O debate Soares/Jerónimo, para mim, foi quase um empate - mas daqueles empates que serviriam os dois candidatos. Porquê? Porque se marcaram diferenças, o que pode a única maneira de (ainda) mobilizar o eleitorado à esquerda.
Depois, quase empate porque houve pontos para os dois lados. Soares foi ele próprio quando lembrou o apoio do PCP à sua candidatura em 1986, "num congresso em oito dias". Já Jerónimo, cumpriu o seu principal objectivo ao encostar Soares às políticas do Governo.
Mas há um ponto a mais que vale para Soares: é que as teses "marxistas" de Jerónimo o fazem parecer um moderado à esquerda (que já não é). E isso reaproxima-o do centro, onde se podem ganhar eleições.
Já agora,
Ponto positivo: Cavaco foi ignorado.
Ponto polémico: Mário Soares queixou-se do modelo do debate. Jerónimo não. O debate, tal como está, não é perfeito. Mas a verdade é que as regras são iguais para todos. As críticas de Soares fazem-me lembrar o que se disse sobre o campo de futebol onde o F.C.Porto não conseguiu vencer, esta terça-feira. Era mau, sim senhor, mas era tão mau para uns como para outros. É tudo uma questão de adaptação ao terreno (e, já agora, de não usar o Diego num campo onde este não sabe jogar). Aconselhava Mário Soares, com a reverência merecida, a fazer o mesmo: escolha as armas certas e jogue no mesmo terreno que os adversários. É seguramente mais difícil, porque obriga a uma preparação mais cuidada, mas também pode ser mais civilizado (sim) e ainda assim igualmente esclarecedor (como hoje foi prova).
08 dezembro 2005
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