23 março 2006

Direito à indignação

Há muito que decidi deixar de acompanhar o futebol indígena e dedicar-me a ligas mais civilizadas e competentes, como a inglesa ou a italiana. Isto apesar de continuar a adquirir o meu bilhete de época para Alvalade com a mesma religiosidade com que pago os impostos. Mesmo sabendo que só compareço a dois ou três jogos e para dizer mal do treinador.

Ontem provou-se, uma vez mais, que abrir excepções a regras dá mau resultado. Aceitei o amável convite de um companheiro de blog – e grande sportinguista – para ver a meia-final da Taça de Portugal com o FCP. E, como era de esperar, acabei o dia irritado. Foi como uma bela viagem no tempo... Não há europeus, vitórias em competições europeias que nos valham. Isto continua a mesma choldra.

Não me irritou a derrota do Sporting – isso apenas provoca tristeza –, fiquei sim irado com mais um roubo de igreja como nos bons velhos tempos. Penalti no Dragão contra o FCP não existe – nova adenda às regras do jogo –, fora-de-jogo no ataque do Porto jamais que o bandeirinha é zarolho e, para quem não sabe, a UEFA e a FIFA emitiram uma nova ordem que obriga a expulsões da equipa adversária do FCP até este conseguir empatar uma eliminatória. Vá lá que o avançado sul-africano do FCP marcou o golo do empate, caso contrário um senhor que andou pelo relvado trajado de amarelo, mas que devia estar de azul e branco, teria que ele próprio meter a bola dentro da baliza de apito na boca.

De facto, Portugal é um belo país conservador. Há coisas que nunca mudam, com ou sem Plano Tecnológico.

Hoje estava a tomar um belo pequeno-almoço e a ler as crónicas sobre o jogo nos jornais ditos de referência e fiquei com azia. Esperava eu, como acontece, por exemplo, em Espanha, que, depois dos erros de ontem, o sr. que anda de apito na boca estivesse a ser crucificado pelos jornalistas ditos especialistas na matéria. Santa ingenuidade a minha. Já me esquecia que isto é o país dos brandos costumes.
O DN consegue publicar um naco de prosa sem uma única referência ao árbitro, que apenas condicionou o resultado final. Em grande! E no Público, valha o rigor, há uma singela referência no último terço do texto a um aparente penalti. É o jornalismo positivo no seu melhor. Tudo se resumiu à defesa do Vítor Baía. Ou então, os srs. jornalistas viram outro jogo, provavelmente na playstation onde o árbitro nunca se engana.

Posto isto. Deixo aqui os parabéns e votos de felicidades na Taça de Portugal para o FCP do meu amigo Paulo Baldaia. E peço desculpas a todos por estes longos desabafos matinais. Mas hoje tive que exercer o direito à indignação. Felizmente no fim-de-semana há Sport TV, Chelsea, Arsenal, Inter, Milan...

5 comentários:

Anónimo disse...

SEM TIRAR NEM PÔR.
Assino por baixo de toda a indignação e azia sentida!!

MBA disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
MBA disse...

Só uma nota humorística de quem nem sequer viu o jogo, mas pelo resumo perceb-se a roubalheira:

1. Não precisas da Sport TV para ver jogos de classe. Podes ver o Benfica na Liga dos Campeões já prá semana (e, já agora, recomendo que visitem este site para verem o que nos espera, a nós benfiquistas).
http://www.wimp.com/rolandinhobest/

Anónimo disse...

Eu, portista assumido, confirmo que houve um penalti no Porto-Sporting. Foi um enconsto nas costas do MacCarthy dentro da área do Sporting.
Podíamos ter ganho sem necessidade de ir a prolongamento e penaltis. Deu para provar que o Baía é o melhor guarda-redes do mundo.

Imperial disse...

bilhete de época todos os anos, mas para nao ir à bola

ir à bola para dizer mal do treinador

Penalti no Dragão contra o FCP não existe – fora de jogo tambem nao

estamos na mesma em relação ao passado"

jogos de Itália/inglaterra é que são bons


banalidades e tiques de snob: postada sem qualidade para OINSUBMISSO.