03 novembro 2004

Três pontos sobre W

1. Estou numa redacção e, por aqui, está tudo numa depressão. Olho para as tvs portuguesas e nem os pivots conseguem evitar o mesmo olhar de desapontamento.

W. Bush está a um passo da reeleição. As cadeias norte-americanas já lhe dão vitória, mas no Ohio - a nova Florida eleitoral - as recontagens oficiais de votos vão demorar 11 dias.


2. Com isto, ou muito me engano ou os meus amigos de esquerda vão virar católicos e começar a rezar por John Kerry.

A Europa definitivamente não percebe os EUA. Mas a conclusão de hoje é que mais depressa mudará a Europa do que os EUA.

O problema é simples: para os americanos, o bem e o mal existe. Na Europa, são conceitos esquecidos e para esquecer. O único conceito de mal que existe para os europeus chama-se George Walker Bush. É pena, mas é verdade.


3. W. Bush, se reeleito, consegue isso contra praticamente todo o Ocidente, de Madrid a Berlim, da "Capital" ao "Le Monde" e até ao "FT". Consegue-o porque os seus compatriotas o quiseram, nas urnas, como deve ser, sem olhar a opiniões exteriores.

Os EUA, caros concidadãos europeus, continuam a ser o maior país do mundo: o mais desenvolvido, o mais competitivo, o mais preparado, até, para nos defender dos nossos inimigos - aqueles que, por exemplo, atacaram Madrid a 11 de Março. Alguns esquecem isso, e deprimem. Eu prefiro recordar, para meu conforto.


P.S. Quem se lembra do cartaz do Bloco que traçava um fim aos líderes das Lajes? Desculpem lá, meus caros. Mais depressa acabam vocês.

Sem comentários: