20 setembro 2004

Os passarinhos e papéis trocados

Começo por onde? Ah!
Meus amigos,
jantava eu descansado, no último sábado, quando o meu filho mais novo reparou num senhor que apareceu na televisão. "Pai, é o senhor dos passarinhos!". Eu, que jantava mesmo descansado, lá olhei para a televisão: era um rapaz da Quercus, que o meu filho reconhece por causa de um almoço com amigos comuns. Na altura, esse ecologista verde, verdinho, irritou-se comigo porque eu lhe disse que ele só falava de passarinhos e cegonhas, e que as cegonhas e os passarinhos não me interessam para nada se eu não conseguir viver no mesmo país que eles.
Tudo isto para vos explicar o meu espanto quando, ao olhar para a tv, percebo que ele (desculpem lá, mas não me lembro do nome) dizia o seguinte sobre o anunciado pré-encerramento da refinaria de Matosinhos: "Levanta-me algumas preocupações, porque o Estado está a investir muito dinheiro lá e esse dinheiro não pode ser desperdiçado". Confesso que abri a boca de espanto.
Ainda bem que, logo a seguir, vi aquele comentador conhecido das tvs (mas qual é o nome dele, aquele rapaz da gravata e pulseira...?) a dizer que a refinaria vai mesmo encerrar, porque as pessoas, coitadinhas, estão muito ameaçadas e a poluição é um perigo enorme. Fiquei mais tranquilo, porque percebi que o novo rapaz da Quercus é aquele e não o outro (que agora será, sei lá, primeiro ministro).
No meio de tudo só não percebo uma coisa: porque é que o novo rapaz não falou dos passarinhos e perdeu tanto tempo a falar de professores, ministros e coisas afins? Se alguém puder ajudar, agradeço imenso.

Abraços a todos,
A. Ulisses

P.S. Obrigado ao David, António e Jorge por me levarem nesta Odisseia de liberdade. Perdão pela escrita e pela cabeça, que está meio baralhada nestes dias. Falta o hábito. Estou certo que vai melhorar.

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