Certo. Faltava esta frase: "O medo do veto de Cavaco é uma das justificações".
"Don't take it personaly", cara f.. É só a opinião de quem a lê sempre com atenção e com consideração. O inverso será sempre aceite com a mesma atitude - porque o jornalismo, especialmente o sério, precisa da auto-crítica para crescer.
Quanto à opinião implícita, quem sou eu para ensinar a missa ao padre - salvo seja.
Considerações,
David
17 maio 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
caríssimo david, a dúvida não era retórica. queria mesmo saber a que opinião se referia. que as tenho, sei muito bem eu e toda a gente parece também saber, até porque não costumo escondê-las. no caso vertente, porém, apetecia-me saber a que se refere. é que me parece que aquilo a que chama opinião eu chamo interpretação (óbvia) de uma orientação assumida. mas pode ser também um simples desentendimento -- aquilo a que se costuma chamar uma falha de comunicação. (faltava também emendar monoparentalidade -- o que está em causa é a afirmação da norma ideal biparental, por supuesto). e prontoS
Hi again,
O que eu quero dizer é simples: ninguém que seja tradicionalista, conservador ou, simplesmente, 'centralista', remataria a entrada do texto desta forma: "Descreta-se, assim, o ideal da família monoparental e heterossexual, relegando as mães solteiras para os 'acasos da vida'".
A primeira parte da frase, quando a li, pareceu-me cheia de ironia. A segunda, ao que chama 'acasos da vida', eu chamo a vida como a temos. Não é, portanto, decreta-se. É o que hoje existe. Daí eu achar que, nessa frase, está implícita a sua opinião.
Agora, admito um ponto: a minha leitura pode estar condicionada por me ter habituado a lê-la (nomeadamente no Glória Fácil).
Só tenho a elogiar,aliás, os jornalistas que fazem as suas notícias (esta em causa era mais que isso, dava uma bela manchete), mas que não temem tornar públicas as suas opiniões sobre tudo. Nada mais.
E prontoS
admito a ironia. mas parece-me que não posso considerá-la minha, neste caso: é mesmo de quem está a cozinhar a lei. quando digo que se decreta o ideal da família BIparental e heterossexual é porque é exactamente o caso: qualquer dos defensores desta redacção da lei a defende ancorando-se nesse ideal. quando digo que se relegam as mães solteiras para os 'acasos da vida' estou mais uma vez a repetir os argumentos de quem defende que, apesar de haver para aí mães solteiras ao pontapé, isso corresponde a 'coisas q acontecem' (que, portanto, não se podem evitar -- porque se se pudessem evitar...) mas outra coisa muito diferente é 'decretar' que isso pode acontecer por 'fria deliberação'.porque a lei tem de defender o enquadramento julgado 'ideal' do nascimento de uma criança, blá-blá, blá-blá, e isso pressupõe um pai e uma mãe, blá-blá, blá-blá.ouvi isto vezes sem conta durante as discussões entre 'especialistas'de bioética sobre pma.
claro que a expressão 'relegar para os acasos da vida' tem outras leituras, que foram também por mim tidas em conta: significa que uma mulher só que queira engravidar e não tenha 'parceiro' terá de fazer aquilo a que mariano gago chama 'roleta sexual' (isto se for fértil, claro; se não for, tem mesmo de ir a uma clínica estrangeira, por exemplo espanhola).
para concluir: é óbvio que tenho opinião sobre o assunto (toda a gente terá); toda a gente sabe qual é; não tenho problemas em escrever sobre os assuntos sobre os quais tenho opinião (são quase todos, sou muito opinativa); não tenho problemas em assumir que tudo o que escrevo (como tudo o que qualquer pessoa escreve) tem uma perspectiva e que no meu caso isso pode, frequentemente, ser muito claro. como vê, estamos de acordo. sucede que não me parece que o exemplo que escolheu seja particularmente expressivo, pelos motidos aduzidos. e prontoS, mesmo. (é possível que eu esteja um pouco sensível a este assunto, também. é uma explicação. a outra é que tenho grandes dificuldades em resistir a replicar. sou uma replicante, com a devida vénia ao blade runner)
Minha cara,
por motivos que não interessam, só agora vi a sua réplica. Só tenho a acrescentar que nada acrescento. Gostei da discussão. Um dia, espero que breve, continuaremos por outros motivos. É que eu também sou um replicante. E também tenho o terrível hábito de ter opinião sobre quase tudo.
Muito gosto,
David
(e prontoS)
Enviar um comentário