(seguindo o comentário do Martim, no Mau Tempo, e os posts do Francisco e Medeiros Ferreira - este último no seu Bicho Carpinteiro)
Queixa-se Medeiros Ferreira que a comunicação social anda "torcida", ou "retorcida" contra Mário Soares, abrindo caminho à eleição de Cavaco Silva para Belém. O dr. Medeiros Ferreira que me desculpe a honestidade, mas tendo em conta o que ontem se disse na dita reunião e o que se passou, em Portugal e no Mundo, no mesmo dia, o que queria que fizesse a comunicação social ao dr. Soares? Veja bem o que se disse ontem de importante "para o país", dr. Medeiros Ferreira. E agora diga lá se vê alguma coisa mais importante do que o Orçamento de Estado, a gripe das aves ou, tendo em conta o interesse de quem vê, a situação no Sporting.
Dito isto, tenho de confessar que percebo as dúvidas levantadas. Concordo que o ambiente político é, neste momento, favorável a Cavaco Silva. Mas, se repararem, é bastante mais favorável hoje do que era há dois meses, quando Mário Soares se apresentou na mesma corrida. Assim sendo, deixo duas perguntinhas curtas:
1. Será que a divisão à esquerda e no próprio PS, a proximidade ao PS e ao Governo, o próprio apoio do Governo a Soares, a mensagem política do candidato, têm ajudado a dinamizar o espaço político de Mário Soares?
2. Será que a esquerda só aponta críticas aos jornalistas quando estes abrem caminho à direita, silenciando-se quando os mesmos jornalistas o fazem à esquerda?
É tudo uma questão de perspectiva. Hoje e até aqui, o silêncio de Cavaco Silva tem valido mais do que a presença de Mário Soares. Como o silêncio de José Sócrates, nos primeiros meses de Governo, lhe valeram mais do que o esforço de "comunicação" feito desde então.
Veremos o que acontece quando o silêncio acabar. Mas o meu critério é o mesmo.
18 outubro 2005
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