15 novembro 2005

Actos de fé (II)

1. O JPH diz que admiti "a contragosto" que a entrevista de Cavaco foi má; O FTA critica-me por ter dito pouco; Já o Pedro Adão e Silva garante que, sendo eu "insuspeito", fui duro com o professor. Feita a média, acho que sim e que não. Mas agradeço a publicidade - hoje estivémos quase ao nível do Mau Tempo e do Glória Fácil. É caso para dizer que Cavaco vale mais audiências que Soares.

2. Para encerrar polémica, o que me parece (a esta distância) é que a estratégia do silencio de Cavaco Silva é muito arriscada. É certo que Sócrates a usou, conseguindo uma maioria absoluta. Mas também é verdade que nem tudo é igual:

a) Sócrates,para ganhar a dita maioria, só precisava de 44% dos votos; Cavaco precisa de 50,1%.

b) Sócrates contava com uma maioria sociológica de esquerda; Cavaco sabe que essa, em dúvida, estará do outro lado;

c) Mais importante que tudo: Sócrates tinha como adversário Santana Lopes, de que todos tinham memória bem presente e bem recente; Cavaco tem do outro lado Mário Soares, que pode estar deslocado mas não é, certamente, apontado como um perigo para ninguém.


O silêncio do professor pode ser bem confortável. E até mesmo ser suficiente para ganhar (assim a esquerda continue a cometer os erros das últimas semanas). Mas seguramente não é garantia de vitória.

1 comentário:

FTA disse...

Boa posta