Eu sei que ninguém gosta, sei que ninguém percebe, sei até que todos acham ridícula. Eu, por mim, estou feliz com a aprovação de uma pergunta para que se possa votar, em referendo, a Constituição Europeia. Mais, para que eu possa votar "sim" nesse referendo.
Vejam bem que até fiquei feliz com a aparente boa vontade dos partidos políticos neste processo. PSD, PS e CDS concordaram numa pergunta; procuraram que esta não fosse (pelo menos claramente) inconstitucional; e ainda - desculpem lá os eurocépticos - deram um sinal de que se empenharão na luta pelo "sim". Quando vejo uma pergunta que começa com a carta dos direitos fundamentais, só posso pensar que a pergunta foi feita para um "sim" - mesmo que um "sim" politicamente correcto (o que me agrada menos, como calculam).
Dito isto, e para ser honesto, uma referência ao que me desagrada neste assunto: desagrada-me a democracia referendária - ainda que esta seja importante, admito, para que os velhos do restelo deixem de incomodar o país com questões polémicas;
desagrada-me que a pergunta não se perceba, sendo que a culpa é apenas, e só, de quem faz revisões constitucionais sem sentido, ignorando o que o tem;
desagrada-me também que todos digam que a pergunta é importantíssima, quando todos sabem que é a nossa integração europeia que vai a votos e que terá se ser legitimada. Andam há anos a queixar-se disso, agora nada a fazer.
A polémica, esta e não as inúteis, é bem recebida no Insubmisso.
19 novembro 2004
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1 comentário:
"E ainda podiam escrever mais alguma coisinha acerca disto que este tema não se esgota assim..."
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