22 novembro 2004

Fim-de-semana de empatas II

Benfica e Sporting vivem situações bem mais complicadas. Os encarnados continuam com problemas financeiros e têm um plantel desequilibrado, particularmente no meio campo, mas tem um grande treinador. Giovanni Trapattoni é um grande senhor do futebol europeu, com um currículo que fala por si. Tem apenas a infelicidade de treinar um clube que não está à sua altura.
Deixei para último o meu Sporting porque é o caso mais complicado. Um passivo de mais de 400 milhões de euros, uma equipa com graves lacunas – faltam laterais, extremos, um guarda-redes de nível europeu e um “matador” – e um treinador próprio do Nacional da Madeira. José Peseiro já provou que não tem unhas para tocar aquela guitarra, particularmente ao nível psicológico. Quem ouviu as declarações de Peseiro e Cajuda no final do jogo em Aveiro, não notou diferenças entre os dois. Esse é o problema. José Peseiro tem a atitude própria de um clube que joga para não descer de divisão e falta-lhe dimensão para levar uma equipa ao título.

Por tudo isto, o Porto, mesmo uns furos abaixo do que é habitual, vai, muito provavelmente, limpar o campeonato. Qual é a lição? O futebol é muito mais do que refilar com o sistema. Há muito a aprender ao nível da gestão, sobretudo dos recursos humanos. E ninguém se lembrou disto para os lados de Alvalade.

Duas notas finais. Uma positiva para Carlos Brito, técnico do Rio Ave. Tem uma carreira muito promissora pela frente. Uma negativa para a arbitragem no estádio do Dragão, mais uma a prejudicar o espectáculo. Mas voltarei a este assunto em outra ocasião.

Abraços

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