Novo modelo na Autoeuropa, a fábrica do Ikea, a nova refinaria de Sines, a vinda de Bill Gates a Portugal. O que é que estes projectos têm em comum? Fizeram parte da campanha mediática do Governo que decorreu nas últimas semanas. O primeiro-ministro, José Sócrates, e o ministro da Economia, Manuel Pinho, – que entretanto se safou da remodelação – quase conseguiram convencer os mais distraídos de que Portugal voltou a estar na moda em termos de fluxos de investimento directo estrangeiro.
Os últimos dados do INE, referentes aos níveis de confiança dos empresários e consumidores, permitiram fazer um ponto de ordem à mesa. Apesar de todo o espectáculo dos anúncios, a verdade é que a confiança dos agentes económicos continua a degradar-se, batendo todos os meses novos recordes negativos. E sem confiança não há retoma, sobretudo, ao nível do investimento privado, essencial para que o produto nacional volte a crescer a níveis que permitam a redução do desemprego.
Qual a lição a tirar por Sócrates? Os empresários e as famílias não são burros, nem distraídos. Como explica a teoria económica, são agentes racionais que sabem analisar a informação disponível de forma a perceberem como podem maximizar o seu bem-estar. Ou seja, toda a gente percebeu que estes investimentos – a confirmarem-se – só terão efeitos lá para 2008 ou 2009. Até lá, a crise mantém-se. E não está excluída a hipótese de 2005 ter fechado com mais uma recessão técnica. A ver vamos...
Qual a rota para a confiança? Simples, fácil e barato. Uma política macroeconómica clara e estável, que terá de passar por melhorar a situação orçamental de forma a que, no futuro próximo, Teixeira dos Santos possa anunciar uma baixa dos impostos sobre as empresas e famílias. Esta estratégia foi testada em outros países com sucesso garantido. Não vale a pena inventar, nem dar 'show off'
Por motivos pessoais, falhei a minha promessa de ano novo: escrever um post diário. A tormenta ainda não passou completamente, mas a vida continua. Fica aqui um pedido de desculpas aos companheiros do Insubmisso.
03 fevereiro 2006
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1 comentário:
Prometem, prometem, mas eu não os vejo fazer nada...
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