Um mês depois do ultimato do Presidente da República, o processo de investigação ao «envelope 9» oferece-nos um insulto à memória. Pelas suas contradições. Foi o procurador-geral da República quem desmentiu a informação veiculada pelo «24 Horas». Continha falsidades. Não as conseguindo provar, procuram-se pistas onde poderá restar algum acessório que desfoque o essencial. Só assim se justifica a aparatosa rusga à redacção do jornal, uma iniciativa que abre um precedente perigoso no regime de responsabilidade colectiva inerente a um Estado de direito.
Estamos perante uma intimidação sobre o exercício da liberdade de imprensa – independentemente da legitimidade do Ministério Público e sem prejuízo de qualquer jornalista ou órgão de informação serem responsabilizados pelo exercício da sua actividade.
Criminalmente, se for o caso e de acordo com a lei. Resta uma questão: por que espera Jorge Sampaio para agir em função de uma sucessão de episódios que minam a credibilidade de um órgão de soberania. O argumento – utilizado com Santana Lopes - volta a ser válido. Demasiado evidente para poder ser omitido.
Raul Vaz, in Jornal de Negócios
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Uma coisa é uma coisa. Uma outra coisa é uma outra coisa.
Enviar um comentário