...quanto ao debate propriamente dito: Francisco Louçã preparou-se bem, encostou Cavaco Silva à justificação do passado. Teve aí a sua vitória pessoal.
Já o ex-primeiro-ministro, pareceu-me pouco à-vontade face às provocações de Louçã. E só me pareceu bem quando começou a responder à letra. Teve um lapso (não conhecer o último relatório sobre sustentabilidade da Segurança Social), foi apanhado em falso (Louçã esteve bem quando lhe anotou que 'isso de sugerir alterações legislativas só serve à primeira - depois de a proposta ser recusada não poderá ser repetida'). E também não esteve bem na resposta sobre a Casa Pia.
Ok. Dito isto, estamos a falar de pormenores - que fique bem claro. No que realmente interessa, Cavaco Silva mostrou que é um candidato com objectivos, com estratégia e com mensagem (aguardando-se pelo debate a sério, com Mário Soares, para saber se é o único). Quanto a Louçã, insiste em achar-se dono da verdade absoluta, persiste naquela coisa dos "olhos nos olhos". A sua suposta superioridade moral pode ser uma boa estratégia para conquistar votos à esquerda, mas não tira um único voto a Cavaco Silva. E claro, nunca lhe dará uma vitória.
10 dezembro 2005
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1 comentário:
Falta a referência à resposta do Prof. Cavaco Silva à pergunta sobre a lei da nacionalidade.
Ao agitar o espectro da invasão de Portugal por 10 milhões de imigrantes (como observou Francisco Louçã) Cavaco Silva mostrou a sua incapacidade para gerir com bom senso e equilíbrio aquilo que extravasa a sua presumível area de competência (a economia). Ao invocar um pseudo-problema ignorou o problema real - as centenas ou milhares de jovens que nascidos em Portugal não têm nacionalidade.
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