Por alguma razão o PS tentou referendar a IVG já em Junho. Meteu-se numa confusão tal que já não há Junho para ninguém. Criou expectativas para nada e reverteu, pelo meio, as prioridades indicadas pelo próprio chefe de Governo.
Agora, ficará lá para 2006 - se mais surpresas não aparecerem. Foi uma precipitação que indicia um mau sinal: vai ser difícil, mais do que se esperava, a relação PS/Governo/Parlamento. Imaginem se for eleito um PR à direita.
Outro referendo provável é do europeu. Lá vai mais uma polémica, com a fileira anti-constituição a mostrar algumas surpresas. A consulta pode calhar em simultâneo com as autárquicas, o que só ajuda à tese que não se vai discutir nada. E a falta de esclarecimento é o maior incentivador do "não", como se prova pela Europa.
Falando em Europa, um último caso referendário: em França, o não está cada vez mais próximo de ser uma realidade. Chirac, nem se vê. Raffarin, é melhor nem se ver. As consequências para a Europa serão enormes - para não falar no próprio Governo francês. É mais um problema.
Já não bastava a Europa não estar preparada para reformas, agora tem que levar com a deriva referendária. Assim, a Agenda de Lisboa está cada vez próxima de uma Agenda de Marte. Só quando o Homem chegar lá é que os objectivos são cumpridos.
31 março 2005
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