(post dedicado ao amigo Luís Rosa)
O parlamento espanhol decidiu avançar com a revisão do estatuto da Catalunha. Para o povo lusitano, é a melhor notícia dos últimos tempos – e não o regresso da chuva (e das inundações). O que está em cima da mesa é de tal ordem relevante que poderá ser o princípio do fim do Estado espanhol. Recomendo a leitura do Público de hoje e dos sete pontos da proposta catalã. Resumindo, caso a proposta seja aprovada como está, a Catalunha passará a ser uma verdadeira Nação, com poderes totais em domínios como a justiça, a cobrança de impostos e outras questões importantes em termos administrativos. E a aprovação da proposta catalã é uma hipótese cada vez mais provável, já que para tal é apenas necessária uma maioria absoluta e não de dois terços.
Confesso a minha ignorância sobre as tácticas da política espanhola. E, portanto, não sei se Zapatero não percebe o alcance do seu apoio à proposta vinda da Catalunha e não compreende que está a abrir uma caixa de Pandora que levará ao fim de Espanha – como poderá negar direitos semelhantes a outras regiões como o País Basco, a Galiza ou Navarra – ou se está a ser míope, querendo apenas garantir o futuro próximo do seu Executivo. Afinal está refém da Esquerda Republicana da Catalunha nas Cortes de Madrid. O futuro responderá à minha questão.
O que sei é que o Sr. Zapatero arrisca-se a merecer uma estátua em Aljubarrota por conseguir sozinho o que Portugal nunca teve coragem para tentar. O líder socialista parece a minhoca que está a roer a maça por dentro. Já vejo um novo problema para Durão Barroso, com um novo processo de alargamento na Europa, com mais uma série de Estados a quererem apoios.
Contudo, este gostinho especial reside apenas na vingança histórica, porque há um aspecto – o fundamental – em que ainda temos muito que trabalhar. Falando de memória sobre as últimas sondagens que vi, Portugal continua a ser menos desenvolvido do que qualquer região espanhola. Mas o primeiro passo para a conquista já foi dado e por eles.
03 novembro 2005
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