08 novembro 2004

Não - parte 6

Só com notícias destas - "Portugal perde direito ao mar" - é que o país adormecido e viciado no dinheiro dos fundos europeus acorda para a realidade: Portugal vai perdendo dia-a-dia uma parte da sua soberania.
Se a Constituição Europeia for aprovada em referendo - continuo à espera, desconfiado de que não haverá propositadamente acordo entre PSD e PS para uma consulta popular - os portugueses cederão a Bruxelas a soberania sobre a sua Zona Económica Exclusiva, ou seja, sobre a sua costa.
Pedro Santana Lopes, o homem que outrora ameaçava "bater o pé" a Bruxelas, sentou o seu traseiro numa cadeira romana, dobrou a espinha e assinou o livro, inebriado com os flashes e com os Gherards, os Jacques e os Tony's da alta política europeia.
Paulo Portas, o hipócrita que é ministro de Estado, da Defesa e dos Assuntos do Mar, calou-se. Supostamente, o ministro responsável, antigo euro-céptico, pela defesa da nossa costa deveria dar uma palavrinha à Nação. Mas não, calou-se como um rato.
Ou não deve ter nada para dizer ou, então, ainda não ganhou lata - coisa surpreendente em Portas - para expressar publicamente o seu apoio a tão generosa oferta de Portugal ao bem estar comunitário da União.

"Em Bruxelas, ficaram muito surpreendidos por Portugal não se ter oposto", diz João Salgueiro.

Pois. Em Bruxelas, não sabem que Pedro Santana Lopes e Paulo Portas estão preocupados com o verdadeiro assunto de Estado: como manter a coligação no Poder. Isso é que interessa. Portugal que se lixe. LR

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