29 novembro 2004

Ninguém disse nada ao Zé Luís?

Enquanto em Portugal Henrique Chaves já tinha enviado à Agência Lusa um comunicado em que chamava mentiroso e traidor a Santana Lopes e anunciava que um ministro esteve para ser demitido por Santana Lopes, José Luís Arnaut - "o outro ministro" - estava concentrado na política internacional.
Representando o PSD, Arnaut assistiu ontem à consagração de Nicolas Sarkozy como líder do União para um Movimento Popular e afirmou: "Venho dar-lhe um abraço a ele (Sarkozy) e à mulher Cécile", a quem, segundo a Lusa, reconhece grande papel na assistência ao marido, de quem é assessora de gabinete. O ainda ministro das Cidades elogiou o "voluntarismo" e a "persistência política invulgar", conjungada com um "grande sentido de responsabilidade", do arqui-inimigo de Jacques Chirac, Presidente da República francesa. Arnaut vê como "natural" a ascensão de Sarkozy, considerando "bom para a França e para a Europa que haja partidos fortes, pró-europeus".
Dito de outra forma, Arnaut vê como "natural" a guerra entre o Presidente da República (PR)(Chirac) e o presidente do partido (Sarkozy) que apoia o PR. O facto de tal situação "natural" provocar um aumento da instabilidade governativa da República francesa não o preocupa minimamente.
Em nome da coerência, Pedro Santana Lopes não deveria demitir Arnaut, mas sim nomeá-lo ministro dos Negócios Estrangeiros. Se Bush exporta a democracia, Lopes podia exportar a instabilidade com o seguinte lema: "Como dar cabo de um Governo em menos de 4 meses". LR



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