02 março 2005

“Coçadores de Tomates” (ou “O Lastro que Afunda o Barco”)

Existem por todo o lado. Das micro às macro estruturas eles estão sempre lá. Tomando como exemplo conceptual a ideia do nosso velho amigo de que podíamos ser uma jangada de pedra, seria o lastro que mais cedo ou mais tarde nos levaria ao fundo do mar, arrastando com ele toda a tripulação que se esforça para manter a mesma jangada à tona de água.

Já tive contacto com alguns e ouvi histórias de outros tantos. Sim, falo deles, de vós ó miseráveis coçadores de tomates que povoam as empresas, os governos as câmaras municipais ou qualquer outra estrutura (des)oraginazada em Portugal. São pessoas (estou a ser simpático em não classificá-los meramente como filhos da puta) que algures no tempo asseguraram um lugar ao sol, digo um farto ordenado muito acima da média e que a dada altura das suas vidas resolveram não fazer mais a ponta de um corno.

Assisti recentemente a um caso numa empresa onde trabalhei em que foram despedidos cinco funcionários numa estratégia de contenção de despesas. Cada um desses miseráveis (no entanto honrados, pois faziam render mais do dobro de cada cêntimo que lhe era pago) ganhava pouco mais de quinhentos euros por mês. No entanto três outros elementos foram poupados, sendo que cada um ganha à volta de três mil (!!!) euros por mês, desempenhando funções tecnicamente extintas pela mesma empresa há mais de um ano. No fundo o seu trabalho consistia em roçar o cu numas cadeiras com umas folhas A4 numa mão e uma caneta bic na outra. No fim do dia parece que quanto mais cadeiras tivessem sido aquecidas pelos seus cus e mais folhas A4 fossem passeadas pelos corredores, mais justificavam os brilhantes ordenados.

Exímios na arte da graxa, provavelmente alguns na do broche, têm como grande vantagem inata a fabulosa capacidade de dissimular o seu dolce fare niente, tornando-o facilmente invisível devido à grande incompetência com que são dirigidas as estruturas ou “barcos” que refiro desde o início. É-lhes muito fácil perceber quem são os otários que os rodeiam e manipulá-los directa ou indirectamente a seu favor. São uns queridos para a chefia (embora muita da chefia faça parte do clube, o que facilita as coisas) e normalmente uns cabrões inqualificáveis para aqueles que lhes ficam por baixo. Mais tarde ou mais cedo, adquirem uma postura de arrogantes donos do mundo, que é evidente quer na estrada, onde conduzem ferozmente os seus bólides com combustível financiado pela empresa, quer num restaurante, onde descem pelo lado boçal das atitudes noveau riche ou ainda nas discotecas, onde partem do principio que as mulheres são todas umas putas e conseguem sentir o cheiro das suas gordas contas bancárias.

É a todos eles (e elas, mas torna-se muito complicado classificá-las porque não têm tomates e isso deixa-me louco de raiva porque não sei o que lhes hei-de chamar) que dedico este texto, sendo que para mim, o que se devia fazer era cortar-lhes os tomates em cima de uns palanques na Praça do Comércio e vende-los aos espanhóis ou quaisquer outros grandes exportadores de carne do porco pelo preço que os mesmos custaram ao nosso país.

E atenção, isto sou eu só a aquecer!

Anarcatólico.

4 comentários:

Anónimo disse...

Teria sido um bom aquecimento, não fosse de lamentar o tom demasiadamente brejeiro!
A ordinarice explicita sobrepõe-se à crítica de fundo e o Post perde a piada.
Mas se o principal objectivo é obter reacções..."dou a mão à palmatória"!!

Anónimo disse...

Gostei imenso!
Parabéns. A este texto junto outro que li agorinha no www.bloqueados.blogspot.com, sobre comportamentos sociais dos Portugas. Vais gostar.
Um abraço
Ananás

António João Ferrão disse...

Gostei e vou referenciar este post no meu blog.

http://ajferrao.blogspot.com/

Cumprimentos

António Ferrão

Anónimo disse...

agardeço a dedicatória q é feita à minha pessoa neste texto, porém n quero deixar de dizer ao anarcatolico q as suas crónicas entretém micólitos como eu e como o resto dos coçadores (das tais micoses estratégicamente mal colocadas) q n têm nada p fazer na hora de expediente p alem de ler estes blogs pseudoculturais em q alguma vez aparece um texto intelingente e sem presunções p alem d um fodido q ganha mal a vida e que pretende vir coçá-los na minha cadeira... pois meu amigo esta cadeira é minha, trabalhei mto p tê-la... sobretudo o meu pai q m meteu aqui com uma cuna descumunal q ficou a dever ao meu chefe um almoço.. pois isso n é fácil!
mais... e estas gajas q n sabem teclar... enqto espero pelas respostas delas, consigo ir tirar uma fotocópia e às vezes mandar um fax! claro q ganho bem a vida. o rei tb n precisou de trabalhar p s sentar no trono, poi não?
vá anarcatólico,n queiras ser como eu, q assim ninguem lê o q tu escreves!
pedro santana lopes, candidato a papa!