Publiquei esta nota no DE de hoje, mas não resisto a transcrever. Até porque o tempo, nestes dias, não tem sido muito e eu quero que saibam o que vou fazendo. Ok? Aqui fica, com um abraço.
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Santana Lopes voltou ao pequeno ecrã para dizer de Cavaco Silva o que o próprio Cavaco nunca disse dele. Queixou-se que não teve a sua ajuda, alertou para uma tendência presidencialista, disse até que grande parte da vantagem de Cavaco nas sondagens se deve à divisão da esquerda.
Logo, logo, Mário Soares (como poderia resistir?) veio tentar capitalizar: “Não ouvi essa entrevista, mas parece que ele [Santana Lopes]
foi muito claro sobre tudo. Espero que muitas pessoas tenham visto essa entrevista”.
Já antes Soares tinha usado Santana Lopes (e Paulo Portas) para atacar Cavaco, dizendo que nem todo o PSD e nem todo o CDS apoiavam o candidato da direita.
Em ambas as ocasiões, mesmo sem o perceber, Soares deu um bom empurrão à candidatura do seu adversário. Porquê? Porque é difícil esquecer o que o próprio Soares disse, ainda não fez um ano, sobre Santana Lopes e Paulo Portas. De demónios para cima, não houve adjectivo que não usasse. Agora, servem-lhe de argumento para, imagine-se, fragilizar o adversário.
A pergunta que se deve fazer a Soares e a Cavaco é esta: “O senhor doutor quer o voto de Santana Lopes?”. Aposto que, de consciência, a resposta dos dois seria coincidente: “Não, muito obrigado”. Pelo menos tendo em conta o que os dois já disseram do ex-primeiro-ministro.
Fosse a política feita de honestidade, Cavaco só teria de agradecer a Santana Lopes o que ele ontem disse. E Soares, deixar passar a caravana. Afinal, foi ao contrário.
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12 janeiro 2006
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1 comentário:
David, obrigado por concordares com a minha opinião. O mautempo já se tinha antecipado ao DE. E ao Insubmisso...
(ler "O sonho de qualquer spin doctor")
Abraço provocatório,
FTA
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