24 fevereiro 2006

Do amor e do preconceito


Apesar de tudo, gostei do Brokeback Mountain. Não acho que a realização seja fabulosa, não acho que a fotografia seja genial, a luz deixa muito a desejar e a primeira parte do filme é um pastelão. Mas, apesar de tudo, gostei do filme. As interpretações são boas e o argumento dá para pensar em duas ou três coisas, para além do evidente:

Há mulheres que aguentam casamentos falhados por dependência emocional e/ou financeira.

Há homossexuais homofóbicos, com preconceitos em relação a eles próprios.

Somos todos egoístas. Para quem já viu o filme: colocando-se no papel de Ennis Del Mar quem voltaria a casa dos pais de Jack Twist? A mãe pediu-lhe que regressasse, mas o pai não gostava de Ennis. Mesmo tendo em conta a felicidade da senhora, eu não teria o altruísmo suficiente para lá voltar a pôr os pés, dado o ódio do pai.

Uma comichão: A tradução e legendagem (de Correia Ribeiro) é absolutamente execrável. Desde erros como "amandar" ou "o comer já chegou" até construções frásicas mal feitas, sem pés nem cabeça, sem sujeito a concordar com verbo, a escrita do senhor tradutor dá para tudo. De pôr os cabelos em pé.

4 comentários:

Anónimo disse...

Em que é que se baseia escrever isto? No seu gosto pessoal ou nos conceitos profissionais que tem? Não sou nenhum Fellini mas trabalho em cinema há alguns anos e posso dizer-lhe que técnicamente o filme é muito bom. Poderia explicar-lhe técnicamente porquê mas tornar-se ia um comment demasiado pastelão. Mas se quiser da próxima vez explico-lhe.

Mira disse...

ó raúl, explica lá! Para mim, pastelão era o que eu comia na cantina do colégio onde andei. Eu concordo inteiramente com a BB e lá mais acima (ver post) explico um pouco mais a falta de qualidade que noto no filme. Tecnicamente o filme apresenta falhas incompreensíveis para a reputação de que vem crismado.

bjs BB

BB disse...

Baseio-me única e exclusivamente no meu gosto pessoal. Por isso é que utilizo o verbo "achar".

BB disse...

Apesar de tudo, António, parece-me que gostei mais do filme do que tu. Acho que as interpretações são boas, não acho que a narrativa esteja mal construída e não me parece que se trate apenas de "uma série de clichés", como tu defendes. Mas isso é que é bom: o facto de não gostarmos todos da mesma coisa ou da mesma forma, o facto de termos opiniões diferentes sobre o mesmo objecto. Senão era uma maçada.
Bjs