Quando Guterres tentou reduzir a taxa de alcoolemia de 0,5 para 0,2 veio ao de cima o poder do lobby do álcool. Produtores, comerciantes e empresários da noite protestaram, berraram, manifestaram-se e, em apenas dois meses, passámos de 85 para 45 por cento de apoiantes da iniciativa (os números pertencem a um conjunto de estudos desenvolvidos por Jorge Sá). Agora, numa manchete, o Governo faz um ultimato e declara guerra ao lobby. Ou pagam mais campanhas contra o drink and drive ou verão o que vos acontece! Não se espera de um Governo maioritário diálogo em demasia, mas a arrogância pode revelar-se escorregadia. Na política tal como nas estradas, os excessos pagam-se caro. Por vezes, a preço de ouro.
3 comentários:
Todos os excessos são condenáveis. Mas, não me diga que preferia que o Governo pedisse, atento e subserviente, ao lobby, o especial favor de ajudar nesta matéria.
Realmente: se o Governo tem a coragem de tentar declarar guerra ao lobby do alcóol, é arrogante. Se nada faz (era muito mais cómodo, não era?) é porque se escuda na sua maioria e deixa o tempo passar.
Pelo menos, até agora, o Governo está a tentar. Neste, como noutros assuntos. E dizer mal só por dizer, não é nada.
Creia-me, respeitosamente,
RuiBaptista
Concordo. Todos são condenáveis, incluindo o da arrogância. Não a sua, mas a de um governante que escolhe uma primeira página de um diário para enviar um recado a um sector da economia. Pior, não sei se teve oportunidade de ouvir o senhor secretário de estado, mas desde esta manhã que vem dizer que afnal não se trata de comprar uma guerra com o sector do alcool, e tal, e que AFINAL "todas as questões relacionadas com a alteração ao Código da Estrada só estarão em ponderação no final deste ano e, portanto, qualquer antecipação relativamente a essas alterações serão prematuras". Incluindo a sua, presume-se.
Taxa 0%. Acabavam as confusões e as negociatas.
Enviar um comentário