta que o "directório" (sem o qual a UE não seria nada) não deixaria Portugal sair sem uma compensação pelo dinheiro que nos dispensou. Dois pontos sobre o assunto:
1. Será que o Milhafre já se lembrou do que a Alemanha ou a França já ganharam com a entrada (e permanência) de Portugal entre os estados-membros? Ou o Luís acha que o eixo do mal fez caridade quando aceitou a nossa adesão?
2. Será que o Milhafre sabe que o Tratado Constitucional que tanto o repugna tem incluída uma cláusula de saída da UE? Não é isso a democracia que tanto reclama, dr?
Abçs
Da democracia na Europa
[A resposta peca por tardia, mas reconheço ao Luís que tinha faltado. Aqui fica]
Se o dr. Milhafre lesse o Insubmisso, teria já compreendido que eu defendo um referendo a nível europeu (todos ao mesmo tempo) há muito.
Mas acrescento um ponto à reflexão: a aprovação da constituição deveria ser feita às regras da democracia: mais de 50% dos votos dos europeus significariam a aprovação formal da Constituição, para os 25.
Depois, quem não quer, não come. Ou seja, o país que votar 'não', quando submetido à regra da maioria do 'sim', escolherá (por referendo, se quiser) se fica ou sai da União Europeia.
Isso sim, seria democracia. Que tal, dr?
Se o dr. Milhafre lesse o Insubmisso, teria já compreendido que eu defendo um referendo a nível europeu (todos ao mesmo tempo) há muito.
Mas acrescento um ponto à reflexão: a aprovação da constituição deveria ser feita às regras da democracia: mais de 50% dos votos dos europeus significariam a aprovação formal da Constituição, para os 25.
Depois, quem não quer, não come. Ou seja, o país que votar 'não', quando submetido à regra da maioria do 'sim', escolherá (por referendo, se quiser) se fica ou sai da União Europeia.
Isso sim, seria democracia. Que tal, dr?
O caso dos professores
A malta da Função Pública portuguesa adora, adora mesmo, arranjar um bom pretexto para arranhar os governos. Normalmente, pelas duas razões do costume: por tudo e por nada. Desta vez são os professores, que resolveram marcar greve para os dias dos exames do 9º ano. Pura coincidência, claro está.
O método não é novo. Lembro-me de repente da greve do SEF, em pleno Euro 2004. Uma coincidência, uma vez mais.
Acho sinceramente que os governos deviam mudar de método na reacção a greves que prejudicam o interesse público. Os senhores querem fazer greve, muito bem. Agora, se não arranjam um dia que não seja chave para o interesse público, era apontar-lhes a porta da rua. Sem mas, nem meio mas. Nisto, como dizia o Paulo Baldaia no DN há tempos, ou há moralidade ou comem todos. Nem mais.
O método não é novo. Lembro-me de repente da greve do SEF, em pleno Euro 2004. Uma coincidência, uma vez mais.
Acho sinceramente que os governos deviam mudar de método na reacção a greves que prejudicam o interesse público. Os senhores querem fazer greve, muito bem. Agora, se não arranjam um dia que não seja chave para o interesse público, era apontar-lhes a porta da rua. Sem mas, nem meio mas. Nisto, como dizia o Paulo Baldaia no DN há tempos, ou há moralidade ou comem todos. Nem mais.
Pássaro de rapina
Há por aí por Pássaro que rejubila com a crise europeia. Foi-se a Constituição? Boa! Foram-se os fundos comunitários? Vive l'Europe! Francamente, é triste ver como um milhafre se torna uma ave de rapina. É caso para lembrar, meu caro, que não há acções sem consequências. E que há atrasos que nos podem custar muito caro. Por bonito que possa parecer aos nacionalismos serôdios.
19 junho 2005
Os socialistas e o Benfica
O eng. Sócrates, sr. primeiro-ministro, e o seu ajudante para o campo socialista , o dr. Jorge Coelho, passaram os últimos dois dias a avisar o PS que as críticas ao Governo não são aceitáveis neste contexto.
Percebe-se a preocupação. O primeiro-ministro começa agora a perceber que o seu PS não é muito diferente do PS francês: é essencialmente do contra, pelo modelo social europeu (seja lá o que isso for), pouco solidário para com as lideranças que elegeu e pelas lideranças escolhidas pelo país. Este PS, como o francês, tem humores, amuos, e mau feitio. Este PS é assim como o Benfica: nem quando tem a oportunidade de ganhar um campeonato consegue pensar mais no objcetivo do que nos meios.
Assim sendo, o que resta ao eng. Sócrates? Primeiro, acreditar que o seu Álvaro Magalhães (o dr. Coelho)consegue por ordem no balneário; segundo, seguir em frente de cabeça erguida. Que não tenha medo do tempo, porque não há nada que os ponteiros do relógio não resolvam.
Percebe-se a preocupação. O primeiro-ministro começa agora a perceber que o seu PS não é muito diferente do PS francês: é essencialmente do contra, pelo modelo social europeu (seja lá o que isso for), pouco solidário para com as lideranças que elegeu e pelas lideranças escolhidas pelo país. Este PS, como o francês, tem humores, amuos, e mau feitio. Este PS é assim como o Benfica: nem quando tem a oportunidade de ganhar um campeonato consegue pensar mais no objcetivo do que nos meios.
Assim sendo, o que resta ao eng. Sócrates? Primeiro, acreditar que o seu Álvaro Magalhães (o dr. Coelho)consegue por ordem no balneário; segundo, seguir em frente de cabeça erguida. Que não tenha medo do tempo, porque não há nada que os ponteiros do relógio não resolvam.
Intervalo na História
O Conselho Europeu acabou como se esperava: nem Constituição, nem orçamentos. Nada de nada. De repente, é como se estivéssemos num intervalo da História.
Ou muito me engano ou vamos ter que esperar longo tempo por uma concretização do caminho europeu. Por cá, todos dizem que foi mau, mas não é assim tão dramático. Ai é mesmo. Não tarda temos o eng. Sócrates a lembrar-se que não havendo fundos, também não há plano tecnológico nenhum. Não tarda, aliás, o eng. Sócrates começará a culpar a Europa por não haver crescimento económico em Portugal. É aí que as coisas pioram.
Ou muito me engano ou isto vai mesmo correr mal.
Ou muito me engano ou vamos ter que esperar longo tempo por uma concretização do caminho europeu. Por cá, todos dizem que foi mau, mas não é assim tão dramático. Ai é mesmo. Não tarda temos o eng. Sócrates a lembrar-se que não havendo fundos, também não há plano tecnológico nenhum. Não tarda, aliás, o eng. Sócrates começará a culpar a Europa por não haver crescimento económico em Portugal. É aí que as coisas pioram.
Ou muito me engano ou isto vai mesmo correr mal.
17 junho 2005
O homem morreu, meninos
O João Pedro e o Luís andam aos tiros por causa de Álvaro Cunhal
Fazem mal. Primeiro porque os dois têm razão: Cunhal foi relevante na oposição a Salazar, foi pior que mau depois disso.
Segundo porque nenhum dos dois tem razão: Cunhal cometeu erros e não fundamental em nada (ler VPV de hoje no Público) e a direita também teve os seus nomes para a história do país, versão século XX.
Por isso, meus amigos, tanta discussão não vale a pena. O homem morreu, lembram-se?
Conclusão de uma amiga minha, em plural magestático e ironia plena: temos pena...
Fazem mal. Primeiro porque os dois têm razão: Cunhal foi relevante na oposição a Salazar, foi pior que mau depois disso.
Segundo porque nenhum dos dois tem razão: Cunhal cometeu erros e não fundamental em nada (ler VPV de hoje no Público) e a direita também teve os seus nomes para a história do país, versão século XX.
Por isso, meus amigos, tanta discussão não vale a pena. O homem morreu, lembram-se?
Conclusão de uma amiga minha, em plural magestático e ironia plena: temos pena...
16 junho 2005
Pode ser que traduzam
Leiam o ensaio do Rui Ramos sobre a Europa, hoje, no suplemento do DE sobre futuro da União Europeia. A tese é que os estados não devem perguntar-se o que a Europa deve fazer por eles, mas o que eles mesmo podem fazer por eles. Pena que Chirac e Schoeder não saibam ler português. Pode ser que traduzam.
13 junho 2005
Cunhal II
Há uma coisa que me irrita solenemente: que a morte de alguém o torne um Santo, aos olhos e às vozes de quem o lembra. Se bem me lembro, quando Spínola morreu, Cunhal foi o único a dizer que a sua memória não lhe trazia nada de positivo.
Em memória de Cunhal - um homem inteligente, culto, genial, até - sigo o seu pensamento
Não partilho a saudade do país, mesmo sabendo o seu contributo para a história de Portugal. Acho que o papel positivo de Cunhal para o nosso país se ficou no dia 25 de Abril de 1974. Só. Por isso, especialmente pelo pós-revolução, Cunhal não me deixa a marca que deixará em muitos, de uma geração anterior à minha.
Já agora, e só para concluir: as pessoas respeitam-se em vida. Não depois da sua morte. Quem cumpre a primeira parte, poderá, em consciência, cumprir mais facilmente a segunda.
Por isso, pelo que foi, pelo que representou, pelo que deixa e pela história que construiu - acima do que me deixa a mim ou ao país - paz à sua alma.
Em memória de Cunhal - um homem inteligente, culto, genial, até - sigo o seu pensamento
Não partilho a saudade do país, mesmo sabendo o seu contributo para a história de Portugal. Acho que o papel positivo de Cunhal para o nosso país se ficou no dia 25 de Abril de 1974. Só. Por isso, especialmente pelo pós-revolução, Cunhal não me deixa a marca que deixará em muitos, de uma geração anterior à minha.
Já agora, e só para concluir: as pessoas respeitam-se em vida. Não depois da sua morte. Quem cumpre a primeira parte, poderá, em consciência, cumprir mais facilmente a segunda.
Por isso, pelo que foi, pelo que representou, pelo que deixa e pela história que construiu - acima do que me deixa a mim ou ao país - paz à sua alma.
Cunhal
A morte de Álvaro Cunhal lembra-me uma frase de João Paulo II, que rezava mais ou menos assim: "Se ele acreditasse em Deus era mais fácil".
O facto é que não é só a esperança que nos mantém vivos. É a história que construímos. E isso também faz a vida mais fácil.
Que Álvaro Cunhal descanse em paz.
O facto é que não é só a esperança que nos mantém vivos. É a história que construímos. E isso também faz a vida mais fácil.
Que Álvaro Cunhal descanse em paz.
12 junho 2005
Para onde vais, Europa?
É a pergunta da semana.
Nas últimas semanas, todas as peguntas foram possíveis:
A Constituição está, ou não, morta? O euro sobrevivirá? O modelo social europeu está em causa? Blair é, ou não, o vencedor da nova UE?
A mera existência de tantas questões prova-nos que, afinal, o 'não' serviu para alguma coisa. Aguarda-se só uma última questão: A UE sobrevivirá a esta democracia?
Nas últimas semanas, todas as peguntas foram possíveis:
A Constituição está, ou não, morta? O euro sobrevivirá? O modelo social europeu está em causa? Blair é, ou não, o vencedor da nova UE?
A mera existência de tantas questões prova-nos que, afinal, o 'não' serviu para alguma coisa. Aguarda-se só uma última questão: A UE sobrevivirá a esta democracia?
08 junho 2005
Coisas verdadeiramente importantes
"Não me revejo nem me identifico com as pessoas que neste
momento gerem o futebol do Sporting, quer em termos directivos, quer
técnicos", referiu Pedro Barbosa, em declarações publicadas no sítio oficial
dos "leões".
Da Lusa de hoje.
Abraços aos amigos.
momento gerem o futebol do Sporting, quer em termos directivos, quer
técnicos", referiu Pedro Barbosa, em declarações publicadas no sítio oficial
dos "leões".
Da Lusa de hoje.
Abraços aos amigos.
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