Apesar de todas as garantias de independência na gestão e custódia da anunciada base de dados genética dos portugueses, encontramo-nos à beira da maior afronta à liberdade individual e à vida privada de que há memória em Portugal.
Permitam-me que deixe no ar a ideia de que se tal tipo de informação tivesse sido apanhada por um qualquer ditador ou "click autoritária" os genocídios e assassinatos selectivos de segmentos "não prioritários" da população teriam sido altamente facilitados.
Recordo que por força da preservação dos dados individuais, património inalienável de qualquer um de nós, os Ingleses não têm bilhete de identidade; consideram que o facto de deixar a impressão digital, altura, e outros dados fisicos num fucheiro central é uma afronta à identidade e individualidade de cada um dos cidadãos, não podendo ninguém ter conhecimento, se o próprio não entender, desses dados. Nos Estados Unidos da América passa-se a mesma coisa.
Aqui, aparentemente, ninguém se movimenta contra esta afronta. Porque razão é que Eu, Antonio Mira, numa era em que a investigação científica já nos conduziu a processos de terapia genética, deverei deixar, à mercê de qualquer um , a informação sobre as qualificações e qualidades dos meus genes????????
Será que ninguém vê onde isto nos pode conduzir?
29 março 2005
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2 comentários:
Se o meu amigo quer saber, muito sinceramente penso que não leverá a lado nenhum. Nem percebo o porquê de tanta preocupação sobre esta matéria. É bastante óbvio que não passa de uma manobra de charme para justificar a modernização de um país em que um boa percentagem da população nem sabe o que é um computador. Por isso está tudo bem. Pode dormir em paz porque o plano maquiavélico sub-entendido nas suas entrelinhas não faz qualquer sentido neste país. É que não sei se o meu amigo sabe, mas essas coisas dão muito trabalho e pouco dinheiro. Ora tratando-se de Portugal, faça o amigo as contas.
Para os poucos que lerem este comentário quero que fiquem esclarecidos que este tipode análise genética é completamente inócua.
Será como identificar as pessoas pelo nº de cabelos no couro cabeludo, não rouba nada a ninguém (só se acharem que esse nº revela solta a alma da pessoa) e só poderá ser revelado se se comparar uma amostra com a base de dados.
Ou seja, mais facilmente se identifica a pessoa pelo BI que pelo traço génico, porém os criminosos habitualmente não deixam uma foto sua ao lado da vítima dá a necessidade de um auxiliar identificativo.
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