27 outubro 2005

A febre das sondagens começou e dizem-nos o óbvio

Ele é Correio da Manhã, ele é DN. Começaram a surgir números. Como era de esperar Sócrates desilude os portugueses e Cavaco vence as eleições. So what?

O que eu gostava no campo das sondagens, era algo mais exploratório: o porquê destas opiniões?

Isto porque de uma perspectiva moral eu consideraria muito positiva esta desilusão com Sócrates se ela estivesse ancorada num verdadeiro afrontamento dos problemas que Portugal enfrenta. E aí eu saudaria Sócrates.

O mesmo raciocínio para as presidenciais. Cavaco ganha porquê? Porque tem as melhores propostas e o melhor posicionamento ou porque todos os outros não as têm?

O que era interessante é que os leitores de jornais e espectadores de televisão pudessem ter à sua disposição informação política em profundidade que o ajudasse a reflectir, e já agora que essa informação fosse tratada de forma inteligente e consumível. (e isto não é um desafio impossível).

A qualidade da democracia sairia melhorada pelo incremento de qualidade do jornalismo político e por uma visão de longo prazo dos actores políticos... mesmo considerando que Portugal tem as taxas de leitura mais reduzidas da UE.

Esta dominação do positivismo e do efémero na análise do político redunda num simplismo redutor que alimenta por epifenómenos o adiamento da resolução dos problemas do sistema político e do modo de vida da nossa comunidade política.

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