Espanha é o país politicamente mais vivo que conheço. Por lá, as televisões falam de política e de economia sem tabus, sem complexos, sem medo que os espanhóis não o queiram. Por lá, discutem-se OPA's, autonomias, zonas sem fumo, diálogos com a ETA e até uma decisão dos príncipes de enviar para os EUA as células estaminais da Infanta Leonor. Discute-se tudo.
Por lá, os jornais assumem posições políticas, sem temores de represálias. Há manifestações na rua, a oposição aparece (com Aznar recuperado), o chefe de Governo vai à rua, faz comícios, defende a sua política e entra no combate.
Espanha é, digo eu, uma nação – não como nós, que existimos quase por obra e graça do Espírito Santo (de um cógigo genético que não quisémos mas que agradecemos), mas porque os espanhóis assim o quiseram e ainda querem.
Hoje, José Luis Zapatero dá o seu melhor para reconstruir a Espanha aos seus olhos. Mas hoje, como ontem, a Espanha é dos espanhóis – Zapatero proíbe o tabaco, mas os restaurantes em Madrid permitem o livre fumo; Zapatero indica um diálogo com a ETA, mas as ruas em Madrid enchem-se de manifestantes; Zapatero aceita maior autonomia para a Catalunha, mas os jornais contestam e os empresários fazem-se ouvir e mostram-se cépticos face à evolução do processo.
Espanha é como é. Espanha é Madrid, Barcelona, Bilbau, Valência, Saragoça, Vigo, Curunha... tudo junto, tudo autónomo. Tudo vivo.
Então e nós?
02 março 2006
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3 comentários:
Por cá, os jornais também assumem posições políticas - veja-se a continuidade da Sonae(Paulo e Belmiro) na capa do DE toda a semana. Somos ingénuos?
Espanha também é obra do espírito santo: Madrid, Barcelona, Bilbao ou CORUNHA são cidades de um Estado espanhol.
Pobres dos que têm de trabalhar para medíocres empresas espanholas de media,como a que empregou um assessor-ainda-recente como editor de política.
Se Espanha é o país mais vivo que conhece, os seus patrões agradecem.
(obviamente, não posso assinar)
Se não assina, não volte. Aqui, insubmissos sim, cobardes não, obrigado.
Ai que medo! Ai que medo!
Assinado, como sempre, em toda a vida. Às claras para que todos possam ver, saber, comentar, criticar.
David Dinis
P.S. Para que saiba, caro crítico, fui assessor e tentei ser sério e competente. Fui jornalista e fiz o mesmo. Sou editor, com a mesma atitude. Gosto do que faço e faço melhor que muitos. E, já agora, nunca encontrei melhor patrão do que este. Nunca me chateou, deixou-me sempre trabalhar bem, pagou-me sempre a horas. Obrigado pela atenção.
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