Com a devida vénia democrática, aqui fica uma resposta do Jorge Campos da Costa ao meu post sobre federalismo. A minha contra-resposta a TODOS os insubmissos fica prometida para muito breve.
1. "Para mim, a Nação portuguesa está acima do bem comum europeu. Ou seja, os representantes do Estado português nunca podem deixar que o bem comum dos restantes 24 Estados-Membros se sobreponha ao bem comum da comunidade portuguesa".
Ok. Se todos os 25 países da UE pensarem assim, não há UE.
Comentário: Todos os países da UE pensam assim. Se não, não eram países. E há UE. Não sei se haverá sempre. Está a passar um mau bocado. Mas os países da UE, esses, entendem-se a si próprios como sendo para sempre. Não sabemos bem o que é a UE. Mas sabemos, seguramente, o que ela nunca será: nunca será uma réplica, em grande, dos comparativamente pequenos Estados-nação que a compõem, uma espécie de mega-Estado. A construção da UE pressupõe, precisamente, em cada uma das suas etapas, que os interesses vitais, sublinho: vitais, não circunstanciais, de cada um dos seus participantes sejam atendidos nesse processo. Esse processo é, por isso, reversível. Os Estados-nação que nele estão envolvidos não são.
2 . "Ideal político não existe, meu caro. O que existe é um ideal económico que, realmente, como mercado único se revelou fundamental para o desenvolvimento do económico e social do continente."
Contradição em termos, meu caro. Não conheço melhor ideal político do que procurar garantir melhores condições de vida a cada cidadão. Ou seja, garantir que eles tenham todas as condições para o usufruir.
Comentário: No dia em que as melhores condições de vida para cada um for o alfa e ómega do ideário político possível, deixa de haver política. Há administração, economia, etc. Mas não política. Sei que esse é o sonho liberal. Tal como foi o sonho do comunismo. O fim do Estado, o fim da política, o fim da história. Mas parece que chega de “fins de...”. Sim, é claro que, para além da economia e do catálogo das liberdades, direitos e garantias próprio da cartilha constitucional liberal, não há, de facto, mais espaço para ideal político na Europa. Mas isso é precisamente, no fundo, a explicação do seu impasse. Falta de política...
Fico por aqui, David.
JCC
01 novembro 2004
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