30 novembro 2004

Dois meses de festa

Jorge Sampaio decidiu - tentando fazer as pazes com o seu eleitorado sociológico - está decidido.
Nunca o Partido Socialista teve condições tão favoráveis para obter uma maioria absoluta. Uma vitória igual à de António Guterres em 1999 não será uma vitória para José Sócrates.
Veremos se PSD e CDS vão a eleições coligados.
Nos próximos dois meses, Portugal vai assistir a uma das campanhas eleitorais mais violentas de sempre da III República. LR

Esclarecimento

Alguns amigos meus d' "O Acidental" ficaram chateados por eu ter classificado, de forma genérica, o seu blogue de "direita radical".
As minhas desculpas.
Radical é o post "Depois queixem-se" de Paulo Pinto Mascarenhas. Procurar outros culpados pelos erros do Governo, que não o próprio primeiro-ministro ou os restantes governantes, é sintoma de radicalismo. Queixas da agressividade da comunicação social são sintomas de autismo. A argumentação utilizada por PPM tem alguma semelhança com "O Barnabé".
Responsabilizar outros, que não o próprio primeiro-ministro ou os restantes governantes, pela queda do Governo é a mesma coisa que dizer que Paulo Portas ajudou António Guterres a chegar a primeiro-ministro. LR

29 novembro 2004

Uma novela dispensável

A esquerda radical já se conscencializou que Jorge Sampaio não lhes vai fazer a vontade e dissolver a Assembleia da República. A direita radical, deixando-se contagiar pelo histerismo demissionário do BE e do PCP, já começa à procura de culpados.

Mas o que raio aconteceu para tanto barulho? O ministro do Desporto demitiu-se alegando falta de lealdade de Santana Lopes e acusando o primeiro-ministro de ter faltado à verdade. Porquê?
Em primeiro lugar, Lopes nunca chamou Chaves para nenhuma tarefa de coordenação política. Mas se é assim, porque razão Henrique Chaves não saíu na remodelação? Porque lhe garantiram que a sua saída "poderia redundar numa instabilidade interpretável como um irregular funcionamento das instituições", além de que a remodelação só teria sido decidida por Santana Lopes em virtude da pressão de Sampaio para demitir Gomes da Silva. Ora, descobriu Chaves quatro dias depois de ter tomado posse, estas duas explicações eram falsas. Daí a falta de lealdade.

Ou seja, Henrique Chaves foi enganado.

Isso é motivo para que o Presidente da República dissolva a Assembleia da República? Estará em causa o "normal funcionamento das instituições democráticas" que levou Jorge Sampaio a dar posse ao actual Governo? Não.

É certo que este já é o "quinquagésimo sétimo caso" do Executivo de Lopes. É certo que a instabilidade governativa deve-se, em grande medida, à actuação do próprio primeiro-ministro. É certo que Henrique Chaves é (era) próximo de Santana e as suas acusações são graves e produzem um dano político significativo a Lopes. Mas isso significa que Santana Lopes não tem condições para governar? Não. Até ver.

A resposta seria outra caso a coligação governamental estivesse em causa. Nesse cenário, náo haveria outra solução senão a dissolução.

António Guterres foi alvo de duras críticas de Manuel Maria Carrilho quando este se demitiu de ministro da Cultura. Carrilho, como diz o povo, chamou todos os nomes a Guterres. Numa célebre entrevista ao "Público", Carrilho, essa personagem extravagante da política portuguesa, afirmou taxativamente que Guterres não tinha condições para ser primeiro-ministro.

Poder-se-á dizer que os dois casos não são comparáveis, porque Guterres tinha a legitimidade do voto popular. Mas o governo de Santana tem a legitmidade constitucional que lhe foi transmitida quando Jorge Sampaio convidou o PSD a formar o XVI Governo Constitucional em coligação com o CDS.

O Presidente da República é que deveria evitar mais 48 horas de telenovela. Ao não deixar clara a sua posição, de forma a deixar Santana Lopes sob pressão, Sampaio agrava ainda mais o clima de instabilidade. Será que vamos assistir a um remake de Julho? Esperemos que não. LR

Ninguém disse nada ao Zé Luís?

Enquanto em Portugal Henrique Chaves já tinha enviado à Agência Lusa um comunicado em que chamava mentiroso e traidor a Santana Lopes e anunciava que um ministro esteve para ser demitido por Santana Lopes, José Luís Arnaut - "o outro ministro" - estava concentrado na política internacional.
Representando o PSD, Arnaut assistiu ontem à consagração de Nicolas Sarkozy como líder do União para um Movimento Popular e afirmou: "Venho dar-lhe um abraço a ele (Sarkozy) e à mulher Cécile", a quem, segundo a Lusa, reconhece grande papel na assistência ao marido, de quem é assessora de gabinete. O ainda ministro das Cidades elogiou o "voluntarismo" e a "persistência política invulgar", conjungada com um "grande sentido de responsabilidade", do arqui-inimigo de Jacques Chirac, Presidente da República francesa. Arnaut vê como "natural" a ascensão de Sarkozy, considerando "bom para a França e para a Europa que haja partidos fortes, pró-europeus".
Dito de outra forma, Arnaut vê como "natural" a guerra entre o Presidente da República (PR)(Chirac) e o presidente do partido (Sarkozy) que apoia o PR. O facto de tal situação "natural" provocar um aumento da instabilidade governativa da República francesa não o preocupa minimamente.
Em nome da coerência, Pedro Santana Lopes não deveria demitir Arnaut, mas sim nomeá-lo ministro dos Negócios Estrangeiros. Se Bush exporta a democracia, Lopes podia exportar a instabilidade com o seguinte lema: "Como dar cabo de um Governo em menos de 4 meses". LR



A alternativa ainda não chegou

O Governo está em pleno processo de implosão. A demissão de Henrique Chaves limitou-se a acelerar o desmoronamento do Executivo lopista. Santana Lopes bem pode queixar-se da comunicação social e de Cavaco Silva – a quem chamou ontem de “traidor” – que o seu maior inimigo é ele próprio. O seu “political killer instinct” pouco espaço deixa à oposição para inovar na crítica.
E aqui reside a segunda parte da questão. O que o País necessita é de um Governo socialista governado por José Sócrates? O PS está preparado para governar?
Sinceramente, não sei.
Com pouco mais de dois meses como líder, José Sócrates tem feito uma oposição discreta, suave e na qual o próprio secretário-geral do PS aparece pouco. A táctica de resguardo e a recusa em cavalgar as diferentes ondas mediáticas perante os sucessivos casos da governação santanista é, de forma geral, correcta. Ontem, Sócrates voltou a estar bem ao não ir atrás do histerismo demissionário do BE e do PCP.
Contudo, nalguns casos particulares, o comportamento do PS só é compreensível à luz dos compromissos com o Bloco Central dos interesses que nos governa.
Com a situação política a degradar-se de dia para dia, José Sócrates não pode demorar muito mais tempo a apresentar políticas alternativas que sejam sustentadas por caras novas.
A mudança só faz sentido se tiver em conta o futuro e não o passado. Defender uma espécie de guterrismo reciclado não chega para chegar ao poder. É preciso muito mais do que os “Estados Gerais – parte II” ou “Recordar John Kennedy em Lisboa”. LR

"Mas porque é que o Zé Manel se foi embora, Senhor?"

28 novembro 2004

Um Governo no divã

O ministro do Desporto, ex-ministro-adjunto, resolveu sair do Governo acusando um amigo seu de tudo: mentiras, deslealdades, descoordenações na liderança da equipa.

As acusações são graves. Tão graves que deviam ter sido mais detalhadas. Ou guardadas para sempre no silêncio que é próprio da verdadeira amizade.

Hoje mesmo, o primeiro-ministro disse ao país que o seu Governo nasceu numa incumbadora. Hoje, apenas quatro meses depois, o mesmo Governo saiu da incubadora para se remeter ao divâ. Porque só mesmo no psiquiatra se podem atingir as verdadeiras razões de tanto desgoverno.

Da democracia partidária

Escreve o meu amigo M.S., no seu corajoso Mau Tempo, que o PCP não tolera a democracia interna.

Errado, por defeito. Tu sabes, eu sei, tu sabes que eu sei, que nenhum partido político, como nenhum clube de futebol (por cá, mas não só) é verdadeiramente democrático. Isso é assim, como também é verdade que sem eles (sem os partidos) não haveria democracia. Por cá, mas não só.

É um paradoxo, neste caso absulutamente central no sistema que foi tão bem classificado por Churchill. Lembras-te?

Abraços.
É bom estar de volta.

27 novembro 2004

Aos meus amigos...

...uma boa nova:
após uma semana difícil consegui, finalmente, instalar internet em casa.

Hoje, a esta hora, começa uma nova era. Profissional e bloguítica (há um espaço com este nome, não há?). Novas responsabilidades, mais empenhamento, maior atenção e ponderação.

Abraços para todos (mesmo para os críticos). Contactamos amanhã.



26 novembro 2004

O Natal chegou mais cedo para Sócrates

O Natal, para além da dimensão religiosa, tem uma dimensão materialista. Caracteriza-se pelo facto de recebermos presentes sem nada termos feito para os merecer.

O DN de hoje anuncia a primeira projecção de maioria absoluta do PS.

Para Sócrates isto é o Natal em Novembro.

Os Portugueses estão a dar-lhe um presente sem ele ter feito nada, ainda, para o receber.

Esperemos que os Portugueses não sejam o Pai Natal ou o menino Jesus e necessitem de mais algumas justificações do que a bondade da época, para pôr presentes no sapatinho esquerdo do país.

Tudo de bom

25 novembro 2004

E tudo o vento levou…

A democracia não é um sistema perfeito. Até as pessoas mais bem intencionadas ficam deslumbradas com o poder. É o caso de Paulo Pinto Mascarenhas (PPM) e de José Bourbon Ribeiro (JBR).
A propósito de uma crítica moderada de Pedro Mexia ao CDS/PP de Paulo Portas, PPM e JBR, respectivamente assessor do ministro de Estado e chefe de gabinete do ministro de Estado, resolveram importar hábitos de outras paragens: atacar o crítico e não os argumentos de quem critica. Um comportamento estalinista, portanto.
PPM considera que Paulo Portas não fez nada de mal. Que ingénuo!
JBR não usa paninhos quentes e classifica Mexia como um velho rabugento que não tem lealdade orgânica. “Lealdade orgânica?!!!!!! Nem o Barnabé Daniel Oliveira se lembraria de melhor…
PPM foi jornalista do Independente durante, salvo erro, mais de 10 anos. JBR trabalhou na mesma redacção durante muito menos tempo. Ambos defenderam e praticaram um jornalismo agressivo de contra-poder. Hoje queixam-se do mesmo tipo de jornalismo – porquê, Senhor!!!!!! - que Paulo Portas lhes incutiu no sangue. Surprise, suprise, surprise! Só um comentário: Deus é justo.

Mas Pedro Mexia tem razão. O Paulo Portas político não tem nada a ver com o Paulo Portas jornalista. Mudou a cenografia e substituiu as convicções de outrora.
Portas jornalista era conservador nos valores e liberal no juízo de comportamentos sociais. Paulo Portas político é dogmático nos valores e moralista no juízo de comportamentos sociais. Por isso tem a bandeira da criminalização do aborto junto ao seu coração de actor.
Portas jornalista era profundamente anti-federalista. Portas político fez uma pirueta para entrar para o “arco governativo”, dando de seguida uma cambalhota para se manter no poder. Na semana passada chegou ao desplante de afirmar que o Tratado Constitucional não traz nada de novo. É “Constitucional”, não é? Sobrepõe-se à Constituição, não é? Ora aí está uma novidade. Mas há mais. É só ler o texto.

No actual Governo, dos ministros nomeados pelo CDS/PP, apenas Paulo Portas se destaca com o bom trabalho que tem vindo a fazer no Ministério da Defesa. Dos outros, pouco resta. Até Bagão Félix está em risco de perder a credibilidade que acumulou como ministro do Trabalho. Luís Nobre Guedes começou bem com o caso GALP/Matosinhos, mas ainda é cedo para avaliações, tantos são os interesses poderosos instalados no seu sector. Telmo Correia está desaparecido e só retive uma vaga aposta em campos de golfe para combater a sazonalidade do Algarve…
Em 2006 ou mais cedo, será o CDS/PP que estará em causa. Porque Portas político terá sempre safa. LR

23 novembro 2004

Um elogio ao P(aulo) P(ortas)

A personagem Paulo Portas é deveras intrigante. Não é que eu goste particularmente dele – num votei no sujeito e acredito nunca o fazer –, mas a figura tem méritos e qualidades que se situam acima da mediania da distinta classe política nacional.

Vem isto a propósito da entrevista do actual ministro à revista Sábado – um abraço para o Nuno Saraiva, um grande sportinguista, e outro para o Vítor Matos –, em que revelou mais uma vez toda a dimensão da personagem que criou. Paulo Portas não é Paulo Portas, é a criação de uma figura paradoxal. Um homem que se diz monárquico e conservador, com uma indumentária polida e pensada ao pormenor, mas solteiro e bom rapaz.

Ele próprio reconhece esta “dupla personalidade”, quando concorda com a análise do seu amigo Miguel Esteves Cardoso sobre a dissonância entre a figura no privado e a imagem pública da mesma.

Desta forma, não posso fazer uma avaliação do verdadeiro Paulo Portas porque não o conheço. Mas o julgamento do político é possível pelos seus resultados. Afinal é o que interessa e o resto é paisagem.

Portas fundou O Independente que foi uma pedrada no charco do politicamente correcto da altura e que marcou uma geração. Além disto, foi um projecto político de sucesso no combate ao cavaquismo – o notável professor que o diga.

Depois construiu e destruiu um figurante político denominado Manuel Monteiro. De seguida, pegou no CDS e aniquilou-o para fundar o “seu” PP. E o PP é mesmo dele e só existe por ele e para ele e, provavelmente, acabará sem ele. PP não significa Partido Popular, mas sim Paulo Portas.

A personagem já foi dada como morta e enterrada várias vezes –, por exemplo, no âmbito do caso Moderna ou após as últimas autárquicas – e, qual Fénix, renasceu sempre para dar dores de cabeça a muita gente. Afirmou que chegaria ao poder e muitos riram-se. Agora aturam-no na pasta da Defesa.

E a seguir? Não sei porque não tenho os poderes do oráculo. Contudo, há um erro que não cometo: subestimar a personagem política Paulo Portas.

Abraços

P.S. – Num país em que, infelizmente, não há o hábito de fazer biografias políticas, eu gostaria de fazer a do PP, particular e político.

22 novembro 2004

Com uma pergunta destas como é que os Federalistas não hão-de andar exultantes

Se o Presidente da República nada tiver a dizer nos próximos 8 dias a primeira batalha da Guerra da Constituição será ganha pelos partidários do "Sim à Constituição".

O
texto da pergunta a efectuar no referendo, resultante do acordo entre PS e PSD, é perfeitamente incompreensível e parece mais um título do jornal "A Capital" nesta sua fase "Osoriana"(A página inteira de hoje é de morte...e não é humor negro) do que uma questão simples, directa, concisa e objectiva, como se impõe!!!!

Das 2, uma:
1. Acolhem a proposta de Jorge Miranda (RTP, Telejornal, 6ªfeira passada) da existência de uma única pergunta no texto com uma formulação canónica, ou
2. Aproveitam para colocar na mesma pergunta todas aquelas questões que andam há séculos para ser aprovadas e ninguém tem coragem para aprovar

Por nós, e para o debate, sugerimos que a formulação a constar seja a seguinte:

"Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa, com a criação do Concelho de Canas de Senhorim, com o Perdão Fiscal das Dívidas de todos os Clubes de Futebol, com a concessão incondicional e definitiva dos hospitais-empresa a entidades privadas, com a aclamação e entronização de D. Afonso como Rei de Portugal, com a expulsão do José Peseiro do Sporting, com a inclusão nos menus escolares de todas as escolas do primeiro ciclo a norte do Guadiana de um prato semanal de morcela de arroz com Ananás dos Açores?"

NB.: O tamanho do corpo de letra da pergunta é federalista e é, obviamente, propositado!!!


Tudo de Bom



Soares

Eu gosto de Mário Soares. Não só por ter lutado em 75 contra os comunistas e os barnabés como também pelo simples facto de ser um bom burguês português. O facto de ter liderado o PS até 1986 impediu que os esquerdistas do Verão Quente tenham alcançado mais cedo o poder interno socialista. Com Soares, o PS foi um rival, mas nunca um inimigo do centro-direita sociológico.
Mas como bom burguês, Mário Soares também tem direito ao disparate. Afirmar que se não fosse a entrada para a União Europeia, já teriamos tido um golpe militar, é uma patetice. Este tipo de argumentação para defender o “sim” no referendo não passa de demagogia barata.
Mas demonstra que os federalistas já começam a ter receio do referendo. Por esta blogosfera fora, federalistas assumidos já pensam em votar “não” depois de conhecerem a enigmática pergunta acordada pelo Bloco Central. A chuva de críticas à questão que o Tribunal Constitcional terá que apreciar solidificou as minhas dúvidas quanto à realização de um referendo. Não acredito que o Bloco Central aceite uma consulta popular, se a vitória garantida do “sim” português correr o risco de se transformar numa vitória tangencial. Vamos ver, David. LR

O primeiro dia de Barroso

Para a posteridade, o dia de hoje vai ficar marcado nas agendas da história como o primeiro de Durão Barroso à frente dos destinos da Comissão Europeia. A sua agenda está longe de ser fácil: tem a reforma da Agenda de Lisboa, na qual se inclui a reformulação do Pacto de Estabilidade e Crescimento; o processo negocial no novo Quadro Comunitário de Apoio; as relações com os Estados Unidos e o combate ao terrorismo e, por último mas não menos importante, o processo da Constituição Europeia.

Eu pretendo dar a minha ajuda para dificultar a vida de Durão Barroso votando no “não” no próximo referendo sobre a Constituição Europeia.

A Mafalda deu cabo do nosso primeiro exclusivo

Pronto. A Mafalda Mendes de Almeida prometeu e cumpriu. O sketch de Santanek e Fiona Portas foi para o ar ontem à noite na íntegra e sem interrupções técnicas pelo meio. E o nosso primeiro exclusivo lá foi à vida.
Será que alguém avisa o dr. Nuno que já não é necessário chamar a PJ para fechar as portas d'O Insubmisso?
A recuperação da credibilidade do "Telejornal" já é uma tarefa que lhe dá muito trabalho. LR

Fim-de-semana de empatas II

Benfica e Sporting vivem situações bem mais complicadas. Os encarnados continuam com problemas financeiros e têm um plantel desequilibrado, particularmente no meio campo, mas tem um grande treinador. Giovanni Trapattoni é um grande senhor do futebol europeu, com um currículo que fala por si. Tem apenas a infelicidade de treinar um clube que não está à sua altura.
Deixei para último o meu Sporting porque é o caso mais complicado. Um passivo de mais de 400 milhões de euros, uma equipa com graves lacunas – faltam laterais, extremos, um guarda-redes de nível europeu e um “matador” – e um treinador próprio do Nacional da Madeira. José Peseiro já provou que não tem unhas para tocar aquela guitarra, particularmente ao nível psicológico. Quem ouviu as declarações de Peseiro e Cajuda no final do jogo em Aveiro, não notou diferenças entre os dois. Esse é o problema. José Peseiro tem a atitude própria de um clube que joga para não descer de divisão e falta-lhe dimensão para levar uma equipa ao título.

Por tudo isto, o Porto, mesmo uns furos abaixo do que é habitual, vai, muito provavelmente, limpar o campeonato. Qual é a lição? O futebol é muito mais do que refilar com o sistema. Há muito a aprender ao nível da gestão, sobretudo dos recursos humanos. E ninguém se lembrou disto para os lados de Alvalade.

Duas notas finais. Uma positiva para Carlos Brito, técnico do Rio Ave. Tem uma carreira muito promissora pela frente. Uma negativa para a arbitragem no estádio do Dragão, mais uma a prejudicar o espectáculo. Mas voltarei a este assunto em outra ocasião.

Abraços

Fim-de-semana de empatas I

  1. O Sporting e o Benfica perderam este fim-de-semana a oportunidade de devolverem maior emotividade à Liga, aproveitando a derrota do FCP, no Dragão, perante o Boavista, em mais um jogo do campeonato com os senhores do apito em grande evidência.
    Os empates de Sporting e Benfica – pior este último, uma vez que jogou em casa – dão uma falsa ideia de maior competitividade no futebol português. Ao contrário do que poderá parecer, não há uma aproximação do nível médio das várias equipas, mas, pura e simplesmente, crises nos ditos grandes. Benfica, Sporting e Porto já viveram melhores dias e o futebol que praticam está aí para o provar.
  2. Ainda assim, estas crises não são homogéneas, têm graus e abrangências diferentes. E o Porto, mais uma vez graças ao trabalho do seu Presidente, tem a posição menos má. As contas estão equilibradas com a venda de Ricardo Carvalho, Deco e companhia, jogadores fundamentais nos últimos sucessos do clube, mas que foram substituídos por outros com nível suficiente para garantirem vitórias no campeonato nacional, casos de Pepe, Diego ou Luís Fabiano.
    Desta forma, os problemas dos azuis e brancos residem apenas no treinador e em expectativas demasiado elevadas. Ou seja, o clube continua órfão de José Mourinho e vai continuar assim por muito tempo, porque o actual treinador do Chelsea é de outra galáxia. E Fernandez não tem metade das qualidades de Mourinho. Por outro lado, os adeptos habituaram-se a um patamar de vitórias insustentável para qualquer clube português. Nenhuma equipa portuguesa tem possibilidades financeiras e organizativas para lutar pela vitória nas provas da UEFA. O que aconteceu ao FCP nos últimos dois anos foi um grande feito, que dificilmente se repetirá nas próximas décadas.

19 novembro 2004

Um elogio merecido ao referendo

Eu sei que ninguém gosta, sei que ninguém percebe, sei até que todos acham ridícula. Eu, por mim, estou feliz com a aprovação de uma pergunta para que se possa votar, em referendo, a Constituição Europeia. Mais, para que eu possa votar "sim" nesse referendo.

Vejam bem que até fiquei feliz com a aparente boa vontade dos partidos políticos neste processo. PSD, PS e CDS concordaram numa pergunta; procuraram que esta não fosse (pelo menos claramente) inconstitucional; e ainda - desculpem lá os eurocépticos - deram um sinal de que se empenharão na luta pelo "sim". Quando vejo uma pergunta que começa com a carta dos direitos fundamentais, só posso pensar que a pergunta foi feita para um "sim" - mesmo que um "sim" politicamente correcto (o que me agrada menos, como calculam).

Dito isto, e para ser honesto, uma referência ao que me desagrada neste assunto: desagrada-me a democracia referendária - ainda que esta seja importante, admito, para que os velhos do restelo deixem de incomodar o país com questões polémicas;
desagrada-me que a pergunta não se perceba, sendo que a culpa é apenas, e só, de quem faz revisões constitucionais sem sentido, ignorando o que o tem;
desagrada-me também que todos digam que a pergunta é importantíssima, quando todos sabem que é a nossa integração europeia que vai a votos e que terá se ser legitimada. Andam há anos a queixar-se disso, agora nada a fazer.

A polémica, esta e não as inúteis, é bem recebida no Insubmisso.



Resposta à arrogância

Os esquerdistas portugueses costumam ter um problema comum: a arrogância. Pensam também que ao nascerem lhes foi revelado o único caminho possível para a verdade absoluta. Por isso mesmo é que têm problemas com quem pensa de forma diferente. A democracia, muitas vezes, é um conceito que lhes é estranho.

O António Mira é um amigo e um académico respeitado, que tem todo o nosso apoio numa altura em que foi insultado por escrever a sua opinião com base em informação válida que foi publicada noutros órgãos de comunicação social.

O JPH irritou-se. Costuma acontecer com frequência. É bom que isso aconteça. É sinal que está vivo e participativo na vida da nossa comunidade.
O problema é que resolveu partir para o insulto fácil e extemporâneo, sem pensar antes de escrever.
No teu jornal tens uma secção chamada "Pessoas" - salvo erro - em que é abordada quase em exclusivo a vida privada de gente mais e menos célebre. Isso sim é mais um sucedâneo do "Dantas". Uma só pergunta: será que o João Pedro alguma vez escreveu ou contribuiu algumas linhas nessa secção?

Desiludam-se, portanto, aqueles que pensam que o David Dinis - é com "s" não com "z" - e o Luís Rosa praticam ou pactuam com actos de censura. Esses actos ficam com quem os pratica.

Luís Rosa, David Dinis e Bruno Proença

O Alentejo tem coisas muito boas

Há uma coisa em Oeiras chamada "Oeiras Parque".

Não conhecia, mas passei a ter uma razão para lá ir...encher o bandulho.

Há um restaurante alentejano por aquelas paragens.

Lá come-se:
"salada de favinhas"
"paio de estremoz"
"medalhões de porco preto com bacon e castanhas".
"sericaia"

É preferível ir lá jantar porque ao almoço transborda.

Não é o "Fialho" mas a cozinheira é de lá...de Évora.

Procurem a dita casa e peçam o menu de degustação e vão pensar que não estão num centro comercial.

Tudo de bom

Os federalistas acordaram hoje bem dispostos

Resposta a um tal de JPH de um blog chamado "gloria facil"

Queira considerar V. Exa. o seguinte.

1. O blog "o insubmisso" também é deste energúmeno que lança boatos chamado António Mira
2. Canalha e mentiroso não são palavras redundantes
3. A jornalista a quem acusam de ter tido um affair com alguém de poder chama-se Rosa Veloso e parte da informação vem num pasquim chamado "Público" e num periódico de cordel chamado "Visão", e o resto da informação foi-me fornecida por uma jornalista da RTP afastada desde há um tempo dos grandes programas e que passa fins-de-semana fora de Lisboa perto de mim.
4. Quanto às sondagens para os cargos de Direcção de Informação da RTP foram efectuadas por pessoas ligadas a Nuno Morais Sarmento e a Almerindo Marques e por outras ligadas ao jovem administrador vindo da Missão Portugal, da Altamira e da EuroRSCG chamado Gonçalo qualquer coisa. As sondagens foram efectuadas junto de pessoas minhas conhecidas nas agências Unimagem, JLM e Associados e LPM. Se quiser os dias e as horas também lhe forneço. Todas as pessoas recusaram e tiveram, os responsáveis da RTP, que recorrer a pessoas da casa para não provocar convulsões no conturbado ambiente da comunicação social poruguesa
5. V. Exa. é ignorante e mal informado como o Scolari
6. Quando V. Exa se quiser irritar, não se irrite com o Luís e com o David que são excelentes pessoas e jornalistas e irrite-se directamente comigo.
7. Para terminar, e parafraseando Natália Correia e Pinheiro de Azevedo, ..."Vá badamerda!!"

Tudo de bom

17 novembro 2004

O orçamento e as surpresas do PS

O debate sobre o orçamento começou com um PS surpreendente.
Surpreendente?! Sim, por duas razões:

José Sócrates resolveu assumir uma posição politicamente incorrecta e afirmar-se contra descidas de impostos numa altura em que a situação orçamental não é estável.
É uma posição pouco natural, vinda de quem, ainda em 2000, aprovou em conselho de ministros uma redução de IRS precisamente quando o ciclo económico entrou em baixa;
É uma posição pouco natural, num PS que andou dois anos a protestar contra um Governo que reduzia o IRC, quando - dizia esse PS - devia dar prioridade às pessoas e não às empresas;
É uma posição pouco natural num líder partidário que procura o seu espaço de afirmação política num contexto que o pode, a breve prazo, levar ao poder.

Por tudo isto, a posição de Sócrates, apesar de pouco natural, é salutar. Mesmo que não seja mais do que uma opção conjuntural (ser contra este Governo), esta decisão do líder socialista produzirá efeitos no futuro. Responsabiliza-o. E isso é bom.

2º. Mas a posição do PS é também surpreendente por outra razão: é que, nos anos que passaram, este mesmo PS resolveu votar contra dois orçamentos por serem, precisamente, expansionistas. Tem mais investimento, é menos centrado no estímulo às exportações e mais no consumo, é, afinal, o orçamento que marca o fim da austeridade. Por tudo isto, o natural seria que o PS não votasse contra - se na política existisse alguma coisa natural. Não existe.

3., e concluindo:
Com dois sinais difusos, este PS resolve votar contra o OE.
Não sabemos ainda se o faz porque mudou, ou simplesmente porque nunca mudará.



The Gift e A Naifa

Durante algum tempo a região do Oeste viveu com o pesadelo de ter como única figura notada na Comunicação Social essa pérola do Bombarral chamada "Feliciano Duarte Barreiras".

Felizmente há os The Gift (Alcobaça Power!!!)... e estão de regresso.

Vão lançar novo disco com o título "AM/FM".

Para aqueles que vibraram com "The Gift" e se desiludiram com o "The Film", como eu, aqui fica o "coming back"!!!.

Senti-me invadido por uma alegria de adolescente ao ouvir ontem o disco em pré-audição (só sai a 29). "Wallpaper" e "77" sairam muito bem. Boa produção e boas misturas (Note-se que no lado FM são exageradas as colagens ao electronismo revivalista que os aproximam dos New Order...pena). A Sónia tem provavelmente a voz mais sensual do país...uma voz que faz cócegas no ouvido interno.

Os The Gift vão apresentar o disco no dia 20 em......Londres.

A Naifa é um projecto e peca por isso mesmo...está ainda minado pelo espírito . Tem, no entanto, potencial para se tornar algo mais. Para os mais desatentos este é a nova banda de Varatojo (ex-Peste&Sida e ex-Despe& Siga) e Aguardela (ex-Sitiados e "Mais qualquer coisa profundamente insolvente").

Vale a pena ouvir.

E depois de dito isto é bom saber que esta região tem mais para oferecer à música do que essa anedota chamada "Gomo" (Gomo, Toranja...a moda foi dos citrinos no Verão passado...citrinos estes que não eram mais do que a versão musical da Margarida Rebelo PInto!!!).


Tudo de bom e aproveitem estas dicas no dia do meu aniversário



16 novembro 2004

Já não há coligação

"Não durou dois dias. O Congresso acabou domingo a meio da tarde e hoje, terça-feira, está completamente desfeito qualquer efeito positivo que pudesse ter saído do encontro para Santana e sua gente.«Verdade» e «Confiança», nem a brincar, foram os slogans dos três dias barcelenses. Como se vê, muito apropriados. O que PSL quer é que confiemos nele, mas como se nem eles confiam uns nos outros. Sarmento desconfia dos santanistas, que por sua vez não confiam de todo no ministro da Presidência. Os santanistas (Gomes da Silva, H. Chaves, o tal Almeida, Pedro Pinto) não são personagens particularmente qualificados e no partido ninguém os grama verdadeiramente.Nesta altura, Santana e Portas bem podem almoçar juntos rodelinhas de laranja. Bem podem ir de mão dada a bordo de uma lancha para a Sagres. Bem podem consumar o enlace como Santanek e Fiona no Contra-Informação. Bem podem tudo isso e muito mais, mas a coligação está morta, condenada e enterrada. Minada por uma desconfiança crescente e que não tem retorno. Nem se trata da relação pessoal entre PSL e PP. É dos partidos (militantes e generalidade dos dirigentes) que falamos.Para o PSD isto até dava jeito se, simplesmente, estivesse a governar bem. Iamos para eleições e era confiar na «inteligência emocional» e no «carisma» do homem-do-gel. Mas com o desastre diário absoluto que é este XVI Governo (já não fazem uma asneira por semana. Agora são várias e, às vezes, até mais que uma no mesmo dia) levam uma banhada nas urnas.E, para nosso contínuo desastre, quem aí vem são figuras altíssimas como o sr. Vara, a dra. Edite ou o autarca Raposo. Liderados por um «animal feroz». MS in "Mau Tempo"

RTP censura Contra-Informação - parte 4

Afirma-se categoricamente que a razão profunda para a demissão de Rodrigues dos Santos terá sido uma questão de lençóis ou saias...não relacionada com Rodrigues dos Santos, mas com alguém com e de poder. Será mesmo????

Se assim é, revela coragem, desprendimento e ética do Director de Informação da RTP (agora percebo porque é que ele fez o cursinho de edição electrónica há uns meses atrás...já 'tava a ver a vida a andar para trás!!!) .

Aquilo que eu questiono é: porque é que a mesma coragem e ética demonstradas por Rodrigues dos Santos são tão difíceis de encontrar em centenas de:
Universidades e Politécnicos Públicos
Repartições e Serviços Centrais da Administração Pública
Orgãos de Administração local...

(só para citar 3 exemplos) que envolvem centenas de pessoas que estão lá, não por mérito próprio, mas porque estão disponíveis a certa altura para fazer um jeito a alguém que conjunturalmente está no poder e tem poder.

Tentarei concretizar em breve com vários exemplos, mas para já fica aquilo que de chocante se está a passar no Ministério de Agricultura onde os casos de colocação de profissionais em estruturas de missão para os mais variados fins chegou ao cúmulo de serem colocadas gestoras de empresas recém-licenciadas para estruturas de missão no campo da veterinária??????!!!!!

Tudo de bom

Escrito nas estrelas

Ouvi o primeiro-ministro dizer que os jornais, jornalistas e jornaleiros do país persistem em inventar notícias e colocar em causa a coligação.
Atendendo à crítica, resolvi escrever um texto baseado essencialmente em citações do próprio Santana Lopes.

Retiro a primeira de uma entrevista ao Expresso, a 14 de Fevereiro de 2004 - antes de ser PM, sendo número dois do PSD e presidente da Câmara de Lisboa. Aqui ficam:
"Como responsável da maioria não posso apoiar um candidato [presidencial] que não una as forças que são essenciais ao Governo do país. Isso levaria à dissolução da coligação no curto prazo". O título da entrevista, se bem se lembram, e entre aspas, dizia: "Cavaco levaria à dissolução da coligação com o CDS/PP".

Segunda citação, ainda de Santana Lopes, retirada do DN de sábado passado:
"Faremos tudo para criar condições a quem está melhor colocado para ganhar as eleições presidenciais. Para que Aníbal Cavaco Silva possa ser o nosso candidato".

Por fim, uma citação de um responsável do CDS/PP, reagindo ao apoio de Santana Lopes ao próprio Cavaco Silva. Lê-se assim, no DE de hoje, o porta-voz do segundo partido da coligação:
"Vamos ter de ver como é que a candidatura surge. A seu tempo se verá".

Não é o próprio Santana Lopes que se queixa de ter razão antes do tempo?

RTP censura Contra-Informação - parte 3

Será que se confirma a informação ,que ontem à noite circulava, que será um antigo jornalista, agora muito ligado a uma das agências de comunicação próximas do PSD, a assumir a Direcção de Informação da RTP????


Tudo de bom

15 novembro 2004

RTP censura Contra-Informação - parte 2

O primeiro exclusivo d'O Insubmisso confirma-se. José Rodrigues dos Santos demitiu-se esta tarde da direcção de informação, segundo a TSF. A razão? Oficialmente, não há.
A censura do programa "Contra-Informação", ontem abruptamente substituído pela telenovela luso-brasileira "Segredo", é uma das causas apontadas.
Esperamos que amanhã todos os diários de referência do nosso quintal citem O Insubmisso.
Esperamos também que Nuno Morais Sarmento, o homem que se diz farto das "brincadeiras e das mentiras dos jornais", ordene à Polícia Judiciária o encerramento deste sítio. LR

Um congresso, duas verdades

Atrás do púlpito, em letras garrafais, uma só palavra: "Verdade". No mesmo púlpito, porém, a palavra tinha significados diferentes consoante quem o usava. Foi assim o congresso do PSD, este fim-de-semana. Quem o seguiu disse que acabou sem novidades. Quem o visse com um pouco mais de atenção, talvez tirasse outras conclusões: o congresso discutiu caminhos para o país e até estratégias de poder. É quanto baste para quem vota perceber quem é quem e para onde nos leva.

Não teria sido assim se Marques Mendes estivesse ausente. O ex-ministro subiu ao palco e disse o que pensava - e o que pensava que o partido pensava sobre o assunto. Marques Mendes disse duas coisas:
1. Para o país, que o fim decretado da austeridade é um erro, o mesmo que levou o país para o fundo dos fundos, sob o signo do guterrismo;
2. Para o partido, que a coligação não está para durar, que já ninguém a quer e que isso devia ser assumido desde já.

Seguiu-se Nuno Morais Sarmento, que disse duas coisas também:
1. Para o país, que o anterior Governo já tinha decretado o fim da austeridade para esta fase da legislatura, pelo que não há mudanças que justifiquem uma oposição de Marques Mendes;
2. Para o partido, que a coligação tem que durar, para bem de uma continuidade no poder e do próprio projecto, pelo que não há razões que justifiquem o desafio de Marques Mendes.

As conclusões podem ficar para segundas núpcias - até porque só o tempo dirá quem tem razão. Ou seja: se o PSD voltará a ganhar as legislativas e, mais importante, se o país fica a ganhar com as opções tomadas.
Mas o que podemos concluir, desde já, é que a verdade escrita neste congresso só valeu para quem a disse. Porque o país, esse, viu um congresso com duas verdades bem diferentes.

Fim-de-semana em grande para o Sporting

Inicio hoje uma rubrica, que pretendo que tenha a estabilidade possível, sobre o fim-de-semana futebolístico.
E este último, teve um único protagonista: o Sporting. Senão, vejamos.

1. Venceu o Boavista por 6-1. A maior goleada de todo o campeonato, até ao momento. Um jogo totalmente controlado pelo Sporting, com boas exibições de Custódio, Carlos Martins e Roca no meio campo. E que deu para tudo: um golo do Pinilla e as brincadeiras de Liedson. Espero que o Jaime Pacheco tenha aprendido a lição: só se pode ser fanfarrão quando se tem uma grande equipa, como o Mourinho. Nos outros casos, é melhor estar calado para não passar vergonhas.
Aliás, até o golo do Boavista nasce no demérito do Sporting. Ou melhor, de mais um frango do Ricardo. Só o Scolari e a Juve é que conseguem gostar dele.

2. O Benfica empatou fora pela segunda vez consecutiva. E, mais uma vez, graças ao “abono de família” chamado Simão Saborosa, um produto da grande escola do Sporting.

3. Raciocínio semelhante se aplica ao FCP. O caminho para a vitória foi aberto por uma jogada mágica de Quaresma, outro grande jogador com origens em Alvalade. Mais uma vez, o Sporting em grande.

4. Porém, tudo isto serve apenas para fazer subir o ego dos sportinguistas, como eu. De resto, nada de novo. O Sporting está em quinto lugar, a cinco pontos do FCP, que já vai à frente do campeonato. E o Peseiro continua a ser o treinador e o Dias da Cunha o presidente. Ou seja, em termos estruturais, tudo na mesma miséria.

O melhor é saborear este resultado histórico durante a semana, porque temo que para a semana volte o sabor amargo, tipo derrota com o FCP.

Abraços

OS RECORDES DO INSUBMISSO...E OS LEÕES QUE SE NOS JUNTAM

O INSUBMISSO, esta perigosa "bolsa de resistência cognisciente", continua a crescer.

Esta semana batemos o recorde de entradas e visionamentos.

Batemos o recorde de textos publicados.

Batemos o recorde de citações em outros sites e blogs.

A par da Sagres Preta conseguimos aumentar a nossa penetração e taxa de mercado.

Apesar das tentativas de Morais Sarmento e seus apaniguados...continuamos a resistir a todos os subornos e censuras.

Uma marca de equipamento desportivo quer patrocinar o nosso guarda-roupa.

Editores atiram-se para o chão quando passamos, na vã tentativa de nos seduzir para a escrita nos seus domínios.

Uma conhecida marca de lingerie oferece-nos a fabulosa protagonista da sua última campanha (Deus...não me deixes pecar por pensamentos, palavras, actos e omissões) se nós ,"insubmissos", em bloco, posarmos para a campanha de Natal da marca em questão.
E...aumentámos também o nosso elenco...a partir de hoje contamos com a intervenção actual, racional, argumentativa e verde (???!!!) do Bruno Proença.

Que sejas bem aparecido e que o farol do Bugio ilumine teus passos nesta empreitada.

É pena seres leão...

Tudo de bom

RTP censura Contra-Informação

Ontem, às 21h33m, a RTP voltou aos tempos da censura.
O primeiro-ministro Lopes garantiu várias vezes ao longo do fim-de-semana que a liberdade de informação e de expressão em Portugal não estavam em causa. Bastaram algumas horas para constatar que não é bem assim.
Estava no ar o programa satírico “Contra-Informação” – ultimamente arredado do prime-time da RTP – com uma rábula protagonizada por um ogre verde, Santanashrek de seu nome, e pelo seu companheiro, um burro chamado Bronco da Silva. Os dois tinham acabado de chegar à terra dos contos de fadas quando Santanashrek conhece uma ogra ligeiramente parecida a Paulo Portas, propondo-lhe uma aliança para governar aquela terra, eis senão quando… o programa é interrompido, sendo substituído pela telenovela luso-brasileira “Segredo”. Isto tudo sem uma explicação obrigatória da RTP.
Liberdade de expressão? Certo…
Ou muito me engano ou José Rodrigues dos Santos está a caminho da demissão. LR

"Dahhhhh!!!!" É a reacção da Geração Portugal aos três discursos do primeiro-ministro Lopes

14 novembro 2004

A opinião de um nosso associado

"Sentado sobre a «Verdade» no alto da tribuna, Santana Lopes recorreu a Cavaco Silva. Depois de uma dezena de congressos como outsider, o líder do PSD enfrenta o fantasma de si próprio. Já não é o challenger que dá luta e procura ser motor de um projecto.Na intervenção inicial, Santana perdeu uma oportunidade. A voz ia-lhe fugindo, mas o que faltou mesmo foi uma mensagem. Algo que se assemelhe vagamente a um rumo. Sobraram vitimização e justificação atrás de justificação, na defensiva. A «ficção» em vez da «verdade».O que tinha para oferecer era o apoio à corrida presidencial de Cavaco Silva. Recorreu agora ao antigo líder como o fizera há seis meses. A diferença é que nessa altura via a candidatura como uma ameaça à coligação com o PP.Onde está então a verdade? Será que é o fim da aliança que realmente se quer? Santana louva dois anos e meio de «lealdade a toda a prova» de Portas. Mas no pavilhão o que se ouve é o «ruído» de uma espinha encravada na garganta. A verdade, pois. E o que se vê é um partido acossado, agastado pelas críticas e que escolhe voltar-se para dentro, fechar-se num núcleo de fiéis, ao mesmo tempo que para o exterior faz promessas de abertura e construção de plataformas. A Verdade não é bandeira ou flor na lapela. Santana sai de Barcelos com os 80 ou 90 por cento da praxe. Mas mais longe de poder ganhar o País em 2006. A verdade em que acredita pode não ser mais que uma ficção."
Martim Silva in "Diário de Notícias"

O pós-moderno Lopes

Com um primeiro-ministro pop que "fala, fala, fala mas não diz nada", não é má ideia recordar as palavras do cronista social Rui Reininho:

"Ser mãe era a aspiração natural de todo o homem moderno
Ser o melhor é normal para os novos pobres deste colégio interno
Ter medo é a pulsão fundamental do criador & artista
Estar sóbrio é continuar a permanecer positivista

...E dantes as máquinas estavam sempre a avariar...

Mas com uns pós-modernos nada complicados
Sentimo-nos realizados
Ah! Os pós-modernos agarram na angústia
E fazem dela uma outra indústria
Com os pós-modernos nunca ganhamos
Mas também nada investimos"

A angústia é a indústria de Lopes. Esperemos que não enriqueça à nossa custa. LR

12 novembro 2004

A oportunidade única dos socialistas

António Guterres deu ontem o primeiro sinal claro de que quer candidatar-se à Presidência da República. No cenário ideal - 1º Congresso sobre a Democracia Portuguesa organizado pela Associação 25 de Abril -, rodeado pelas diversas esquerdas portuguesas e pelas diferentes facções socialistas, Guterres defendeu a construção de uma "alternativa" que terá como objectivo reconciliar os portugueses com a vida política democrática. Uma refundação, portanto. Esse será o lema do candidato presidencial da esquerda: António Guterres.
Mas a "alternativa" não se fica por aqui. A solução é global e passa por reconquistar o poder quase absoluto que já foi dos socialistas: um Presidente, uma maioria e as autarquias das 18 capitais distritais.
O lema é de Sá Carneiro, mas a conjuntura é propícia ao alcance do objectivo. Nem só a maioria PSD/CDS de Lopes e Portas não dá sinais de regeneração, como nunca até hoje a liderança do PS esteve tão identificada com o principal presidenciável da esquerda. Recordemo-nos dos conflitos entre Ramalho Eanes e Mário Soares, de Vitor Constâncio com o Presidente Soares e de Jorge Sampaio com o seu ex-rival Guterres para constatar que a união ideológica entre José Sócrates e António Guterres poderá levar a uma coesão política entre Belém e São Bento nunca antes vista em Portugal.
Os socialistas não brincam em serviço e já estão a trabalhar para isso.
A direita, cega, continua a apostar em Valentims, Isaltinos, Marcos Antónios e Antónios Pretos e não compreende que estes serão os principais responsáveis pela queda da maioria. Por muitos Albuquerques que tirem da cartola. LR
O novo oráculo Posted by Hello

Sócrates no Congresso da Democracia Portuguesa



O cenário era requintado, bem a seu gosto.

À esquerda, até ao palco, um jardim projectado por Ribeiro Telles ou Caldeira Cabral. "Tenho que me lembrar depressa do arquitecto porque pode ser motivo de conversa no intervalo", pensou José S. enquanto sorria monalisicamente a todos quantos o cumprimentavam.

Sentou-se no lugar que lhe estava reservado pela organização para a sessão.

António G. já estava no palco. Estava sentado, ajeitando a melena, agora mais esbranquiçada do que no apogeu.

"O que eu gosto deste homem" disse José S. para o dono de Gastão que, surpreendentemente, estava à sua direita. "Por ele era capaz de fazer tudo" concluiu José.

Eduardo F. R. olhou para José S. com aquele olhar desconfiado próprio dos heterosexuais ameaçados.

António G. começou a falar. Não interessa sobre o quê. Falou. Como só ele sabe falar. José S. pareceu-lhe tê-lo ouvido falar de origamis e peixes dourados, de luas e tigres de papel, de reality shows e quintas de celebridades. E António continuou a falar. Como nos bons velhos tempos. Falou à Fidel. Horas e horas. Sobre nada. Sobre ninguém. Sobre tudo, diria Prado Coelho, tentando resgatar António para o campo da tradição francófona e sorbonística.

Mas no final José S. não resistiu...mesmo não vendo mais ninguém saltar, saltou. E bateu palmas vibrantes como vira na televisão aos congressistas dos congressos do P.C. Chinês.

Saltou e aplaudiu e deu gritinhos estridentes e correu a abraçá-lo e disse-lhe "António, és um rapaz de Lisboa, és um cidadão do mundo, és português, és da internacional, ai que vou fazer de ti um homem, vou fazer de ti presidente". E as afirmações eram sublinhadas pelos jeitos de mão que já ensaiara no debate mensal no parlamento do mês anterior.

E continuou com os gritinhos e com as promessas de futuro e com expressões de amor que lhe cortavam a respiração e o arrebatavam. Sonhava acordado com a glória, as glórias.

Ao longe apareceu Catarina, mulher de António.

José pigarreou, endireitou as costas, masculinizou a pose e disse a António "Para a semana marcamos uma reunião para analisarmos Barcelos" e arrancou rápido para mais uma infindável reunião do Conselho Económico e Social do seu partido.

Nem António compreendeu a urgência da saída. Mas Catarina obteve ali a prova de que António andava a ser assediado para outros vôos.

Tudo de bom

Agora já não são só as Santanetes que têm problemas de coração com o Pedro Miguel

Portugal Diário, Hoje
"O ministro das Finanças, António Bagão Félix, foi internado esta sexta-feira no hospital de S. António do Porto por suspeitas de hipertensão. Contudo, em declarações à RTP, o director do hospital garante que Bagão Félix «está bem, está sob vigilância e ou hoje ao final da tarde ou amanhã já terá alta». E acrescenta que o estado de saúde do ministro das Finanças «vai ter uma evolução normal. Não é nada de preocupante nem que deixe sequelas».

Com este primeiro-ministro quem é que não tem apoplexias?!

Coragem Dr. Félix...ainda nos resta o Petit, o Karadas, o Sokota, o Simão e o Miguel. Esses pelo menos são de confiar e não desmentem o treinador.

Tudo de bom

11 novembro 2004

He's back!

por João Pedro Henriques e Ana Rita Ferreira/PÚBLICO, Hoje

"Guterres "regressa" hoje à intervenção sobre política nacional
O ex-primeiro-ministro António Guterres quebrará hoje o tabu de não abordar temas de política nacional. Tal acontecerá na sessão de abertura do Congresso da Democracia, uma iniciativa da Associação 25 de Abril convocada para celebrar os 30 anos da "Revolução dos Cravos". Uma fonte próxima do ex-líder socialista disse ao PÚBLICO - recusando-se a pormenorizar mais - que António Guterres fará "uma leitura da situação actual". "Portugal e o mundo" é o título do painel no qual a intervenção terá lugar."

Deus!...quem tinha razão era o Professor Marcelo que dizia que o homem ainda mexia.

É nestas alturas que é bom recordar que este homem (GUTERRES...ainda por cima tem nome de guerrilheiro zapatista) nos deixou num buraco financeiro tão grande quanto aquele encontrado por Mário Soares após o PREC.

Não deixem que a memória se torne curta!!!!!!!!!!!

Tudo de bom

"A previsibilidade de Santana Lopes" ou "Fiquem descansados que o Santana Lopes desmente amanhã! parte 2"

Portugal Diário, hoje:

"O primeiro-ministro reafirmou hoje que as taxas de IRS vão descer efectivamente em 2005, adiantando que "nas próximas horas" irá provar que o método usado para descer os impostos é igual àquele utilizado em 2001 pelo Governo do PS.

Santana Lopes, que falava no final de um jantar com o presidente da República Popular da China, realizado no Porto, garantiu que o actual Governo "não vai fazer nenhum truque nem magia em termos de Orçamento" e que em 2005 os impostos vão de facto descer. "


CERTINHO QUE NEM UM MALHO...EU SÓ NÃO ACERTO É NA SORTE GRANDE !!!

Tudo de bom

10 novembro 2004

A derreter de suportável - resposta à MJO

A Maria José Oliveira mete-se comigo no farol da blogosfera lusitana, para me acusar de me derreter com o prof. Cavaco Silva. Mais grave do que isso, chama insuportável a Lobo Antunes, que estará entre os poucos portugueses que se destacam no Mundo Literário que nos aproxima (a Maria José e eu). Quanto ao "derrete-se" e ao "insuportável", não hesito em aceitar o primeiro e rejeitar o segundo.

Já quanto à conclusão da Maria José Oliveira, nada a acrescentar.
Para polémica, chega a literária.

Beijos para ela e obrigado pela publicidade no farol.

My name is Ariel, Ariel Zandinga

Do Portugal Diário

"O chefe dos serviços secretos israelitas, Avi Dichter, disse hoje perante o gabinete de segurança do governo de Israel que o funeral de Yasser Arafat deverá realizar-se quinta-feira no Cairo e o enterro sexta-feira em Ramallah."

(Com os cumprimentos do meu colega, Pedro Salazar)

Cavaco, como o vi

Ontem fui surpreendido com cerca de 30 minutos de RTP. Eu, confesso inimigo público do serviço público, acabei a ceder no essencial: se é para isto, então está bem.

Tratava-se do Muro de Berlim, 15 anos após a sua queda. Mais, a felicidade de ter o entrevistado certo.

Ouvi o prof. Cavaco Silva durante esses 30 minutos, sem pressas, num tom professoral. É um Cavaco diferente, aquele que foi lembrar os velhos tempos, aqueles que teve a "felicidade, a sorte" - segundo as suas palavras - de presenciar enquanto elemento criador de história.

Vão responder os críticos que o ex-Primeiro Ministro não acrescentou muito ao que já contava no segundo volume da sua auto-biografia. Pois. Mas não é disso que estou a falar. É do tom, da presença, das recordações tratadas como se elas fizessem parte de um passado querido, mas a que não se retorna.

Os homens dos livros diriam que é o tom de alguém que diz "não voltes ao local onde foste feliz". Outro homem dos livros disse o mesmo por outras palavras, ainda ontem ao Público: "Acho que já podia morrer". Para a política, digo eu, com missão cumprida.

Sportinguista convidado

Segue-se a resposta a um desafio que fiz a um amigo comum do Insubmisso, um notável sportinguista e futuro presidente do conselho fiscal do clube, nos futuros bons tempos. Eis o dr. Bruno Proença.


Diz hoje a Rádio Renascença no seu site: “A reacção de Rochemback à sua substituição no clássico Porto-Sporting motivou a instauração de um inquérito disciplinar ao jogador brasileiro, instaurado pela SAD "leonina"”. Como adepto ferrenho que fala com a legitimidade de quem vai a todos os jogos no Alvaláxia XXI, venho apoiar a decisão da SAD – a atitude do Roca não tem desculpa –, mas critico-a pela sua escassez. Acho que devia instalar-se um inquérito disciplinar ao treinador José Peseiro, pela sua inabilidade a treinar a equipa. Mais, Peseiro é culpado de perceber muito pouco de futebol, de não conseguir montar uma equipa e colocá-la a jogar um futebol bonito e atraente, de não conseguir ganhar a uma equipa de qualidade média e de não conseguir motivar o plantel. Perante isto, só há um veredicto: culpado. Com suspensão automática do contrato, obrigação de devolução dos vencimentos desde o início da época e, além disto, deverá ser condenado a ajudar o Paulinho até 2007. E nada de penas suspensas.

Mas acho que os inquéritos disciplinares deviam ir mais longe. O presidente Dias da Cunha tem merece ir à barra do departamento disciplinar. Em poucos anos, não temos equipas, não temos treinador, mas temos um abundante e generoso passivo de mais de 400 milhões de euros. Veredicto? Só pode haver um: culpado. Pena: demissão automática e condenado a trabalhar para o clube de borla até o fatídico cachecol desaparecer de velho.

Portanto, caros consórcios, o Roca é o menos culpado disto tudo. Só quis jogar e tentar dar a volta a um resultado que envergonhou o clube. Os verdadeiros culpados são o treinador da escola Carlos Queiroz e o presidente da escola Soares. Não há paciência. Só lugar para os lenços brancos!!!

Uma última mensagem: Força Roca!!!

B.P.

Última Hora: Gomes da Silva contratado pela TVI para os domingos à noite

Não sei se já é público, mas ontem foi-me transmitida confidencialmente esta informação (obrigado R.):

a TVI está a ultimar o anúncio da entrada do homem dos Assuntos Parlamentares para quadro da estação de Queluz onde irá apresentar os especiais da Quinta das Celebridades ao lado de Júlia Pinheiro na pele de Pavarotti.

Segundo fonte anónima por nós contactada, G.Silva terá apresentado uma longa lista de exigências para a sua participação:
1.palha restolhada do baixo alentejo recentemente cortada,
2.retirada imediata de todos os arreios e ferragens em utilização no antigo apresentador,
3.garantia por escrito de Moniz de que nunca ficará com os quartos traseiros virados para o "Conde" e para o "Frota" e, finalmente,
4.que não receberá beijos nas fuças de Fátima Preto ou de qualquer outro concorrente expulso...inclusive Cinha (Gomes é alérgico ao Buttox)

Tudo de bom

"Fiquem descansados que o Santana Lopes desmente amanhã!"

Público de hoje

"Bagão Diz Que "É Mentira" Insistir "à Saciedade" Que "Os Impostos Vão Descer"
Os contribuintes vão sentir, em 2005, apenas uma parte da descida das taxas de IRS prevista na proposta de Orçamento de Estado (OE) de 2005. O ministro das Finanças afirmou ontem, no Parlamento, que "é mentira" "insistir à saciedade" que os "impostos vão descer" e que a percepção da descida das taxas será repartida entre 2005 e 2006. "


Querem ver que o homem desatou agora a ser honesto?! Nãããããã... o Lopes ou o seu "his master voice" desmentem-no amanhã

Tudo de bom

Arafat e as obras do Túnel do Marquês

Desculpem o humor negro, mas não há uma certa semelhança entre os desenlaces dos casos "Arafat" e "Túnel do Marquês"?

Será que o Sá Fernandes também meteu um processo no T. Administrativo da Palestina por causa da falta de estudo de impacto ambiental da morte de Arafat?

Será que a Autoridade Palestiniana, na tentativa de ganhar tempo para encontrar um sucessor consensual para o "Weasel", contratou Pedro Santana Lopes para atrapalhar o processo, e ele já entrou em funções, estando a actuar "undercover" como enfermeiro do Hospital de Percy?

Será que o homem não morre?

A reunião secreta entre Portas e Paes do Amaral

Ouvi de fonte bem informada que Paes do Amaral(PA) esteve em reunião há uns dias atrás com Paulo Portas(PP) para acertar versões e respostas a propósito do chamado "Caso Marcelo".

Descubram as diferenças entre as respostas de PA, ontem, na AACS, e as de PP há 1 semana e meia ao DN (ao DN???? porque é que é sempre o DN??...rai's parta até parece que o DN se transformou no PRAVDA)

Público de hoje

"Presidente da administração da TVI ouvido na AACS
Paes do Amaral defende que saída de Marcelo Rebelo de Sousa é "assunto interno"

O presidente da administração da TVI, Miguel Paes do Amaral, defendeu hoje na Alta Autoridade da Comunicação Social (AACS) que a saída de Marcelo Rebelo de Sousa daquela estação televisiva é "um assunto interno" e recusou fazer mais declarações sobre essa matéria."

MS comenta

"A coisa parece-me clara: um gajo pode ser candidato desde que não seja acusado por nada que tenha que ver com a Câmara.
Exemplos:
- pedofilia (desde que não seja nas imediações de edifícios camarários)
- Pornografia infantil (se não for com os computadores da câmara)
- Corrupção (se a autarquia até sai a ganhar com um novo centro comercial)
- Genocídio (se nenhuma das vítimas for eleitor no município)
- Violação (a gaja é de fora e até estava a pedi-las)". MS

09 novembro 2004

Salto mortal de costas

Luís Filipe Menezes, o autarca-do-sistema-que-gosta-de-se-fazer-passar-por-rebelde-para-reclamar-mais-uns-tachos, afirmou hoje ao “Diário de Notícias”, que Valentim Loureiro deve ser o candidato do PSD à autarquia de Gondomar, mesmo que o major seja entretanto acusado pelo Ministério Público no âmbito do caso Apito Dourado. Desde que... a “acusação não tenha nada a ver com a Câmara de Gondomar”. Pouco interessa as irregularidades no Metro do Porto ou na Liga de Clubes, o que interessa mesmo são as irregularidades autárquicas, segundo o sr. Menezes.
Realmente, pensando bem, não conta nada para aferir a competência de um autarca saber que o mesmo “se dispôs a atribuir” a um empresário “futuras obras, nomeadamente no Metro do Porto, a troco de um cheque para o pagamento de salários dos jogadores do Boavista” no valor de 1 milhão de euros? Esta acusação do Ministério Público diz alguma coisa em relação à competência do Major? Nada de nada...
Depois dos pinos de António Preto para viabilizar a candidatura de Isaltino Morais à Câmara de Oeiras, nada como um salto mortal de costas de Menezes para justificar o injustificável. O PSD caminha de braços aberto para o abismo. LR

Cadê ele?

Um jornalista começou hoje a ser julgado por não revelar as suas fontes. É um dia triste para o Estado de Direito. Mais 53 jornalistas estão prestes a ser acusados do mesmo por parte do Ministério Público. E o Presidente Sampaio? Pergunta muito bem RCP. LR

Será que os jornalistas de investigação podem fazer alguma coisa, parte 2

..???


Ouvi dizer a uma má língua desta praça que a feliz proprietária (tendo pago pela propriedade de quase 200 m2 menos de 40 000 contos) de um duplex com vista sobre o rio tejo e sobre o mar, no último andar de um prédio na urbanização de St. catarina no topo de Algés, é a empresa unipessoal da filha de um antigo presidente de câmara de um concelho dos arredores de Lisboa, afastado do cargo por querer subir de mais e depressa de mais?? Será verdade????


Tudo de bom

Será que os jornalistas de investigação deste país podem fazer algo?

Para quando uma investigação detalhada ao património dos dirigentes e executantes da arbitragem nacional?

Para quando uma investigação ao património imobiliário e mobiliário dos filhos, filhas, genros, noras e netos com menos de 5 anos desses mesmos dirigentes???

Para quando uma comparação entre o antes e depois da passagem pelos campos de futebol???

Para quando uma investigação às sociedades unipessoais, por quotas e outras, destes dirigentes e seus familiares???

Tudo de bom

"Riddle" inocente de um benfiquista

Será que a indemnização de rescisão de José Peseiro é inferior ao pagamento de um suborno a um árbitro da primeira liga???

E eu é que sou o conspirador!?

Do Público de hoje:

"Miguel Veiga desconfiado da candidatura de Santana

O histórico dirigente social-democrata e actual de Pedro Santana Lopes afirmou numa entrevista à Rádio Renancença, no programa "Câmara dos Comuns", não ter a certeza da manutenção de Pedro Santana Lopes no Governo, até ao fim do mandato. "Ninguém me diz que Santana Lopes não entrega o Governo a Álvaro Barreto e não concorre [à Presidência da República]", disse o membro do Conselho Nacional do PSD. O dirigente político falava a propósito do próximo congresso do partido e para o qual prevê apenas a "entronização" do presidente. Por isso é que não espera ficar até ao fim: "Para estar três dias em hossanas e aleluias, não contem comigo.""


Das quatro, uma (ou todas!!!):
-Miguel Veiga é muito bem informado
-Miguel Veiga sabe de mais
-Miguel Veiga é um visionário
-MIguel Veiga é medium

Mas uma coisa é certa, Miguel Veiga é provavelmente um dos homens mais lúcidos do PSD, conhece verdadeiramente a essência de Santana Lopes, Miguel Veiga é honesto, Miguel Veiga não anda a fazer-se ao tacho.

Só tenho pena que, de facto, a profecia não se cumpra mais cedo e Santana Lopes não entregue já o Governo Alvaro Barreto.

Tudo de bom

08 novembro 2004

Antevisão do jogo

Da Lusa. Vejam com atenção, sff.


"Futebol: Roménia - Árbitro espancado em jogo de amadores

Bucareste, 08 Nov (Lusa) - Um árbitro foi hospitalizado em Galati, após ter sido brutalmente espancado num jogo entre as equipas amadoras do Viitorul Beresti e o Sporting Vointa Liesti, da Divisão D romena de futebol.
Florin Slabu, de 28 anos, tentava travar uma altercação entre jogadores das duas equipas quando foi atingido com uma cabeçada por Iulian Grasu, jogador da equipa anfitriã, o Viitorul Beresti, insatisfeito pela marcação de uma grande penalidade a favor do Sporting Vointa Liesti.
A agência noticiosa romena adianta hoje que Slabu perdeu quatro dentes e sofreu uma contusão na cabeça, tendo sido sujeito a uma intervenção cirúrgica no Hospital de Galati, segundo revelou o médico Alexandru Marinescu.
Este foi o segundo árbitro a ser agredido no mesmo número de meses em jogos das divisões inferiores romenas. Petronela Gore, uma árbitro, foi agredida a soco por um jogador em Outubro.
O presidente da Comissão de Árbitros da Roménia, Ion Craciunescu, considerou já que os juízes enfrentam uma autêntica "selva" nos jogos das ligas amadoras do país e anunciou a hipótese de serem instaurados processos judiciais contra os jogadores implicados em agressões a árbitros.

Telenovela do DN continua

Mário Bettencourt Resendes diz hoje em artigo de opinião publicado no DN que o caso de Fernando Lima é de “óbvia incompetência”. Mais citações do mesmo autor:


“(...) Como não se quer pôr em causa a inteligência dos envolvidos, declarações posteriores feitas a jornais ou perante a Alta Autoridade para a Comunicação Social só podem ser classificadas como desonestidade intelectual e tentativa de vitimização destinada a mascarar um caso de óbvia incompetência, atestada e sentida pela Redacção do jornal”(...)

“Lamento, apenas, ter dado a cara pelo meu sucessor, em público e junto dos meus colegas do jornal. Ignorava, no entanto, o currículo de exercícicos objectivos de condicionamento no acesso à informação, como resultado de notícias ou artigos desfavoráveis para o “grande chefe” do então assessor. E ainda, mais recentemente, ameaças directas de estrangulamento financeiro de uma empresa jornalísitica de capitais públicos, “só” porque a independência informativa não agradava ao ministro do serventuário”

Tradução: onde se lê “grande chefe” leia-se Cavaco Silva e onde se lê “ministro do serventuário” leia-se Martins da Cruz.

A telenovela do DN continua, desta vez com a contribuição directa da administração da Lusomundo Media, e não dá mostras de acabar. Como pano de fundo as presidenciais? LR

Das Kapital

Meu caro Luís Osório,

dediquei uns minutos do meu dia a ler a edição de hoje do teu jornal.
Li, na primeira página, a homenagem a Mário Soares;
Li, nesse destaque de cinco páginas, outros elogios a Soares ("mantém-se em boa forma física e mental"), tendo percebido que o homem faz 80 anos daqui a um mês;
Li, também, "a primeira longa entrevista" a um rapaz que é "o homem mais próximo de José Sócrates";
Li, ainda, a legenda da imagem do dia, dedicada (numa página inteira) a uma manifestação comunista em S. Petersburgo;
Li, por fim, que o coma de Arafat "é reversível".

Depois de tanto ler, com a devida atenção, sugiro-te uma última alteração à nova Capital: mudar o nome para Das Kapital.
Tenho a certeza que, assim, o Comité Central vai dedicar uma boa parte do encontro a tentar perceber como o "Avante!" pode ter sido ultrapassado pela esquerda.

Abraços do teu leitor atento,

David Dinis

"Sócrates anuncia contratação de empresa privada externa para a gestão dos serviços administrativos da sede do PS"

Sócrates está imparável...acabou de professar a sua crença na iniciativa privada defendendo a passagem de legislação que impeça a aquisição e posse de bens da comunicação social pelo Estado, empresas públicas e empresas com participação pública.

Com esta baralha não só o PSD como o seu próprio partido...

O que se calhar Sócrates não antecipou é que a consequência imediata desta sua tomada de posição é a crença na incompetência e impossibilidade de intervenção isenta ideologicamente por parte de qualquer ente público em sectores manipuláveis....ou seja, todos aqueles que não cumprem estritamente os rigores do Estado mínimo (defesa, protecção civil e segurança, e a verificação e qualificação dos contratos entre indivíduos).

Gostava que Sócrates fosse coerente neste seu influxo liberalizador e libertador (da excessiva intervenção estatal, centralista ou colectivista) e propusesse imediatamente a contratualização externa da gestão dos serviços administrativos do Largo do Rato.

Por este andar ainda veremos Sócrates a negar Keynes e a exigir a necessidade da sociedade civil tomar o lugar do Estado na gestão de bens públicos no sentido de garantir rigor orçamental e transparência das contas públicas, mesmo em tempos de ciclo económico expansivo (como aquele que nos andam a dizer que vamos viver).

Ainda gritarei com ele "Esegur, Securitas e Prosegur a fazer a segurança de Belém"


Tudo de bom

Não - parte 6

Só com notícias destas - "Portugal perde direito ao mar" - é que o país adormecido e viciado no dinheiro dos fundos europeus acorda para a realidade: Portugal vai perdendo dia-a-dia uma parte da sua soberania.
Se a Constituição Europeia for aprovada em referendo - continuo à espera, desconfiado de que não haverá propositadamente acordo entre PSD e PS para uma consulta popular - os portugueses cederão a Bruxelas a soberania sobre a sua Zona Económica Exclusiva, ou seja, sobre a sua costa.
Pedro Santana Lopes, o homem que outrora ameaçava "bater o pé" a Bruxelas, sentou o seu traseiro numa cadeira romana, dobrou a espinha e assinou o livro, inebriado com os flashes e com os Gherards, os Jacques e os Tony's da alta política europeia.
Paulo Portas, o hipócrita que é ministro de Estado, da Defesa e dos Assuntos do Mar, calou-se. Supostamente, o ministro responsável, antigo euro-céptico, pela defesa da nossa costa deveria dar uma palavrinha à Nação. Mas não, calou-se como um rato.
Ou não deve ter nada para dizer ou, então, ainda não ganhou lata - coisa surpreendente em Portas - para expressar publicamente o seu apoio a tão generosa oferta de Portugal ao bem estar comunitário da União.

"Em Bruxelas, ficaram muito surpreendidos por Portugal não se ter oposto", diz João Salgueiro.

Pois. Em Bruxelas, não sabem que Pedro Santana Lopes e Paulo Portas estão preocupados com o verdadeiro assunto de Estado: como manter a coligação no Poder. Isso é que interessa. Portugal que se lixe. LR

Não - parte 5

Mais uma pequena prova de como o "não" é um imperativo democrático. Citações de um artigo de um verdadeiro social-democrata e ex-eurodeputado, José Pacheco Pereira, publicado na revista "Sábado":

"A Consituição europeia nasceu do equívoco, da combinação entre um complexo de culpa face ao Tratado de Nice, e da necessidade de encontrar um mecanismo pelo qual os países que mandavam na Europa a 15 continuassem a mandar na Europa a 25.
(...) procurou-se um método que garantisse que o resultado fosse controlado pelos principais interessados neste exercício, ou seja, pela Alemanha e pela França (...)"

"O chamado "método convencional" foi uma ficção de democracia, uma forma de fazer funcionar uma assembleia hibrida, com muitos delegados, sem mandato controlado, e que rapidamente chegou à conclusão de que podia funcionar sempre em consenso sem votar. Votar, votava Giscard d'Estaing que fechava as discussões como lhe aprazia, "interpretando" o sentir dos convencionais em função das demografias nacionais, sempre sem realizar votações. Ao lado da Convenção, o braço no ar do PCP é um excesso democrático".

"Existe um establishment europeu, pago e financiado pelas instituições europeias, com muito dinheiro, pouca transparência e quase nenhuma prestação de contas nacional. Produz aquilo que se chama eufemisticamente "propaganda institucional" como um encarte que apareceu dentro de jornais portugueses esta semana. Lá se conta, em linguagem que Orwell reconheceria como do "1984", uma versão oficial como surgiu a Constituição Europeia. É um instrumento de proganda do "sim".
Este é apenas um exemplo de uma máquina europeia que financia a sua própria propaganda em Portugal, paga a funcionários e jornalistas, financia viagens, encomenda programas de televisão e de rádio, convida e desconvida para colóquios e conferências, promove pessoas e grupos que gravitam à sua volta. Toda esta máquina, que devia permanecer isenta face ao referendo, já está a funcionar a favor do "sim" (...)

"Se defender o "não" vou ter acesso aos mesmos financiamentos europeus para propaganda? Ou são só os europeístas os que defendem o "sim"?

"A história pode empurrar para a arrogância e todos os ditadores europeus gostavam das "lições" da história, mas hoje precisamos dela para nos ensinar prudência. A Europa é um continente muito vellho para andar a fingir que é novo, a correr quando deveria dar passos seguros".

E os apoiantes do "não" vão aumentando. LR

Não - parte 4

Só para não pensarem que o "não" à União Europeia só move a direita, eis uma opinião de um ilustre pensador de esquerda, António Barreto, bem mais credível do que Jorge Sampaio - personagem que o DD gosta de citar a propósito de matérias europeias:

(visto o "Público" não disponibilizar o artigo on-line, eis a transcrição)

"Se tudo correr mal, teremos uma Constituição europeia em 2006, lá para Outubro. Isto é, se os parlamentares europeus ratificarem e se todos os referendos - não se sabe quantos são, nem em que altura se realizarão - aprovarem o Tratado assinado há dias, essa nova Magna Carta será realidade. Mas se tudo correr bem, se alguns parlamentares não ratificarem e se alguns povos disserem "não", a Constituição será modificada, adiada ou esquecida. É ainda cedo para previsões, mas, com realismo, são altas as probabilidades de as coisas correrem mal".

"(...) Estão a ser concebidos todos os dispositivos imagináveis destinados a tornar inevitável a sua aprovação. Idealizam-se as mais intensas campanhas de manipulação da opinião, disfarçadas de "campanhas de informação", que têm como único objectivo o de garantir que a "coisa" seja ameaçadora, não tenha alternativas e seja aprovada. Os chefes de Estado, os primeiros-ministros, os governos, as burocracias europeias e as administrações nacionais, assim como um enorme rol de partidos, estão a postos e apostados em evitar que tenha êxito qualquer veleidade de discussão e rejeição"

"(...) no referendo os cidadãos são chamados a pronunciar-se sobre um tema para o qual existem alternativas (...) no plebiscito, os cidadãos devem aprovar o que lhes é posto à frente, não havendo alternativas nem conhecimento sobre as consequências de um voto negativo (...) O chamado referendo europeu de 2005 identifica-se com o plebiscito (...)".

"(...) Se algum povo da Europa disser "não", fá-lo na ignorância do que decorre da sua decisão. Terá de abandonar a União? Poderá ter esperanças numa Constituição diferente? Ficará satisfeito com os actuais Tratado da União? Será obrigado a votar tantas vezes quanto necessário até se conformar? Não sabe (...)"

"Em conclusão: este plebiscito realizar-se-á em condições de pura chantagem e de forte intimidação dos cidadãos. A dogmática europeia está construída de maneira impecável: quem não quer esta Constituição não quer a Europa, nem a União! É impossível preferir, por exemplo, manter-se na União, com base nos Tratados internacionais (os actuais e os futuros), mas sem Constituição que cria um verdadeiro Estado (...)".

Nem mais. LR

07 novembro 2004

A bacorada da semana

Tendo em conta que o nosso primeiro só fala nos últimos tempos acerca de política internacional - e só se tiver a cábula à frente - o prémio "A Bacorada da Semana" vai direitinho para o jornalista Luís Osório, director d' "A Capital".
Ao "Independente", Osório, o Luís, ex-compagnon de route do Partido Comunista Português, afirmou o seguinte: " (...) em termos filosóficos, a consciência crítica é de esquerda".
Não, não é uma gralha. O homem disse mesmo o que acima se transcreve.
Ou seja, depois do diploma de democrata só ser entrege a ilustres e anónimos representantes da "esquerda", depois da consciência ecológica ser uma causa exclusiva da "esquerda", depois - ai de quem ponha em causa a seguinte verdade absoluta e universal! - dos direitos humanos só serem praticados pela "esquerda", etc, etc, etc..., eis que um dos ilustres bem pensantes da "esquerda" portuguesa chega à homérica conclusão que a crítica e a "consciência" necessária para executar tal nobre acto é de "esquerda".
Já agora, quando é que o Osório, o Luís, e os seus amigos classificam ideologicamente, por exemplo, a procriação? Talvez assim o sentido das suas vidas fosse conhecido.
Na mesma entrevista, Osório, o Luís, jurou que jamais "A Capital" fará "fretes ao PS", para declarar logo de seguidao seguinte: "se há partido que penso que é nefasto para a credibilidade da política esse partido é o Bloco de Esquerda". Osório, o Luís, tem razão, mas não deixa de ser verdade que a jura durou 30 segundos... LR

05 novembro 2004

Caro João Pedro

Realmente, sou de direita. Mas a minha direita não está no poder. Eras capaz de ficar ainda mais irritado se, de facto, a minha direita estivesse no poder, mas felizmente para nós, jornalistas, não está - notícias não faltam, perdoem-me o pequeno contentamento corporativista.

Uma pergunta:

- És de esquerda? Desconfio que sim.

Mais duas perguntas:

- Mas qual é a tua esquerda?

- A do "frade" Francisco Louçã, a do adepto da Coreia do Norte ou a do centrista José Sócrates?

Três comentários:

- Não há nada como a transparência ideológica para discutirmos as nossas opiniões.

- Espero sinceramente que a tua (?) esquerda aceite democraticamente uma eventual vitória de Santana Lopes em 2006 e não comece a fazer infundados pedidos de recontagens de votos. A isto chama-se falta de espírito democrático. Não há melhor sabedoria em democracia do que o voto popular.

- Este XVI Governo é constitucionalmente legítimo. A Constituição da República permitia a dissolução ou a tomada de posse de um novo Governo. O Presidente da República, eleito pela esquerda, fez uma opção política em nome da estabilidade. Compreendo a tua desilusão, mas é a vida. Deves dirigir as tuas queixas ao Palácio de Belém, à tua esquerda e não à Casa Branca e muito menos ao Insubmisso. LR

04 novembro 2004

Raio de gente

Afinal, Yasser Arafat morreu ou não morreu?
Decidam-se, para escrever um post sobre o assunto.

Quem tiver alguma informação CIENTÍFICA sobre o assunto diga para o Insubmisso, ok?

Aos meus amigos anti-federalistas...

«Sampaio admite Europa federal nos próximos 10 ou 20 anos

Lisboa, 04 Nov (Lusa) - O Presidente da República admitiu hoje uma solução federal para a Europa a médio prazo e pediu que não se dramatize o referendo relacionado
com o Tratado Constitucional com base na falta de informação dos cidadãos.
"Ficaria muito feliz por ver uma confederação, ou talvez mesmo uma federação de Estados-nação, (construída)num processo lento de perfeccionismo, o que acontecerá
provavelmente - espero - num prazo de 10 a 20 anos. É um grande desafio", acentuou.
Jorge Sampaio intervinha em inglês num debate com o seu homólogo austríaco, Heinz Fischer, no âmbito do fórum "Viver a Europa" que decorre no Centro de Congressos de
Lisboa.
A necessidade de "uma estratégia para o futuro" da Europa foi por diversas vezes sublinhada pelo Presidente da República, que disse não conceber Portugal fora dos 25
Estados-membros da União Europeia (UE).
»

Pronto. Era só isto.

Um último bushismo

Já repararam na capa de hoje da Capital?
"A Europa face à vitória de Bush".
E nem uma palavrinha sobre os últimos dias da nossa civilização!?
É a vida, caro Osório. Um abraço.

Quando o blog bate mais forte, perde

O meu caro RCP, neste texto, confessou a sua admiração pelo livre pensamento do ex-Presidente Mário Soares.
Sinceramente, não quero acreditar que o RCP tenha ouvido todas as declarações do ex-Presidente sobre os EUA. Recordo-lhe duas, feitas no Prós e Contras um dia antes da eleição norte-americana:

1. "Se Kerry ganhar acaba a pobreza".
2. "Se Kerry ganhar o mundo fica em paz".

Meu caro,
a isto não se chama livre pensamento. Chama-se disparate. Ao dr. Soares perdoamos tudo, porque há cerca de 30 anos ele teve um papel fundamental na História deste país. É dos raros políticos que não ficará registado num mero rodapé.
Mas isto aplica-se apenas ao dr. Soares, tá bem?

Fica um abraço,
com a devida consideração.
DD.

Best and worst of

A propósito da vitória de Bush e da derrota de Kerry muito se escreveu na blogsfera.

O melhor: "A suicida que impediu Bush de ganhar"

O pior: "Um passo para o desastre" (absolutamente ridículo, caro RCP)

03 novembro 2004

O sistema eleitoral imperfeito

John Kerry já reconheceu a vitória de George W. Bush. A esquerda europeia ficou escandalizada com a derrota de Kerry. A democracia é uma coisa lixada. LR

Contra o federalismo um repto!

Hoje não me apetece replicar a DD.

Hoje falei do Bush de quem não gosto, mas que ao que tudo indica vai ser democraticamente eleito pelo povo norte-americano.

Mas DD, suplico-vos que na V. defesa do federalismo não entrem bushismos, bushices e bushadas. Por essa razão sugiro-vos, caro amigo, uma re-leitura de 3 obras, que por certo já haveis dissecado, e que serão pasto para nossas ulteriores discussões, salvaguardadas, claro está, as distâncias "tópicas" e "crónicas", ou seja, do espaço e do tempo.

"The Anti-Federalist Papers and the Constitutional Convention Debates" de Ralph Ketcham;

"The Anti-Federalists: Selected Writings and Speeches (Conservative Leadership Series) de Bruce Frohnen"

"The Federalist Papers" de Alexander Hamilton, James Madison, John Jay, Clinton Rossiter, Charles R. Kesler

ou então o "The Essential Federalist and Anti-Federalist Papers" de Alexander Hamilton, James Madison, John Jay

Tudo de bom

Criticar Bush

O Bush é feio.

O Bush é corrupto.

O Bush usa sempre a mesma gravata.

O Bush é cristão fundamentalista.

O Bush tem um Scotish Terrier (e é bem feito!!)

O Bush tem nódoas de molho barbecue nas camisas.

O Bush é casado com a Laura

O Bush é filho do Bush mas também trabalha com o Cheney.

O Cheney também é corrupto.

O Bush é incompetente.

O Bush é "ultramontano" e o seu radicalismo, bottom line, diminui a liberdade individual de escolha responsável(respeitadora plena da dignidade humana e suas expressões) dos cidadãos da sua comunidade política.

O Bush é mau embora diga que Deus está do lado dele.

Não acredito que Deus esteja do lado dele porque Deus comprometeu-se esta época com o Sport Lisboa e Benfica e tem lugar cativo na bancada Coca Cola

Tudo de bom

Critiquem as políticas de Bush mas não as instituições norte-americanas

Hoje ouvi na TSF um sujeito chamado António Moreira a zurzir no Bush, a descompôr a democracia americana, a dizer mal do processo eleitoral norte-amerciano e da capacidade decisora do povo daquelas paragens, terminando com a sublime tirada "concordo com o ouvinte anterior...hoje é um dia negro para a humanidade".

Será que o Sr. Moreira ainda não percebeu que a eleição em questão foi nos EUA?

Que ele não tem nada a ver com o processo eleitoral nos EUA?

Que não tem objectiva e subjectivamente nenhuma autoridade moral para tecer comentários sobre os processos eleitorais de comunidades políticas que não a dele (Sr. Moreira)?

Que bem ou mal, o valor da liberdade e da democracia reside no simples facto de "o maior incompetente da história política dos EUA" ser presidente do país!"?

Que a virtude de um processo eleitoral indirecto como o dos EUA (com a delegação no Colégio de Grandes Elitores do poder final de voto) é afastar do processo eleitoral directo ignorantes como o Sr. Moreira e tornar gerível um processo, por definição, caótico?

Reflexão Final: Querem prova maior de que as instituições norte-americanas são boas e adequadas e contribuem para a resolução dos problemas daquela comunidade política de seres livres e responsáveis, do que o facto de resistirem à ignorância e incompetência de George W. Bush?

Por causa de tudo isso podem acusar o homem e as suas políticas mas não o sistema político norte-americano.

Três pontos sobre W

1. Estou numa redacção e, por aqui, está tudo numa depressão. Olho para as tvs portuguesas e nem os pivots conseguem evitar o mesmo olhar de desapontamento.

W. Bush está a um passo da reeleição. As cadeias norte-americanas já lhe dão vitória, mas no Ohio - a nova Florida eleitoral - as recontagens oficiais de votos vão demorar 11 dias.


2. Com isto, ou muito me engano ou os meus amigos de esquerda vão virar católicos e começar a rezar por John Kerry.

A Europa definitivamente não percebe os EUA. Mas a conclusão de hoje é que mais depressa mudará a Europa do que os EUA.

O problema é simples: para os americanos, o bem e o mal existe. Na Europa, são conceitos esquecidos e para esquecer. O único conceito de mal que existe para os europeus chama-se George Walker Bush. É pena, mas é verdade.


3. W. Bush, se reeleito, consegue isso contra praticamente todo o Ocidente, de Madrid a Berlim, da "Capital" ao "Le Monde" e até ao "FT". Consegue-o porque os seus compatriotas o quiseram, nas urnas, como deve ser, sem olhar a opiniões exteriores.

Os EUA, caros concidadãos europeus, continuam a ser o maior país do mundo: o mais desenvolvido, o mais competitivo, o mais preparado, até, para nos defender dos nossos inimigos - aqueles que, por exemplo, atacaram Madrid a 11 de Março. Alguns esquecem isso, e deprimem. Eu prefiro recordar, para meu conforto.


P.S. Quem se lembra do cartaz do Bloco que traçava um fim aos líderes das Lajes? Desculpem lá, meus caros. Mais depressa acabam vocês.

02 novembro 2004

W ou do mal o menos

(Um breve interregno na polémica comunitária. A campanha para o referendo - se o Bloco Central deixar - ainda está longe).

Confesso que não partilho a excitação que vai por aí acerca das eleições americanas. É certo que o resultado desta noite eleitoral americana vai ter resultados indirectos em Portugal, mas os candidatos em causa dizem-me pouco. Além disso, sou português, não sou americano. Não voto.
Não partilho do preconceito atropológico que muitos europeus bem pensantes têm em relação a George W. Bush nem considero que John Kerry seja o bom rapaz que os outros, inocentes, pensam.
Apesar de algumas discordâncias naturais com o pensamento económico da candidatura de Bush - substituir gradualmente a segurança social pública pela privada merece a minha total oposição, por exemplo -, considero o nome do filho de George Bush aquele que mais interessa a Portugal, precisamente pelo facto de as políticas externas portuguesas e americanas terem estado sintonizadas nos últimos 3 anos.
Ainda que a política externa da administração Bush tenha tido falhas graves como a quebra do protocolo de Quioto e a falta de agressividade numa busca para a paz para o conflito israelo-palestiniano, a resposta de George W.Bush ao atentado de 11 de Setembro foi a correcta. Falhou no pós-invasão do Iraque, mas ainda vai a tempo de corrigir.
A inconstância de John Kerry - votou a favor da guerra, mas agora diz que foi um "erro" - não abona em favor da sua credibilidade. LR