Que José Sócrates é um primeiro-ministro em condições parece quase unânime. Acho cedo para dar um ok, mas o próprio reconhece que o tempo para julgamentos políticos ainda vem longe.
Daqui até 2009, só um factor condicionará o futuro deste Governo: a economia. Não há volta a dar ao facto: quando a economia teima em não crescer, não há maioria que resista. E é precisamente esse o maior problema de Sócrates (hoje e sempre): precisa de estimular a confiança, e daí que desate a promover investimentos, a anunciar uma retoma, a falar no regresso dessa mesma confiança. Ainda ontem o fez.
Ao mesmo tempo, como tem consciência de que os tempos são difíceis e que muito falta fazer para por o país nos eixos, Sócrates tem que manter outro discurso, aquele do Expresso de há uma semana, onde dizia que o mais difícil estava por vir. Lembram-se?
Pois é. Sócrates tem mostrado ser um bom chefe de Governo, mas a dualidade do seu discurso económico mostra que nem tudo são rosas na maioria socialista. Vêm tempos difíceis à frente. E, como dizia hoje César das Neves no DN, o Governo nada pode fazer contra o mau tempo – como nada pode fazer pelo crescimento da economia.
13 março 2006
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