Lá pelo início dos idos anos 80, apareceu uma música com este nome. Foi um verdadeiro hit, o Latin’ America. E fazia sentido: Portugal vivia na ressaca de uma revolução, ainda sob variados comandos militares. A música, essa música, apontava precisamente o espírito que se vivia na época. Era a América Latina, no seu melhor. E muito, muito mesmo, o triste país ainda teve que passar.
Tudo isto, porém, era tido como normal. Daí para cá, Portugal cresceu, normalizou a sua vida. Manteve muitos defeitos, é certo, mas juntou-se à Europa no espaço e no espírito. Até aqui.
Hoje, o país recupera, tristemente, o que de pior a música nos recorda. Ouvimos, décadas depois, o mesmo Latin’ América. E, surpresa das surpresas, parecemos de volta ao mesmo espaço, ao mesmo tempo. Numa frase apenas: quem olhe para Portugal de fora não percebe. Acho mesmo que quem olhe Portugal de dentro também não. Eu não.
05 dezembro 2004
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