Há um ano, nem isso, a Europa assistia excitadíssima às eleições nos EUA. Bush era um perigo, Kerry a salvação. A esquerda europeia andava tão preocupada com o fim do mundo que aí vinha (lembra-se, dr. Soares?) que perguntava, insistentemente, porque não podia votar naquelas eleições. Lembro-me, aliás, de uma discussão acesa com o Paulo Baldaia, nas três linhas que ele escreveu na blogosfera.
O que é interessante observar é que, dessa mesma esquerda (não é dr. Soares?) não se ouve ninguém, agora, a pedir por favor, para votar também na Alemanha onde se joga muito mais do nosso futuro do que acontecia, há um ano, do outro lado do Atlântico. Por lá, como se lembram, Bush venceu de novo - e o mundo ainda não acabou, a economia continua a florescer (apesar dos pesares) e a oposição democrata continua à procura de rumo. Por lá, o que aconteceu foi um furacão, mas de causas naturais, um furacão que a nossa esquerda tenta usar para mostrar à saciedade que, afinal, tinha razão.
Pois, meus amigos, do lado de cá do continente, no próximo domingo, os alemães vão decidir o que querem do seu futuro. Escolhem entre Schröder e Merkel, num país onde qualquer dos dois lados da barricada já percebeu que o único caminho é o de refazer o modelo social europeu. E eu sempre gostava de saber o que é que a nossa esquerda modernaça (não é dr. Soares?) pensa sobre o assunto. Isso gostava.
16 setembro 2005
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4 comentários:
Até me assusto quando certa direita fala e se preocupa com a reformulação do sistema social europeu!!!~
Arre que já chateia.
O que aconteceu com a vitória do Bush não foi só um furacão!
Foi um país em guerra por muitos e longos anos (Iraque), e uma desconfiança mútua crescente entre muçulmanos e ocidentais.
É também o não cumprimento de qualquer regra ambiental, em nome do "progresso", que se irá fazer sentir no futuro do planeta.
And so on, and so on...
«O que aconteceu com a vitória do Bush não foi só um furacão!
Foi um país em guerra por muitos e longos anos (Iraque), e uma desconfiança mútua crescente entre muçulmanos e ocidentais.»
É preciso uma certa "torção mental" para poder fazer-se uma afirmação destas.
Portanto: Estão-se mesmo todos a ca*ar para a Alemanha, não é?! Basta um falar nos américas e a conversa segue por ai... Pelo amor de Deus!
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