21 maio 2005

Sugestões de leitura para passar a tormenta

Como há dias em que não apetece mais nada, aqui ficam duas ou três ideias para passar um processo de tormenta. Seja um défice a sete por cento, duas derrotas consecutivas em dois jogos consecutivos, ou simplesmente um problema do destino ou da falta dele. Aqui ficam, para quem quiser.


1. Começo com Eça de Queiroz, até porque, por alguma estranha razão, tenho tido várias conversas que o chamam à memória. Seja como for, resolvi reler "Os Maias" na minha última viagem ao Brasil. Se não for por mais nada, que seja só pelo Ega, ou só pelo Gouvarinho. Este último podia bem dar-nos umas lições de como suportar este país, isso sim.

2. Ainda pelo Brasil (tinha prometido contar isto), resolvi comprar qualquer coisa de verdadeiramente desconhecido. Lá por Ipanema queriam dar-me livros do Caetano e do Chico Buarque. Pois bem, comprei Bernardo Carvalho, um tipo que - vim a descobrir - é mais conhecido por cá do que imaginei. Li, com a devoção de uma descoberta, os "Onze", um caso curioso de derivas e cruzamentos como os que muitas vezes nos fazem parar à procura do destino. O J.P.H., sempre com a expressão certa na altura certa, diria: Só tenho um adjectivo: gostei." Eu também.

3. "Longe de Manaus", de Francisco José Viegas. Confesso que ainda não li o novo Aviz, mas tenho-o na mira para os próximos tempos. Para quem conhece o Francisco, para quem conhece o que ele escreve, este novo companheiro de viagem não pode falhar. Muito menos quando corre pelo mundo, através das letras de quem conhece o mundo.

X. Como ler é das coisas mais bonitas e mais reservadas do mundo, o destino levou-me até um novo livro que nunca me passaria pela cabeça começar a ler. Pois começei, pelos mesmos acasos que o Bernardo Ribeiro descreve com tanto a propósito. Ainda não sei como acaba, se acaba, se não. Esse será o meu livro para passar a tormenta, sem saber para onde me leva. Aconselho-vos que descubram um vosso


Grandes abraços e bom fim-de-semana,

1 comentário:

Anónimo disse...

"As pessoas deviam ter mais doque uma vida ou, pelo menos, uma que pudesse também andar para trás de vez em quando (...) Mas estarei sossegado, senão feliz, no dia em que os dias se esgotarem? Se só sabendo o fim é que se sabe a história".